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Todos os seres humanos nascem com um processo celular idêntico aos outros seres vivos, porém, distinguimo-nos de todos eles. A nossa distinção é a nossa maneira de comunicar e a nossa capacidade de o fazer utilizando a linguagem verbal e outros métodos não verbais, relacionando o nosso cérebro, a nossa voz, a nossa audição, entre outras. A nossa linguagem, de acordo com Bloomer, pode ser [...] referencial, afetiva ou social, sendo que [...] todas as comunicações feitas estão condicionadas por dois fatores: o contexto (que aborda o espaço físico e temporal em que a comunicação é feita e as crenças e conhecimentos que os interlocutores possuem) e a abrangência (que é relação de proximidade, ou não, que existe entre os interlocutores).
A comunicação é assim “um processo complexo” e multifacetado de construção e interpretação do mundo, onde posteriormente partilhamos com [...] os outros para nos integrarmos e cooperarmos. Apesar desta simples (e, simultaneamente complexa) definição, o ato de “comunicar” pode ser encarado de duas diferentes formas, existindo diversas opiniões acerca do tema.
Categoricamente, a comunicação é então [...] interpretada como um modelo processual ou [...] como um processo semiótico.
Se encararmos a comunicação como um modelo processual, é necessário ter como base o processo de comunicação de Shannon e Weaver, onde a mensagem [...] a ser transmitida pode ser [...] vista como um bloco que passa do emissor para o recetor, transitivamente; pode ser vista igualmente como uma produção, onde o emissor possui o papel principal, [...] não ligando o papel do recetor, do contexto ou do meio no qual a mensagem foi transmitida.
A qualidade da comunicação neste modelo é “medida” através da quantidade de informação (byte) que se codifica e descodifica (Fiske, 1980), sendo na minha opinião [...] um modelo incorreto de se avaliar a comunicação, enquanto que por sua vez, o modelo semiótico o que mais se adequa.
Contrariamente ao modelo processual, [...] no modelo semiótico ou se significação (Sausurre) o emissor não é a peça fundamental da comunicação, [...] sendo que [...] o que mais importa é a relação e interação que existe entre todos os interlocutores; o contexto é crucial assim como o feedback e a mensagem não é mais vista como um produto mas sim como uma co-produção contínua entre todos os intervenientes- criando assim uma espécie de “sincronia interativa em que todos os participantes”/interlocutores cooperam para criar sentidos e para chegarem a um consenso.
Em suma, existem várias opiniões (e por vezes contraditórias) do que significa comunicar e, consequentemente, o que é a comunicação- acreditando alguns que para comunicar é necessário haver intenção por parte do emissor (uma mensagem de texto escrita ou um olá verbal), não tendo em conta que existem outros dois tipos de comunicação além da verbal: a não verbal e a paraverbal e, ignorando o facto que para haver comunicação, basta que alguém nos interprete, independentemente da nossa intenção (de comunicar ou não).
