Benjamin Lee Whorf, em conjunto com Edward Sapir, formulou uma hipótese no âmbito da língua e mundividência. A hipótese de Sapir-Whorf engloba ambas as perspetivas relativista e determinista, a segunda defendida por Whorf.
Enquanto a perspetiva relativista defende que, apesar de nenhuma língua ter a mesma [...] perspetiva sobre o mundo, é possível compreender a de outras adjacentes à nossa “língua-mãe” ao aprendê-la, ligando-a à cultura por trás. O [...] determinismo linguístico, por sua vez, como defendido por Whorf, dita que a língua codifica permanentemente os seus falantes no que toca os seus valores, ideologias, relações e uso da própria língua: esta, sendo património cultural, representa a sociedade em que se fala e, naturalmente, [...] conhecimentos comuns, valores, ideologias e hierarquias dentro dela. Desta forma, uma língua que não a em que fomos criados torna-se demasiado complexa, repleta de nuances e conotações sócio-históricas fora do nosso alcance. [...] Whorf argumenta que conceitos exclusivos a uma língua apenas poderão ser alcançáveis dentro da comunidade dos seus falantes.
No entanto, levantam-se refutações a esta posição. Assumindo que são devidamente explicados numa língua compreensível ao recetor, um falante de outra língua pode explicar-lhe o significado de uma palavra [...] que lhe é exclusiva; [...] por exemplo, “Kusage” é um termo usado em japonês para designar um videojogo horrivelmente desenvolvido [...]- existe na língua devido ao uso popular entre a comunidade de videojogos. É possível reconhecer o seu significado com devida explicação. Por outro lado, há em todos nós sentimentos que não são condicionados pela língua que falamos: [...] não é por não existir uma tradução direta de “saudade” para outras línguas que apenas os portugueses sentem a falta dos que lhe são queridos, entre outros. Por fim, nota-se um radicalismo linguístico nesta perspetiva- leva-se ao extremo a ideia de compreensão e limita-se o potencial humano. Não existir números na língua de tribos amazónas não lhes priva de reconhecerem números, assim como [...] chineses reconhecem tempo apesar de nalgumas variações da sua língua não existir diferenças entre tempos verbais.