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EuPTCVHe1646-21222014000100006

EuPTCVHe1646-21222014000100006

variedadeEu
ano2014
fonteScielo

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Estudo retrospetivo de lesões tumorais do punho e mão

INTRODUÇÃO Os tumores da mão e do punho representam um motivo frequente de consulta da sub-especialidade. A maioria destas lesões é benigna1.

A radiografia é suficiente para o diagnóstico da maioria dos tumores ósseos, especialmente os de representação mais frequente.

Nos tumores de tecidos moles recorre-se em primeiro lugar à ecografia para a ajuda no diagnóstico. A cintigrafia é um exame sensível, com o aumento da sua captação nas áreas afectadas pela lesão bem como a detecção de metástases. No entanto é inespecífico...

A TAC e a RMN são utilizadas em situações específicas para diagnóstico e orientação do tratamento cirúrgico. A RMN, nas sequências de T1, T2 e STIR, é útil e de grande sensibilidade no diagnóstico diferencial de necrose avasculares,fraturas ocultas ou trabeculares2.

O tratamento cirúrgico está preconizado nas situações de alteração funcional ou de agressão e invasão das estruturas adjacentes ou após o diagnóstico inicial.

OBJECTIVOS Este trabalho teve como objectivo o estudo retrospectivo dos tumores do punho e mão operados pela Unidade de Cirurgia da Mão. Também quisemos comparar os resultados obtidos com os da literatura que é escassa e não apresenta seguimento a longo prazo o que dificulta a orientação terapêutica.

MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo retrospectivo realizado a partir dos diagnósticos de uma base de dados da Unidade no período de 2000 a 2009. Foram excluídos quistos sinoviais, bossas cárpicas e tofos gotosos por decisão dos autores.

Nos processos consultados foram analisados os seguintes parâmetros:

* sexo; * idade; * diagnóstico; * benignidade/ malignidade; * Primário/secundário; * origem (óssea, cutânea , vascular, nervoso); * localização; * clínica; * tipo de cirurgia; * evolução.

A maioria dos diagnósticos foi confirmada por exame anatomo-patológico.

RESULTADOS Analisando especificamente cada um dos tipos de tumores (Tabela_1): nos casos de tumores de tecidos moles o diagnóstico pré-operatório é difícil de estabelecer. A ecografia e mais recentemente a RMN permitem-nos apenas conhecer a exacta localização e dimensões. Em muitos casos mesmo após a visualização intra-operatória da lesão não se consegue estabelecer o diagnóstico com segurança, tendo que se aguardar o resultado do exame anatomo-patológico2.

(Tabelas_2 e 3, Figuras_1 e 2 e Tabela_4).

Figura_1

O tratamento dos tumores de tecidos moles foi na sua maioria a excisão completa. Em dois quistos mucóides foi necessário recorrer a retalho cutâneo.

(Figura_3, Tabelas_5 e 6, Figuras_4e 5, Tabela_7, Figuras_6 e 7 e Tabela_8).

Figura_4

Figura_6

Figura_7

EVOLUÇÃO Dos tumores de tecidos moles que recidivaram, 3 curaram após re-operação (2 glómicos e 1 histiocitoma) (Tabela_9). Actualmente encontram-se sob vigilância 1 condromatose, 1 schwanoma e 1 tumor desmóide. Um caso de quisto mucóide abandonou o estudo.

Dos tumores ósseos que recidivaram, 2 curaram após re-operação (1 quisto ósseo aneurismático e 1 condroma periostal) (Tabela_10). Actualmente encontram-se sob vigilância 1 condrometaplasia sinovial e 1 lesão de Nora.

DISCUSSÃO A prevalência de tumores de tecidos moles é superior à dos ósseos (55,4% - 44,6%) Dos tumores de tecidos moles, o mais frequente foi o xantoma/ tumor de células gigantes tenossinoviais (27,8%). Dos tumores ósseos o mais frequente foi o encondroma (55,2%).

A frequência das lesões malignas foi de 1,5% de todos os tumores e 3,5% dos tumores ósseos Tal como noutros trabalhos trata-se de uma lesão osteolítica da falange do dedo,secundária a um tumor pulmonar (osteofílico).

Apenas registámos um caso de tumor cutâneo-queratose actínica hiperqueratótica.

No entanto a realidade é muito superior, pois é na pele que a incidência de lesões malignas da mão é mais elevada (1 em cada 5 casos)!

CONCLUSÕES Os resultados encontrados são semelhantes aos descritos na literatura1-6. Os trabalhos existentes sobre tumores da mão são escassos, especialmente em relação aos mais raros, e na maioria dos casos não apresentam um seguimento a longo prazo que permita estabelecer uma orientação de tratamento2.

Devida à raridade dos tumores malignos, um especialista, na sua prática clínica, acaba por ter experiência limitada. Se a este facto se juntar um quadro clínico inicial pouco específico, será o suficiente para explicar a elevada percentagem de erros no seu diagnóstico numa fase inicial1.


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