Quase toda a minha vida vivi no campo, numa aldeia de três mil habitantes. Quando frecuentava a escola básica, situada na minha aldeia, estava contente. Não me faltava nada. Uns anos depois, quando comecei a frequentar uma escola secundária, situada numa cidade, comecei também a aperceber-me das vantagens e desvantagens de viver na cidade ou e no campo.
Cada dia tinha de levantar-me mais cedo do que os meus companheiros da escola que moravam na cidade para apanhar o único autocarro possível. Não podia sair com os meus amigos por exemplo para o cinema ou para um bar, porque o último autocarro partia às dez da noite. E o comboio, nem pensar. A mesma situação.
Ao começar a estudar na universidade tive de arranjar um apartamento em Brno e assim comecei por fim viver na cidade como sempre queria. Diz-se que o homem nunca é contente com o que tem e eu tenho de d confessar que é verdade. Pelo menos no meu casa caso. Vivendo na cidade posso ir aonde quero e quando quero, tenho maior possibilidade de escolha, não me limitam as distancias, étc. E o problema? Vivendo na cidade também comecei a ter saudades das noites tranquilas sem barulho, das ruas, de viver numa casa grande onde não ouço cada palavra que dizem os meus vizinhos
e podia continuar.
Resolveu tudo isto mediante um compromisso. Durante a semana vivo na cidade e os fins de semana tento de passar fora da cidade sempre quando é possível. Não penso que viver na cidade fosse melhor que viver no campo ou ao contrário. Depende do que a o homem procura. Se sabe que é o que procura, claro.