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coraudis_01
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ID | enunciado |
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Parte 1 |
J 00.00 |
Ora, (.) está aberta a audiência no processo NÚMERO, em que é arguida NOME APELIDO > se li bem > e:: vem acusado de um crime de condução sem habilitação legal, previsto e punido, plo crime > pelo artigo terceiro, um, do Decreto-Lei dois / 0noventa e oito, três do um, conjugado com os cento e vinte e um e cento e vinte e dois do > ambos do Código da Estrada. (..) {folhear páginas} Quanto às exposições introdutórias:: ↑ > antes de ir às exposições introdutórias, eh:: convém dizer que, uma vez qu’ a arguida (.) {folhear páginas} que está notificada não se encontra presente (.) , não se considerando a sua presença essencial para a descoberta da verdade desde o início da audiência, {vozes} (..) vai proceder-se à realização da mesma, estando (presente) no trezentos e trinta e três, um e dois, Código de Processo Penal. Agora sim, exposições introdutórias do Ministério Público. |
MP 00.54 |
Prescindo. |
J 00.54 |
Defesa também3? |
DA1 00.54 |
0Prescindo, também sotor. |
J 00.56 |
Que venha, então, a primeira testemunha! |
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{ruídos} |
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{folhear páginas} |
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{ruídos} |
OJ 01.18 |
Aqui nesta cadeira. (( )) de pé! |
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{ruídos} |
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Parte 2 |
J 00.00 |
Está? (..) Nome completo, por favor! |
T1 00.03 |
NOME APELIDO. |
X 00.15 |
{anotações do juiz} |
J 00.20 |
É agente da PSP. |
T1 00.22 |
00 | Sim | 0 / 0 |
J 00.22 |
0Foi interveniente nesta ocorrência? |
T1 00.23 |
Sim, sim. |
J 00.24 |
Na fiscalização da mesma e jura por sua honra dizer toda a verdade e só a verdade. Não tem qualquer interesse nesta causa, como é evidente! eh:: E já sabe! Que tem que dizer a verdade sob pena de > eh:: (( )) . Faz favor de se sentar! E vai responder às perguntas da sotora procuradora adjunta! |
X 00.40 |
(..) |
MP 00.44 |
eh:: Oi > portanto, é o senhor:: NOME. (.) O senhor foi o autuante > o:: > o > agente da PSP que foi autuante6 / 0 |
T1 00.51 |
0Sim. |
MP 00.51 |
0 \ nesta situação? Tem presente o teor do auto de notícia::? |
T1 00.55 |
Sim, sim. = |
MP 00.55 |
= Recorde-se eh:: > eh:: recorda-se da data dos factos::? |
T1 00.58 |
Quanto:: a factos (( )) não. Isso é, daqui a pouco, há quatro anos! Aqui na RUA, durante uma operação de fiscalização. (.) eh:: Fiscalizei o ciclomotor que era conduzido, na altura, por uma:: / 0 |
MP 01.08 |
Há quartosic anos, talvez não! Ainda, não é? |
T1 01.11 |
Pois, cator > dois mil e catorze! Foi em dois mil 0e catorze! / 0 |
MP 01.12 |
0Dois mil e catorze. Sim. {folhear páginas} |
T1 01.15 |
0 \ eh:: Portanto, > Perdão! Três anos! Foi em dois mil e catorze, em agosto. (.) eh:: E ao fiscalizar a > o:: o ciclomotor, conduzido {ruídos} pela:: a:: «menina» > não deixa de ser menina, não é? E, ptanto, ela disse-me que não:: > de momento não > não se fazia:: acompanhar da carta > da > de condução, que:: > neste caso uma licença > que a teria na residência. (.) Vindo-se mais tarde a apurar, porque ela:: compareceu na esquadra de trânsito em virtude do > no momento (( )) é passado um aviso para apresentação do documento em falta, e ela compareceu a apresentar a:: > a dizer que não po > que não era titular de qualquer documento que a habilitasse a conduzir. |
MP 01.49 |
Portanto, o senhor, como ela não era titular de:: > de carta de condução, passou-lhe um aviso 0de / 0 |
T1 01.55 |
0Um aviso // |
MP 01.55 |
0 \ de apresentação de documentos? |
T1 01.56 |
Sim. Pa no prazo de oito dias apresentar o documento em falta. (.) O que não viria a fazer 0(depois) / 0 |
MP 02.00 |
0Mas ela disse-lhe, então, que t > que o tinha em casa? |
T1 02.03 |
Que o possuía na residência. |
MP 02.04 |
E depois acabou por admitir perante o senhor esse:: > que afinal1 / 0 |
T1 02.07 |
0Não. |
MP 02.07 |
0 \ não tinha:: / 0 |
T1 02.08 |
Não foi perante mim, porque ela foi apresentar isso, depois, a um serviço, qu’ é o serviço interno. Não foi comigo, não fui eu com 0o:: / 0 |
MP 02.12 |
0Não foi consigo. Tá bem! Olhe, senhor:: eh:: agente! O senhor agente procedeu à identificação da:: > desta cidadã NACIONALIDADE, é? |
T1 02.21 |
Sim, para a ouvir 0 (( )) / 0 |
MP 02.22 |
0Foi o senhor que > e > e pôde observar o bilhete de identidade e ou a eh:: > o título de residência qu’ ela > qu’ ela tinha? (.) Com ela? (.) Portanto, conferiu os elementos identificativos2 / 0 |
T1 02.21 |
0Sim, con > conferi os dados. Agora, efetivamente > eh:: atendendo ao > ao lapso de tempo decorrido, não sei que documento é que ela me exibiu na altura. Se se 0 (( )) / 0 |
MP 02.39 |
0Aqui, o senhor tem título de residência / 0 |
T1 02.41 |
0 | Sim | 0 |
MP 02.41 |
0 \ tem um título de residência. Certamente que foi com base nisso / 0 |
T1 02.44 |
0 | Com certeza | 0 |
MP 02.44 |
0 \ mas tera > também de acordo com a pessoa que tinha à frente, não é? Que 0conferiu? |
T1 02.47 |
0Sim, sim, sim. |
MP 02.48 |
E o senhor diz que é uma menina, portanto, tá-se a referir > aqui tá como tendo 0nascido em DATA! |
T1 02.52 |
0Certo! (.) DATA, sim. |
MP 02.56 |
Ela disse-lhe qual era a profissão dela? |
T1 02.58 |
Estudava (( )) > de momento estava cá a estudar, em Portugal. |
MP 03.01 |
Sim ↑ (..) Olhe! E diga-me uma coisa! E ela conduzia o quê? |
T1 03.07 |
Um ciclomotor. |
MP 03.09 |
Um ciclomotor. Portanto, neste caso, teria:: > teria que apresentar eh:: |
T1 03.14 |
Uma licença. |
MP 03.14 |
Uma licença5. |
T1 03.15 |
0No mínimo uma licença! |
MP 03.16 |
Pois! Poderia ter carta de condução que incluísse. |
T1 03.19 |
Que a habilitava:: → |
MP 03.20 |
Exato! (...) 0.8 {ruídos} Olhe! E o senhor depois fez:: eh:: > deteve esta senhora? Não1 / 0 |
T1 03.31 |
0Não, não, não. |
MP 03.32 |
0 \ porque > não porque não foi em flagrante e ainda pensava qu’ ela efetivamente tinha a carta de condução ↑ |
T1 03.38 |
Pois, eh:: 0é o / 0 |
MP 03.38 |
0Não é? |
T1 03.38 |
0 \ procedimento normal. Ela > no caso, a senhora diz que a possuía e que nós também, como uma vez qu’ ela não é de nacionalidade portuguesa, não tínhamos meios de confirmar, se efetivamente era puíssid > eh:: titular ou não / 0 |
MP 03.47 |
0 | Pois | 0 |
T1 03.47 |
0 \ do documento. |
MP 03.48 |
Podia, ela, ter uma carta de condução eh:: até da > da > eh:: da:: / 0 |
T1 03.51 |
Emitida 0pelo país / 0 |
MP 03.52 |
00 \ da PAÍS. |
T1 03.52 |
0 \ de origem. Exatamente! |
MP 03.52 |
Que tivesse reconhecimento aqui, em Portugal, não é? |
T1 03.55 |
Sim. (.) {tosse do juiz} Não foi detida na altura e isso foi > a posteriori é que ela foi constituída arguida 0no:: / 0 |
MP 04.00 |
0Sim, sim. |
T1 04.00 |
0 \ momento em que foi declarado que num:: > não era titular. |
X 04.02 |
(.) |
MP 04.04 |
Olhe, só uma questão. eh:: O senhor:: recorda-se de quem era a:: > o ciclomotor? Ela já estaria aqui há muito tempo ou não? Em Portugal? |
T1 04.13 |
Pá! Não faço ideia. (( )) Não faço ideia se:: > se era:: a proprietária, se não. |
MP 04.19 |
Sim. {folhear páginas} (...) 0.11 Não pretendo mais nada. |
J 04.32 |
Defesa, alguma coisa? |
DA1 04.34 |
O senhor > Com a devida vénia! Só um pequeno esclarecimento. Ó senhor agente > o:: > a > a menina, quando o:: > o senhor um > um > um > fez a > eh:: efetuou a fiscalização, disse-lhe qu’ era estudante, mas deu alguma justificação pa estar a conduzir a mota (.) ou a motorizada? Aquilo era uma acelera? |
T1 04.48 |
Era! Era um ciclomotor. |
DA1 04.49 |
Daquelas de:: / 0 |
T1 04.50 |
Creio qu’ era uma W > uma WS. |
DA1 04.51 |
Uma acelera, não é? (..) |
T1 04.54 |
Não::. Ela apenas me {riso} > o qu’ eu tenho presente é que ela me disse que estudava cá em Portugal. Foram o motivo dela vir na:: > eh:: foi às «quatro» e:: quarenta e cinco, creio, a:: (.) fiscalização. (..) Não sei (já) eh:: dizer ao sotor:: motivo pelo qual ela vinha a conduzir nessa altura. |
DA1 05.08 |
Certo. Olhe! E > ela não referiu. E eles f > fizeram também al > algum controlo de despiste do consumo d’ álcool? |
MP 05.15 |
Não. |
T1 05.16 |
Não lhe sei precisar porque, efetivamente, nós (( )) por noite, por norma, na > não quer dizer qu’ a todos os condutores tenhamos de fazer. Quando não há indícios, por norma, nem fazemos! |
DA1 05.23 |
É? (.) Aquilo era mesmo só pa saber se tinha carta? |
T1 05.26 |
NÃO! |
DA1 05.26 |
Mandaram-na 0parar para / 0 |
T1 05.27 |
0 (( )) parar! Fiscalizamos tudo! É óbvio, se a pessoa apresentar indícios que:: > que está condicionado pelo álcool, acabamos por fazer um teste, mas:: / 0 |
J 05.34 |
Sotor, ela é NACIONALIDADE mas não havia indícios de BEBIDA ALCOÓLICA! |
DA1 05.38 |
Pois::! Ó sotor! {riso} (Agora) {riso} > Não vou > Não vou alegar já, mas vai que a menina tava a trabalhar? Tava a trabalhar e não tinha autocarro e por isso é que andava 0com / 0 |
J 05.45 |
00 | Claro | 0 |
DA1 05.46 |
0 \ a motoreta do avô. (.) Era realmente estudante. (.) Foi em agosto. E:: é só por isso! Ela pode-me ter dito > realmente aqui está a dizer estudante e:: eu estava lá quando ela disse qu’ era estudante, > qu’ era a verdade, não é? (Mas) pronto! Mas podia-lhe ter explicado porque é que estava a conduzir a MOTORIZADA! Porque não tinha autocarro. Só às sete da manhã é que tinha autocarro. {ruídos} E ela sabia realmente que não tinha carta, (.) mas pensava que:: > que a de biciclete dava. (..) |
DA1 06.09 |
Sim senhora! Ó sotor não desejo mais nada (..) sobre (isto). |
X 06.11 |
(.) |
J 06.13 |
Confirma o auto de notícia por si subscrito, certo? |
T1 06.16 |
Sim, sim. |
J 06.16 |
Muito obrigado! Pode sentar lá atrás! |
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{ruídos} |
J 06.20 |
Tem a palavra o Ministério Público pa alegações! |
MP 06.22 |
Peço jus // |
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Parte 3 |
DA1 00.00 |
Sotor, eu (.) peço justiça! Não sem antes {riso} cumprimentar vossas excelências, o (( )) e os mais presentes. Tendo em atenção qu’ esta:: > esta NACIONALIDADE (.) , efetivamente, era uma menina estudante > que tava a viver com os avós (.) ali na LOCALIDADE1. E:: > e por dificuldades económicas, tava a aproveitar as férias para trabalhar. E tava a trabalhar ali num:: > num restaurantezinho na LOCALIDADE2 eh:: > qu’ agora até tá fechado porque aquilo terá falido > que era uma espécie de TAPAS, ali na RUA, e:: > e a senhora entrava às:: seis ou sete da tarde e saía por volta das quatro da manhã. (( )) E não tinha eh:: autocarro. E por isso é que andava na motoretazeca do:: > do avô, qu’ era uma acelera. eh:: Intencionava tirar a carta logo que tivesse dinheiro, segundo ela me:: > me > houve uma altura que me contou. Não tinha a carta, porque não tinha dinheiro pa tirar! A tal licença (( )) . {ruídos} eh:: «Depois», encontrei a senhora efetivamente lá eh:: a ser > lá:: a servir nesse restaurantezito e depois voltei a encontrá-la no RESTAURANTE (.) , ali na LOCALIDADE3, «também» a servir à mesa. E isto (.) em dois mil e catorze > dois mil e quinze. Desde essa altura, «nunca mais» pus os olhos em tal criatura (.) , infelizmente, só me faz gastar dinheiro em registos pra (( )) {riso} . E depois, a sotora não > não sendo o caso, pedir clemência (.) pra jovem «menina» (.) que foi apanhada sem carta. Peço a vossa excelência que faça justiça! |
X 01.16 |
(.) |
J 01.17 |
Então solicite-se lá:: o atual relatório! Que vai ser eh:: > vai ser negativo, mas:: (.) eh:: > e::, pra leitura da sentença, designa-se o dia dezasseis de «março», às dezasseis e cinco. |
X 01.27 |
{anotações} (...) 0.10 |
J 01.38 |
Está encerrada a audiência! (.) Bom dia e obrigado! |
X 01.42 |
{ruídos} |