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coraudis_02

Instituição Tribunal da Comarca de Coimbra
Ano 2017
Tipo de crime Falsificação
Data 2017-03-01

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Edição





ID enunciado

Parte 1
J
00.00
(( )) à falta injustificada da arguida regularmente notificada, (..) {ruídos} (..) {ruídos} previsto no disposto no artigo cento e dezasseis, número um do Código Processo Penal, condeno a mesma na multa processual de duas Unidades de Conta e meia. Não se afigurando indispensável a presença da arguida desde o início da {ruídos} audiência, a mesma (.) realizar-se-á na sua ausência {ruídos} , sendo a mesma representada pela respetiva e ilustre defensora, artigo trezentos e trinta e três, número dois, do Código de Processo Penal. (..) {ruídos} Vamos, então, prosseguir com a produção de prova eh:: > prova testemunhal a produzir.

Parte 2
J
00.00
(( )) vamos > vamos avançar, então. (..) {ruídos} (( )) {ruídos} (..) Ora NOMEAPELIDO. {ruídos} (..) {ruídos} (..) Ora muito bom dia!
T1
00.32
Bom dia!
J
00.33
O senhor importa-se de dizer o seu nome completo se faz favor?
T1
00.35
NOME APELIDO.
J
00.37
{sussurros do juiz} {anotações do juiz} (..) O seu estado civil::?
T1
00.41
Solteiro.
J
00.43
E a sua profissão::?
T1
00.45
Estudante.
J
00.45
Estudante de
T1
00.47
Turismo.
J
00.48
«Turismo» E onde mora o senhor::?
T1
00.51
LOCALIDADE1.
J
00.52
A Rua, número de porta...
T1
00.53
RUA / 0
J
00.55
0 | hum-hum | 0
T1
00.56
0 \ NÚMERO, ANDAR.
J
00.57
LOCALIDADE1. Olhe! O senhor conhece a aqui arguida NOME APELIDO?
T1
01.04
Não.
J
01.04
Não conhece. O senhor é ofendido neste processo
T1
01.07
Sim.
J
01.07
É isso? (.) Acha que isso, d’ algum modo, o pode impedir de dizer a verdade?
T1
01.11
Não!
J
01.11
O sor sabe que a isso está obrigado, sabe que incorre2 / 0
T1
01.13
0Sim.
J
01.13
0 \ em responsabilidade criminal se faltar a esse dever. Por isso lhe pergunto se jura por sua honra dizer toda a verdade e só a verdade?
T1
01.19
Sim.
J
01.20
Pode sentar-se, então, responder à senhora procuradora adjunta! Faça favor, sotora!

(..) {ruídos}
MP
01.26
(( )) senhor juiz. Muito bom dia «senhor» NOME APELIDO! eh:: Eu queria que nos contasse assim de uma forma (.) rápida, mas o essencial, como é qu’ isto começou::, com’ é que se desenvolveu e com’ é que terminou. Se tá lesado, se não está... {ruídos}
T1
01.42
0 eh:: / 0
MP
01.42
0Faz favor.
T1
01.43
0 \ Começou com um anúncio do:: > {ruídos} dos > dos referidos bilhetes no SITE
MP
01.49
E os:: > portanto, sa > ainda se recorda da data?
T1
01.52
Eia! > Da dat > da data já não.
MP
01.54
Pronto! Mas é o que está:: eh:: ali na documentação?
T1
01.57
Sim. =
MP
01.57
= Não sabe se foi (.) em dois mil e quinze / 0
T1
02.00
0Sei! / 0
MP
02.00
0 (( )) / 0
T1
02.00
0 \ Foi em dois mil e > foi em dois mil e:: dezasseis. N > Não! Dois mil e quinze! Sim! Dois mil e quinze, sim! Peço desculpa! Dois mil e quinze!
MP
02.08
Portanto, colocou
T1
02.11
eh:: Fo o:: > o anúncio no SITE,depois houve o:: contacto > a conversa / 0
MP
02.16
eh:: eh:: A conta era de quem?
T1
02.17
eh:: A conta na > n’ altura era da m > da:: > da minha namorada.
MP
02.21
Com’ é que se chama?
T1
02.21
NOME APELIDO.
MP
02.23
Muito bem! Para venda de dois bilhetes, é isso?
T1
02.25
Sim.
MP
02.26
(( )) pro preço de quanto?
T1
02.28
Cento e noventa.
MP
02.29
QUANTO?
T1
02.30
Cento e noventa.
MP
02.30
Cento e noventa3 / 0
T1
02.31
0Qu’ era o:: preço //
MP
02.32
E então?
T1
02.33
Então, houve eh:: > houve o contacto com:: > com a senhora (.) , a conversa.
MP
02.39
Ptanto, houve alguém que leu este anúncio / 0
T1
02.41
0 | Sim | 0
MP
02.41
0 \ e contactou foi1?
T1
02.42
0Sim! Sim.
MP
02.43
Com’ é que o contactou?
T1
02.44
Através de:: > do:: > do serviço de mencha- > de mensagens do SITE.
MP
02.50
Muito bem! eh:: eh:: Ela identificou-se, disse o nome, não? =
T1
02.54
= Só o nome.
MP
02.55
Que nome é que disse? (.) Já não se recorda =
T1
02.59
= S > Não me lembro, na altura eh:: > isso :: > tá tudo documentado.
MP
03.03
Muito bem. (.) E:: {ruídos} contactou 0e o senhor:: / 0
T1
03.06
0Contac > 0Contactámos > con- / 0
MP
03.07
00 \ fez negócio.
T1
03.08
0 \ conversámos eh:: , falámos sobre eh:: a venda (.) dos bilhetes. Depois a troca, eu enviari > enviaria os bilhetes e:: recebi > rec > teria o dinheiro. (.) Pronto! Enviei os bilhetes e não recebi o dinheiro.
MP
03.22
0 | hum-hum | 0
X
03.23
(..)

{folhear páginas}
MP
03.26
Já agora eh:: esta senhora contactou através de um perfil, não é? De:: > de:: / 0
T1
03.30
Sim, sim. São os perfis do > do SITE no:: //
MP
03.33
Muito bem! (.) E então o senhor ficou de lhe > e ela deu-lhe a morada?
T1
03.37
Deu. Uma > uma morada de:: altura de LOCALIDADE2. Se não me engano.
MP
03.43
0 | hum-hum | 0 (.) Disse-lhe pa pôr:: o nome de > de quem, como destinatário?
T1
03.50
Na altura lembro-me qu’ era da filha, mas também não me lembro do nome. Que fazia anos eh:: > enviar a carta > os bilhetes por carta > por correio > carta registada em nome da filha, porque:: era ela que:: > qu’ ia levantar. (.) Na altura também achei um bocado estranho, mas (.) como já tinha o suposto comprovativo de pagamento, (.) enviei-lhe à confiança.
MP
04.10
Ptanto, o destinatário foi o que > o qu’ o senhor que colocou? Uma 1, é isso ou (( )) ? / 0
T1
04.15
0Sim. Sim, sim, sim, sim.
MP
04.17
E então? {pigarreio}
T1
04.20
Remeti > enviei os bilhetes e:: (.) > e não recebi nada. (.) Pelos bilhetes. (.) O que era suposto.
X
04.28
(..)
MP
04.31
Mas ele > ele > ela não lhe enviou o comprovativo 0 (( )) / 0
T1
04.34
0Enviou-me um comprovativo que depois vim:: > vim a saber que não:: (.) > que não era verdadeiro.
MP
04.39
(()) o comprovativo de que tinha feito a transferência, é isso1? / 0
T1
04.42
0Sim. Exatamente!
MP
04.43
E o senhor::, depois, eh:: (.) onde é que apurou que esta transferência não tinha sido efetuada 0 (( )) / 0
T1
04.50
0Liguei > liguei para o meu banco a saber se:: > se tava alguma transação pendente ou não, disseram-me que não e assim que me disseram que não, levei (.) todos os documentos e o caso pa > pa PJ.À Polícia Judiciária.
MP
05.03
O senhor tentou contactar? A > a pessoa / 0
T1
05.06
Tentei. 0sim / 0
MP
05.06
0 (( )) / 0
T1
05.08
0 \ fui tentando contactar durante a semana. Sempre a mandar mensagens, sempre a tentar:: saber d’ alguma coisa. Se já p > se já tinha sido feita a transferência. Houve uma mensagem a dizer que não tinha visto nenhuma mensagem das anteriores, mas depois dessa também não respondeu mais nem contactou mais.
X
05.23
(..)
MP
05.26
Mas os bilhetes chegaram ao destino?
T1
05.27
Os bilhetes chegaram ao destino, sim.
MP
05.29
Chegaram ao destino. E o senhor ainda está:: > ainda3 está / 0
T1
05.31
0Sim.
MP
05.32
0 \ sem:: receber os cento e noventa euros?
T1
05.34
Sim.
MP
05.36
Muito bem.
X
05.37
(..)
MP
05.40
Não quero mais nada, meritíssimo juiz. {pigarreio}
J
05.42
Sotora?
DA1
05.43
Não::, não quero fazer qualquer pergunta.
X
05.45
(...) 1.08 {folhear páginas}

{ruídos}
J
06.53
{para o OJ} Olhe, ó NOME! Faça-me o favor. {ruídos} {folhear páginas} (..) > (..) de mostrar aí à (( )) (.) > folhas treze (( )) .
X
07.09
(..)
T1
07.12
Sim. (.) Foi isto memo que recebi!
J
07.14
Isso é o quê?
T1
07.15
Isto era o:: suposto comprovativo {ruídos} de pagamento.
J
07.18
0 | hum-hum | 0
T1
07.19
Dos bilhetes.
X
07.20
(..)
J
07.23
Olhe! Já agora, (.) por:: (.) > por curiosidade e até entender aqui um bocadinho {folhear páginas} a > a psicologia das coisasic. Porque é que não aguardou que a:: > que a transferência fosse efetivamente {folhear páginas} creditada na sua conta?
T1
07.41
eh:: Foi porque de > na conversa que > que tive com > com a senhora, disse-me que precisava dos bilhetes até uma certa data (.) e:: então eu::, até receber o comprovativo, não lhe enviaria os bilhetes. Ou seja, pra ela receber os bilhetes na > eh:: na data que queria, eu precisava de pelo menos do comprovativo. E foi o qu’ a > qu’ a senhora fez! Enviou-me o comprovativo, esse comprovativo que aí está, e eu eh:: , então, enviei-lhe os bilhetes.
J
08.08
Sim senhor! (.) Muito bem! Terminou o seu depoimento. O senhor pode sentar-se lá atrás, tá bem? Muito bom dia!

Parte 3
J
00.01
Ora muito bom dia! Consegue (ouvir-me)? {ruídos} {inquirição por videoconferência}
T2
00.05
Bom dia!
J
00.06
Consegue ouvir-me?
T2
00.08
Consigo.
J
00.09
Sim senhor! Diga-me, então, o seu nome completo, se faz favor.
T2
00.12
NOME APELIDO.

{anotações do juiz}
J
00.20
O seu estado civil::?
T2
00.22
Casado.
J
00.23
E a sua profissão::?
T2
00.25
Neste momento tou desempregado.
J
00.27
O que fazia::?
T2
00.29
Era carteiro.
J
00.30
«Carteir-» {sussurros do juiz} > E onde mora o senhor::?
T2
00.34
Na RUA, NÚMERO.
J
00.36
0 | Sim | 0
T2
00.36
A local > A co- > A localidade é LOCALIDADE3. CÓDIGO POSTAL.
J
00.45
«3». O sor conhece a aqui arguida, a senhora NOME APELIDO?
T2
00.52
Sim, sim. Identifiquei-a na altura em que fui chamado à PJ de LOCALIDADE2.
J
00.55
S > Só nessa circunstância é que conheceu esta senhora ou já conhecia d’ outras circunstâncias?
T2
01.00
Já a conhecia na circunstância profissional.
J
01.03
Sim senhor! E porquê?
T2
01.07
E porque lhe entregava:: i > imensas eh:: encomendas. (..) Como entrego {riso} > como é normal o carteiro entregar encomendas4 / 0
J
01.15
0Sim s- > , tá > tá bem 0mas eh:: / 0
T2
01.17
00 \ em vários (( )) / 0
J
01.17
0 \ E / 0
T2
01.17
0 | Sim | 0
J
01.18
0 \ {riso} Isso é > é p- > é > é > compreendo essa normalidade. Agora, eh:: eh:: também eh::
T2
01.23
0 | Pois | 0
J
01.24
Passa plo conhecimento e nu- > numa zona onde haverá «muita» gente. Não sei se será o caso, (.) mas LOCALIDADE4 não será assim 0tão:: / 0
T2
01.31
00 | Sim | 0
J
01.31
0 \ tão pouco populoso6 / 0
T2
01.33
00 | Sim | 0
J
01.33
00 \ quanto isso. eh:: / 0
T2
01.35
Não, mas 0(()) / 0
J
01.36
0 (( )) por exemplo, não conheço > eu não conheço o carteiro que me leva as cartas :: eh:: {riso} em minha casa. Não faço a mínima ideia quem fez 0ou / 0
T2
01.42
0 (( )) é verdade!0 (( )) / 0
J
01.43
00 \ quem seja 0o senhor por isso / 0
T2
01.44
0 (( )) também > eu antes de ser carteiro também nem olhava ao carteiro. Agora, realmente, {riso} reconheço o qu’ é qu’ é o carteiro. Agora1 / 0
J
01.51
0 eh:: / 0
T2
01.51
00 \ (( )) sou sincero! (( )) Uma zona realmente de prédios > é uma zona de prédios / 0
J
01.55
Mas 0 (( )) {ruídos} / 0
T2
01.55
00 \ eh:: tem m > tem mui > eh:: a densidade populacional é 0 (( )) / 0
J
01.56
0 (( )) a sua (( )) ou o facto de lhe entregar > e entregava-lhe pessoalmente essas encomendas? É isso?
T2
02.04
Sim, pessoalmente. Sim, 0sim / 0
J
02.05
0Sim senhora2! //
T2
02.05
00 \ (São) encomendas que 0têm que ser entregues em mão.
J
02.07
0Porque muitas vezes as pessoas não estão em casa e vão, depois, levantar > aos > aos correios. / 0
T2
02.12
0 | Exatamente | 0
J
02.12
00 \ (( )) não (( )) o carteiro donde > de on- > de onde também a minha pergunta. Muito bem! Não tinha nenhuma relação especial de amizade co’ a senhora?
T2
02.20
Não. Não, não, não. =
J
02.21
= E de inimizade também não? O senhor sabe que está obrigado 0ao dever de verdade / 0
T2
02.24
0Também não.
J
02.24
00 \ que incorre em responsabilidade criminal se faltar a esse dever. Por isso lhe pergunto 0se jura por sua honra / 0
T2
02.28
0 (( )) / 0
J
02.29
00 \ dizer toda a verdade e só a verdade?
T2
02.32
Com certeza! Juro por minha honra dizer toda a verdade.
J
02.34
Muito bem! Vai então responder à senhora procuradora adjunta. Faça favor, sotora!

{ruídos}
MP
02.38
Obrigada, meritíssimo juiz! {ruídos} (..) Senhor:: NOME APELIDO, muito bom dia!
X
02.45
(.)
T2
02.47
Bom dia!
MP
02.48
eh:: portanto, o > o senhor, em julho de dois mil e quinze, exercia as funções de carteiro, é assim?
T2
02.56
Exatamente! (.) Na área em questão.
MP
02.58
Muito bem! eh:: eh:: O seu giro, portanto, incluía (.) a:: > a rua RUA. eh:: eh:: em LOCALIDADE4. É assim?
T2
03.09
Exatamente!
MP
03.10
Muito bem. eh:: (..) O senhor não se recorda de ter entregue o > o > em julho eh:: de dois mil e quinze, à arguida eh:: eh:: eh:: uma encomenda, pois não?
X
03.25
(..)
T2
03.28
eh:: Peço desculpa, eu estou a ouvir com falhas!
MP
03.30
O senhor não recorda de, em julho dois mil e quinze, (.) eh:: eh:: ter ido entregar uma > uma encomenda a esta senhora
T2
03.41
Não, não me recordo. Não me recordo. Eu > eu ia a essa rua TODOS os dias entregar correio, ma nem sempre tinha encomendas para essa rua.
MP
03.50
0 | hum-hum | 0 Era habitual4 / 0
T2
03.51
0Mas não recordo se nessa altura
MP
03.53
Muito bem, mas nós temos aqui, de facto, documentação (.) Eh:: de que lhe terá eh:: eh:: , de facto, entregue uma > uma encomenda
T2
04.02
Sim, sim, sim.
MP
04.02
eh:: s- > o se- > quando 0lhe entre- / 0
T2
04.03
0Entreguei mui > entreguei > eu tenho a noção que entreguei muitas encomendas. Agora as datas não sei!
MP
04.09
0 | hum-hum | 0 E o senhor entregava-lhe assim docum > eh:: as encomendas e:: > e > e > e que:: eh:: {folhear páginas} comprovativo:: é que:: > é que ficava pro seu serviço? Dessa entrega.
X
04.20
(.)
T2
04.22
Peço desculpa!
MP
04.24
Qual era o COMPROVATIVO > / 0
T2
04.24
0Tenho muitas falh > não consigo3 / 0
MP
04.26
00 \ QUAL ERA O COMPROVATIVO DA ENTREGA QUE O SENHOR TRAZIA?
T2
04.29
O comprovativo > nós:: > nós temos > eh:: nós trazemos uma folha onde:: o:: > quem recebe eh:: tem que > tem que assinar. Senão, não podemos entregar!
MP
04.38
E com’ é que o senhor sabe que quem está a assinar é essa pessoa? (.) {pigarreio}
T2
04.43
Depende. S’ a encomenda for ao próprio, eu tenho que pedir o cartão de identificação e tem que ser o próprio a assinar e eu reconheço a assinatura e reconheço que é realmente a pessoa qu’ eu estou a entregar. =
MP
04.56
= 0 | hum-hum | 0
T2
04.56
Se, por acaso, a encomenda for destinada só à morada, eu entrego a quem me abre a porta.
MP
05.03
0 | hum-hum | 0
T2
05.04
E independentemente ser o proprietário da casa, ser eh:: um funcionário da casa é quem abre a porta, é quem entregue a encomenda!
MP
05.11
0 | hum-hum | 0 Olhe! Já agora:: lhe pergunto: eh:: as entregas d’ encomendas eh:: para este endereço eram:: > eram:: muito regulares, eram frequentes
X
05.24
(.)
T2
05.26
Eram:: > eram regulares, sim.
MP
05.28
E sempre pra esta senhora? Pra esta NOME APELIDO?
X
05.32
(.)
T2
05.34
Eh:: Não! Nem sempre para a:: > para a dona NOME APELIDO. Eh:: Também para o:: andar em frente, qu’ era familiares, que julgo ser o cunhado, que também recebia muitas encomendas.
MP
05.46
0 | hum-hum | 0
T2
05.48
E o cu > cunhado já dava instruções se por acaso ele não tivesse em casa, para tocar para o:: outro lado eh:: que alguém ficava com a encomenda.
MP
05.57
0 | hum-hum | 0 (.) Mas essas iam no nome do cunhado?
T2
06.02
Essas iam (em) nome do cunhado. Exatamente! =
MP
06.04
= Mas eu estava / 0
T2
06.06
Mas só co’ a autorização!
MP
06.07
Com certeza! Mas eu / 0
T2
06.08
Mas só co’ a autorização do cunhado é que se poderia entregar, realmente, por ser a família. Pronto! =
MP
06.12
= Mas a pergunta qu’ eu lhe tinha feito é se eram regulares encomendas para eh:: eh:: > em nome desta senhora! Pra este endereço! Pro > po:: 0ANDAR / 0
T2
06.21
0Sim! E > (.) eram regulares, as encomendas. Sim. =
MP
06.24
= Eram regulares?
T2
06.27
Exatamente! No período qu’ eu lá estive.
MP
06.29
Muito obrigada! 0 (( )) / 0
T2
06.30
0Porque nem sempre estamos a fazer o mesmo giro! / 0
MP
06.33
0 \ Muito obrigada2!
T2
06.33
0Normalmente, tamos dois me > dois, três meses num giro, mas depois passamos pa outro e depois voltamos ao mesmo giro. É rotativo!
MP
06.41
Muito bem! Muito obrigada! eh:: eh:: Não quero mais nada!
T2
06.44
De nada! Obrigada!
X
06.45
(...) 0.10
J
06.55
Muito bem! Terminou o seu depoimento, o sor pode ir embora à sua vida! Muito bom dia! {ruídos}
T2
06.58
(( )) Bom dia! Muito obrigado!

Parte 4
MP
00.00
Meritíssimo juiz, eh:: eh:: {ruídos} (.) os meus eh:: respeitosos cumprimentos, como > como à ilustre advogada, ao senhor funcionário e a todos os presentes. Relativamente ao crime de falsificação, {ruídos} eh:: eh:: eh:: temos eh:: efetivamente a prova documental de que eh:: este comprovativo de transferência em causa (.) eh:: não foi emitido pelo BANCO. eh:: Quanto à pessoa que poderia ter:: viciado, obviamente que só poderia ter sido a pessoa que, desde o início, quis enganar o aqui ofendido. Eh:: (.) A encomenda foi entregue:: eh:: a esta NOME, eh:: todos os elementos eh:: eh:: eh:: foram:: indicados > foi desta:: > desta NOME. (.) O senhor carteiro eh:: eh:: conhece-a eh:: eh:: , efetivamente, de:: eh:: eh:: > de forma regular, de lhe entregar:: > de lhe entregar encomendas, o que, eh:: em meu entender::, (.) isso foge efetivamente ao habitual. eh:: Portanto, isto já revela que, efetimente, eh:: eh:: a pessoa em causa eh:: (.) «poderá», efetivamente::, eh:: usar este expediente para (.) obter, eh:: > enganando terceiros, eh:: eh:: o > o:: > o que pretende. Neste caso, os > os bilhetes! (..) {anotações} Ptanto, foi ela que > que recebeu a encomenda. Temos aí > temos aí, efetivamente, a > a:: > a sua assinatura e temos efetimente a sua ausência. De facto, não fosse ela (.) {ruídos} , em meu entender, eh:: teria toda:: > toda a vantagem em estar aqui pa perceber > foi > utilizaram os meus elementos identificativos e > e > e eu quero que isto se esclareça, porque não fui eu > «o que» efetivamente não aconteceu. Peço a vossa excelência a condenação da arguida. JUSTIÇA! {ruídos}
J
01.56
(( )) defensora da arguida!

Parte 5
DA1
00.00
Cumprimentos ao tribunal, meritíssimo juiz, senhora procuradora, demais presentes. Peço que se faça a devida justiça!
X
00.05
(..) {ruídos}

Parte 6
X
00.00
(...) 0.14 {folhear páginas}

{anotações}

{ruídos}

{sussurros do juiz}
J
00.15
Doutora, dezasseis de:: março?
DA1
00.17
Sim.
J
00.18
Pode ser! Catorze e trinta? {anotações do juiz} {folhear páginas} (...) 0.12 A leitura da sentença fica, então, dezasseis de março, às catorze e trinta. {ruídos] Está encerrada a audiência. (( ))