Em nossos estudos sobre a comunicação nos deparamos com dois modelos que buscavam representar seu funcionamento: o modelo processual e o semiótico. O primeiro, o modelo Processual de Shannon e Weaver foi desenvolvido durante a grande guerra para solucionar problemas de transmissão de informação e tinha como objetivo enviar o máximo de mensagens por um canal e medir a capacidade máxima de transmissão de um canal. Foi desenvolvido por um engenheiro e um matemático e portanto possui um viés mais exato e linear. O modelo é composto originalmente por uma fonte de informação que decide qual mensagem será enviada; o receptor que transforma a mensagem em sinal; o canal que transmite o sinal e está sujeito a ruídos e o receptor que recebe o sinal e o converte em uma mensagem, já pronta e que contém o significado. Nesse modelo o receptor é um agente passivo, a mensagem é um produto pronto que contém o significado e a intenção para ocorrer a comunicação é crucial, caso contrário ela não ocorre. Esse conjunto de características por vezes se mostra limitante quando aplica-se o modelo à comunicação humana e esse fato é evidente e posteriormente admitido por Shannon e Weaver ao se discutir os problemas enfrentados no setor B (que contempla a semântica) (Fiske, 1990) como a dificuldade de quantificar a informação e lidar com os erros produzidos pelos ruídos semânticos.
Com o passar do tempo e novas necessidades de se representar melhor a natureza comunicativa humana, novos conceitos foram surgindo como o “feedback” e “meio”; o primeiro foi admitido no modelo de Shannon e Weaver posteriormente e ambos [...] aparecem no modelo semiótico de Peirce.
O modelo semiótico apresenta com maior eficiência a comunicação humana porque leva em consideração as ferramentas não verbais e paraverbais tanto quanto as verbais. Diferentes dos modelos processuais (inclusive de Shannon e Weaver), a comunicação não é tratada como simples transmissão de mensagem, é na prática um processo contínuo de significação.
No modelo semiótico o receptor é ativo e apresenta portanto papel fundamental na construção de sentido, o significado não está inserido na mensagem, é construído e a mensagem é uma coprodução sensível ao meio e ao contexto utilizado. Aqui, o feedback é fundamental para o emissor compreender o receptor e a comunicação ser eficaz. O princípio da redundância vs pertinência não se aplica da mesma forma que no modelo processual, pois no semiótico quanto mais se repete mais provável a compreensão ser alcançada e por conseguinte não há falhas na comunicação, há diferenças interpretativas no tocante a particularidades culturais e perspectivas de vida.
Conclui-se portanto que o melhor modelo, que melhor contempla a subjetividade das relações humanas e consequentemente, a comunicação delas é o semiótico.