A linguagem é uma competência do ser humano sobre a qual ainda muito é desconhecido, devido à complexidade e especialização que esta apresenta. Atualmente, sabe-se que a Área de Broca e a Área de wincker, responsáveis pela produção e compreensão da linguagem verbal, respetivamente, se encontram no hemisfério esquerdo do cérebro humano. Contudo, existem mais áreas espalhadas no cérebro, sem as quais seria impossível o bom decorrer do processo da comunicação através da linguagem verbal e não só. O córtex auditivo e a área sensório-motor (que controla os movimentos motores) são dois exemplos de constituintes do cérebro humano fundamentais para a linguagem.
Tal como Pinker afirma, “a linguagem não é um artefacto cultural”, pois esta é comum a todos os indivíduos e não algo que se aprende ou se [...] consegue adquirir em determinada cultura. Contudo, o contexto cultural em que o indivíduo está inserido influenciará a capacidade linguística do mesmo. [...] Ainda segundo a linha de pensamento do autor, a linguagem “é uma competência… que se desenvolve espontaneamente na criança, sem esforço consciente nem instrução formal.” Embora seja verdade que a linguagem se vai desenvolvendo à medida em que também se dá o desenvolvimento cognitivo e biológico do indivíduo, esta deve ser devidamente trabalhada durante o período crítico, de modo a evitar a ocorrência de problemas nas capacidades linguísticas e mentais da pessoa. Aqui, o contexto cultural em que está inserido o indivíduo assume uma importância extrema.
[...] Segundo Pinker, a linguagem “é qualitativamente idêntica em todos os seres humanos”, mas tal só ocorre aquando do nascimento do indivíduo, pois será a sociedade em que este se encontra que ditará as suas capacidades linguísticas consoante as situações a que foi sujeito durante o processo de maturação.
O autor refere ainda a linguagem [...] se distingue de outras capacidades mais gerais, isto porque essas capacidades ou comportamentos variam de indivíduo para indivíduo, enquanto que a linguagem é idêntica a todos os seres humanos, pois [...] todos nascem com [...] os constituintes cerebrais que conduzem ao processo da linguagem.
Assim sendo, [...] Pinker resume a linguagem a algo inato, complexo, equivalente a todos os seres humanos e distinto [...] de capacidades mais [...] específicas. Contudo, apesar de a linguagem ser algo “que se desenvolve espontaneamente na criança”, esta deve ser trabalhada para que haja uma maior competência no uso da linguagem em diferentes situações da vida do indivíduo.