Terapêutica com Bomba Infusora de Insulina
O tratamento com Bomba Infusora de Insulina (BII) é a opção terapêutica que
permite alcançar todos os objectivos actuais do tratamento da criança e
adolescente com Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1): normoglicemia, número reduzido
de hipoglicemias, prevenir ou retardar o aparecimento de complicações
degenerativas e melhorar a qualidade de vida.(1)A BII é o método mais
fisiológico de administração da insulina, uma vez que imita o seu padrão de
secreção basal e prandial pelo pâncreas e permite maior flexibilidade e precisão
na administração de insulina do que as múltiplas administrações de insulina com
caneta (MAI).(2)
As novas gerações de BII podem ser programadas para cálculo da dose de insulina
a administrar de acordo com os hidratos de carbono e o factor de sensibilidade
à insulina. Possuem vários tipos de bólus que se adequam aos diferentes
conteúdos de alimentos das refeições.
O perfil basal variável, adequado a cada criança ou adolescente, com a
possibilidade de pequenos incrementos de insulina (0,025-0,05 U/Hora) permite
estabilidade glicémica e redução das hipoglicemias, principalmente nocturnas.
(3)
Segundo os consensus da European Society for Paediatric Endocrinology, da
Lawson Wilkins Pediatric Endocrine Society e da International Society for
Pediatric and Adolescent Diabetes, endossada pela American Diabetes Association
and European Association for the Studyof Diabetes, todas as crianças e
adolescentes com DM 1 são potenciais candidatos para o tratamento com BII e
não há idade limite o para o iniciar. É necessária uma equipa multidisciplinar
de diabetes com experiência neste tipo de tratamento, acessível durante 24
horas por dia, educação terapêutica e suporte familiar adequado.(2)
Vários estudos clínicos publicados mostraram que a terapêutica com BII é
segura e efectiva no tratamento da criança e adolescente com DM1, diminuindo a
A1c, com concomitante redução do número de episódios de hipoglicemia, sem
aumento significativo de peso e com aumento da satisfação com o tratamento em
todas as idades pediátricas.(1,4,5)
A oportunidade do tratamento com BII deve ser disponibilizada ao maior número
possível de crianças e adolescentes, de forma a reduzir o risco de complicações
degenerativas da DM1.(4)