No desenvolvimento das interações sociais, é-nos clara a importância do rosto: é para onde olhamos para comunicar com o outro, na maior parte do tempo de interação. Como verificamos no texto de Andrew Ellis e Geoffrey Beattie, “o rosto tem uma excelente capacidade emissora”, isto é, [...] trata-se do nosso poderoso e infalível veículo de [...] “falar” sem utilizar o aparelho fonador.
Cerca de 55% da comunicação humana é não-verbal: mais de metade. Esta percentagem derruba descaradamente a nossa ideia de que [...] comunicamos com palavras apenas. Na verdade, [...] só nos sentimos comunicar quando falamos- [...] não temos, na maior parte das vezes, a perceção dos movimentos involuntários que o nosso [...] rosto faz por nós. Assim, podemos entender [...] a que Paul Ekman e Wallace Friesen (1969) [...] se referem ao avaliar [...] a comunicação facial através “do tempo médio de transmissão de mensagens”, pelo rosto, na maioria do tempo.
A cara de uma pessoa, utilizando termos coloquiais, é aquilo que vemos em primeiro lugar no início de uma interação. Já dizia Erving Goffman (1959) que cada um de nós segue guiões de representação, utilizando diferentes “máscaras”. Na sua teoria do modelo de fachada, a aparência, acessórios, penteado, são uma forma de mostrarmos algo sobre nós. Nesse caso, é também uma forma de comunicar com o rosto, mas que acontece [...] voluntariamente. Por exemplo, um homem que tenha uma tatuagem na testa quer definitivamente comunicar que [...] a sua saúde mental está com alguns problemas. [...] Para além disso, em [...] concordância com esta ideia, John Fiske (1999) aponta que uma das funções da comunicação não-verbal é, de facto, veicular informação indicial, isto é, mostrar ao interlocutor as suas emoções, a sua posição social, as suas atitudes- no fundo, a sua identidade.