Sou homem de campo mas com gosto urbano. Pessoalmente tive sorte (se podemos usar esta palavra na contínua polémica sobre o modo de vida nas cidades) de vivir tanto no campo como na cidade, ou digamos zonas urbanas.
Nasci na cidade capital da minha provincia em França, que está no meio da nada, ou seja rodeada de campos e vinhas. É uma óptima oportunidade para quem prefere viver no campo sem outro barulho que o dos pássaros, mas que gosta, a vezes, de ter as atractividades da cidade. Porque o campo pode ser maçador quando se atinge a idade da adolescência, queremos sair, encontrar pessoas, e se queremos fazer uma actividade extra-escolar, temos de ir logo para a cidade. No campo, não se pode fazer nada se desde o começo não pensamos que vamos trabalhar na finca dos pais, fazer as vendimas. Se calhar é por isto que deixei o meu hoje em dia tão querido campo aos 19 anos para mudar de país, mudar de vida e morar numa cidade gigante para mim como Madrid. Tudo era novo para mim, e para o ser ignorante que e ingénuo que era, a cidade proporcionava-me oportunidades de saídas com amigos, visitas culturais, concertos etc. É verdade passei là anos de grandes vantagens de oportunidades, tanto sociais como laborais, pois foi là que encontrei o meu primeiro trabalho ao mesmo que estudiava na universidade mais prestigiosa do país que, como é obvio, não podia ter no meu campo francês.
Até algum dia estar farto de tudo, ter saudades de campo, de poder aproveitar da calma, e saborear da mentalidade mais “família” campo era mais tranqüilo, e melhor para pensar que estamos a viver, e não viver para correr sem pensar. Agora, sempre que posso, volto para a minha terra de vinhas.