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BrBRCVAg0100-29452002000200036

BrBRCVAg0100-29452002000200036

National varietyBr
Country of publicationBR
SchoolLife Sciences
Great areaAgricultural Sciences
ISSN0100-2945
Year2002
Issue0002
Article number00036

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Comportamento vegetativo de seis cultivares de coqueiro-anão (Cocos nucifera L.), em Santo Antônio de Leverger - MT COMPORTAMENTO VEGETATIVO DE SEIS CULTIVARES DE COQUEIRO-ANÃO (Cocos nucifera L.), EM SANTO ANTÔNIO DE LEVERGER ' MT1

INTRODUÇÃO O coqueiro é uma cultura predominantemente cultivada por pequenos produtores, com áreas plantadas que variam de 0,5 a 4,0 ha (Persley, 1992). As perspectivas para a cultura são promissoras, pois mercado potencial muito grande a ser explorado com água de coco. Hoje, a industrialização desta (envazamento) permite o aumento da vida útil do produto, possibilitando, assim, crescimento substancial no consumo (Ribeiro et al., 1999). Em relação à água de coco "in natura", por exemplo, novas alternativas de mercado têm surgido nos últimos anos, contribuindo para aumentar o consumo do produto. Uma delas foi a introdução de máquinas para sua extração, as "Coco Express", com o produto servido diretamente ao consumidor (Saabor et al., 2000).

A produtividade média brasileira ainda é baixa, na ordem de 20 a 30 frutos/ planta/ano (Aragão et al., 1997), e no Estado de Mato Grosso não é diferente, pois estão sendo plantandos genótipos não selecionados, como, também, ocorre manejo inadequado da cultura.

Diversos trabalhos realizados, em várias partes do mundo (Akpan, 1994; Zushun, 1994; Bourdeix et al., 1992), evidenciam a importância da avaliação do grau de adaptabilidade de variedades ou de genótipos de coqueiro às condições edafoclimáticas de um determinado local. Atualmente, grande interesse entre os principais países produtores de coco do mundo, na avaliação e seleção de híbridos, para solucionar seus problemas de produção, com pragas, doenças e de adaptação edafoclimática (Nuce de Lamothe et al., 1991). Nas Filipinas, a escolha de variedades melhor adaptadas às condições edafoclimáticas é uma das principais medidas recomendadas para evitar o decréscimo do rendimento observado nos últimos anos (Aldaba, 1995).

O presente estudo teve como objetivo avaliar o comportamento vegetativo de cultivares de coqueiro-anão, nas condições da região de Santo Antônio de Leverger, Estado de Mato Grosso.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, no município de Santo Antônio de Leverger, Mato Grosso, no período de abril de 1999 a dezembro de 2000. Essa região localiza-se a 15º47'11"S e 56º04'17"W, com 179 m de altitude, apresenta o clima do tipo tropical quente e subúmido. O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Amarelo, eutrófico câmbico, A moderado, textura argilosa, fase Cerrado, relevo plano. Utilizou-se a irrigação por meio de microaspersores, em dois turnos de 3 horas, em dias alternados, com uma vazão de 30 a 35 L.h-1, baseado em avaliações realizadas na área experimental. O pomar recebeu os tratos culturais normalmente recomendados para a cultura (Ferreira et al., 1998). As cultivares utilizadas foram: Anão-Vermelho-da-Malásia (AVM), Anão-Verde-de-Jiqui (AVeJ), Anão-Amarelo-da-Malásia (AAM), Anão-Vermelho-de-Camarões (AVC), Anão-Vermelho- de-Gramame (AVG) e Anão-Amarelo-de-Gramame (AAG), plantadas em espaçamentos de 7,5 m x 7,5 m x 7,5 m em triângulo eqüilátero, no mês de maio de1998 .

A metodologia utilizada na determinação das características selecionadas para este estudo, a cada 28 dias, é descrita a seguir: a) Circunferência do coleto: efetuada a 5 cm do solo, com auxílio de uma fita métrica.

b) Número de folhas vivas número de folhas verdes e adultas com mais de 50% da folha aberta.

c) Número de folhas emitidas: número de folhas com abertura superior a 50%, onde se marcava com fita plástica a última folha emitida, para se evitar futura recontagem. Assim, as folhas emitidas entre duas sucessivas avaliações, eram as existentes entre aquela marcada (exclusive) e a última aberta por ocasião da leitura.

d) Número de folhas mortas: contagem de folhas que apresentavam mais de 50% da área foliar seca.

e) Número de folíolos na folha três: contagem de folíolos da folha 3, ou seja, a terceira folha completamente aberta a partir do ápice para a base da planta.

f) Comprimento da folha três: determinado com auxílio de uma fita métrica.

g) Comprimento do pecíolo da folha três: comprimento entre a inserção da folha três no estipe até o início do folíolo.

h) Comprimento do folíolo na folha três: média de três medidas de folíolos centrais, utilizando-se de uma fita métrica.

O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com seis tratamentos, quatro repetições e 16 plantas por parcela. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Devido à elevada correlação existente entre as variáveis determinadas, e com o objetivo de facilitar a classificação das cultivares, os valores obtidos foram submetidos à análises de componentes principais (Cruz e Regazzi, 1994; Johnson e Wichern, 1998). O agrupamento das cultivares foi baseado no método de Tocher, aplicado nos escores dos componentes principais. Algumas aplicações dos componentes principais na agricultura foram apresentadas por Iezzoni e Pritts (1991), Caradus et al. (1993) e Stewart et al. (1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO A circunferência do coleto de todas as cultivares aumentou ao longo dos meses avaliados. A cultivar AAM apresentou menor desempenho para essa característica (Figura_1). Comparando o valor obtido pelo AVM aos 19 meses após o plantio, que foi de 62 cm, aos 60 cm verificados em coqueiro híbrido (AVMxGPY) por Ferraz et al. (1987), no Estado de Pernambuco, verificou-se crescimento vegetativo satisfatório das cultivares avaliadas nas condições locais, visto que os híbridos apresentam maior crescimento vegetativo que os anões.

O número de folhas vivas (NFV), número de folhas emitidas (NFE) e o número de folhas mortas (NFM) de todas as cultivares não diferiram estatisticamente entre si no período da avaliação (Figura_1). Apenas o NFV não é suficiente para conhecer o potencial da planta para produzir fotoassimilados, sendo necessário conhecer também o número de folíolos na folha 3, o comprimento da folha 3 e o comprimento do folíolo na folha 3, os quais fornecem melhor estimativa da área foliar da planta, de difícil determinação em condições de campo. No mês de junho/00, houve decréscimo dessas características, possivelmente, devido ao déficit hídrico, uma vez que não houve precipitação pluviométrica nesse período, e o sistema de irrigação foi instalado ao final do mesmo, e verificou-se aumento dessas características nas avaliações posteriores. O maior número de folhas vivas aumenta a área fotossintética, ocorrendo maior disponibilidade de fotoassimilados para o crescimento da planta. Quando cultivado sob condições desfavoráveis, como seca ou deficiência nutricional, ocorre redução no número de folhas vivas por planta, devido à diminuição do ritmo de emissão foliar e não pela morte precoce das folhas (Passos, 1998).

Comparando os valores médios obtidos pelo AVeJ, aos 24 meses após o plantio, para o número de folhas vivas e número de folhas mortas que foram de 11 e 1, respectivamente, às nove folhas vivas e uma e meia morta verificados em coqueiro híbrido (AVeJxGBrRN) por Aragão et al. (1997), no Estado de Sergipe, percebe-se um indicativo da aptidão da região para a cocoicultura. Comparando o valor obtido pelo AVM aos 24 meses após o plantio, que foi de uma folha emitida, a uma folha emitida verificado em coqueiro híbrido (AVMxGOA) por Santos et al. (1982).

O número de folíolos na folha 3 (NFoF3), comprimento da folha 3 (CF3) e comprimento dos folíolos na folha 3 (CFoF3) de todas as cultivares avaliadas aumentaram ao longo do período da avaliação (Figura_2). O AAM apresentou menor desempenho para as características de número de folíolos na folha 3 e comprimento da folha 3. Para comprimento dos folíolos na folha 3, houve diferença significativa na avaliação de julho/99. O AAG apresentou menor desempenho nos meses de setembro/99, junho/00, julho/00, agosto/00 e outubro/00 para a característica de comprimento da folha 3. O número de folíolos na folha 3, com 133 cm, comprimento da folha 3, com 193 cm e comprimento dos folíolos, com 87 cm para o AVeJ, aos 25 meses, quando comparados ao AVeJ estudados por Ribeiro (2000), com valores máximos de 144 cm, 120 cm e 43 cm, respectivamente, indicam desempenhos adequados dessas características para as condições da área estudada.

O comprimento do pecíolo na folha 3 (CPF3) apresentou maiores valores na AVG, nos meses de setembro/99, março/00, julho/00 e outubro/00, e o AVeJ nos meses de junho/00, julho/00, agosto/00 e setembro1/00. O comprimento do pecíolo na folha 3, associado aos menores comprimentos da folha 3 e do número de folíolos, verificados nas cultivares anãs, são características importantes no sentido de se permitir melhor arranjo na densidade de plantio e devendo ser largo e curto a fim de suportar o próprio peso da folha, além do peso dos cachos. Comparando o valor obtido pelo AveJ, aos 25 meses após o plantio, que foi de 27 cm, aos 23 cm verificados ao AVeJ por Ribeiro (2000), verifica-se desempenho adequado dessa característica, para as condições da área estudada.

A análise de componentes principais, aplicada na matriz de correlações, permitiu identificar dois componentes principais que foram significativos (Tabela_1), os quais explicam 71,1% da variância total.

O primeiro componente principal basicamente contrasta as características relacionadas com o crescimento da planta e o número de folhas mortas. O segundo componente principal representa o número de folhas emitidas e o comprimento do pecíolo.

A classificação das cultivares avaliadas pode ser observada na Figura_3, detectando-se três grupos: o primeiro grupo formado por AVeJ e AVM, o qual apresentou maior crescimento e menor número de folhas mortas; o segundo grupo formado por AAM, AAG, AVC, o qual apresentou o menor crescimento e maior número de folhas mortas e o terceiro grupo formado por AVG de comportamento intermediário. Bourdeix et al. (1992) utilizaram, também, os componentes principais para a classificação dos genótipos utilizados por eles, identificando quatro grupos.

CONCLUSÕES 1. O AAM apresentou menor circunferência do coleto, menor número de folíolos na folha 3 e menor comprimento da folha 3.

2. Os AVeJ e AVM apresentaram maior crescimento da planta, enquanto o AAM, AAG e AVC apresentaram menor crescimento da planta. O AVG apresentou desempenho intermediário entre os dois grupos.

3. A região de Santo Antônio de Leverger ' MT, apresenta condições climáticas adequadas ao crescimento vegetativo das cultivares avaliadas.


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