|
coraudis_02
|
ID | enunciado |
---|---|
|
Parte 1 |
J 00.00 |
(( )) à falta injustificada da arguida regularmente notificada, (..) {ruídos} (..) {ruídos} previsto no disposto no artigo cento e dezasseis, número um do Código Processo Penal, condeno a mesma na multa processual de duas Unidades de Conta e meia. Não se afigurando indispensável a presença da arguida desde o início da {ruídos} audiência, a mesma (.) realizar-se-á na sua ausência {ruídos} , sendo a mesma representada pela respetiva e ilustre defensora, artigo trezentos e trinta e três, número dois, do Código de Processo Penal. (..) {ruídos} Vamos, então, prosseguir com a produção de prova eh:: > prova testemunhal a produzir. |
|
Parte 2 |
J 00.00 |
(( )) vamos > vamos avançar, então. (..) {ruídos} (( )) {ruídos} (..) Ora NOMEAPELIDO. {ruídos} (..) {ruídos} (..) Ora muito bom dia! |
T1 00.32 |
Bom dia! |
J 00.33 |
O senhor importa-se de dizer o seu nome completo se faz favor? |
T1 00.35 |
NOME APELIDO. |
J 00.37 |
{sussurros do juiz} {anotações do juiz} (..) O seu estado civil::? |
T1 00.41 |
Solteiro. |
J 00.43 |
E a sua profissão::? |
T1 00.45 |
Estudante. |
J 00.45 |
Estudante de ↑ |
T1 00.47 |
Turismo. |
J 00.48 |
«Turismo» E onde mora o senhor::? |
T1 00.51 |
LOCALIDADE1. |
J 00.52 |
A Rua, número de porta... ↑ |
T1 00.53 |
RUA / 0 |
J 00.55 |
0 | hum-hum | 0 |
T1 00.56 |
0 \ NÚMERO, ANDAR. |
J 00.57 |
LOCALIDADE1. Olhe! O senhor conhece a aqui arguida NOME APELIDO? |
T1 01.04 |
Não. |
J 01.04 |
Não conhece. O senhor é ofendido neste processo ↑ |
T1 01.07 |
Sim. |
J 01.07 |
É isso? (.) Acha que isso, d’ algum modo, o pode impedir de dizer a verdade? |
T1 01.11 |
Não! |
J 01.11 |
O sor sabe que a isso está obrigado, sabe que incorre2 / 0 |
T1 01.13 |
0Sim. |
J 01.13 |
0 \ em responsabilidade criminal se faltar a esse dever. Por isso lhe pergunto se jura por sua honra dizer toda a verdade e só a verdade? |
T1 01.19 |
Sim. |
J 01.20 |
Pode sentar-se, então, responder à senhora procuradora adjunta! Faça favor, sotora! |
|
(..) {ruídos} |
MP 01.26 |
(( )) senhor juiz. Muito bom dia «senhor» NOME APELIDO! eh:: Eu queria que nos contasse assim de uma forma (.) rápida, mas o essencial, como é qu’ isto começou::, com’ é que se desenvolveu e com’ é que terminou. Se tá lesado, se não está... ↑ {ruídos} |
T1 01.42 |
0 eh:: / 0 |
MP 01.42 |
0Faz favor. |
T1 01.43 |
0 \ Começou com um anúncio do:: > {ruídos} dos > dos referidos bilhetes no SITE → |
MP 01.49 |
E os:: > portanto, sa > ainda se recorda da data? |
T1 01.52 |
Eia! > Da dat > da data já não. |
MP 01.54 |
Pronto! Mas é o que está:: eh:: ali na documentação? |
T1 01.57 |
Sim. = |
MP 01.57 |
= Não sabe se foi (.) em dois mil e quinze / 0 |
T1 02.00 |
0Sei! / 0 |
MP 02.00 |
0 (( )) / 0 |
T1 02.00 |
0 \ Foi em dois mil e > foi em dois mil e:: dezasseis. N > Não! Dois mil e quinze! Sim! Dois mil e quinze, sim! Peço desculpa! Dois mil e quinze! |
MP 02.08 |
Portanto, colocou → |
T1 02.11 |
eh:: Fo o:: > o anúncio no SITE,depois houve o:: contacto > a conversa / 0 |
MP 02.16 |
eh:: eh:: A conta era de quem? |
T1 02.17 |
eh:: A conta na > n’ altura era da m > da:: > da minha namorada. |
MP 02.21 |
Com’ é que se chama? |
T1 02.21 |
NOME APELIDO. |
MP 02.23 |
Muito bem! Para venda de dois bilhetes, é isso? |
T1 02.25 |
Sim. |
MP 02.26 |
(( )) pro preço de quanto? |
T1 02.28 |
Cento e noventa. |
MP 02.29 |
QUANTO? |
T1 02.30 |
Cento e noventa. |
MP 02.30 |
Cento e noventa3 / 0 |
T1 02.31 |
0Qu’ era o:: preço // |
MP 02.32 |
E então? |
T1 02.33 |
Então, houve eh:: > houve o contacto com:: > com a senhora (.) , a conversa. |
MP 02.39 |
Ptanto, houve alguém que leu este anúncio / 0 |
T1 02.41 |
0 | Sim | 0 |
MP 02.41 |
0 \ e contactou foi1? |
T1 02.42 |
0Sim! Sim. |
MP 02.43 |
Com’ é que o contactou? |
T1 02.44 |
Através de:: > do:: > do serviço de mencha- > de mensagens do SITE. |
MP 02.50 |
Muito bem! eh:: eh:: Ela identificou-se, disse o nome, não? = |
T1 02.54 |
= Só o nome. |
MP 02.55 |
Que nome é que disse? (.) Já não se recorda = |
T1 02.59 |
= S > Não me lembro, na altura eh:: > isso tá:: > tá tudo documentado. |
MP 03.03 |
Muito bem. (.) E:: {ruídos} contactou 0e o senhor:: / 0 |
T1 03.06 |
0Contac > 0Contactámos > con- / 0 |
MP 03.07 |
00 \ fez negócio. |
T1 03.08 |
0 \ conversámos eh:: , falámos sobre eh:: a venda (.) dos bilhetes. Depois a troca, eu enviari > enviaria os bilhetes e:: recebi > rec > teria o dinheiro. (.) Pronto! Enviei os bilhetes e não recebi o dinheiro. |
MP 03.22 |
0 | hum-hum | 0 |
X 03.23 |
(..) |
|
{folhear páginas} |
MP 03.26 |
Já agora eh:: esta senhora contactou através de um perfil, não é? De:: > de:: / 0 |
T1 03.30 |
Sim, sim. São os perfis do > do SITE no:: // |
MP 03.33 |
Muito bem! (.) E então o senhor ficou de lhe > e ela deu-lhe a morada? |
T1 03.37 |
Deu. Uma > uma morada de:: altura de LOCALIDADE2. Se não me engano. |
MP 03.43 |
0 | hum-hum | 0 (.) Disse-lhe pa pôr:: o nome de > de quem, como destinatário? |
T1 03.50 |
Na altura lembro-me qu’ era da filha, mas também não me lembro do nome. Que fazia anos eh:: > enviar a carta > os bilhetes por carta > por correio > carta registada em nome da filha, porque:: era ela que:: > qu’ ia levantar. (.) Na altura também achei um bocado estranho, mas (.) como já tinha o suposto comprovativo de pagamento, (.) enviei-lhe à confiança. |
MP 04.10 |
Ptanto, o destinatário foi o que > o qu’ o senhor que colocou? Uma 1, é isso ou (( )) ? / 0 |
T1 04.15 |
0Sim. Sim, sim, sim, sim. |
MP 04.17 |
E então? {pigarreio} |
T1 04.20 |
Remeti > enviei os bilhetes e:: (.) > e não recebi nada. (.) Pelos bilhetes. (.) O que era suposto. |
X 04.28 |
(..) |
MP 04.31 |
Mas ele > ele > ela não lhe enviou o comprovativo 0 (( )) / 0 |
T1 04.34 |
0Enviou-me um comprovativo que depois vim:: > vim a saber que não:: (.) > que não era verdadeiro. |
MP 04.39 |
(()) o comprovativo de que tinha feito a transferência, é isso1? / 0 |
T1 04.42 |
0Sim. Exatamente! |
MP 04.43 |
E o senhor::, depois, eh:: (.) onde é que apurou que esta transferência não tinha sido efetuada 0 (( )) / 0 |
T1 04.50 |
0Liguei > liguei para o meu banco a saber se:: > se tava alguma transação pendente ou não, disseram-me que não e assim que me disseram que não, levei (.) todos os documentos e o caso pa > pa PJ.À Polícia Judiciária. |
MP 05.03 |
O senhor tentou contactar? A > a pessoa / 0 |
T1 05.06 |
Tentei. 0sim / 0 |
MP 05.06 |
0 (( )) / 0 |
T1 05.08 |
0 \ fui tentando contactar durante a semana. Sempre a mandar mensagens, sempre a tentar:: saber d’ alguma coisa. Se já p > se já tinha sido feita a transferência. Houve uma mensagem a dizer que não tinha visto nenhuma mensagem das anteriores, mas depois dessa também não respondeu mais nem contactou mais. |
X 05.23 |
(..) |
MP 05.26 |
Mas os bilhetes chegaram ao destino? |
T1 05.27 |
Os bilhetes chegaram ao destino, sim. |
MP 05.29 |
Chegaram ao destino. E o senhor ainda está:: > ainda3 está / 0 |
T1 05.31 |
0Sim. |
MP 05.32 |
0 \ sem:: receber os cento e noventa euros? |
T1 05.34 |
Sim. |
MP 05.36 |
Muito bem. |
X 05.37 |
(..) |
MP 05.40 |
Não quero mais nada, meritíssimo juiz. {pigarreio} |
J 05.42 |
Sotora? |
DA1 05.43 |
Não::, não quero fazer qualquer pergunta. |
X 05.45 |
(...) 1.08 {folhear páginas} |
|
{ruídos} |
J 06.53 |
{para o OJ} Olhe, ó NOME! Faça-me o favor. {ruídos} {folhear páginas} (..) > só (..) de mostrar aí à (( )) (.) > folhas treze (( )) . |
X 07.09 |
(..) |
T1 07.12 |
Sim. (.) Foi isto memo que recebi! |
J 07.14 |
Isso é o quê? |
T1 07.15 |
Isto era o:: suposto comprovativo {ruídos} de pagamento. |
J 07.18 |
0 | hum-hum | 0 |
T1 07.19 |
Dos bilhetes. |
X 07.20 |
(..) |
J 07.23 |
Olhe! Já agora, (.) só por:: (.) > por curiosidade e até entender aqui um bocadinho {folhear páginas} a > a psicologia das coisasic. Porque é que não aguardou que a:: > que a transferência fosse efetivamente {folhear páginas} creditada na sua conta? |
T1 07.41 |
eh:: Foi porque de > na conversa que nó > que tive com > com a senhora, disse-me que precisava dos bilhetes até uma certa data (.) e:: então eu::, até receber o comprovativo, não lhe enviaria os bilhetes. Ou seja, pra ela receber os bilhetes na > eh:: na data que queria, eu precisava de pelo menos do comprovativo. E foi o qu’ a > qu’ a senhora fez! Enviou-me o comprovativo, esse comprovativo que aí está, e eu eh:: , então, enviei-lhe os bilhetes. |
J 08.08 |
Sim senhor! (.) Muito bem! Terminou o seu depoimento. O senhor pode sentar-se lá atrás, tá bem? Muito bom dia! |
|
Parte 3 |
J 00.01 |
Ora muito bom dia! Consegue (ouvir-me)? {ruídos} {inquirição por videoconferência} |
T2 00.05 |
Bom dia! |
J 00.06 |
Consegue ouvir-me? |
T2 00.08 |
Consigo. |
J 00.09 |
Sim senhor! Diga-me, então, o seu nome completo, se faz favor. |
T2 00.12 |
NOME APELIDO. |
|
{anotações do juiz} |
J 00.20 |
O seu estado civil::? |
T2 00.22 |
Casado. |
J 00.23 |
E a sua profissão::? |
T2 00.25 |
Neste momento tou desempregado. |
J 00.27 |
O que fazia::? |
T2 00.29 |
Era carteiro. |
J 00.30 |
«Carteir-» {sussurros do juiz} > E onde mora o senhor::? |
T2 00.34 |
Na RUA, NÚMERO. |
J 00.36 |
0 | Sim | 0 |
T2 00.36 |
A local > A co- > A localidade é LOCALIDADE3. CÓDIGO POSTAL. |
J 00.45 |
«3». O sor conhece a aqui arguida, a senhora NOME APELIDO? |
T2 00.52 |
Sim, sim. Identifiquei-a na altura em que fui chamado à PJ de LOCALIDADE2. |
J 00.55 |
S > Só nessa circunstância é que conheceu esta senhora ou já conhecia d’ outras circunstâncias? |
T2 01.00 |
Já a conhecia na circunstância profissional. |
J 01.03 |
Sim senhor! E porquê? |
T2 01.07 |
E porque lhe entregava:: i > imensas eh:: encomendas. (..) Como entrego {riso} > como é normal o carteiro entregar encomendas4 / 0 |
J 01.15 |
0Sim s- > , tá > tá bem 0mas eh:: / 0 |
T2 01.17 |
00 \ em vários (( )) / 0 |
J 01.17 |
0 \ E / 0 |
T2 01.17 |
0 | Sim | 0 |
J 01.18 |
0 \ {riso} Isso é > é p- > é > é > compreendo essa normalidade. Agora, eh:: eh:: também eh:: → |
T2 01.23 |
0 | Pois | 0 |
J 01.24 |
Passa plo conhecimento e nu- > numa zona onde haverá «muita» gente. Não sei se será o caso, (.) mas LOCALIDADE4 não será assim 0tão:: / 0 |
T2 01.31 |
00 | Sim | 0 |
J 01.31 |
0 \ tão pouco populoso6 / 0 |
T2 01.33 |
00 | Sim | 0 |
J 01.33 |
00 \ quanto isso. eh:: / 0 |
T2 01.35 |
Não, mas 0(()) / 0 |
J 01.36 |
0 (( )) por exemplo, não conheço > eu não conheço o carteiro que me leva as cartas lá:: eh:: {riso} em minha casa. Não faço a mínima ideia quem fez 0ou / 0 |
T2 01.42 |
0 (( )) é verdade!0 (( )) / 0 |
J 01.43 |
00 \ quem seja 0o senhor por isso / 0 |
T2 01.44 |
0 (( )) também > eu antes de ser carteiro também nem olhava ao carteiro. Agora, realmente, {riso} reconheço o qu’ é qu’ é o carteiro. Agora1 / 0 |
J 01.51 |
0 eh:: / 0 |
T2 01.51 |
00 \ (( )) sou sincero! (( )) Uma zona realmente de prédios > é uma zona de prédios / 0 |
J 01.55 |
Mas 0 (( )) {ruídos} / 0 |
T2 01.55 |
00 \ eh:: tem m > tem mui > eh:: a densidade populacional é 0 (( )) / 0 |
J 01.56 |
0 (( )) a sua (( )) ou o facto de lhe entregar > e entregava-lhe pessoalmente essas encomendas? É isso? |
T2 02.04 |
Sim, pessoalmente. Sim, 0sim / 0 |
J 02.05 |
0Sim senhora2! // |
T2 02.05 |
00 \ (São) encomendas que 0têm que ser entregues em mão. |
J 02.07 |
0Porque muitas vezes as pessoas não estão em casa e vão, depois, levantar > aos > aos correios. / 0 |
T2 02.12 |
0 | Exatamente | 0 |
J 02.12 |
00 \ (( )) não (( )) o carteiro donde > de on- > de onde também a minha pergunta. Muito bem! Não tinha nenhuma relação especial de amizade co’ a senhora? |
T2 02.20 |
Não. Não, não, não. = |
J 02.21 |
= E de inimizade também não? O senhor sabe que está obrigado 0ao dever de verdade / 0 |
T2 02.24 |
0Também não. |
J 02.24 |
00 \ que incorre em responsabilidade criminal se faltar a esse dever. Por isso lhe pergunto 0se jura por sua honra / 0 |
T2 02.28 |
0 (( )) / 0 |
J 02.29 |
00 \ dizer toda a verdade e só a verdade? |
T2 02.32 |
Com certeza! Juro por minha honra dizer toda a verdade. |
J 02.34 |
Muito bem! Vai então responder à senhora procuradora adjunta. Faça favor, sotora! |
|
{ruídos} |
MP 02.38 |
Obrigada, meritíssimo juiz! {ruídos} (..) Senhor:: NOME APELIDO, muito bom dia! |
X 02.45 |
(.) |
T2 02.47 |
Bom dia! |
MP 02.48 |
eh:: portanto, o > o senhor, em julho de dois mil e quinze, exercia as funções de carteiro, é assim? |
T2 02.56 |
Exatamente! (.) Na área em questão. |
MP 02.58 |
Muito bem! eh:: eh:: O seu giro, portanto, incluía (.) a:: > a rua RUA. eh:: eh:: em LOCALIDADE4. É assim? |
T2 03.09 |
Exatamente! |
MP 03.10 |
Muito bem. eh:: (..) O senhor não se recorda de ter entregue o > o > em julho eh:: de dois mil e quinze, à arguida eh:: eh:: eh:: uma encomenda, pois não? |
X 03.25 |
(..) |
T2 03.28 |
eh:: Peço desculpa, eu estou a ouvir com falhas! |
MP 03.30 |
O senhor não recorda de, em julho dois mil e quinze, (.) eh:: eh:: ter ido entregar uma > uma encomenda a esta senhora → |
T2 03.41 |
Não, não me recordo. Não me recordo. Eu > eu ia a essa rua TODOS os dias entregar correio, ma nem sempre tinha encomendas para essa rua. |
MP 03.50 |
0 | hum-hum | 0 Era habitual4 / 0 |
T2 03.51 |
0Mas não recordo se nessa altura ↓ |
MP 03.53 |
Muito bem, mas nós temos aqui, de facto, documentação (.) Eh:: de que lhe terá eh:: eh:: , de facto, entregue uma > uma encomenda ↑ |
T2 04.02 |
Sim, sim, sim. |
MP 04.02 |
eh:: s- > o se- > quando 0lhe entre- / 0 |
T2 04.03 |
0Entreguei mui > entreguei > eu tenho a noção que entreguei muitas encomendas. Agora as datas não sei! |
MP 04.09 |
0 | hum-hum | 0 E o senhor entregava-lhe assim docum > eh:: as encomendas e:: > e > e > e que:: eh:: {folhear páginas} comprovativo:: é que:: > é que ficava pro seu serviço? Dessa entrega. |
X 04.20 |
(.) |
T2 04.22 |
Peço desculpa! |
MP 04.24 |
Qual era o COMPROVATIVO > / 0 |
T2 04.24 |
0Tenho muitas falh > não consigo3 / 0 |
MP 04.26 |
00 \ QUAL ERA O COMPROVATIVO DA ENTREGA QUE O SENHOR TRAZIA? |
T2 04.29 |
O comprovativo nó > nós:: > nós temos > eh:: nós trazemos uma folha onde:: o:: > quem recebe eh:: tem que > tem que assinar. Senão, não podemos entregar! |
MP 04.38 |
E com’ é que o senhor sabe que quem está a assinar é essa pessoa? (.) {pigarreio} |
T2 04.43 |
Depende. S’ a encomenda for ao próprio, eu tenho que pedir o cartão de identificação e tem que ser o próprio a assinar e eu reconheço a assinatura e reconheço que é realmente a pessoa qu’ eu estou a entregar. = |
MP 04.56 |
= 0 | hum-hum | 0 |
T2 04.56 |
Se, por acaso, a encomenda for destinada só à morada, eu entrego a quem me abre a porta. |
MP 05.03 |
0 | hum-hum | 0 |
T2 05.04 |
E independentemente ser o proprietário da casa, ser eh:: um funcionário da casa é quem abre a porta, é quem entregue a encomenda! |
MP 05.11 |
0 | hum-hum | 0 Olhe! Já agora:: lhe pergunto: eh:: as entregas d’ encomendas eh:: para este endereço eram:: > eram:: muito regulares, eram frequentes ↑ |
X 05.24 |
(.) |
T2 05.26 |
Eram:: > eram regulares, sim. |
MP 05.28 |
E sempre pra esta senhora? Pra esta NOME APELIDO? |
X 05.32 |
(.) |
T2 05.34 |
Eh:: Não! Nem sempre para a:: > para a dona NOME APELIDO. Eh:: Também para o:: andar em frente, qu’ era familiares, que julgo ser o cunhado, que também recebia muitas encomendas. |
MP 05.46 |
0 | hum-hum | 0 |
T2 05.48 |
E o cu > cunhado já dava instruções se por acaso ele não tivesse em casa, para tocar para o:: outro lado eh:: que alguém ficava com a encomenda. |
MP 05.57 |
0 | hum-hum | 0 (.) Mas essas iam no nome do cunhado? |
T2 06.02 |
Essas iam (em) nome do cunhado. Exatamente! = |
MP 06.04 |
= Mas eu estava / 0 |
T2 06.06 |
Mas só co’ a autorização! |
MP 06.07 |
Com certeza! Mas eu / 0 |
T2 06.08 |
Mas só co’ a autorização do cunhado é que se poderia entregar, realmente, por ser a família. Pronto! = |
MP 06.12 |
= Mas a pergunta qu’ eu lhe tinha feito é se eram regulares encomendas para eh:: eh:: > em nome desta senhora! Pra este endereço! Pro > po:: 0ANDAR / 0 |
T2 06.21 |
0Sim! E > (.) eram regulares, as encomendas. Sim. = |
MP 06.24 |
= Eram regulares? |
T2 06.27 |
Exatamente! No período qu’ eu lá estive. |
MP 06.29 |
Muito obrigada! 0 (( )) / 0 |
T2 06.30 |
0Porque nem sempre estamos a fazer o mesmo giro! / 0 |
MP 06.33 |
0 \ Muito obrigada2! |
T2 06.33 |
0Normalmente, tamos dois me > dois, três meses num giro, mas depois passamos pa outro e depois voltamos ao mesmo giro. É rotativo! |
MP 06.41 |
Muito bem! Muito obrigada! eh:: eh:: Não quero mais nada! |
T2 06.44 |
De nada! Obrigada! |
X 06.45 |
(...) 0.10 |
J 06.55 |
Muito bem! Terminou o seu depoimento, o sor pode ir embora à sua vida! Muito bom dia! {ruídos} |
T2 06.58 |
(( )) Bom dia! Muito obrigado! |
|
Parte 4 |
MP 00.00 |
Meritíssimo juiz, eh:: eh:: {ruídos} (.) os meus eh:: respeitosos cumprimentos, como > como à ilustre advogada, ao senhor funcionário e a todos os presentes. Relativamente ao crime de falsificação, {ruídos} eh:: eh:: eh:: temos eh:: efetivamente a prova documental de que eh:: este comprovativo de transferência em causa (.) eh:: não foi emitido pelo BANCO. eh:: Quanto à pessoa que poderia ter:: viciado, obviamente que só poderia ter sido a pessoa que, desde o início, quis enganar o aqui ofendido. Eh:: (.) A encomenda foi entregue:: eh:: a esta NOME, eh:: todos os elementos eh:: eh:: eh:: foram:: indicados > foi desta:: > desta NOME. (.) O senhor carteiro eh:: eh:: conhece-a eh:: eh:: , efetivamente, de:: eh:: eh:: > de forma regular, de lhe entregar:: > de lhe entregar encomendas, o que, eh:: em meu entender::, (.) isso foge efetivamente ao habitual. eh:: Portanto, isto já revela que, efetimente, eh:: eh:: a pessoa em causa eh:: (.) «poderá», efetivamente::, eh:: usar este expediente para (.) obter, eh:: > enganando terceiros, eh:: eh:: o > o:: > o que pretende. Neste caso, os > os bilhetes! (..) {anotações} Ptanto, foi ela que > que recebeu a encomenda. Temos aí > temos aí, efetivamente, a > a:: > a sua assinatura e temos efetimente a sua ausência. De facto, não fosse ela (.) {ruídos} , em meu entender, eh:: teria toda:: > toda a vantagem em estar aqui pa perceber > foi > utilizaram os meus elementos identificativos e > e > e eu quero que isto se esclareça, porque não fui eu > «o que» efetivamente não aconteceu. Peço a vossa excelência a condenação da arguida. JUSTIÇA! {ruídos} |
J 01.56 |
(( )) defensora da arguida! |
|
Parte 5 |
DA1 00.00 |
Cumprimentos ao tribunal, meritíssimo juiz, senhora procuradora, demais presentes. Peço que se faça a devida justiça! |
X 00.05 |
(..) {ruídos} |
|
Parte 6 |
X 00.00 |
(...) 0.14 {folhear páginas} |
|
{anotações} |
|
{ruídos} |
|
{sussurros do juiz} |
J 00.15 |
Doutora, dezasseis de:: março? |
DA1 00.17 |
Sim. |
J 00.18 |
Pode ser! Catorze e trinta? {anotações do juiz} {folhear páginas} (...) 0.12 A leitura da sentença fica, então, dezasseis de março, às catorze e trinta. {ruídos] Está encerrada a audiência. (( )) |