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coraudis_04
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ID | enunciado |
---|---|
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Parte 1 |
OJ? 00.01 |
Doutor, já está! |
|
{ruídos} |
J 00.05 |
Portanto, o > o arguido está notificado, não é? |
OJ? 00.07 |
Está notificado. |
J 00.10 |
Faça constar aqui nas > Faça constar / 0 |
OJ? 00.12 |
(( )) |
J 00.13 |
Faça constar a condenação dele, a final / 0 |
OJ 00.17 |
Duas UCs? |
J 00.18 |
Sim, por falta injustificada (..) E:: (.) uma vez que não se considera a presença do mesmo absolutamente indispensável para a descoberta da verdade material desde o início da audiência nos termos do {folhear páginas} trezentos e trinta e três, um e dois, do Código de Processo Penal, vai proceder-se ao seu «início». (..) Quanto às exposições introdutórias. Ministério Público? = |
MP 00.40 |
= Prescindo. |
J 00.41 |
A defesa? |
X 00.42 |
(.) {folhear páginas} |
DA1 00.44 |
eh:: / 0 |
J 00.44 |
Exposições introdutórias, só! |
DA1 00.45 |
eh:: 0Prescindo. |
J 00.47 |
0Prescinde. (.) «Ora» passamos, então, (.) à primeira testemunha arrolada na acusação. O nome completo, por favor! = |
T1 00.56 |
= NOME APELIDO. |
X 00.57 |
(..) {folhear páginas} |
J 01.01 |
Que é:: «ao mesmo tempo» {folhear páginas} autora cível. (...) 0.7 {folhear páginas} (( )) duzentos e um. (..) {folhear páginas} Exatamente! eh:: Nessa qualidade de autora cível, não {pigarreio} (.) presta juramento, mas tá obrigada ao dever de verdade. Portanto, se faltar à verdade, comete um crime de falsas declarações. 0Faz favor de / 0 |
T1 01.28 |
00 | Ok | 0 |
J 01.28 |
0 \ se sentar! (.) Vai responder às perguntas da sotora procuradora adjunta! |
T1 01.32 |
0 | Ok | 0 |
X 00.33 |
(..) |
MP 01.36 |
Com a devida vénia! Então, a dona NOME APELIDO eh:: {ruídos} > eu perguntava-lhe: a senhora eh:: tem presente a razão pela qual {ruídos} formulou queixa relativamente ao arguido? |
X 00.47 |
(.) |
T1 01.49 |
Fui vítima de burla. |
MP 01.51 |
Então, diga o qu’ é que:: > o qu’ é que se passou. Com’ é que a senhora contratou? O qu’ é que se passou? Em que data é qu’ isto:: se passou? |
T1 01.58 |
Olhe! Então, como se passou? Como habitualmente, em anos anteriores, antes da época de férias, eh:: procurei uma casa para:: eh:: passar com a:: minha família. eh:: Travei alguns eh:: e-mails «COM» n > não sei com quem! Com o e-mail que é eh:: > supostamente, era uma:: {ruídos} > feminino. Não sei se era:: 0a mesma pessoa / 0 |
MP 02.20 |
0Mas pôs > pôs em que:: > em algum site da internet, 0ou algum anúncio? |
T1 02.24 |
0SIM. Sim, sim! Foi no SI > no SIT > eu pus um anúncio procuro casa tal, tal, porque aí / 0 |
MP 02.29 |
Em que site pôs1? |
T1 02.29 |
00 \ porqu > Ah! Eu penso que foi no SITE1. No SITE1, sim. |
MP 02.32 |
No SITE12. |
T1 02.33 |
0PENSO QUE SIM! 0Olhe, isso já foi há / 0 |
MP 02.34 |
0E a senhora tem presente em qu’ altura de:: > do ano foi eh:: e:: o ano propriamente dito? O mês e 0o ano. |
T1 02.40 |
0Ora bem, eu (.) «penso que» terá sido em dois mil e catorze. Dois mil e treze, dois mil e catorze! Exatamente! No verão de dois mil e catorze. |
MP 02.47 |
Sim. |
T1 02.47 |
Eu não vinha preparada para:: eh:: > ou seja / 0 |
J 02.51 |
Agosto? |
T1 02.51 |
0 \ isto passou / 0 |
J 02.52 |
Agosto? |
T1 02.52 |
«Agosto», sim. {riso} Antes do mês d’ agosto, na altura das férias. E penso que foi no ano de dois mil e catorze:: eh:: devido a uma data3 que me marcou / 0 |
MP 02.58 |
0E teria sido já em agosto que fez essa > essa1 // |
T1 03.01 |
0EU PENSO QUE SIM! Foi em cima da hora! / 0 |
MP 03.02 |
0 | Sim | 0 |
T1 03.02 |
0 \ Porque foi:: > mud > houve uma mudança de planos e então foi mesmo assim em cima da hora, daí eu ter posto eu o anúncio procuro casa tal, tal!. Recebi uma resposta: Tenho sim, casa. / 0 |
MP 03.11 |
E > E > E:: pedia a casa em que zona? |
T1 03.13 |
eh:: Na zona de LOCALIDADE1. |
MP 03.15 |
Sim ↑ |
T1 03.15 |
Na 0praia de LOCALIDADE1. |
MP 03.15 |
0Na praia de LOCALIDADE1? |
T1 03.16 |
Sim! |
MP 03.17 |
Então e recebeu a resposta como? |
T1 03.19 |
Recebi a resposta eh:: > recebi uma > Sim, tenho casa. Pronto! |
J 03.23 |
Por que via? |
T1 03.24 |
Via e-mail::. |
J 03.25 |
SMS? |
T1 03.26 |
Sim. |
MP 03.27 |
Mas então foi por correio eletrónico ou por SMS? |
T1 03.30 |
Olhe! eh:: A > a primeira abordagem, que eu tive, foi por:: «correio eletrónico». |
MP 03.37 |
Mas depois a senhora 0respondeu afirmativamente / 0 |
T1 03.38 |
0Depois a senhora deu-me o número de telefone e / 0 |
MP 03.40 |
0 \ ao sotor juiz, quando lhe perguntou se foi SMS. |
T1 04.42 |
Provavelmente. Não lhe vou dizer que sim, nem que 0não / 0 |
MP 04.45 |
0Então não sabe 0essa parte? |
T1 03.46 |
0Não me recordo, já! 0Eu posso-lhe dar uma / 0 |
MP 03.48 |
0Não se recorda. |
T1 03.48 |
0 \ resposta, mas tou a mentir! Por isso, não vale a 0pena! {riso} |
MP 03.50 |
0Então pronto! O qu’ eu gostaria era que dissesse aquilo de que se:: recorda. 0Portanto / 0 |
T1 03.53 |
0EXA > é o qu’ eu 0estou a fazer! |
MP 03.54 |
00 \ recorda-se de ser por correio eletrónico ↑ = |
T1 03.55 |
= Sim, «inicialmente», a primeira abordagem, foi por correio eletrónico. Posteriormente, foi-me dado o número de telefone, acertámos um valor. Sim senhor, o valor é aquele! eh:: / 0 |
MP 04.05 |
E já disse qu’ era uma voz feminina 0ao telefone. |
T1 04.07 |
0E uma voz feminina! Eu falei sempre com um sotaque > Olhe! Que não lhe sei precisar a zona do país, mas havia ali um sotaque. Também não interessa! Ou se calhar interessa! eh:: D > Posteriormente a termos acertado o valor, Sim senhora!, as datas, a disponibilidade eh:: questionei até:: > Ah! Depois foi-me d > então dado o número telefone, para ossic quaissic eu liguei, e:: fiz mais algumas perguntas relativamente à:: > às condições da casa: se tinha con0diçõ::es / 0 |
MP 04.33 |
00 | Sim | 0 |
T1 04.33 |
0 \ etcétera. Expliquei que tinha crian::ças e que havia determinadosic requisitos que era necessário:: eh:: a suposta casa eh:: ter. Sim senhora!. Foi tudo acordado, tudo certo! Posteriormente, eh:: pediram-me que > a senhora até me recorda: Olhe! Eu pa mostrar ao meu marido eh:: preciso duma:: transferência!. Eu: SIM, SENHORA! Qual é o valor? E na minha:: > Olhe! Pronto! Como até já tinham acontecido situações semelhantes e:: tudo tinha corrido bem, na minha boa-fé, presumindo que também haveria boa fé do outro lado, eh:: fiz a dita transferência. Sim, senhora!. «Continuei» a falar com a senhora via telefone. No dia da viagem, «fui» até meio do caminho, ainda falei co’ a senhora: Olhe, estou a chegar! > eh:: Eu recebi sempre mensagens {tosse do juiz} : Sim. Olhe, daqui a um > agora não posso falar!. eh:: Daqui a uma hora, estarei no local!. Cheguei ao LOCAL! QUANDO CHEGO AO LOCAL, encontro uma mercearia! Disse ao meu marido: BOM! Deve ser ali:: > pode ser a entrada por aqui! Pode ser os prédios ao lado!. Abordei a senhora da mercearia que me disse: NÃO! Aqui não há nada p’ alugar! É engano, tal, tal. Pronto! / 0 |
MP 05.35 |
0 | Sim | 0 |
T1 05.35 |
0 \ eh:: Voltei a:: eh:: > a telefonar à senhora (.) , que nunca mais eh:: > tinha o telefone desligado e «NUNCA» mais consegui falar pa esse telefone. |
MP 05.43 |
O «mesmo» telefone? |
T1 05.43 |
O «mesmo» telefone. |
MP 05.44 |
Não se recorda do número do telefo0ne::? |
T1 05.45 |
0Ai, não «sei»! 0Na altura eu / 0 |
MP 05.48 |
0E que número é que era / 0 |
T1 05.48 |
0 \ dei esses dados todos, quando eu fui apresentar a queixa à judiciária. Dei o número de telefone / 0 |
MP 05.51 |
0 | Sim | 0 |
T1 05.51 |
0 \ e:: todos os > todos os // |
MP 05.52 |
E o nome? Recorda-se, porventura? |
T1 05.54 |
Ai, o nome! O nome da senhora, não. Sei, depois, que o:: > o:: > o > o senhor é um senhor NOME. Nós, na praia, depois, até nos dirigimos a > a:: > a uma agência, porque fizemos uma transferência, e:: disseram-nos que era numa conta de:: determinado banco que também já não me recordo, 0que não nos podiam dar informações! / 0 |
MP 06.11 |
00 | Sim, sim | 0 |
T1 06.11 |
0 \ E pronto! Fui apresentar QUEIXA! / 0 |
MP 06.13 |
0 | Sim | 0 |
T1 06.14 |
0 \ Por uma questão de:: / 0 |
MP 06.15 |
E, portanto, na > nessa transferência teve que usar um determinado NIB 0que / 0 |
T1 06.19 |
00 | Sim | 0 |
MP 06.19 |
0 \ lhe foi facultado = |
T1 06.20 |
= Sim, sim! |
MP 06.20 |
Recorda-se > eh:: guardou o talão do:: > dessa transferência ou entregou-o na polícia? = |
T1 06.26 |
= Entreguei-o na polícia! |
MP 06.28 |
O talão ou cópia, não 0é↑ |
T1 06.29 |
0A cópia, sim! = |
MP 06.30 |
= 0 | Pois | 0 |
T1 06.30 |
Provavelmente ainda o hei > havia de o ter digitalizado no computador, porque se o enviei > mas olhe! Num:: > num lhe vou estar a responder3 // |
MP 06.35 |
0E, portanto, a entrega foi de quanto? |
T1 06.38 |
Eu penso que foi de setenta e cinco euros. Olhe, já nem sei o valor ao certo! Não lhe vou > penso que foi = |
MP 06.43 |
= 0 | Sim | 0 |
T1 06.43 |
Atenção! Porque isto depois eh:: passa o tempo e:: > e, sinceramente, n > nunca pensei qu’ até que chegasse a esta > a este > achei que ficaria em // |
MP 06.53 |
Olhe! E reparou que > qual era o nome > porque às vezes aparece isso. Na transferência que é feita, aparece o nome da entidade benefici > eh:: 0que (( )) / 0 |
T1 07.01 |
0Penso que sim, qu’ era 0NOME qualquer / 0 |
MP 07.03 |
00 \ onde é creditada / 0 |
T1 07.04 |
0 \ coisa. |
MP 07.04 |
0 \ onde é creditado o montante. = |
T1 07.05 |
= Sim, sim! Quando fazemos uma transferência eh:: / 0 |
MP 07.08 |
0 | Pois | 0 |
T1 07.09 |
0 \ destinatário > diz-nos o destinatário! Era o marido da senhora, supostamente. Tal como 0ela disse. |
MP 07.13 |
0Mas lembra-se do nome NOME? |
T1 07.15 |
Eu penso que sim! |
MP 07.16 |
Eu só pedia se o sotor exibia à:: > à 0testemunha eh:: / 0 |
T1 07.19 |
0Aliá > Eu > Eu > Eu não tomei nota desses pro: > porque, como entreguei à judiciária, achei que tá > Pronto! Se entreguei, tá entregue! |
MP 07.25 |
0 | Pois | 0 |
T1 07.25 |
Não é necessário tar a:: > {riso} |
J 07.29 |
Osic:: > transferência? |
T1 07.30 |
E tamém3 já passou tanto tempo! |
MP 07.30 |
0Sim! |
|
{tosse do juiz} |
MP 07.32 |
eh:: Há de ser trinta e três (com que) > ptanto, como está aqui na:: / 0 |
X 07.36 |
(.) |
J 07.38 |
Pode chegar aqui, por favor! |
MP 07.39 |
Trinta e três0ou (( )) / 0 |
T1 07.41 |
0Eu? |
MP 07.41 |
0 \ (( )) |
|
{ruídos} |
J 07.43 |
Aquilo que quer é trinta e três (.) ou trinta e oito? Trinta e três! |
X 07.47 |
(..) |
MP 07.51 |
Seria esse o talão que lhe saiu da:: > da transferência que fez ↑ |
T1 07.55 |
Acredito que sim! (( )) |
MP 07.57 |
Aqui deve iden > eh:: deve identificar minimamente6 / 0 |
T1 07.59 |
02 / 0 |
MP 07.59 |
00 \ a sua conta, não é? |
T1 08.00 |
eh:: 0 (( )) / 0 |
MP 08.01 |
0A conta onde foi / 0 |
T1 08.01 |
00 \ É NOME APELIDO. É o nome da conta. É uma conta BANCO1. Não sei se isto aqui > NIB do destinatário, importância, setenta e cinco euros. Exatamente! Número (( )) , sim. (.) Pronto! Sim. |
X 08.13 |
(..) |
|
{ruídos} |
MP 08.17 |
Portanto, ali a data que consta é dois d’ agosto de dois mil e catorze = |
T1 08.21 |
= 0 | Sim | 0 |
MP 08.21 |
0A senhora2 (( )) / 0 |
T1 08.22 |
00 | Sim | 0 |
MP 08.22 |
0 \ confirma 0isto, não é? |
T1 08.23 |
0Sim. |
MP 08.24 |
E depois tentou novamente contactar, nunca conseguiu 0 (( )) ↑ / 0 |
T1 08.27 |
0Ai, várias vezes con > eh:: tentei contatar! «Sempre» desligado! |
MP 08.31 |
Pois! (..) {folhear páginas} Depois, por acaso, foi ver se o anúncio tinha sido retirado ou não? |
T1 08.41 |
Ai! |
MP 08.42 |
Portanto, o seu anúncio > o anúncio foi feito por 0si ↑ O pedido ↑ |
T1 08.46 |
0S > Sim. O pedido foi feito por mim, 0sim. |
MP 08.48 |
0Mas havia algum i > anun > anúncio ilustrativo da:: > da > da casa que iria ser arrendada, não ↑ |
T1 08.53 |
DERAM-ME UMA MORADA! |
MP 08.55 |
Mas não da > não havia nenhum anúncio na internet:: que identificasse essa 0morada ↑ |
T1 09.00 |
0«NÃO», porque eu eh:: pus um anúncio a pedir / 0 |
MP 09.03 |
0 | Sim | 0 |
T1 09.03 |
0 \ ”Procuro” e foi-me dada uma «resposta». Eu não «respondi» a um anúncio! = |
MP 09.08 |
= Exatamente! Pronto! Muito bem! Não pretendo mais nada. |
J 09.12 |
Defesa? |
DA1 09.13 |
Com a devida vénia, meritíssimo! eh:: Muito bom dia, senhora:: NOME! Olhe! Eu gostava que:: nos esclarecesse qual foi o valor > já nos disse que acordaram aqui um sinal, digamos assim, uma transferência de setenta e cinco euros que a senhora terá realizado para este NIB. E foi, então, facultado pela suposta mulher do > do:: > do arguido, o senhor NOME. (.) eh:: N > nunca chegou, então, a > a estar com eles? |
T1 09.37 |
NÃO! = |
DA1 09.37 |
= Sim. E qual foi, inicialmente, o valor acordado para esse período de férias? |
T1 09.41 |
{ruídos} Ai! Não me lembro! (.) Eu penso que, talvez, trinta e cinco euros «por noite». «EU PENSO QUE SERIA». |
DA1 09.48 |
0Não tem a certeza ↑ |
T1 09.49 |
Não tenho a certeza! 0Tendo em conta / 0 |
DA1 09.51 |
00 | Sim | 0 |
T1 09.51 |
0 \ o tempo que passou e depois eh:: // |
DA1 09.53 |
A senhora, nesta data, em dois mil e catorze > agosto de dois mil e catorze, a senhora residia onde? |
T1 09.57 |
RUA, eh:: LOCALIDADE2. |
DA1 10.01 |
28 / 0 |
T1 10.01 |
0Na mesma residência / 0 |
DA1 10.03 |
0 | Sim | 0 |
T1 10.03 |
0 \ que tenho atualmente. |
DA1 10.04 |
E:: pretendia eh:: passar férias ali em:: LOCALIDADE1? |
T1 10.06 |
Sim. |
DA1 10.06 |
Na praia 0de LOCALIDADE1? |
T1 10.06 |
0Sim. Sim, sim. |
DA1 10.09 |
Muito bem! A senhora, entretanto, também p > faz aqui um pedido {folhear páginas} de indemnização cível onde eh:: quer que lhe seja atribuída uma indemnização de mil e quinhentos euros ↑ |
T1 10.16 |
Sim. |
DA1 10.18 |
eh:: E > E estes mil e quinhentos euros a senhora atribui a > a:: > a que título? |
T1 10.23 |
A qu > a título de:: danos morais. Porque:: foi eh:: eh:: bastante > foi um dia > primeiro, estava numa fase da minha vida um pouco complicada. eh:: E «transtornou-me» completamente as férias! Pronto! Quem devia ser indemnizado, seria o meu marido. {riso} Num seria mais > mais ninguém! Transtornou-me desde o ter chegado à praia com três crianças pequenas / 0 |
DA1 10.46 |
Mas nesse dia, conseguiu casa? |
T1 10.47 |
Consegui casa, ao fim do dia. Pronto! A muito custo. Em cima da época. Daí, aliás, eu ter posto o anúncio. Foi, precisamente, porque não tinha arranjado nada e houve umas mudanças de planos e:: / 0 |
DA1 10.59 |
Mas foi, ali, junto da senhora da mercearia que conseguiu 0logo arranjar casa? |
T1 11.01 |
0NÃO::! NÃO! Claro que não! Em pleno mês d’ agosto, arranjar uma casa com > condições para que > n > não é plo > plos adultos, mas pelas crianças eh:: , foi um pouco difícil. 0Aliás, bastante / 0 |
DA1 11.13 |
0Depois quando / 0 |
T1 11.13 |
0 \ difícil! |
DA1 11.14 |
0 \ Depois, quando finalmente, no final do dia, como já referiu, conseguiu, então, arranjar casa, já agora, arranjou por quanto? |
T1 11.20 |
Ai, não me recordo! Não sei, mas foi mais! Mas foi mais! = |
DA1 11.23 |
= Mais do que trinta5 e cinco euros? |
T1 11.24 |
0Foi::! «Muito» mais! |
DA1 11.25 |
A senhora, inicialmente, tinha previsto ficar quanto tempo? |
T1 11.27 |
Uma semana. E foi a semana que fiquei, 0sim! |
DA1 11.30 |
0Ficou. E não se recorda, então, qual o valor:: diário ↑ / 0 |
T1 11.34 |
NÃO! Não me recordo5! |
DA1 11.35 |
0Depois ficou:: // |
T1 11.35 |
Posso-lhe dizer um valor qualquer, mas:: estou a:: a especular! |
DA1 11.39 |
Nesta altura, quanto é que tinha previsto gastar nessa semana de férias? Estava desempregada, como já 0aqui (( )) / 0 |
T1 11.44 |
0EXATAMENTE! Foi um pouco complicado, porque::, em dois mil e treze::, eh:: tinha sido alvo dum:: processo de despedimento coletivo. eh:: eh:: Quanto pensava gastar? Olhe! eh:: eh:: Não sei! Não lhe vou responder, porque tendo em conta o tempo que já passou e:: > e estas questões postas assim sem pensar, num > num:: > (Então), s’ eram oito dias, trinta e cinco euros, eh:: fazendo as contas, eh:: sei que gastei MAIS! Mas a > o:: > a indemnização que eu peço, eh:: não é pelo valor. Foi pelos danos > os «transtornos» que me causou. Pronto! E acho qu’ as pessoas devem ser castigadas! |
DA1 12.21 |
Muito bem. Não tenho mais perguntas, meritíssimo. = |
T1 12.24 |
= Porque > deixe-me só dizer! Tal como eu me soube defender e consegui organizar, se calhar há outras pessoas que:: / 0 |
DA1 12.30 |
00 | hum-hum | 0 |
T1 13.30 |
00 \ Aliás, a minha queixa até foi nesse:: > nesse sentido. |
DA1 12.33 |
Muito bem. Obrigada! |
J 12.35 |
Olhe! eh:: Que apartamento era? |
T1 12.40 |
(..) O apartamento que eu supostamente arrendei? |
J 12.43 |
Era um T quê? |
T1 12.45 |
Ai! Possivelmente um T3! Um T2 ou um T3. |
J 12.49 |
Sim. E:: {pigarreio} quem > quem lhe forneceu o NIB::? |
T1 12.53 |
Quem forneceu o NIB:: foi a suposta esposa / 0 |
J 12.57 |
0 | Certo | 0 |
T1 12.57 |
0 \ do {riso} / 0 |
J 12.58 |
0 | Sim | 0 |
T1 12.58 |
0 \ {riso} / 0 |
J 12.59 |
eh:: O > o > o restante era pra entregar quando? |
|
{anotações} |
T1 03.04 |
O «restante» > Olhe, não lhe sei responder! Supostamente quando lá chegasse ou no fim das férias. = |
J 13.09 |
= Ok. |
T1 13.09 |
Pronto. |
J 13.09 |
E:: {pigarreio} (..) 0.5 {anotações do juiz} quanto é que a senhora ganha por mês? |
T1 13.20 |
Agora? De momento? Agora não > de momento não ganho nada! Porque continuo desempregada. {riso} |
|
{ruídos} |
J 13.26 |
Portanto, vive com o seu marido ↑ |
T1 13.28 |
Exatamente! |
|
{anotações do juiz} |
J 13.29 |
E ele quanto ganha? |
T1 13.31 |
O meu marido? eh:: Depende! Mil e quinhentos. É conforme. Depende. |
J 13.37 |
Líquidos? |
T1 13.37 |
«Sim», depende. |
J 13.39 |
Em média ↑ |
T1 13.40 |
Em média. Depende. Uns meses mais, outros meses menos. |
|
{ruídos} |
|
{riso} |
J 13.43 |
{sussurros do juiz} «Quinhentos» líquidos, mensais. eh:: Tem filhos? |
T1 13.47 |
0Tenho! |
J 13.47 |
0Disse-me três? |
T1 13.47 |
Sim! |
J 13.48 |
Idades? |
T1 13.48 |
Nove, nove e catorze. |
J 13.51 |
São gémeos? |
T1 13.51 |
São! |
X 13.52 |
(...) 0.9 |
|
{anotações do juiz} |
J 14.01 |
Casa própria ou arrendada? |
T1 14.02 |
eh:: Própria. |
J 14.03 |
Tão a pagar ao banco ou não? |
T1 14.04 |
Sim. |
J 14.05 |
Quanto? |
|
{anotações do juiz} |
T1 14.07 |
Por volta de eh:: seiscentos euros, talvez. Quinhentos e qualquer coisa. |
J 14.11 |
Quinhentos e quê? |
T1 14.12 |
Ai, não sei! {riso} Não me pergunte! Qu’ é ridículo, mas olhe qu’ eu não sei! |
J 14.16 |
Será à volta de «seiscentos» {alguém suspira alto} euros {pigarreio} / 0 |
T1 14.18 |
{riso} |
J 14.19 |
0 \ mensais d’ amortização. |
T1 14.23 |
Posso-lhe dar a informação, pronto. 0Mas:: / 0 |
J 14.25 |
0Que estudos tem (( )) ? |
T1 14.26 |
00 \ assim de:: > Como? |
J 14.26 |
Que estudos tem? = |
T1 14.27 |
= Sou licenciada. {riso} |
J 14.28 |
Em ↑ |
T1 14.28 |
Radiologia. |
X 14.29 |
(...) 0.7 |
|
{anotações do juiz} |
J 14.36 |
Só lhe estou a pedir estes dados pessoais porque, como a senhora fez o pedido de indemnização por danos não patrimoniais7 / 0 |
T1 14.41 |
00 | Exatamente | 0 |
J 14.41 |
0 \ nós precisamos de saber quai são o::s níveis / 0 |
T1 14.45 |
Ok! 0Sim, sim, sim. |
J 14.45 |
00 \ (( )) económicos de ambas as 0partes / 0 |
T1 14.47 |
0Sim, 0sim, sim! |
J 14.48 |
00 \ para poder arbitrar 0a indemnização / 0 |
T1 14.49 |
0Sim, sim, sim! |
J 14.50 |
eh:: É tudo! Pode sentar lá atrás! Obrigado. |
T1 14.52 |
Ok! Obrigada. |
|
{ruídos} |
|
Parte 2 |
|
{ruídos} |
OJ 00.08 |
Senhora NOME APELIDO! Convém desligar o telemóvel! |
|
{ruídos} |
X 00.13 |
(...) 0.10 |
T2 00.23 |
Ok. |
|
{ruídos} |
OJ 00.25 |
Deixe tar, sotor. |
J 00.26 |
Ora, nome completo por favor! |
T1 00.28 |
NOME APELIDO. |
X 00.30 |
(..) |
|
{anotações do juiz} |
J 00.35 |
Qu’ idade tem a senhora NOME APELIDO? |
T1 00.36 |
Vinte e um. |
X 00.37 |
(...) 0.20 {sussurros do juiz} {ruídos} {folhear páginas} {anotações do juiz} |
J 00.57 |
eh:: {pigarreio} A senhora NOME APELIDO também (..) > também fez pedido de indemnização ↑ |
T2 01.04 |
Sim. |
|
{ruídos} |
|
{folhear páginas} |
X 01.05 |
(..) |
J 01.09 |
E por esse facto, sendo autora cível, não presta juramento, mas tá obrigada ao dever de verdade. O que significa que n > tem que > tem que dizer a verdade relativamente aos factos (.) que vai ser questionada. Se faltar à verdade, comete o crime de falsas declarações. Faz favor de se sentar! E vai responder às perguntas da sotora procuradora adjunta! |
X 01.25 |
(...) 0.7 |
|
{ruídos} |
MP 01.32 |
Com a devida vénia! Então, portanto, a senhora fez queixa, relativamente a certos fa > factos eh:: eh:: > que se sentiu ofendida por:: > por s > determinada conduta e eu pedia-lhe que a senhora descrevesse o qu’ é que se passou. |
T2 01.48 |
Ok. eh:: / 0 |
MP 01.50 |
Viu algum anúncio ou colocou algum anúncio? |
T2 01.52 |
Vi. 0Vi um anúncio / 0 |
MP 01.52 |
0Viu um anúncio. |
T2 01.55 |
Vi um 0anún- / 0 |
MP 01.55 |
0Tão (.) > Diga! Viu um anúncio em que site? |
T2 02.00 |
eh:: SITE2, penso eu! Ou eh:: > o SITE1, na altura. Penso que foi SITE2. |
MP 02.07 |
Poderia ter sido no SITE1, diz a senhora, 0não é? |
T2 02.10 |
0Sim, 0talvez. Não / 0 |
MP 02.10 |
0Não sabe bem se foi 0o SITE2 / 0 |
T2 02.12 |
00 \ já não tenho a certeza! Sim. |
MP 02.12 |
0 \ se foi o SITE1? = |
T2 02.13 |
= 0Sim. |
MP 02.13 |
0Não sabe bem. E então e > e a data, recorda-se? |
T2 02.17 |
Foi em:: julh > julho. De dois mil e quinze. Na altura que fiz até a transferência, pra pessoa, e:: «por acaso» tirei::, na altura, um:: > um ~screenshot~ do anúncio c’ o meu telemóvel e:: anotei a referência. Foi o que m’ ajudou, depois, na judiciária, a mostrar qu’ efetivamente tinha havido um anúncio que foi apagado (.) e 0que:: / 0 |
MP 02.38 |
0Porque, quando fez a queixa, já tinha sido apagado ↑ |
T2 02.40 |
Exatamente! |
MP 02.41 |
Mas fez, então, o 0~screenshot~ / 0 |
T2 02.43 |
0(Eu) já 0tinha a prova. |
MP 02.44 |
00 \ e mostrou ↑ |
T2 02.44 |
Sim. |
MP 02.44 |
Imprimiu e mostrou:: / 0 |
T2 02.46 |
À:: 0judiciária. |
MP 02.46 |
00 \ eh:: na Polícia Judiciária. Olhe e diga-me! E esse anúncio tinha «algumas» fotografias anexadas / 0 |
T2 02.54 |
0Tinha. |
MP 02.54 |
00 \ não tinha ↑ |
T2 02.54 |
Tinha. Uma casa que, mais tarde, a polícia m > me disse qu’ era uma casa qu’ era em LOCALIDADE3 (.) S- / 0 |
MP 03.00 |
Que era? |
T2 03.01 |
De LOCALIDADE3. |
MP 03.02 |
00 | Sim | 0 |
T2 03.02 |
0Do LOCALIDADE4. Só que eu estava pr’ alugar uma casa em LOCALIDADE5, na Praia da LOCALIDADE6. |
MP 03.06 |
Portanto, era anunciada como sendo em LOCALIDADE5? E era um > um:: > um apartamento de que tipologia? (.) Um T1 / 0 |
T2 03.14 |
eh:: / 0 |
MP 03.14 |
0 \ um T2? |
T2 03.15 |
0 \ eu penso qu’ era T2. (.) Porqu’ eu, na 0altura, / 0 |
MP 03.17 |
00 | Sim | 0 |
T2 03.17 |
0 \ ia eu mais dua > mais três amigas. Era assim uma coisa. |
MP 03.20 |
Olhe e diga uma coisa! E, entretanto, eh:: qual era o nome que estava:: > que estava associado a esse anúncio? Como «anunciante». |
T2 03.28 |
Ele > ele dizia que era NOME APELIDO. |
MP 03.32 |
Sim ↑ |
T2 03.32 |
E:: > sim, era isso1. |
MP 03.35 |
0E quanto é qu’ era pedido? D’ arrendamento. |
T2 03.38 |
eh:: D’ arron > d’ arrendamento já não me lembro quanto era. Sei que tive que dar cem euros pra marcar a reserva da casa → |
MP 03.45 |
00 | Sim | 0 |
T2 03.45 |
0E foi essa a transferência bancária que fiz. |
MP 03.47 |
Então e fez essa transferência bancária «quando»? |
T2 03.50 |
eh:: (.) Eu > houve > eu tenho as mensagens. Aliás, a minha mãe tem as mensagens no dia quinze de julho. Portanto, a transferência há de ter sido dia treze ou dia catorze, porque foi a partir daí que deixaram d’ atender o telemóvel. |
MP 04.03 |
Logo no dia em que fizeram a transferência bancária deixou d’ haver o > o > o > o telemóvel? |
T2 04.08 |
Sim. |
MP 04.09 |
De > de ser:: atendido? E o telemóvel que foi fornecido, recorda-se qual foi? |
T2 04.14 |
eh:: Eu > eu penso que tenho isso ali guardado, lá fora, com a minha mãe. O telemóvel. |
MP 04.20 |
Mas 0se a sua mãe também é assi- / 0 |
T2 04.20 |
0Mas aqui não tenho. |
MP 04.21 |
0 \ eh:: testemunha, depois ouve-se a sua mãe. |
T2 04.24 |
Pronto! Eu > eu não > já não > eu não tenho isso aqui 0neste momento / 0 |
MP 04.26 |
00 | Sim | 0 |
T2 04.26 |
00 \ porque, entretanto, mudei de 0telemóvel e / 0 |
MP 04.28 |
0Então, presumo que foi a sua mãe que fez a {ruídos} transferência10 / 0 |
T2 04.30 |
0Sim. |
MP 04.30 |
00 \ não é? |
T2 02.31 |
Sim. |
MP 02.33 |
Então e:: > e:: o:: > a reserva po > foi pra que altura do ano? |
T2 02.39 |
Era pra primeira semana d’ agosto, última de julho. Era:: > era uma dessas. 0 (( )) / 0 |
MP 04.43 |
00 | Sim | 0 |
T2 04.43 |
00 \ eu penso qu’ era a última de julho, 0se calhar! |
MP 04.44 |
0E o valor pago, qual foi? = |
T2 04.46 |
= Cem euros. |
MP 04.47 |
Cem euros! O valor global, lembra-se? |
T2 04.51 |
Já não:: > já 0não tenho (noção) / 0 |
MP 04.52 |
0Não se recorda ↑ |
T2 04.52 |
0 \ Não. |
MP 04.54 |
E > E foi-lhe dado que NIB::? Tem presente? Tomou nota do NIB::? |
T2 04.58 |
Sim. 0Tinha isso. |
MP 04.58 |
0Pra poder fazer a 0transferência / 0 |
T2 05.00 |
0Sim. |
MP 05.00 |
0 \ não é? Recorda-se qual era o «número», o nome, aliás, qu’ estava eh:: > que > que estava como destinatário? |
T2 05.07 |
Eu penso que era NOME APELIDO, também. E::, na altura, d > eh:: a minha mãe ligou pro banco pra confirmar se:: > se tava tudo bem. Eles disseram qu’ era uma conta recente. = |
MP 05.17 |
= 0 | Sim | 0 |
T2 05.18 |
Portanto, eu penso que foi aberta mesmo pra:: > pra isso. |
MP 05.20 |
Pois. Olhe e outra coisa! E recorda-se se havia algum > o > do email, qual era o endereço eletrónico? |
T2 05.28 |
eh:: Sim. Eu tamém tenho isso anotado. Te > eh:: aliás, tenho aqui no telemóvel. Porque eu guardei em mensagem. (.) Arquivei o e-mail. |
MP 05.38 |
Mas eh:: essa mensagem também entregou na polícia, 0não é? |
T2 05.41 |
0Também. Eu entreguei tudo à polícia. // |
MP 05.42 |
Ó sotor, eu pedia que:: exibisse à testemunha, portanto, > eu não sei s’ é de folhas treze do apenso. {folhear páginas} Plo menos tá aqui indicado como tal. |
J 05.51 |
Ai, do apenso? {pigarreio} |
MP 05.51 |
Na:: acusação tá indicado como tal. |
J 05.54 |
{pigarreio} (..) Este? |
MP 05.57 |
Ah! {ruídos} Creio que será! {ruídos} (..) Olhe! Tá 0aqui:: / 0 |
T2 06.05 |
0(Obrigada). |
MP 06.06 |
eh:: Portanto, aqui:: está como:: sendo:: |
T2 06.10 |
0 | hum-hum | 0 |
MP 06.11 |
eh:: Está como sendo eh:: > informação para beneficiário, NOME APELIDO, cem euros. (.) Tem ideia de que > eh:: que operação > qual teria sido este pedido > este registo foi pedido quando? |
J 06.24 |
Se calhar a mãe esclarecerá melhor isso. Como foi ela que fez! |
MP 06.27 |
Isto deve ter sido pedido no banco. Não! Isto foi uma informação que foi obtida. Isto a senhora não teve conhecimento. {folhear páginas} |
T2 06.32 |
Ah! Ok. Isto 0é (( )) / 0 |
MP 06.33 |
0Aqui TEM, não é? |
T2 06.35 |
Que é > Exato! > Aqui está o anúncio que foi na altura (( )) no meu telemóvel 0 (( )) / 0 |
MP 06.39 |
0Sim. Fez então esta:: // |
T2 06.41 |
Fiz o ~screenshot~, 0sim. |
MP 06.42 |
0Sim. Isto era o anúncio que estava, 0não é? |
T2 06.44 |
0hum-hum. |
MP 06.48 |
Isto foi aquele (( )) documento qu’ eu lhe exibi. Foi um > um documento que foi obtido (..) > que foi obtido e que, portanto, não tem a ver (( )) > {folhear páginas} > este não foi:: > não teve acesso a ele. {folhear páginas} (...) 0.10 Entretanto, a senhora nunca mais foi contactada nem nunca 0voltou a / 0 |
T2 07.16 |
0Não. |
MP 07.16 |
00 \ contactar esses > esses contactos que lhe foram dados? |
T2 07.21 |
{ruídos} Entretanto, nunca mais m’ atenderam. O telemóvel. Ainda mandei mensagens, telefonei e:: nada. |
MP 07.28 |
E entretanto já tinha desaparecido o anúncio? |
T2 07.30 |
E, entretanto, apagaram o anúncio! Qu’ eu queria mostrar e já não consegui. |
X 07.34 |
(..) {anotações} |
MP 07.38 |
Tamém a data propriamente em que fez a transferência não tem:: > não tem:: presente, não é? |
T2 07.44 |
Eu penso que estava ali na folha. Não foi dia seis do sete? |
|
{anotações} |
MP 07.50 |
Ah! Pois. Ali estava seis do sete. Mas de > 0de memória / 0 |
T2 07.52 |
0E a p / 0 |
MP 07.52 |
0 \ não se recorda3 / 0 |
T2 07.53 |
0N:: > de memória não 0me recordo. |
MP 07.54 |
00 \ reparou foi o que estava 0ali:: / 0 |
T2 07.55 |
0Sei que foi 0nessa alt / 0 |
MP 07.56 |
00 \ (numerado), 0não é? |
T2 07.56 |
0Sim. |
MP 07.58 |
Olhe e diga-me uma coisa! E depois, entretanto, quanto a esse:: eh:: > a esse:: «lugar», soube alguma coisa, o qu’ é que se passava, ond’ é que se situava? (.) {folhear páginas} Pretendia ir pra > passar férias aonde com esse:: / 0 |
T2 08.11 |
0Pra / 0 |
MP 08.11 |
00 \ resposta ao anúncio? |
T2 08.12 |
0 \ Era pra LOCALIDADE5, pra Praia da LOCALIDADE6. (.) Era1 assim / 0 |
MP 08.16 |
0E depois:: / 0 |
T2 08.17 |
0 \ que estava anunciado. |
MP 08.18 |
0 \ soube alguma coisa relativamente a esse:: «local»? |
T2 08.21 |
Depois soube porque houve mais uma pessoa a queixar-se da:: > da mesma situação > do anúncio. Quando eu fiz queixa na polícia, eles disseram:: // |
MP 08.29 |
POIS! Mas a senhora verificou se:: era possível, realmente, concretizar 0esse / 0 |
T2 08.35 |
0Não! |
MP 08.35 |
0 \ contrato? |
T2 08.35 |
Não era. |
MP 08.36 |
Não era. |
T2 08.37 |
Não era porque não existia casa. E > Era um anúncio falso! Não havia sequer a casa em LOCALIDADE5. |
MP 08.42 |
E, portanto, apercebeu-se disso no dia logo da transferência, deixaram d’ atender ↑ |
T2 08.46 |
Sim. |
MP 08.46 |
Queria concretizar, propriamente, a entrada na:: > na casa e tudo2 / 0 |
T2 08.50 |
0Exato3! |
MP 08.50 |
00 \ isso, não é? (.) E o:: valor total também não se recorda qual era ↑ |
T2 08.55 |
Já não sei. |
MP 08.57 |
Não pretendo mais nada. |
J 08.59 |
Defesa? |
DA1 09.00 |
eh:: Não pretendo nada, meritíssimo. |
|
{folhear páginas} |
J 09.06 |
{pigarreio} Se eu lhe falar em valores assim como «quinhentos cinquenta», «setecentos e oitenta» ↑ |
T2 09.11 |
Não! Isso já é muito. Não era tanto3 / 0 |
J 09.13 |
0«Trezentos e trinta» ↑ |
T2 09.14 |
Por aí. |
J 09.14 |
Pronto! {riso} |
T2 09.15 |
Sim, é. |
J 09.16 |
eh:: {pigarreio} (.) Com’ é que contactou com ele? |
T2 09.21 |
eh:: Por e-mail, inicialmente, e depois foi quando eu tentei telefonar4 / 0 |
J 09.26 |
0Num:: > Num chegaram a trocar SMS? |
T2 09.29 |
Sim. |
J 09.30 |
0 (( )) / 0 |
T2 09.30 |
0Também. Sim. |
J 09.31 |
E > e > e:: q > nunca chegou a falar com ele por telefone? |
T2 09.35 |
eh:: A minha mãe chegou. E atendeu uma senhora (.) a dizer, na altura, que estava ensonada e que era a mulher (.) da:: > da pessoa que estava a alugar (..) e pronto! |
J 09.51 |
Ok. (..) Quanto é > {pigarreio} uma vez que de > que:: eh:: {folhear páginas} (..) de > de > de {folhear páginas} pedido cível {folhear páginas} {pigarreio} (..) {sussurros do juiz} {folhear páginas} > Duzentos e um > Duzentos e um {folhear páginas} (..) > Ah! Só pediu os cem euros. |
T2 10.15 |
Sim. |
J 10.16 |
Foi, não foi? {folhear páginas} Só pediu 0os cem euros. / 0 |
T2? 10.17 |
0Sim. |
J 10.17 |
0 \ Não pediu mais nada. Pode sentar lá atrás. Obrigado! |
|
{ruídos} |
|
Parte 3 |
|
{ruídos} |
|
{vozes} |
OJ 00.17 |
Aqui deste, deste (( )) |
T3 00.21 |
Sim. |
OJ 00.22 |
(( )) |
|
{vozes} |
J 00.27 |
Nome completo, por favor! |
T3 00.28 |
NOME APELIDO. |
J 00.30 |
A senhora é mãe da NOME APELIDO, não 0é? |
T3 00.32 |
0Exatamente! |
|
{anotações} |
J 00.36 |
Esse facto não a impede de dizer a verdade? |
T3 00.38 |
Não. |
J 00.39 |
{pigarreio} Ptanto, jura por sua honra dizer toda a verdade e só a verdade ↑ |
T3 00.41 |
Juro2. |
J 00.42 |
0Sabe que, se faltar à verdade, comete um crime de falso depoimento. Faz favor de se sentar! Vai responder às perguntas da sotora procuradora adjunta! |
X 00.47 |
(..) |
|
{ruídos} |
T3 00.51 |
Obrigada. |
MP 00.52 |
Olhe! Ptanto, a dona NOME eh:: sabe o qu’ é que > porqu’ é que a sua filha apresentou queixa, não é? |
T3 00.57 |
Sei. |
MP 00.58 |
O qu’ é que se passou? |
T3 00.59 |
Ptanto, ela fez o aluguer duma casa para uma semana do verão, através da internet e pediu-me pra eu fazer a transferência de cem euros pa sinalizar. eh:: Eu fiz a transferência de cem euros eh:: e:: ela, na altura, disse-me pra eu ligar ao senhor a dizer que tava feita a transferência. Eu liguei po número que tinha, atendeu-me uma senhora::. Eu disse:: para informar o senhor NOME qu’ a transferência tinha sido feita, ela disse que sim, qu’ ele tinha vindo do trabalho, que depois que lesic dava a notí > notícias e:: > e pronto. E desliguei! Mais tarde > uns dias mais tarde tentei ligar, não me lembro já porquê, recebi uma mensagem a perguntar > a dizer ligue mais tarde e depois perguntou quem é. Eu, por acaso, tenho a mensagem comigo ainda, gravada. E eu respondi quem era. Sou a NOME APELIDO, precisava de falar com o sor NOME. E > e pronto! E nunca mais consegui ligar po telefone. Entretanto, a transferência foi feitosic. |
X 01.48 |
(..) |
MP 01.51 |
Pronto. E::, nessa medida, perceberam que tinha havido qualquer:: situação que 0não:: / 0 |
T3 01.56 |
0Entretanto, liguei po banco pa tentar ver se conseguíamos > v > da > voltar c’ o dinheiro de volta, uma vez que tinha sido feito da mesma conta, ptanto, era conta BANCO2 – BANCO2 e::, depois, a informação que me deram é que:: havia ali qualquer tipo de problemas e, pronto, qu’ eu não ia conseguir rever o d > reverter o dinheiro. Pra já só conseguia reverter c’ a autorização do:: > da pessoa, não é? Pronto. E, portanto. |
MP 02.16 |
Sim. 0Olhe! E diga-me uma coisa / 0 |
T3 02.17 |
0E, a partir daí, nunca mais conseguimos nada. |
MP 02.18 |
0 \ entretanto, a senhora:: eh:: recorda-se se:: entregou ou mostrou alguma > quando apresentou > quando a sua filha apresentou queixa, se apresentou algum talão do depósito 0dessa transferência / 0 |
T3 02.28 |
0Apresentei comprovativo de transferência, através duma empresa onde eu trab > trabalho, a EMPRESA, e foi isso qu’ eu apresentei. Tinha comprovativo de transferência e apresentei na:: > na judiciária. Na altura, até entreguei e, depois, mandei também pa advogado > po advogado que foi quem meteu o papel. |
MP 02.42 |
Eu pedia-lhe que a senhora, então, identificasse qual foi o documento que entregou. (.) {ruídos} Eu penso que esse não será. |
J 02.48 |
0Tá aqui? |
MP 02.48 |
0O banco! |
T3 02.50 |
eh:: Do BANCO2 > Banco BANCO2. EMPRESA! É da empresa EMPRESA a transferir para (..) {pigarreio} Tá aqui! |
MP 03.01 |
0Tá? |
T3 03.02 |
0Tá! Tá (( )) / 0 |
MP 03.03 |
Então é 0este. |
T3 03.04 |
0É este! eh:: NOME APELIDO, EMPRESA, cem euros. Exatamente! |
MP 03.09 |
Então foi este mêsmo3! |
T3 03.10 |
0NOME 0APELIDO / 0 |
MP 03.10 |
0Isto tirou da internet, com 0certeza, não é? |
T3 03.12 |
0Tirei da internet. Eu fiz 0a transferência através da internet. |
MP 03.14 |
0Pois! Imprimiu / 0 |
T3 03.14 |
0 | Exatamente | 0 |
MP 03.15 |
0 \ e imprimiu esta:: / 0 |
T3 03.16 |
Exatamente! 0Operação concluída com sucesso / 0 |
MP 03.18 |
00 | Sim, sim | 0 |
T3 03.18 |
0 \ imprimi 0e:: / 0 |
MP 03.19 |
0Tá bem! 0Então foi nesta data / 0 |
T3 03.19 |
00 \ (( )) |
MP 03.20 |
0 \ que fez1 a:: / 0 |
T3 03.21 |
0Foi nessa data qu’ eu fiz a transferência5. |
J 03.22 |
0 (( )) |
MP 03.22 |
00 \ transferência5 ↑ |
T3 03.23 |
0Sim. Sim e depois tentei ligar-lhe dia quinze do sete, qu’ é a data das mensagens, e:: 0 (( )) / 0 |
|
Parte 4 |
MP 00.00 |
/ 0arguido, ao senhor escrivão e:: demais presentes. Afigura-se-me que não podem:: eh:: resultar dúvidas de que, efetivamente, o arguido praticou os factos que lhe são imputados na acusação. eh:: Os elementos objetivos e também su > subjetivos do crime em apreço podem considerar-se:: provados. eh:: Dado que, efetivamente, estes:: > há > há comprovativos de transferências bancárias, há informações bancárias e há informações de registos de:: telefone que:: eh:: indicam que não foi possível eh:: apurar a quem pertenciam, efetivamente, esses > esse > quem eram os reais eh:: > eh:: detentores desses números telefónicos não eh:: > porque eram cartões pré-pagos. No entanto, verifica-se que eh:: , como prova desta:: > desta factualidade e sendo certo que o ID é > é eh:: , em termos eh:: práticos, correspondente à matrícula dum automóvel, foi identificado o ID associado a uma determinada transferência eh:: > eh:: constam aí os e > os elementos que > que o permitiram > que o permitiram eh:: apurar eh:: , associado também ao e-mail eh:: E-MAIL, que era o indicado pelo arguido. Sendo assim, eh:: será feita justiça, sendo o mesmo condenado pelos crimes que lhe são aqui eh:: apontados. Peço Justiça! |
J 01.39 |
Com certeza! |
|
Parte 5 |
DA1 00.00 |
(Decididamente), peço Justiça! |
J 00.03 |
Então a leitura da sentença {pigarreio} // |
|
Parte 6 |
J 00.00 |
/ 0(fica) no dia um de março às dezasseis e cinco. {dirige-se ao OJ} Sor NOME, solicite-se o:: habitual relatório relativam > relativo aos elementos pessoais do arguido à entidade policial competente. |
DA1 00.10 |
Meritíssimo eh:: ! Um do três às ↑ |
J 00.12 |
Um de março às dezasseis e cinco. Quatro e cinco da tarde! |
DA1 00.15 |
Sim. |
J 00.16 |
eh:: Não têm que vir. eh:: Portanto, se quiserem vir, podem vir! eh:: Será ne > ness > nesse dia. Portanto, um de março às dezasseis e cinco será lida a sentença. Tá encerrada a audiência! Podem sair. Bom dia! MAS POSSO-LHES > posso-lhes adiantar que num > num tenham grandes esperanças (.) em ser ressarcidas / 0 |
T1? 00.36 |
Sim, sotor! Claro! 0 (( )) / 0 |
J 00.37 |
00 \ porque 0pra / 0 |
T1? 00.38 |
00 \ (( )) |
J 00.38 |
0 \ pra terem ideia, a última condenação que ele teve relativamente a burlas é do LOCALIDADE7 e foram «vinte e três» e foi condenado em sete anos de prisão. {riso} Portanto, eh:: só nesse processo foram VINTE E TRÊS crimes de burla! Foi condenado a sete anos de prisão. Portanto, é muito pouco provável que estas pessoas tenham disponibilidade económica pra {riso} / 0 |
T1? 01.02 |
Sim, 0sim, sim! |
J 01.02 |
00 \ indemnizar alguém! {riso} |
T1? 01.04 |
Claro! |
J 01.04 |
Não é? |
T3? 01.04 |
Desde que seja penalizado! Nem que seja 0 (( )) / 0 |
T1? 01.06 |
0Mas será (legal) / 0 |
J 01.06 |
0Pois, 0isso / 0 |
T1? 01.06 |
00 \ {pigarreio} (( )) de alguma forma será 0penalizado! |
T3? 01.08 |
0Será preso ↑ |
T1? 01.07 |
E:: (( )) |
J 01.12 |
Sim. {ruídos} {riso} |
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{(01.14) – falam ao mesmo tempo} |
T3? 01.20 |
Sotor, bom dia! {ruídos} |
J 01.20 |
BOM DIA! |
X 01.20 |
– {ruídos} {vozes} |
MP? 01.29 |
Bom dia, sotor! |
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{ruídos} |
J 01.32 |
Adeusinho, sotora! Bom dia! {pigarreio} |
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{ruídos} |