A cultura é um sistema de crenças, valores e ideias acerca do mundo, partilhado por uma comunidade, [...] transmitido de geração em geração de forma implícita e que guia o nosso comportamento. A cultura é importante para o nosso sucesso académico e [...] profissional e é adquirida por [...] experiência, contacto com outras culturas, [...] aprendizagem de outras línguas e viagens para o estrangeiro.
[...] Este excerto retrata um episódio da cultura coreana, que é uma cultura colectivista e formal, ou seja, [...] nesta cultura não é bem encarado aquilo que é fora do comum, ou [...] quando alguém [...] se destaca [...] muito [...] de um grupo. [...] Este tipo de cultura também condena o sucesso e o acto de vangloriação, dá grande importância ao contacto social, ao interesse comum e à lealdade que mostramos perante os outros. [...] As relações de distância e poder entre [...] determinadas pessoas (neste caso entre o professor e o aluno) são marcadas pela formalidade, ou seja, pelas atitudes críticas e regras de etiqueta que devem ser tidas em conta. [...] Por isso, convidar um professor ou um aluno para jantar terá regras de formulação da pergunta na língua coreana, tanto a nível sintático, lexical e semântico. Podemos [...] verificar assim, que a língua coreana é regida pelos valores e regras de formalidade que têm, ou seja, pela sua forma única de pensar. A língua representa a nossa cultura e é condicionada por ela. [...] Esta ideia foi apontada na hipótese Sapir-Whorf que diz “As pessoas vivem segundo as suas culturas em universos mentais muito distintos, que são determinados pelas diferentes línguas que falam”. Cada [...] cultura encara o mundo de diferentes formas ou perspectivas e isso reflecte-se na forma como comunicam através da língua.
Por exemplo, os esquimós não precisam de distinguir todos os tons de verde ou azul porque simplesmente, não vão encontrar essas cores nos locais onde se encontram. Enquanto uma cultura ou comunidade que vive num ambiente rico em vegetação já vai fazer essa distinção entre os diferentes tons de verde ou azul.
[...] Existem duas perpectivas sobre a forma como a língua e o pensamento de uma comunidade se relacionam. A língua pode codificar as perpectivas que temos sobre a realidade e os processos de pensamento dos falantes (Determinismo Linguístico). E as línguas podem ser encaradas [...] como diferentes formas de representação [...] do pensamento [...] ou da visão do mundo que uma cultura tem (Relativismo Linguístico). [...] No caso do Relativismo Linguístico não é a língua que determina o pensamento, ela é apenas uma forma de expressão desse pensamento.
O facto de abordarmos de formas diferentes pessoas que têm poder ou importância diferentes está relacionado com o “modelo de fachada” de Ervin Goffman. Segundo este modelo, [...] representamos constantemente diferentes papéis: adaptamos a maneira de vestir, falar, os gestos, o olhar e a postura consoante a formalidade da [...] situação que encaramos. [...] Como refere o texto, temos [...] “(…) identidades diferentes conforme as pessoas a quem nos dirigimos.”. E estas identidades somos nós que construímos, e à medida que crescemos, vamos “coleccionando” mais identidades que representamos cada vez melhor. Mas temos que saber distinguí-las e saber quando as representar. Não [...] podemos tratar um professor [...] da mesma [...] maneira como tratamos a nossa irmã ou irmão. Existem diferentes regras, logo, requerem diferentes papéis ou guiões que teremos que representar. Além da postura, a forma de vestir e falar (a chamada fachada [...] pessoal) podemos apoderar-nos do espaço [...] que nos rodeia, dispondo os nossos objectos de uma forma diferente (a fachada física).
Podemos concluir que, a cultura da nossa comunidade influencia a nossa maneira de agir e de comunicar. Comunicamos pela nossa língua que faz parte do nosso [...] património cultural. Cada cultura organiza o pensamento e encara o mundo de forma diferente, mas [...] isso não quer dizer que não consigamos entender as realidades dessas culturas. A cultura com o seu sistema de crenças influencia a forma como nos expressamos [...] perante diferentes situações. E essas firmas de expressão e disposição [...] podem ser vistas como diferentes faces [...] ou identidades da mesma pessoa.