Tal como Fiske inicia, a comunicação é um comportamento que muitos compreendem, mas que poucos conseguem definir. A comunicação é, [...] bem como o texto refere, “o envio intencional de uma mensagem” ou “uma sincronia interativa”. O que é, então, a comunicação? A comunicação é, em linhas gerais, a transmissão de conteúdos por meios de mensagens, com o objetivo da socialização. Especialmente, a comunicação humana é um comportamento simbólico (constituído por signos- que emitimos e compreendemos- e por códigos- a relação entre os signos), contínuo (mesmo de forma despropositada comunicamos por vias não verbais e paraverbais) na qual há a transmissão de [...] informação e conteúdos. [...] Num sentido mais abrangente, os pequenos indicios poderão adquirir significação e deste modo serem integrados na comunicação.
Shannon e Weaver, no decorrer da segunda guerra Mundial, preocuparam-se em como maximizar o efeito comunicativo da altura que se efetuava principalmente por rádio. Ora, sabendo que muitas das vezes [...] a mensagem chegava distorcida ou modificada, quiseram saber como diminuir essas interferências apelidadas de “ruído”. O ruído permitia saber também a pertinência e a redundância, isto é, se melhorassem a [...] transmissão, menos ruído haveria e deste modo evitar-se-á a repetição da mensagem (que torna a comunicação redundante).
Na teoria de Shannon e Weaver- apelidada de modelo linear- a comunicação é definida, [...] com base no livro de J. V. Santos, como a transmissão de informação entre [...] um recetor e um emissor, baseando-se num código comunicativo por meio de um canal [...] (físico ou espacial). [...] A partir daqui dizemos que também surge o conceito de “feedback” ou retorno, embora este esteja fortemente condicionado. *2
Como tal, Pierce fundou um modelo alternativo denominado “semiótico”. A semiótica (do grego “semion”- símbolo) estuda os signos como componentes da comunicação não verbal e paraverbal. A comunicação passava então a ser uma relação entre um emissor e um recetor, utilizando [...] vários códigos (linguístico e comportamental), [...] em que [...] o ato comunicativo era uma construção produzida e partilhada entre os interlocutores, ou seja, o feedback ia-se ajustando [...] e negociando mediante as atitudes dos interlocutores tendo em conta os seus objetivos. *3
[...] No modelo semiótico a capacidade interpretativa [...] aumenta na proporcionalidade direta da informação partilhada, isto é, quanto maior for a informação partilhada, maior será a capacidade interativa.
Contudo, para além do feedback, o contexto assume igualmente um papel importante. O contexto (situação comunicativa global que envolve desde a situação [...] cultural [...] passando pelas crenças e opiniões, à relação entre os interlocutores [...], de acordo com J. V. Santos) é crucial na compreensão e interpretação correta da informação [...] tal [...] como o texto afirma “(…) contexto e [...] os significados são, frequentemente, parte integrante do contexto”. Isto significa que, para percebermos, por exemplo, determinados comportamentos e tradições japonesas ou afegãs temos de ter conhecimento do contexto em que nasceram e que [...] ocorrem. [...]
O modelo semiótico, ao ser composto por signos é intencional, ou seja, a intencionalidade torna-se fundamental na definição do que é comunicação.
*2 – No exemplo referido no texto, não saberemos qual é a reação-retorno- de recetor da carta, o que constitui uma condicionante do modelo.
Assim sendo, o modelo linear enfrenta diferentes entraves: a capacidade interpretativa (não sabemos se aquilo que comunicamos é interpretado como desejamos pelo nosso interlocutor), a multiplicidade dos meios [...] (não está apenas em conta a comunicação verbal, também há que ter em atenção a comunicação não verbal), a ainda a questão de a mensagem chegar [...] ou não intacta, devido, por exemplo, ao ruído.
*3 – como é afirmado no texto “comunicar tem mais a ver com uma sincronia interativa.”