A assistência preventiva do enfermeiro ao trabalhador de enfermagem
REVISÃO
A assistência preventiva do enfermeiro ao trabalhador de enfermagem
Nurse's preventive attendance to the nursing worker
La asistencia preventiva de la enfermera al trabajador de enfermería
Ana Lúcia de Almeida CamposI;Patrícia dos Santos Generoso GutierrezII
IEnfermeira do Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia
IIEnfermeira do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
1. INTRODUÇÃO
Os profissionais de enfermagem, inseridos no grupo de trabalhadores de saúde,
apresentam distúrbios orgânicos ocasionados pelo tipo de atividade que realizam
no seu cotidiano, onde determinadas atividades favorecem o aparecimento de
certas doenças que são características da profissão como: problemas auditivos
causados por aviões, máquinas barulhentas, entre outros equipamentos cujos
ruídos estão acima dos limites; fibrose causada pela inalação constante de pó
de minério; reações alérgicas e comprometimento do fígado e rins causados pela
exposição à solventes industriais; defeitos congênitos provocados pela
exposição à radiação em usinas nucleares; estresse e úlcera que podem ser
gerados por tensão e assédio sexual; exaustão por calor, cãibras musculares e
derrame cerebral podem ser ocasionados pelas altas temperaturas presentes nas
indústrias siderúrgicas; muitos órgãos podem ficar comprometidos pela exposição
constante à pesticidas utilizados nas lavouras; tensão nos olhos podem ocorrer
em profissionais que ficam muito tempo concentrados no computador, além de
sofrer lesões por esforço repetitivo da digitação(1).
Os trabalhadores de enfermagem apresentam alguns problemas de saúde inerentes à
função que desempenham em suas atividades diárias. Em função desta
peculiaridade vários trabalhos são voltados aos riscos ocupacionais dos
trabalhadores de enfermagem no meio hospitalar.
O objeto deste estudo é a atuação do enfermeiro na assistência preventiva aos
profissionais de enfermagem. E diante desta problematização, questionamos em
que contexto aparece nos discursos dos enfermeiros (as) o interesse pela
assistência preventiva dos profissionais de enfermagem? Quais as ações
preventivas recomendadas pelos enfermeiros (as) aos profissionais de
enfermagem?
Para elucidar tais questões, traçamos os seguintes objetivos: identificar nos
discursos dos enfermeiros (as) as ações preventivas recomendadas aos
profissionais de enfermagem pelos enfermeiros e comparar as ações preventivas
recomendadas pelos enfermeiros aos profissionais de enfermagem comparando-as
com as Normas Regulamentadoras (NRs).
A importância teórica deste estudo se traduz em função do número de
profissionais de enfermagem que adoecem no exercício de suas atividades no
ambiente de trabalho. Esse adoecimento pode estar relacionado tanto a fatores
orgânicos quanto psicológicos, além disso alguns riscos e penosidades que
acometem o trabalho do profissional de enfermagem ainda não têm a devida
atenção preventiva, ocasionando lesões para o trabalhador, ou seja, doenças
profissionais:"que são aquelas que ocorrem em conseqüência ao exercício do
trabalho, provocando ou que possam vir a provocar lesões ou perturbações
funcionais ou orgânicas. A doença profissional é entendida pois, como a que é
produzida ou desencadeada pelo exercício laboral peculiar a determinada
atividade, decorrente do desenvolvimento normal desta atividade"(2).
No trabalho diário dos profissionais de enfermagem, os riscos estão mais
presentes em materiais perfurocortantes, tais como: agulhas, tesouras,
bisturis, pinças e escalpes, assim como a exposição à radioatividade(3).
Pudemos avaliar no decorrer deste levantamento bibliográfico que cada atividade
desempenhada pelos profissionais pode de certa forma interferir na sua saúde,
mas o principal enfoque que queremos dar em nossa pesquisa é a atuação dos
enfermeiros (as) em ações preventivas frente às doenças que acometem os
profissionais de enfermagem.
2. METODOLOGIA
A temática do presente estudo surgiu da experiência que temos em nossa prática
profissional onde pudemos observar o absenteísmo dos profissionais de
enfermagem decorrentes de doenças relacionadas ao trabalho, o que nos despertou
o interesse em nos aprofundar no papel do enfermeiro nas ações preventivas
relacionadas à saúde do trabalhador de enfermagem em sua trajetória
profissional.
Para responder nossas inquietações adotamos a pesquisa de caráter qualitativo
fundamentada na abordagem histórica-social. Após aceitarmos o desafio de
construir um estudo desta natureza, o primeiro passo foi buscar bibliografias
sobre o tema, o que nos ajudou na definição do objeto e dos objetivos do
estudo, o segundo passo foi a busca dos discursos dos enfermeiros (as) acerca
da temática em fontes primárias.
As fontes primárias selecionadas são artigos publicados na Revista Brasileira
de Enfermagem (REBEn), por ser este o mais antigo periódico de enfermagem no
Brasil.
Durante o processo de seleção das fontes primárias e de levantamento
bibliográfico foi possível delimitar o recorte temporal de 1976 a 2003. O
recorte inicial de 1976 foi escolhido por ser o ano da primeira publicação da
área intitulada:Pesquisas em Enfermagem Fadiga e Aspectos Ergonômicos no
Trabalho de Enfermagem, de autoria de Maria Yvone Chaves Mauro e colaboradores,
na Revista Brasileira de Enfermagem.
O recorte terminal de 2003 foi escolhido por ser o ano da última publicação na
REBEn sobre o assunto até o término do período de coleta de dados definido para
a realização deste artigo que foi o mês de março de 2004.
As fontes secundárias correspondem aos artigos da Revista Brasileira de
Enfermagem, periódicos, livros, dissertações e teses referentes às ações
preventivas de enfermeiros (as) à saúde dos trabalhadores de enfermagem.
Para a análise das fontes primárias extraímos dos discursos das enfermeiras
(os) o que se recomendava em relação à assistência preventiva à saúde dos
trabalhadores de enfermagem. Para análise das fontes, seguimos os seguintes
passos: ordenação dos dados - abrange os depoimentos dos sujeitos do estudo e
os documentos escritos. Releitura do material e organização dos achados em
determinada ordem, o que já supõe um início de classificação; classificação dos
dados - compreende a leitura exaustiva dos achados, prolongando uma relação
interrogativa com eles. Nesta etapa, apreende-se as estruturas de relevância
dos atores sociais, as idéias centrais que tentam transmitir e os momentos-
chave de sua existência sobre o tema em foco, organizando-os em torno de
categorias; análise final - compreende o movimento incessante entre os achados
e o referencial teórico da pesquisa, apontando para a hipótese teórica e os
objetivos do estudo(4).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ações preventivas em saúde do trabalhador propostas por enfermeiros
Em seu artigo Mauro et al(5) interessaram-se pelo estudo das condições de
trabalho de seu grupo profissional, principalmente no que se relaciona à
fadiga. Após a realização da pesquisa sobre as condições de trabalho dos
enfermeiros as autoras recomendaram a difusão entre os enfermeiros o estudo de
aspectos ergonômicos e de higiene e segurança do trabalho, o que visaria a
própria proteção, bem como a recomendação às autoridades competentes estudo
para a adaptação da legislação vigente no que tange os trabalhos de enfermagem,
e ao meio em que ele se desenvolve, quais sejam: Hospitais, Casa de Saúde
Particular, Indústrias, Saúde Pública, etc.
As autoras Costa e Deus(6) levantam os riscos ocupacionais presentes em uma
UTI, expõem estratégias que podem ser utilizadas para tornar o ambiente menos
insalubre. Entre elas: temperatura em torno de 21ºC ou 20ºC e 23º C, a fim de
não interferir nas funções normais do corpo humano; a higiene das mãos deve ser
realizada com solução detergente anti-séptica; a coleta do lixo deve ser feita
em recipiente próprio; utensílios como comadres, bacias, devem ser de uso
individual e desinfectados com solução apropriada. Outra sugestão é a
realização de treinamentos para a equipe de enfermagem, visando novos hábitos
através de novos conhecimentos.
Os riscos ocupacionais não estão somente no paciente da UTI e sim no próprio
ambiente e também naqueles que prestam assistência aos pacientes. É necessário
que se lute por um ambiente menos agressivo e com melhores condições de
trabalho.
Pontes(7) destaca o trabalho noturno como prejudicial à saúde do trabalhador,
onde o ritmo circadiano sofre alteração, causando distúrbios do sono e da
vigília.
Este fato leva a dificuldades em realizar tarefas, tendo-se de despender
esforços físicos e psíquicos elevados, podendo levar ao surgimento de doenças.
A autora através da fala de enfermeiros que trabalham no período noturno
detectou que as condições de trabalho são críticas, desgastantes, cansativas,
enfim prejudicial à saúde. Sua recomendação recai no repouso legalizado durante
o turno de trabalho, que na prática ocorre, porém de forma não oficial.
As autoras Souza e Vianna(8) levantam a relação entre acidentes de trabalho e o
não uso de precauções universais.
A preconização de precauções universais se dá através do uso barreiras, tais
como: luvas à realização de procedimentos invasivos, com presença de sangue e
fluidos orgânicos, mucosa ou pele lesionada e materiais contaminados; máscaras
e óculos protetores em procedimentos em que houver gotículas de sangue ou outro
fluido orgânico que atinjam mucosas; aventais; lavagem das mãos imediata sempre
que houver contato com sangue, fluidos orgânicos, incluindo a retirada das
luvas; não reencapar agulhas; desprezar materiais perfurocortantes em
recipientes adequados.
Segundo Brevidelli et al(9) em seus discursos surgem a preocupação com a saúde
dos profissionais de enfermagem, mais especificamente na rede hospitalar.
De acordo com o referido artigo, o risco de se adquirir uma infecção no
ambiente de trabalho, representando um risco ocupacional, suscita a
implementação de ações ou medidas preventivas, que segundo os autores com o
objetivo de aumentar a segurança do profissional de saúde, principalmente após
o surgimento do vírus da imunodeficiência humana (HIV), sendo implementadas as
precauções universais.
As recomendações feitas para prevenir exposições e aquisição ocupacional de
infecção consistem em: uso de barreiras ou equipamentos de proteção que evitam
o contato com fluidos potencialmente infectados, FPI: sêmen, secreções
vaginais, líquor, líquido sinovial, pleural, pericárdico, peritoneal, amniótico
ou fluidos visivelmente contaminados por sangue, manipulação cuidadosa de
agulhas e objetos cortantes(9).
A preocupação dos autores com o uso de precauções universais por profissionais
de enfermagem é sempre atual, uma vez que mesmo com treinamentos e palestras, a
mudança nos hábitos dos profissionais em seu meio de trabalho é lenta, sendo
necessário um trabalho constante partindo do conhecimento do próprio
profissional acerca das precauções universais e sua importância para a saúde do
trabalhador.
Os autores Robazzi e Marziale(10) apresentam algumas considerações sobre a
situação em que se encontram os trabalhadores brasileiros de enfermagem
ressaltando os riscos ocupacionais e os acidentes de trabalho que estes sofrem
bem como o adoecimento desses profissionais que muitas vezes não é atribuído
aos problemas e as questões decorrentes de sua atividade laboral.
Os autores ressaltam que a conscientização dos trabalhadores acerca dos riscos
relacionados à sua ocupação é importante para que seja por estes reivindicadas
melhores condições de trabalho.
Os autores abordam como penosidade os rodízios de escalas de turnos noturnos e
diurnos, os finais de semana e feriados, as duplas ou triplas jornadas em
função do baixo salário, o envolvimento com as dores alheias e a desvalorização
de seu trabalho e para reverter esse quadro deve-se mudar o modo de atuar, que
não seja ingênuo e dócil, mas consciente de que para prestar assistência aos
clientes é necessário melhores condições de trabalho e remuneração digna.
Sarquis e Felli(11) analisaram os acidentes de trabalho ocorridos com
trabalhadores de enfermagem em um hospital público, sendo significativa a
freqüência de acidentes com instrumentos perfurocortantes, o que acaba por
expor estes profissionais aos riscos biológicos e graves doenças.
O interesse por acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes em
profissionais de saúde evidenciou-se com a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS). Para Cole (1996) apud Sarquis e Felli (2000) a transmissão do
HIV em trabalhadores de saúde associa-se principalmente aos acidentes com
perfurocortantes. Deste modo com o aumento da possibilidade de exposição aos
riscos enfatiza-se a incorporação da prática das precauções padrão (avental,
luvas, óculos, máscaras, gorros, e botas) como barreira de transmissão, o que
nem sempre é adotado nas instituições(11).
Takeda, Robazzi e Lavrador(12) trabalham com o adoecimento ocupacional por
tuberculose dos profissionais de enfermagem que atendem pacientes tuberculosos,
considerando portanto o risco ocupacional dos trabalhadores de enfermagem, por
estes permanecerem 24 horas prestando assistência aos doentes.
Os autores consideram também as longas jornadas de trabalho, as condições
insalubres do local de trabalho, a baixa remuneração e conseqüentemente o duplo
emprego que ocasiona pouco intervalo para descanso e para as refeições,
estresse, sobrecarga de trabalho, ou seja são diversos riscos no ambiente
nosocomial que estes trabalhadores submetem-se como pontuado por Steagall-Gomes
1986 apud Takeda et al(12).
Além disso, a demora para a confirmação da doença por ocasião da internação dos
pacientes, assim como o não esclarecimento do diagnóstico médico, favorece a
exposição dos trabalhadores de enfermagem ao bacilo de Koch.
Bulhões e Kusano apud Takeda et al(12) acreditam que enquanto o diagnóstico
médico não está aclarado possibilita que os profissionais de enfermagem
negligenciem as medidas de proteção.
Os autores constataram que quatro trabalhadores de enfermagem no período de
1992-1995 adquiriram tuberculose comprovadamente pela perícia em decorrência do
seu trabalho, ou seja, houve nexo causal entre o trabalho e a doença
desenvolvida, sendo três destes auxiliares de enfermagem e uma atendente de
enfermagem.
Os autores destacam o ambiente de trabalho como um meio insalubre e
estressante, onde os trabalhadores são responsáveis por pacientes graves, à
beira da morte, com problemas físicos, mentais, e sociais lidando assim com a
dor, o sofrimento ou a morte propriamente dita, além disso, expõem-se aos
produtos químicos (desinfetantes, esterilizantes, medicamentos, agentes físicos
e biológicos).
Como vimos os riscos são inúmeros, mas em relação à tuberculose uma pesquisa
mostrou que os enfermeiros tinham 500 vezes mais probabilidade de que o público
em geral a desenvolver tuberculose, e soma-se a isto ainda o fato dos pacientes
com tuberculose permanecerem internados em enfermaria comum, sem o adequado
isolamento.
Este estudo considerou a tuberculose como sendo uma enfermidade que confere um
risco ocupacional para os trabalhadores de enfermagem hospitalar.
Marziale(13) em seu estudo procurou identificar os acidentes de trabalho que
ocasionaram injúrias percutâneas entre trabalhadores de enfermagem de dois
hospitais de São Paulo. Ocorreram injúrias percutâneas em 394 trabalhadores,
sendo notificados 277 acidentes. Para a autora a notificação é importante para
que se planeje estratégias preventivas, e também é um recurso que assegura ao
trabalhador o direito de receber avaliação médica especializada e benefícios
trabalhistas. A autora conclui também a necessidade de implementar programas
educativos junto a disponibilização de material de segurança, adequação da
organização do trabalho.
Observamos que a preocupação dos autores vai ao encontro com o que se preconiza
na NR-17 a respeito da Ergonomia, a qual permite a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Assim como a
NR-24 que trata das condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
(14).Salientamos a NR-15 que dispõe sobre atividades e operações insalubres
abordando aspectos como agentes químicos e biológicos(14).
Observamos também que alguns princípios da NR-06, que trata de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) são destacados e recomendados pelos enfermeiros aos
trabalhadores de enfermagem(14).
Os autores sugeriram treinamento, que estaria de acordo com o Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) abordada na NR - 7, cujo objetivo
é de promover e preservar a saúde do conjunto de seus trabalhadores, contudo
não aborda aspectos como rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à
saúde, assim como a realização obrigatória dos exames médicos: admissional,
periódica, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional(14).
Percebemos que os autores não mencionaram ações preventivas de acidentes como é
abordado na NR 5 através da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes),
a qual promove o desenvolver de ações de prevenção de acidentes decorrentes do
ambiente e instalações de uso coletivo que conta com a participação tanto do
empregador quanto dos empregados(14).
4. CONCLUSÃO
A partir do levantamento bibliográfico realizado percebemos com esta revisão
histórica, compreendida entre 1976-2003, ou seja, vinte e sete anos, ainda há
muito que se avançar, pois os profissionais de enfermagem continuam adoecendo,
o que é uma contradição, na medida em que estes trabalhadores contribuem para
preservar a vida e a saúde do homem, mas ainda não conseguiram resolver os
problemas relativos a sua própria proteção.
Ao longo desta pesquisa e através da análise dos artigos da Reben, fontes
primárias, constatamos a sempre presente preocupação dos enfermeiros com a
saúde do trabalhador de enfermagem, empenhando-se em criar ações preventivas de
riscos ocupacionais provenientes do ambiente de trabalho e do tipo de
atividades exercidas, contudo não contemplaram o trabalhador em sua totalidade,
uma vez que as ações preventivas não incluíram a sua família e a comunidade que
está inserido.
É através da fala do trabalhador que os Enfermeiros do Trabalho podem
identificar problemas no ambiente de trabalho, partindo em primeiro lugar da
avaliação do nível de trabalho, de satisfação, aceitação e adaptação de cada
trabalhador em relação às atividades que exercem, cabendo ao profissional
avaliar deficiências, e planejar meios de solucionar os problemas
identificados, adequando o ambiente de trabalho ao trabalhador, reduzindo os
fatores nocivos à sua saúde.
Atualmente, a Enfermagem do Trabalho não centraliza suas ações no modelo
assistencial, mas vem investindo em um modelo preventivo, em que o trabalhador
é visto como um todo, onde o foco na saúde tem uma dimensão coletiva com
atenção constante e ativa, com enfoque nas relações interpessoais e na
humanização da atenção à saúde.
Portanto, reconhecemos a necessidade de buscar condições de trabalho e respaldo
legal que garantam a qualidade não só da assistência aos pacientes, mas também
de vida dos profissionais que atuam no setor saúde, ainda mais na lógica atual
de trabalho em que os Direitos Trabalhistas outrora adquiridos vem sendo
deixados em segundo plano, pois há uma desregulamentação dos Direitos do
Trabalho traduzida através da flexibilização das Leis do Trabalho a fim de se
adequar ao mercado capitalista, uma vez que a taxa de lucro está atrelada a
taxa de exploração de trabalho.
E assim vamos vendo anos de luta e conquista se esvaindo em processos de
terceirização, flexibilização, cooperativização entre outros. Dentro desta
perspectiva acreditamos que a Enfermagem do Trabalho tem dupla tarefa, não só a
de buscar melhores condições de trabalho como também pela não desregulamentação
do Direito do Trabalho.