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EuPTCVHe2182-51732012000600010

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National varietyEu
Year2012
SourceScielo

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Ginecomastia unilateral por antagonista dos canais de cálcio CARTA À DIRECTORA Ginecomastia unilateral por antagonista dos canais de cálcio Unilateral gynecomastia caused by a calcium-channel blocker Filipe Perneta,* Mónica Caldeira,* António Caldeira Ferreira** *Internos da formação específica de Medicina Interna, Serviço de Medicina Interna, Hospital Central do Funchal **Chefe de Serviço de Medicina Interna, Serviço de Medicina Interna, Hospital Central do Funchal Endereço_para_correspondência | Dirección_para_correspondencia | Correspondence

Exma. Sra. Diretora da Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, A patologia da mama no sexo masculino é uma entidade rara na prática clínica diária, podendo eventualmente requerer uma abordagem exaustiva e invasiva para o seu diagnóstico. O aumento de volume mamário pode ser benigno ou maligno.

As causas de benignidade são múltiplas; porém, a ginecomastia é a entidade nosológica mais frequente. Esta consiste na hiperplasia difusa do estroma e dos ductos, sendo um achado semiológico frequente pois afeta cerca de 1/3 a 2/3 dos homens com idade superior a 40 anos.1 As etiologias mais frequentes são de origem endócrina, farmacológica e idiopática.1,2 A propósito de patologia mamária benigna no homem, os autores gostariam de apresentar o caso de um homem de 64 anos, raça caucasiana, bancário, natural e residente na Madeira. Tinha antecedentes patológicos de hipertensão arterial essencial, dislipidémia e rinite alérgica e encontrava-se medicado com candersartan/hidroclorotiazida 16/12,5 mg id, nifedipina 30 mg em libertação prolongada id, levocetirizina 5 mg id e atorvastatina 20 mg id. Foi seguido em consulta de Medicina Interna por aparecimento progressivo, ao longo de 3 meses, de nódulo mamário à esquerda, doloroso e com 4 cm de diâmetro.

Ao exame objetivo, tratava-se de um nódulo mole, de consistência elástica, não aderente aos planos profundos e doloroso à palpação. Não havia sinais inflamatórios observáveis no tegumento imediatamente superior nem alterações analíticas assinaláveis.

A ultrassonografia mamária evidenciou um nódulo de 4 cm de diâmetro, de contornos regulares, sem calcificações e não aderente aos planos profundos. A mamografia confirmou-o, revelando ginecomastia unilateral assimétrica do tipo nodular. Após revisão de possíveis causas para o problema, optou-se por suspender a terapêutica com nifedipina. Estima-se que 10-25% de casos de ginecomastia tenham origem farmacológica,3 sendo que esta é um efeito adverso raro, porém reconhecido, da terapêutica com nifedipina (descrita em <1% de casos).4 O fármaco foi suspenso, o que resultou na regressão completa do quadro clínico em dois meses.

Os autores relembram a ginecomastia, além de mero problema estético, como entidade a investigar e cujo diagnóstico diferencial se impõe, particularmente pela necessidade de exclusão de malignidade. Com a generalização de terapêutica anti-hipertensora (nomeadamente inibidores da enzima de conversão, antagonistas dos recetores da aldosterona e antagonistas dos canais de cálcio), relembram igualmente a possibilidade de se tratar de efeito adverso farmacológico, solucionável pela modificação de terapêutica.


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