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coraudis_08

Instituição Tribunal da Comarca de Coimbra
Ano 2017
Tipo de crime Ameaça agravada
Data 2017-03-07

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ID enunciado

Parte 1
J
00.00
0 \ no processo NÚMERO, em que é arguida NOME APELIDO1 e vem acusada de um crime (( )) > acusada {ruídos} e pronunciada {passos} por um crime de:: (...) 0.9 ameaça agravada, previsto e punido pelo artigo «cento» e:: > (.) oitenta e seis {folhear de páginas} (..) > cinquenta e três, um, e cento e cinquenta e cinco, um, a), ambos do Código Penal. (..) Quanto às exposições introdutórias, Ministério Público
MP
00.43
Prescindo. =

{ruídos}
J
00.44
= Assistente
AS
00.44
Prescindo.
J
00.45
Defesa {subentende-se que DA e DAS prescindem} Passamos à identificação da arguida, à qual é obrigada a responder e com verdade, sob pena //

Parte 2
J
00.00
0 \ (( )) , {folhear de páginas} podendo intervir em qualquer momento da audiência, desde que essa intervenção se refira ao objeto de processo, sem qu’ o silêncio a possa desfavorecer. Nome completo
A
00.08
NOME APELIDO1.
J
00.11
Estado civil
A
00.12
Viúva.
J
00.13
Profissão
A
00.15
Agora estou ausente do:: serviço de comerciante.
J
00.18
E agora está reformada, é?
A
00.19
«Não» estou reformada. Infelizmente, sotor! (.) Vivo do:: > da renda da casa. (..) Da renda do café
J
00.28
sic Atãosic sic , po > eh:: sem atividade
A
00.30
eh:: Sem atividade!
X
00.32
(..) {folhear de páginas}
J
00.38
«Laboral» (.) > Ora! (..) Data de nascimento
A
00.45
DATA.
J
00.48
Nome dos pais
A
00.49
NOME APELIDO2, NOME APELIDO3.
J
00.53
A senhora é natural da freguesia e concelho de
A
00.56
De FREG > eh:: de FREGUESIA. Distrito de CONCELHO1 > eh:: Distrito do 0DISTRITO / 0
J
01.01
0Conc > Concelho de CONCELHO1. =
A
01.02
= No concelho de 1.
J
01.03
E onde mora?
A
01.05
LOCALIDADE1, RUA, NÚMERO, ANDAR.
J
01.09
. (.) em CONCELHO2, não é?
A
01.11
Sim, sotor.
J
01.12
Vem acusada de, no dia vinte e dois do nove de dois mil e quinze, pelas dezasseis e quarenta e cinco, em LOCALIDADE1, no:: concelho de CONCELHO2 > de se ter dirigido ao assistente NOME APELIDO4, nos seguintes termos, visando o «passo» a citar: Um dia destes, eu mato-te!. Fim de citação. A arguida agiu livre, deliberada e conscientemente, pretendendo com o comportamento por si perpetrado infundir um fundado (.) > fundir no ofen > eh:: no:: ofendido um fundado receio de qu’ um mau futuro lhe sucederia, nomeadamente à sua própria vida de que logrou, bem sabendo qu’ a sua conduta era proibida e punida por lei. Vem, por isso, acusada de um crime de AMEAÇA agravada. (..) Quer falar sobre isto?
A
01.57
(( )) disse > eu disse isso, realmente, c’ sic ossic sic :: testemunhas disseram, mas eu > foi sem intenção. Foi de:: > de ataque de nervos eh:: (.) > não foi (( )) {riso} > não foi com > com maldade, nem co’ a intenção de fazer mal a ninguém! =
J
02.09
= A senho > A senhora tamém acredita na:: > naquele:: > (.) n’ O Exorcista? (.) Aquele filme, O Erxorc > O Exorcista?
A
02.17
Sotor, eu agora já > a 0gente já acredit > já acreditamos tudo! {riso}
J
02.18
0Num > Num > Num viu? > Num viu? =
A
02.19
= Não! Não vi! {riso}
J
02.20
Era um filme onde havia quem falasse pla própria pessoa, isto é, a > a > a:: > 0a pessoa / 0
A
02.25
0Infelizmente, 0eu não via TV. Tenho filhos.
J
02.26
00 \ ha > havia > havia alguém que falava pla própria pessoa. E eu pergunto-lhe: certamente, não > não foi o seu 0caso
A
02.30
0Não.
J
02.31
0A se / 0
A
02.31
0Não! No meu caso, 0fui eu.
J
02.32
0A senhora, quando proferiu esta expressão //
A
02.34
Foi {sopro}
J
02.36
Sim! MAS FÊ-LO CONSCIENTE DE QUE ESTAVA A PROFERIR A EXPRESSÃO?
A
02.40
Não sei, sotor. Se realmente estava:: eh:: > eh:: tava com medo qu’ isso fosse alguma coisa de mal > eu f > Foi um desabafo!
J
02.47
0Sim!
A
02.48
0Saiu de cá de dentro!
J
02.49
M > Ace > Ace > Aceito qu’ a senhora o entenda como um desabafo. A verdade é qu’ a outra parte, se calhar, não o entendeu 0como um desabafo!
A
02.53
0Não (( ))
J
02.54
eh:: Podendo ser, eh:: > eh:: nesses termos, a verdade é qu’ a senhora proferiu intencionalmente (.) {suspiro} Ou não?
A
03.03
Não! =
J
03.03
= Não? =
A
03.04
= Não! =
J
03.04
= Não foi intencionalmente?
A
03.06
Não foi intencional, não > não foi > foi normal e num:: > sem pensar em mal!
J
03.11
{ruído} Uma coisa é dizer intencionalmente > Sabe o qu’ é que significa intencionalmente? {ruídos}
A
03.17
Tenção é tenção de fazer.
J
03.19
Não, não! Com intenção de LHE DIZER AQUILO! =
A
03.20
= De dizer? Não, não, não! Saiu > Saiu-me!
J
03.23
Ó > Ó 1!
A
03.24
0Saiu disparado!
DA
03.24
0 (( )) mas teve consciência4
A
03.26
0Mas disse! Mas tenho consciência que disse! Pronto!

{ruídos} {riso}
J
03.30
0Ministério Público
DA
03.30
0 (( )) / 0

{ruídos}
MP
03.33
Não pretendo nada.
J
03.34
Assistente
DAS
03.35
Não, sotor!
J
03.36
Defesa
DA
03.37
Ó sotor, só uma pergunta por causa da > da > da confissão! Ó:: dona 0NOME1!
J
03.41
0Eu não posso considerar confissão! Porqu’ ela diz que não foi intencionalmente que lhe saiu! Não posso considerar isto uma confissão! (.) {riso} Por mais esforço qu’ eu fizesse, ela não (( )) > não foi > não chegou lá! Ela diz: Não foi intencionalmente, saiu! =
A
03.55
= Poi! Não foi intenção de lhe > de dizer 0 (( )) / 0
DA
03.57
0Mas tem consciência que 0o disse?
A
03.58
0Eu disse! Tão, eu já disse! Tenho consciência que o disse!
J
04.00
OLHE! O que > Eu vou-lhe dizer uma coisa que não é intencional! A senhora, com certeza, já esteve numa daquelas situações em que se magoou e sai-lhe um daqueles «palavrões»:: / 0
A
04.08
0Bem grandes!
J
04.09
Não é? =
A
04.10
= Sem intenção!
J
04.11
Ora, ESSES É QUE NÃO SÃO COM INTENÇÃO! POR ISSO, SAEM! A PESSOA NEM PENSA, MAS AQUILO SAIU-LHE! Não é? Saem-lhe! E a pessoa até fica: Ai que palavrão! eh:: Porquê? Porque f > foi > eh:: foi uma daquelas coisas > uma reação a um facto que > que:: > que > porque nos magoou muito, aquilo > sai aquela coisa. Nós nem PENSAMOS NELA! Mas ela sai!
A
04.29
Sim, sim!
J
04.30
Isso:: > Isso é uma daquelas coisas que se pode dizer que não é inten > que nos sai! eh:: (.) Como muitas outras a > a pessoa pode estar:: eh:: > ter uma reação > a tomar banho e, quando dá conta, vem uma daquela água > eh:: vem um:: > um duche de água fria, {riso} quando está:: > quando está co’ a água eh:: qu > quente ou o contrário! =
A
04.46
= Ou o contrário!
J
04.47
Ou o contrário e a pessoa ma > ma > tem um repi > uns arrepios. {ruídos} Isso não tem nada a ver d’ intencional! Não é? (.) Isto pra dizer que NÃO SAI CONSCIENTEMENTE DE NÓS! (.) É um ato de reflexo! =
A
05.00
= É um ato reflexo!
J
05.01
Mas, proferir uma expressão destas, TEM UMA LÓGICA, UMA RAZÃO E UMA FINALIDADE! Não quer dizer {ruídos} que a pessoa tenha a «intenção» de pratica > de praticar estes sic factosic sic ! A maior parte das vezes que as pessoas proferem expressões destas só têm como intenção «intimidar»::! Não têm intenção «fazer»::! Porqu’ isso > Por isso é qu’ isso não é (.) uma «tentativa» d’ homicídio! Porque, senão, era uma tentativa de homicídio! É um > É um crime d’ ameaça! Significa só «uma» ameaça! A pessoa AMEAÇA! (.) Não é? Ameaça! Senão, era outro crime! Por isso é qu’ é uma ameaça! MAS É INTENCIONAL! A senhora > A senhora persiste em dizer que não foi intencional, mas isto é intencional! Mas 0bem! {riso}
A
05.46
0Mas > Mas > Mas sei > Eu sei que disse! Eu sei que disse! E confirmo que disse! 0 (( )) / 0
J
05.51
0Mas d > Mas diz que não foi intencional8!
DA
05.52
0Mas teve consciência de que tava a 0dizer?
A
05.53
0Mas tenho consciência que disse o mal > disse que estava mal:: eh:: > eh:: o qu’ havia (( )) > disse que não havia ter dito, (.) mas eh:: disse. Pronto! (.) Embora não o fosse fazer!
J
06.04
{riso} Mas isso é 0diferente! {riso}
DA
06.04
0Ó dona NOME1! (..) Posso, sotor?
J
06.07
É claro! {riso}
DA
06.08
Ó dona NOME1! Mas confessa livre e integralmente aquilo que aqui? =
A
06.11
= Exatamente!
DA
06.12
«Pronto»! 0 (( )) / 0
J
06.13
0Ó sotora, mas aqui está > dito 0que ela / 0
DA
06.15
0TEM CONSCIÊNCIA!
J
06.15
00 \ que ela agiu de forma livre, deliberada e CONSCIENTEMENTE!
DA
06.20
A dona NOME1 tinha consciência daquilo que estava a dizer?
A
06.22
Não! (.) 0 (( )) consciência (( )) / 0
DA
06.24
0Ó sotor! {riso}
X
06.25
{juiz e DA riem} (...) 0.10
J
06.35
Tudo?
DA
06.36
Pois, sotor!
J
06.37
{riso} Nada a fazer! eh:: Venha a primeira {dirige-se ao Oficial de Justiça} > Pode sentar!
DA
06.41
Ó doutor! As minhas testemunhas prescindo! 0Tamém não / 0
J
06.43
00 | Ok | 0
DA
06.43
0 \ ninguém!
J
06.44
!

{OJ faz a chamada da testemunha}

{conversas paralelas}
DA
06.58
(( )) sotor, pode chegar pra cá! com uma perna de cada lado! {riso}
DAS
07.02
(( )) tudo bem! {riso}
J
07.05
Sotor, veja lá! Que já estiveram aí muitos mais advogados! {riso}

{riso coletivo}
DA
07.09
(( )) debaixo (( )) da secretária (( )) cabe!
J
07.12
É isso (( )) ! Mas também não dá pa chegar mais à frente! (.) Que está > Que está na pontinha3!
?
07.15
0 (( ))
DA
07.16
Não! A questão é qu’ o colega tava com uma perna de cada lado! {riso}

{riso de DAS}
J
07.21
Ora:: (..) Nome completo
AS
07.27
NOME APELIDO4.

Parte 3
J
00.00
O NOME4 é o assistente, não é?
AS
00.02
(( )) sim, sim 0 (( )) / 0
DAS
00.02
0 (( )) consigo!
J
00.04
Nessa qualidade, o senhor não é obrigado a prestar juramento, mas está obrigado ao dever de verdade. O que significa que, s’ o senhor faltar à verdade, comete o crime de falsas declarações. (.) Faz favor de se sentar! Vai responder às perguntas da sotora procuradora adjunta!
X
00.14
(..) {ruídos}
MP
00.17
Ó senhor:: eh:: NOME APELIDO4! O senhor NOME APELIDO4 recorda-se eh:: de > dos motivos pelos quais apresentou queixa relativamente à senhora que está aqui a ser julgada, a dona NOME1? {folhear de páginas}
AS
00.32
Eu recordo, sim, sotora!
MP
00.34
Então o qu’ é que se passou, senhor:: NOME APELIDO4?
AS
00.37
Foi que fui amaçado de morte 0 (( )) / 0
MP
00.41
0E foi ameaçado como? O qu’ é que lhe foi dito? E de que forma? Quer dizer, eu pretendia saber se > em que contexto é qu’ isso se passou? E porqu’ é que o senhor:: > Eu presumo que o senhor pra ter ido > pra ter ido apresentar denuncia à PSP > porque sentiu (.) 0qu’ isso era verdadeiro, não é?
AS
00.58
0Senti-me ameaçado. Senti-me ameaçado 0 eh:: / 0
MP
01.02
0O qu’ é que foi dito de concreto, senhor NOME APELIDO4?
AS
01.02
00 \ com (( )) com muita convicção. Portanto, a senhora dirigiu-me eh:: > Portanto, eh:: ameaça de morte.
MP
01.08
Então e qual era o contexto? Os se > Davam-se mal, não davam Tinha acontecido alguma coisa que justificasse ou que tivesse:: eh:: originado essa situação O qu’ é que se passou?
AS
01.18
eh:: A senhora já há muito tempo que::, portanto, {ruídos} tem uma relação > ptanto, eh:: e intenta, portanto, eh:: determinadas coisas eh:: > portanto, é a vizinha confinante eh:: , portanto::, faz eh:: > apresenta bastante > portanto::, eh:: ameaça eh:: > Pronto! eh:: Nós deixámos eh:: > deixámos de:: nos falar. Portanto, pura e simplesmente eh:: (.) íamos a passar na rua eh:: > Ptanto, no dia vinte e dois de setembro de dois mil e quinze, às dezasseis e quarenta e cinco > isto foi uma terça-feira > e, qual é o meu espanto, qu’ a senhora sai de dentro de casa eh:: , portanto eh:: , dirigindo eh:: , portanto, eh:: ameaça de morte. (.) eh:: E até teve > até > até eh:: teve a tentativa d’ ir:: atrás de mim, eh:: > de perseguir, com um ar agressivo (.) para > e foi segura por uma:: > por uma:: senhora, qu’ eu acho qu’ é testemunha > por uma:: > por uma vizinha > qu’ acho qu’ até é testemunha do processo > eh:: que a agarrou pra que ela:: eh:: voltasse pa trás. Pronto! 0 eh:: E via-se convictamente / 0
MP
02.32
0Portanto, ela estava mesmo:: maldisposta e zangada consigo, é isso?
AS
02.36
Sim, mesmo com intenção > com intenção eh:: de tirar a vida.
MP
02.43
Então e diga-me uma coisa! E:: > E:: > Enfim, a d > a > a dona NOME APELIDO1 é uma senhora já d’ idade, embora qu’, enfim, ainda > diria eu, que está (.) com > com aspeto de ter uma saúde razoável, não é? Pra > Pra sua idade. O senhor eh:: > Havia algum > Nesse dia, houve algum problema nas sic vossasic sic > O facto de serem vizinhos > Tinha surgido algum:: / 0
SA
03.07
Nesse dia 0não, sotora.
MP
03.07
00 \ alguma quezília, alguma 0coisa?
SA
03.09
0Não! Nesse dia, não! eh:: Anteriormente, eh:: é qu’ a senhora, portanto, eh:: desde:: > desde:: eh:: invasões de propriedade, desde abertura de respiros pa minha propriedade, eh:: lança uma série de > de::, portanto, d’ ameaças eh:: > portanto, eh:: representa > representa uma série d’ ameaças, que nos levaram a cortar eh:: > por amor, Deus! Assim não dá, não é? > a cortar relações.
MP
03.36
0Olhe! E o senhor:: trabalha?
AS
03.36
0A cortar relações, porque:: / 0
MP
03.38
Durante o dia está em casa? Não está
AS
03.40
eh:: Durante o dia, vou:: > vou à hora d’ almoço a casa. Trabalho.
MP
03.44
Mas 0trabalha?
AS
03.44
0Sim, 0trabalho.
MP
03.45
0E a senhora? Está sem ocupação laboral? (.) A dona NOME1?
AS
03.50
eh:: Eu (( )) não sei, sotora! Não 0sei.
MP
03.52
0Não sabe? =
AS
03.52
= Não sei. Desconheço > Desconheço, portanto, a vida particular da senhora. (.) Portanto, eh:: / 0
MP
03.58
00 | Pois | 0
AS
03.58
00 \ não sei! Não sei!
MP
03.59
Não sabe a qu’ é qu’ ela se dedica? Se tem alguma atividade laboral, se só está em casa
AS
04.03
Eu não sei, sotora 0 (( )) / 0
MP
04.05
0Olhe! Então, senhor:: NOME APELIDO4, o qu’ é que foi dito em sic concretamentesic sic ? (..) Com’ é qu’ ela se dirigiu a si? Nisso que o senhor sentiu que estava a ser ameaçado, o qu’ é qu’ ela disse concretamente?
AS
04.17
Um dia destes, eu mat-te! (.) sic Ouvistessic sic ? Mat-te! Com > Com > Com uma profundeza (( )) {alguém tosse} > Convicção > 0Convicta / 0
MP
04.27
0Com convicção. O senhor acha que foi dito com convicção (..) Disso qu’ o senhor 0diz com profundeza / 0
AS
04.33
0Foi a minha:: / 0
MP
04.34
0 \ portanto, foi 0uma:: / 0
AS
04.35
0Claro!
MP
04.36
0 \ não foi assim uma coisa dita de passagem, é o > é o qu’ o senhor quer dizer, é isso?
AS
04.42
Não.
X
04.43
(..) {ruídos}
MP
04.46
Olhe! E o senhor contou que, entretanto, até houve uma senhora que impediu qu’ ela fosse atrás de si, é i > e a 0senhora, a dona NOME1 / 0
AS
04.52
00 | Sim | 0
MP
04.53
0 \ levava alguma coisa com ela Não levava
AS
04.55
eh:: Que eu me tivesse apercebido, não porque:: eu ia a caminhar, portanto, eh:: ia-me a dirigir pa > pa > pa chamar > pa minha habitação para chamar as autoridades, porque:: estávamos perante uma:: > uma situação bastante anormal e ameaçadora.
X
05.10
(..) {folhear de páginas}
MP
05.14
Não pretendo mais nada! {dirige-se ao juiz}
AS
05.15
Eu > Eu tenho que passar:: eh:: 0normalmente / 0
MP
05.17
0Diga 0senhor:: / 0
AS
05.17
00 \ Peço desculpa! eh:: Tenho que passar eh:: junto > portanto, pla frente 0 eh:: / 0
MP
05.22
0Da casa da dona NOME1
AS
05.23
É! Da casa da dona NOME1 pra uma outra propriedade que tenho, a escassos metros, eh:: mas depois dos edifícios da:: > da dona NOME1, eh:: e tenho que passar eh:: pla frente e na qual a senhora dona NOME1 tem um:: estabelecimento, onde:: estão sempre pessoas, também pla frente, eh:: e foi aí que a senhora dona NOME1, portanto, eh:: / 0
MP
05.44
Proferiu essas express- > 0essa expressão
AS
05.46
0Com certeza! Sim, sim.
J
05.49
Assistente
DAS
05.51
Co’ a devida vénia, sotor. (( )) ? (.) Bom dia, senhor NOME4. (.) Já descreveu aqui a fac > a > a factualidade. Parece que não resultam dúvidas. «Relativamente» ao > ao > ao > ao > ao > Com’ é que ficou? Posteriormente a esta situação, com’ é que ficou?
AS
06.07
Sotor, senti que a minha vida foi toda afetada / 0
DAS
06.10
0 | Sim | 0
AS
06.11
0 \ portanto, eh:: d’ um modo geral, tanto emocionalmente como:: eh:: , portanto, até materialmente sic houveramsic sic prejuízos porque:: eh:: eu fiquei, portanto, deprimido de tal forma que:: tive que meter baixa médica / 0
DAS
06.25
0 | Sim | 0
AS
06.26
0 \ Pronto! eh:: (.) E acontece que, portanto, a minha relação:: eh:: familiar também alterou / 0
DAS
06.34
Mas porquê? Porquê? Porqu’ é que alterou a sua relação familiar 0 (( ))
AS
06.37
0 eh:: Portanto, eh:: a partir daí eh:: , portanto, comecei-me a sentir:: com medo / 0
DAS
06.43
0 | Certo | 0
AS
06.44
0 \ portanto, alguma tristeza (.) também. eh:: Portanto, eh:: tenho a minha habitação, onde tenho eh:: > portanto, não sinto eh:: qualquer:: culpa disso, portanto, eh:: > E houve uma ameaça, portanto, o facto de:: eh:: diariamente > Portanto, eh:: a nossa habitação é o uso que fazemos > onde vivemos > ter que me dirigir pa minha habitação, depois duma ameaça duma vizinha (.) que tenho na minha parede do lado > eh:: quer dizer, eh:: isto:: eh:: causa > causa medo, causa tristeza, eh:: afeta-me eh:: > portanto, eh:: afetou eh:: a minha vida. eh:: Pronto! eh:: Ainda hoje eh:: não é bem a mesma coisa. O uso dos espaços confinantes eh:: afetou > Afetou! 0 (( )) / 0
DAS
07.31
0Já não mui > Já não os usa da mesma forma 0que usava anteriormente a isto?
AS
07.33
0Não os uso da mesma > da mesma forma. Claro que não! Porque não sei até que ponto é que::, portanto, a senhora usa a proximidade para eh:: , portanto, efetivar o que:: ameaçou.
DAS
07.44
Certo! E > E o senhor consegue dormir bem Não consegue
AS
07.48
eh:: > eh:: Muitos distúrbios eh:: do sono. Através de medicação eh:: > tive medicado! eh:: Ainda eh:: , embora tenha reduzido > Ainda hoje eh:: > eh:: tomo algumas coisas para conseguir descansar. eh:: (.) E > E:: continuo com a minha > portanto, com a minha relação eh:: familiar eh:: > portanto, emocionalmente:: há uma diferença eh:: do que eu era para o que:: fiquei eh:: depois disto.
DAS
08.19
Mas {pigarreio} o senhor era senhor pra > portanto, ali na:: > nas proximidades da sua residência, sair, ir ao café, passear c’ o seu filho, co’ a sua esposa Era senhor pa fazer isso nessa altura? (( )) ANTES dos factos terem ocorrido, o senhor, com alguma frequência, dava um passeio, ia ao café 0Ou não
AS
08.34
0 (( )) Claro, sotor! Claro!
DAS
08.35
Claro o quê?
AS
08.36
Claro! eh:: Sim, saía::. eh:: Era diferente! eh:: Agora:: eh:: , portanto, eh:: evito! eh:: Evito! Por vários motivos! Pra já, sempe que saio eh:: tenho que:: cruzar eh:: > portanto > eh:: E é > E é muito provável eh:: que me tenha que cruzar com a:: > com a pessoa que m’ ameaçou. eh:: (.) E, claro, a > a vida eh:: não é > não é:: > deixa de ser:: eh:: > deixa de ter aquela normalidade. eh:: Deixamos de ter::, no fundo, aquela liberdade eh:: que eu tinha que > quando m’ apetecia sair, eh:: saía. Ora bem, não é a mesma coisa! eh:: Eu vou sair, mas há sempre aquele mas E alguém que m’ ameaçou que:: está no caminho, não é?
DAS
09.21
Olhe! {pigarreio} (( )) perguntar outra coisa. No dia destes episódios, o senhor estava acompanhado por alguém?
AS
09.27
eh:: Estava acompanhado pelo meu filho.
DAS
09.29
0Portanto > Portanto / 0
AS
09.30
0 eh:: E existiam:: eh:: várias pessoas à frente do estabelecimento.
DAS
09.33
Certo! (( )) Os factos passaram-se, ptanto, à frente do estabelecimento da > da > da:: > da dona NOME1? 0Correto?
AS
09.40
0 (( )) sotor!
DAS
09.42
Pronto! E o senhor tava acompanhado plo seu filho?
AS
09.43
Na via pública! Eu ia 0acompanhado pelo meu filho.
DAS
09.44
0E o senhor sentiu-se envergonha::do eh:: > eh:: por terem sido eh:: proferidas > Além do medo que sentiu, sentiu v > vergonha eh:: por > por estas expressões terem sido proferidas à frente do seu filho e sic asic sic demais pessoas ou não? =
AS
09.56
= Perfeitamente, sotor. Foi uma vergonha completa, uma:: eh:: barraca, como se costuma dizer, no meio da rua > qu’ eu fiquei > Eu, primeiro, não estava a acreditar: Mas isto:: afinal é o quê? Pr’ amor, Deus! eh:: Isto não é vida para mim! Eu sou uma pessoa respeitadora, educada! > (( )) desta:: > deste:: conceito eh:: de relações. eh:: E fiquei eh:: estupefacto com esta > com esta atitude. Mesmo! eh:: Pra eh:: > Pra além disso, claro, afetou-me perfeitamente! {folhear de página}
DAS
10.27
O senhor disse aqui que:: {folheia página} > que foi > foi seguido? Foi isso qu’ eu percebi? Foi seguido ali na:: > na psiquiatria foi isso que me disse? 0Foi isso que disse ou não?
AS
10.34
0 eh:: Sim, ainda andei em seguimento::. Sim, andei a fazer acompanhamento e a tomar medicação eh:: , portanto, eh:: > por > motivado por todo este:: portanto, 0 (( )) por este medo!
DAS
10.44
0Por este episódio!
AS
10.45
E ainda hoje:: eh:: continuo sem > sem saber muito bem eh:: > até ao dia que a senhora realmente eh:: > Não sei! 0Se > Tenta / 0
DAS
10.53
0 (( ))
AS
10.53
0 \ efetivar5 o que ameaçou.
DAS
10.54
0Olhe! E > E já aconteceram mais episódios como este ou não? Isto foi um episódio isolado ou 0 (( )) / 0
J
10.59
0Sotor, os outros são irrelevantes!
DAS
11.01
Ó sotor! =
J
11.02
= Os outros são «irrelevantes»!
DAS
11.04
(( )) pa constatar (( ))
J
11.06
Se não eram > Se não eram relevantes, o sotor não pode trazer. Como é evidente! Eu não posso ter em consideração! 0Não faz parte do objeto do processo.
DAS
11.09
0 (( )) Certo! Certo! Claro! Com certeza! eh:: / 0
J
11.14
S’ houve outros, sotor, ele apresenta a respetiva queixa e é analisado no respetivo processo. {ruídos}
DAS
11.20
eh:: (..) É tudo, sotor! É tudo, sotor!
X
11.27
(..) {ruídos}
DA
11.32
Ó senhor NOME APELIDO4, diga-me uma coisa! (..) O senhor referiu que a dona NOME1 saiu e lhe proferiu esta expressão. (.) {alguém tosse} Mas saiu sem nada? Não houve uma conversa? Não houve uma discussão antes? (.) Entre si e a dona NOME1?
AS
11.52
eh:: Antes eh:: 0a senhora dona NOME1 / 0
DA
11.53
0No momento!
AS
11.55
0 \ eh:: motivou, portanto, o corte de, portanto, eh:: > de relações. eh:: , portanto, eh:: 0 (( )) / 0
DA
12.00
0Tou a falar neste 0dia!
J
12.01
0Não é isso qu’ a sotora 0está a dizer!
DA
12.02
0Neste dia! Neste dia!
AS
12.02
0Ah! Nesse dia, não! 0 (( )) / 0
J
12.03
0 a dizer o momento anterior 0a:: / 0
AS
12.04
0Nesse dia não! 0Não, Não! Nesse dia, não!
DA
12.04
0Ptanto, ela sai > sai da porta pra fora 0e:: (( )) / 0
AS
12.07
0Correto!
DA
02.09
E o senhor não proferiu nenhuma expressão? Não houve discussão nenhuma?
AS
12.12
Não, sotora!
DA
12.13
A dona NOME1 saiu e disse
AS
12.16
Sim. =
DA
12.16
= Olhe! Quando é qu’ o senhor começou a ser seguido na psiquiatria? (..)
X
12.18
(..)
AS
12.21
Foi:: eh:: logo, portanto, após > após a isso. Após 0 (( )) / 0
DA
12.26
0Não sei se > O sotor juntou algum documento?
DAS
12.28
Não! (( )) tem ali > tem ali o texto (( )) Posso ver? Deixe-me ver!
J
12.34
Ó sotor, o documento que juntar hoje:: vai ser su > vai ser sujeito a > a:: / 0
DAS
12.38
A avaliação! Ainda não vi o documento, sotor! 0É a primeira vez qu’ eu estou > estou / 0
J
12.39
00 \ a sanção!
DAS
12.41
0 \ é a primeira vez qu’ estou:: / 0
DA
12.42
0Diga-me uma:: (( )) / 0
J
12.42
0Ah! Ma não é > não importa quando é qu’ sotor tem conhecimento, sotor! É o sujeito processual!
DA
12.46
Diga-me uma coisa! Com’ é que são as vossas relações de vizinhança? (.) O senhor foi pra lá morar quando?
AS
12.53
Fui pra lá morar:: (( )) nos anos dois mil e:: (..) > e nove > e «oito»
DA
13.12
Dois mil e oito. Os factos ocorreram em dois mil e quinze. Diga-me uma coisa! Durante sic osic sic dois mil e oito a dois mil e quinze, com’ é que foram as vossas relações de vizinhança?
X
13.20
(..) {ruídos}
AS
13.24
As nossas relações de vizinhança:: eh:: foram boas eh:: até uma determinada data que:: a senhora, portanto, começou eh:: , portanto, a:: > a ter práticas menos > menos boas.
DA
13.36
Práticas menos boas?
AS
13.38
Sim.
DA
13.39
E nunca houve nenhuma discussão entre vocês?
AS
13.41
Nunca houve nenhuma discussão entre nós!
DA
13.43
Antes destes factos 0nunca houve nenhuma / 0
AS
13.44
0Não!
DA
13.45
0 \ discussão3?
AS
13.45
0Não, senhora doutora!
DA
13.46
Nada?
AS
13.47
Nada!
DA
13.48
Então, a dona NOME1 sai disparada de 0casa / 0
J
13.49
0Não houve discussão, mas houve quezílias!
DA
13.52
Pelos vistos não, 0sotor!
J
13.53
0Houve! Houve, houve, houve! Ele próprio disse que houve quezílias!
AS
13.56
eh:: (( )) Por parte da senhora! eh:: Várias > Várias agressões, invasão de propriedade::, eh:: > eh:: abertura {vozes} 0de:: > abertura de:: > de fenestrações (( )) / 0
DA
14.04
0Não! Isso > Isso pr’ aqui não interessa! Eu tou a falar 0em termos de RELAÇÕES (( )) / 0
J
14.06
0Sotora! Se ele di > Se ele di > Se ele diz que estavam de relações cortadas, com’ é qu’ é possível
DA
14.10
Ó sotor, mas eu quero ver se existe algum fundamento! Quer dizer, parece que tamos a falar (( )) duma pessoa completamente descompensada que sai de casa e diz à primeira pessoa: Eu mato-te!
J
14.18
Pra ela > Evidentemente, pra ela dizer isto é porque estavam de relações cortadas ou, plo menos, andavam eh:: com animosidade, 0um relativamente a outro.
DA
14.24
0Andavam com animosidade, sim senhora, sotor! Mas, quer dizer, não tem lógica não haver uma discussão «antes»!
J
14.32
A não ser qu’ a arguida fosse esquizofrénica!
X
14.34
(..) {ruídos}
DA
14.39
Houve alguma discussão antes, (.) senhor NOME APELIDO4?
AS
14.42
Não, sotora!
DA
14.43
Não? (.) Olhe! Diga-me uma coisa! eh:: Refere que tava eh:: várias pessoas eh:: no café e que foi à frente do café
AS
14.51
Sim, claro! Estavam várias pessoas à frente do café.
DA
14.54
E:: conhecia alguma delas?
AS
14.58
S > eh:: Não! Não conheço! eh:: Sei que são pessoas lá da povoação. eh:: (.) Não conheço. (.) {ruídos} Não conheço propriamente. (.) Sei que são pessoas que vivem na povoação
DA
15.09
0Sim.
J
15.09
0Ó doutora, s‘ ela reconheceu que o > que o > 0 (.) que o ameaçou!
DA
15.11
0 sic Atãosic sic , desde dois mil e oito que já lá mora não conhece as > a > a > os vizinhos que estavam lá no café? (.) E qu’ assistiram a tudo
AS
15.19
eh:: Eu considero que conheço uma pessoa quando convivo eh:: > 0portanto / 0
DA
15.23
0Ó SENHOR 4, DESCULPE LÁ! Vamos ali na rua, eu sou agredida > eu, quer dizer, no máximo:: indico as outas pessoas que tão ali nem que peça: Olhe, desculpa lá! A senhora viu, não se importa de > d’ ir confirmar isto que foi dito? =
AS
15.33
= Ah! Mas a sotora então não sabe que:: a dona NOME1 eh:: ameaçou as pessoas, eh:: dizendo que se fossem dizer alguma 0coisa que iam ver o que lhe sic faziamsic sic ! (.) Pr’ amor, Deus!
DA
15.39
0Ó! Ó SENHOR 4! S’ AMEAÇASSE TAMÉM ESTARIAM AQUI COM COMO O SENHOR ESTÁ! (.) Diga-m’ uma coisa! O senhor tem qu’ idade?
AS
15.48
Quarenta e três, sotora!
DA
15.50
Ptanto, (.) considera-se de boa forma física
AS
15.55
eh:: Ul > Ultimamente nem por isso, sotora!
DA
15.57
O que é ultimamente? EM DOIS MIL E QUINZE! Com’ é qu’ o senhor se sentia em termos de forma física? (.) ATIVO?
AS
16.06
Claro!
DA
16.07
Uma pessoa dinâmica?
AS
16.08
Claro!
DA
16.09
Uma pessoa capaz de fazer face a > a:: > um imprevisto?
AS
16.13
Sim, sotora!
J
16.14
Imprevisto2! {riso}
DA
16.15
0ATÃOsic COM’ É QUE TEVE MEDO?
AS
16.15
0 (( )) sou capaz > sou capaz de > de:: governar a minha vida, não é? =
DA
16.18
= Mas eh:: > eh:: sic atãosic sic explique-me com’ é que sentiu medo duma senhora de > de:: / 0
AS
16.24
0A sotora:: se for ameaçada de morte / 0
DA
16.24
00 \ perto de (( )) anos!
AS
16.26
0 \ com’ é que se sente? Com convicção?
DA
16.29
(( )) Se eu for ameaçada, dada a minha idade, por um adolescente, ah pode ter a certeza que não tenho medo!
AS
16.35
Ai só um adolescente é que faz mal? =
DA
16.37
= NÃO! EU TOU A FALAR EM TERMOS DE EM TERMOS D’ IDADE DE / 0
AS
16.39
0A mim não!
DA
16.40
0 \ DE ASPETO EH FÍSICO //
J
16.42
Ó senhor NOME APELIDO4! O senhor > O senhor acha esse seu comportamento normal? (.) Se calhar, aqui ninguém na sala acha! (..) O senhor está a exponenciar um facto qu’ a generalidade das pessoas, apesar de ter algum temor, não entra em DEPRESSÃO! (.) Está a perceber o > Está a perceber sic asic sic porquê > o porquê das perguntas da sotora? {ruídos} Tem a ver essencialmente co’ isso! O senhor é duma sensibilidade EXTREMA! (.) a perceber? (.) Agora, uma senhora da idade da arguida que, de facto, lhe diz isto porqu’ andam de relações cortadas > S’ os senhores > S’ os senhores se dessem bem e ela lhe dissesse isso, é qu’ o senhor devia ficar prejud > pre > preocupado! (.) Agora, s’ os senhores se davam mal e ela se saiu com isso > Isso, infelizmente, FAZ PARTE DA VIDA! Quando as pessoas se dão mal, CHAMAM-SE S, AMEAÇAM! FAZ PARTE!
X
17.30
(..)
DA
17.34
Ó sotor! Eu até compreendo alguma sensibilidade > não sei, como o senhor doutor diz, em > em termos de coiso. Agora, o senhor dizer que deixou de fazer a sua vida normal, que sentiu efetivamente > NÃO TEM AQUI NENHUM VIZINHO, SÓ TEM O SEU FILHO COMO TESTEMUNHA! (.) Quer dizer! Não > Não HÁ DIZ-ME QUE NÃO HÁ NENHUMA DISCUSSÃO ANTES! (..) {ruídos} Sotor, é só! {dirige-se ao juiz}
?
17.57
Posso, sotor?
J
17.58
Tudo?
DA
17.59
É!
J
18.00
Pode sentar lá atrás!
?
18.01
(( ))
?
18.03
Diga:: (( ))
?
18.04
(( )) só um bocadinho.
X
18.05
{ruídos}
DAS
18.07
Vamos lá tentar cons > con > contextualizar aqui a > a > os factos. =
J
18.11
= Ó DOUTOR, CONTEXTUALIZAR É DIFÍCIL E ESTÁ DEMAIS!
DAS
18.12
0Ó sotor! eh:: > eh:: Parece > Parece que > que resulta aqui, desta audiência (( )) em julgamento, qu’ a senhora foi a primeira vez que proferiu esta expressão. 0Não > Não > Não é verdade!
J
18.21
0Ó sotor! > Ó sotor! Se for > Se há outras ele ti > ele não as 0pode vir buscar todas agora pr’ aqui, sotor!
DAS
18.25
0Mas há > Mas há > Sotor! Mas há queixas-crime apresentadas, 0sotor!
J
18.26
0Ó sotor, isso é outra questão! Isso é outra questão! Se ELE já andava com medo dela relativamente a outras, sotor, sic atãosic sic não é neste pedido que deve fazer esse pedido! Deve dizer é assim: Isto agravou > Que já havia acontecido noutros > noutros casos em que ela já lho tinha FEITO!
DAS
18.40
Certo!
J
18.41
Pronto! 0Então! São coisas diferen::tes!
DA
18.42
0 (( )) mas ele próprio vem dizer que não faz discussões > que não houve discussões!
DAS
18.42
0Mas pa contextualizar, sotor! Desculpe! Pa contextualizar > Pra contextualizar, (( )) , não é situação isolada como > como a:: > a minha ilustre colega quer aqui 0 (( )) transparecer!
J
18.51
Ó sotor, mas ele é que está a dizer! O sic arguidosic sic é que disse que é!
DAS
18.53
0Ó sotor (( )) / 0
J
18.53
0Porque disse qu’ até nessa al > até essa altura andava muito bem, conforme a sotora disse. Até essa altura andava muito bem e, com esta expressão, esta única expressão, sem nunca terem qualquer confronto direto //
DAS
19.02
Não! Mas isso > isso não corresponde à realidade, sotor!
DA
19.05
0MAS FOI ELE QUE DISSE!
J
19.05
0Ó SOTOR! MAS FOI ELE QUE O DISSE! {riso} Ó SOTOR! {riso}
DAS
19.07
Ó sotor! 0 (( )) / 0
J
19.08
0FOI ELE QUE O DISSE!
DA
19.09
0Eu perguntei assim: > Houve várias discussões?
AS
19.09
0Nunca discutimos! A senhora, por várias vezes, 0 eh:: > a senhora, por várias vezes, (( )) / 0
?
19.12
0O argui > O > O assistente?
AS
19.14
0 \ que eu entrasse em conflito com ela > em confronto direto. 0E eu é que nunca > Eu não pactuei com isso!
DA
19.17
0EU PERGUNTEI-LHE, SENHOR 4, SE JÁ TINHA HAVIDO DISCUSSÕES ANTES! O SENHOR DISSE-ME: QUEZÍLIAS! Até o sotor 0 (( )) / 0
J
19.24
0Quezílias fui eu!
DAS
19.24
Quezília / 0
DA
19.25
0 (( )) quezílias / 0
J
19.25
0Havia quezílias porqu’ ele tinha dito qu’ ela andava-lh’ a abrir respiradouros e tra-tra-ta-ta!
DA
19.29
Pronto!
J
19.29
Lá na > Quezílias de vizinhança! Próprias da vizinhança!
DA
19.31
(( )) Perguntei s’ havia discussõ::es! 0Se já tinha havido confron::to!
J
19.33
0POIS! E ele disse que não! 0Ele disse que não!
DA
19.35
0Ele disse que não!
DAS
19.36
Ó senhor NOME APELIDO4, vamos aqui esclarecer! O que são pra si quezílias? Diga lá! 0 (( )) / 0
J
19.38
0Sotor, não é pra ele! {ruídos} Quem falou de quezílias fui eu! (.) 0Porque / 0
DAS
19.41
0Pronto! Pronto! Mas ó > ó > ó senhor NOME APELIDO4! Contextualize! O qu’ é qu’ aconteceu ANTES destes factos p’ os senhores deixarem de falar? Porque n > o senhor não acordou, certamente, num dia e deixou de falar pa senhora ou a senhora deixou de falar pra si! O qu’ é qu’ aconteceu? =
AS
19.52
= Claro que não! A senhora motivou, portanto, essa:: > esse corte de > de:: 0relações.
DAS
19.56
0Mas o qu’ é qu’ ela fez? O qu’ é qu’ ela 0fez?
AS
19.57
0Portanto, ela eh:: abriu respiros pa minha proprieda0de:: eh:: / 0
DAS
19.59
00 | Sim | 0
AS
20.00
0 \ mandou invadir a minha propried > dizendo qu’ a minha propriedade que é de0la:: eh:: / 0
DAS
20.03
0E mais?
AS
20.04
0 \ eh:: que:: > qu’ aquilo qu’ é tudo dela 0 eh:: / 0
DAS
20.06
00 | Sim | 0
AS
20.07
0 \ tem um estabelecimento a funcionar que:: é um incómodo constante, 0 eh:: portanto, não tenho / 0
J
20.11
0Pois!
DAS
20.12
0Pronto!
J
20.12
0Tudo isso > Tudo isso / 0
AS
20.12
0Pronto! 0 (( )) / 0
DAS
20.14
0Foram essas questões 0que (( )) / 0
J
20.15
0MAS ISSO NÃO TEM A VER DIRETAMENTE COM ISTO! {alguém tosse}
DAS
20.17
Não, mas também > não foi neste episódio qu’ a senhora 0 eh:: / 0
J
20.22
0Mas é isso que ele cá > faz quando deduz o pedido cível! 0Quer que seja tudo / 0
DAS
20.26
0 (( )) «relativamente» 0 (( )) / 0
J
20.28
00 \ metido aqui, no saco azul!
DAS
20.29
0 \ relativamente 0 (( )) / 0
J
20.30
0Não pode ser!
DAS
20.31
0 (( )) / 0
DA
20.31
0Olhe! O senhor quando foi morar pra lá, já havia lá o café?
AS
20.35
Quando mudei, já tinha o café.
DA
20.37
Pronto!
X
20.38
(..)
DAS
20.41
Ó senhor NOME APELIDO4! eh:: > Só mais uma pergunta. Se > Se me permite. 0 (( )) / 0
AS
20.45
0Mas não > não funcionava com os horários que:: passou a funcionar.
X
20.48
(..)
DA
20.52
Mas isso é a câmara!
DAS
20.55
Senhor NOME APELIDO4, permita-me! Permita-me! {ruídos} (.) Responda-me:: às minhas questões, por favor! (.) O senhor é uma pessoa sensível? (.) O senhor é uma pessoa sensível? Foi a primeira vez que foi acompanhado na 0psiquiatria (( ))
AS
21.09
0Não, sotor! Eu apenas > Eu apenas preciso viver na minha casa.
DAS
21.11
Precisa de viver na sua casa.
AS
21.13
É só isso.
DAS
21.14
Não é isso que eu lhe perguntei! S’ é uma pessoa «sensível»? (.) SE 0estas palavras que foram proferidas / 0
AS
21.19
0Não, sotor! Eu tenho sido altamente resistente.
DAS
21.21
0 \ se estas palavras que foram proferidas pela > pela > pela > pela arguida > se o deixaram num estado de ansiedade, 0de medo, de depressão que preci / 0
AS
21.29
0Claro, sotor! Claro!
DAS
21.31
0 \ se foi este o 0motivo / 0
AS
21.31
0Claro!
DAS
21.32
0 \ qu’ o levou 0a recorrer à / 0
AS
21.32
0Claro!
DAS
21.33
0 \ à psiquiatria7?
AS
21.33
0Claro!
DAS
21.34
Não me responda claro! Pelo amor de Deus!
J
21.37
0Ó sotor, {riso} eu já lhe tinha dito que sim! Só qu’ o qu’ é que nós já vimos? Que não! Que não foi só isso! (.) Não é? Qu’ isto é um «acumular» de situações que já vinham sendo {alguém tosse} {ruídos} eh:: > t > tendo, ptanto, que já vinham acontecendo e que, com isto, acabaram por ser mais uma gota! 0Que contribui para que ele, de facto, se deixasse afetar. Claro!
DAS
21.57
0 (( )) (..) É tudo, sotor!
J
22.03
O des > É evidente qu’ o desgaste do dia a dia de quezílias de viz > de vizinhos eh:: (.) é (.) > é suscetível de gerar intranquilidades nas pessoas e (.) eh:: > e as pessoas andam ali todos os dias a CHATEAR-SE e depois deixam-se DESGASTAR, ficam emocionalmente mais IRRITADAS. Essas coisas todas!
DAS
22.24
0Mais frágeis!
J
22.26
Faz parte, não é? =
DAS
22.26
= Claro!
J
22.27
(( )) isto é a normalidade da vida! (.) Senhor NOME APELIDO4, quanto é qu’ o senhor ganha por mês?
X
22.31
(..) {ruídos}
AS
22.35
Uns quinhentos euros.
J
22.36
Líquidos? (...) 0.8 {anotações do juiz} Com quem vive?
X
22.44
(..) {anotações do juiz}
AS
22.47
eh:: Vivo:: eh:: com o meu filho > com:: > com:: > Com quem vivo, sotor? Com o meu filho eh:: e com a:: > portanto, eh:: a mãe do meu filho.
J
22.59
Sua companheira?
AS
23.00
Sim, sim!
J
23.02
Quanto é qu’ ela ganha?
X
23.03
(..) {anotações do juiz}
AS
23.06
eh:: Anda também em > mais ou menos eh:: pelo meu > pelo meu vencimento.
J
23.11
Quinhentos euros. (..) Qu’ idade tem o seu filho?
AS
23.17
eh:: Tem dezoito.
X
02.19
(..) {anotações do juiz}
J
23.23
Casa própria ou arrendada?
AS
23.25
eh:: Casa:: eh:: > Casa própria.
J
23.28
Paga ao banco ou não?
AS
23.29
Pago ao banco.
J
23.30
Quanto?
AS
23.32
eh:: Cerca duns trezentos euros.
J
23.37
Amortização d’ emp > do empréstimo, não é?
AS
23.40
Amortização d’ empréstimo.
X
23.41
(..) {anotações do juiz}
J
23.46
Trezentos mensais, é?
AS
23.47
Mensais.
X
23.48
(..)
J
23.52
Que estudos tem?
AS
23.55
eh:: Tenho o décimo segundo.
X
23.57
(..) {anotações do juiz}
J
24.01
Agora pode sentar lá atrás.
AS
24.02
(( )) licença!
X
24.04
{ruídos} {OJ faz chamada da próxima testemunha}
OJ
24.24
Aqui nesta cadeira, bem?
T1
24.25
Sim.
?
24.27
(( )) {ruídos}

Parte 4
T1
00.00
NOME APELIDO5.
X
00.02
(..)
J
00.05
O senhor é filho do senhor NOME APELIDO4, não é
T1
00.06
Sim, sim.
J
00.07
E:: (..) {ruídos} isso impede-o de dizer a verdade?
T1
00.13
Não.
J
00.14
Jura por sua honra dizer toda a verdade e só a verdade?
T1
00.16
Sim! =
J
00.16
= O seu pai diz que tem dezoito anos, é assim?
T1
00.18
Exato!
J
00.19
Sabe que, se faltar à verdade, comete um crime de falso depoimento?
T1
00.22
Sim!
J
00.22
Faz favor de se sentar! Vai responder às perguntas que lhe vai fazer a sotora procurado adjunta!
X
00.26
(..)
MP
00.30
Então! O:: senhor sabe, certamente, o qu’ é que se passou, não é? Pra que o seu pai tivesse apresentado queixa e plo que está aqui a responder a dona NOME APELIDO1, sabe?
T1
00.40
Sei.
MP
00.41
O qu’ é que se passou? Que o senhor tenha assistido e ouvido
T1
00.45
eh:: Nós estávamos a caminho da nossa garagem e, quando estávamos no caminho, eh:: a senhora dirigiu-se ao meu pai a insultá-lo, (.) eh:: de um modo bastante agressivo, ameaçando-o até de morte. E::, quando o meu pai voltou pa trás, pa ir a casa, pa chamar a polícia, eh:: a senhora continuou a persegui-lo {suspiro} , mais uma vez de modo agressivo, e teve que ser parada por uma das pessoas que tava presente no local.
MP
01.16
E o qu’ é que:: > eh:: Relativamente ao > ao que ela dizia, que o senh > que, portanto, que diz que era em > em termos agressivos e d’ ameaçar, o qu’ é qu’ ela dizia?
T1
01.27
eh:: Chamando-lhe entre vários no::mes, eh:: a dizer que {suspiro} eh:: > qu’ o matava, a fazer gestos, tudo e mais algu > tudo e mais alguma coisa!
MP
01.39
E que tipo de gestos?
T1
01.41
eh:: {riso} Que lhe dava uma pancada. Fazia gestos assim {faz gesto} , atrás dele. E ele, simplesmente, de costas pa:: > pa ir chamar a polícia, a casa. Mais nada.
MP
01.51
Olhe e isso > O seu pai disse alguma coisa antes Não disse
T1
01.55
Não! Nós estávamos a caminho da garagem. Eu ia po treino e:: a > a senhora simplesmente 0sai de casa e desata / 0
MP
02.00
0Portanto, o seu pai ia levá-lo ao treino, é 0isso?
T1
02.02
0Exato! E a nossa garagem sic separadosic sic da casa. Nós temos que passar lá à frente.
MP
02.06
Da casa da > da dona NOME1? Têm que passar à frente 0da casa dela
T1
02.10
0Sim. Exato!
X
02.11
(.)
MP
02.13
Olhe! E ela dizia isso > já disse que em tom eh:: sério, era?
T1
02.17
Sim. 0Ela inclusive até / 0
MP
02.18
0Tava zangada
T1
02.20
eh:: Ela, inclusive, teve que ser parada por uma das pessoas que tava lá presente.
X
02.24
(.)
MP
02.26
Não pretendo mais nada. {dirige-se ao juiz}
J
02.29
Assistente
DAS
02.30
Co’ a devida vénia, sotor! (( )) {pigarreio} (.) Portanto, já descreveu aqui os factos constantes da:: > deste > deste triste episódio, o que lhe quero perguntar é: eh:: sentiu no > no seu pai algum > algum medo?
T1
02.43
Ah! Sim!
DAS
02.44
Sentiu?
T1
02.45
Sim! {riso} Principalmente quand’ ela começou:: a andar atrás dele.
DAS
02.48
Ela andou atrás dele?
T1
02.49
Sim! =
DAS
02.50
= E > E, por acaso, «reparou» se tinha algum:: objeto na mão Se trazia alguma coisa
T1
02.53
Não, não! Mas se > fazia gestos, 0mas / 0
DAS
02.55
0Fazia gestos
T1
02.56
Sim! =
DAS
02.56
= Com > Com > Com > Portanto, gestos sic esic sic ameaçadores! É isso?
T1
02.59
Exato!
DAS
03.00
Como quem matava, é isso? 0O qu’ é que / 0
T1
03.01
0Sim.
DAS
03.02
0 \ Que gestos é que sic elesic sic fazia? Consegue 0 (( )) / 0
T1
03.04
0Ela, basicamente, disse que lhe dava:: {riso} > que dava uma pancada e:: que lhe tirava a vida.
DAS
03.09
Pronto! Proferiu as expressões que > que o matava e, depois, {alguém tosse} fazia gestos no sentido de > como quem fosse executar, é isso? (.) E o > E o > E o NOME5, teve medo?
T1
03.18
{riso} Eu:: > Eu fiquei:: > fiquei onde nós távamos. O meu pai depois decidiu voltar pa trás, eu decidi ficar parado a:: > a assistir, porque eu nem sabia o qu’ é qu’ havia de fazer e:: {riso} > e fiquei preocupado! > Não por aquele dia porque, entretanto, uma pessoa foi lá parar a senhora, mas:: pelo > pelos outros (( )) . 0Obviamente, uma pessoa fica com medo!
DAS
03.36
0 (( )) / 0
T1
03.37
Exato!
DAS
03.38
Pronto! Isto > Isto foi um episódio isola::do > Já havia quezílias eh:: en > entre o seu pai e a > e a dona NOME1 ou Isto foi uma > 0Com’ é que explica qu’ isto tenha acontecido?
T1
03.47
0Não! Isto não foi assim algo:: > Isto não foi algo por acaso, isto 0 > já dura há algum tempo / 0
DAS
03.50
00 | Sim | 0
T1
03.52
0 \ inclusive, nós estamos em casa e estamos constantemente a ser incomodados. eh:: {riso} Temos pessoas que:: invadem a nossa propriedade, temos música aos altos berros, de manhã cedo, ninguém consegue descansar em casa / 0
DAS
04.05
0 | Sim | 0
T1
04.06
0 \ {suspiro} Tudo e mais alguma coisa!
DAS
04.08
Ptanto, os senhores não têm paz, tranquilidade (( )) em casa?
T1
04.11
Não! E:: depois duma ameaça de morte, uma pessoa não fica propriamente descansada. 0Muito menos / 0
DAS
04.15
0 (( )) / 0
T1
04.17
0 \ a passar da nossa casa pa garagem que fica exatamente onde a senhora vive. Tava no meio.
DAS
04.22
E > E > E com’ é que se sentiu o seu pai, após este episódio?
T1
04.26
O meu pai? O meu pai, {riso} 0obviamente / 0
DAS
04.27
0Ele consegue dormir bem?
T1
04.29
Nem por isso! Ele anda sempre preocupado! Ficava até mais tarde acorda::do, caso 0houvesse alguma coisa
DAS
04.33
0Sim! (.) Olhe! E > E > E:: soube s’ ele, por acaso, recebeu tratamento:: hospitalar Psiquiátrico
T1
04.40
Sim, recebeu.
DAS
04.41
Recebeu?
T1
04.42
Sim!
DAS
04.42
sic Derivadosic sic sic asic sic estes factos?
J
04.44
Sotor! Isso só se prova com o documento!
DAS
04.46
Certo, sotor! Exato! (.) Foi isso qu’ aconteceu? O seu pai teve que receber:: eh:: tratamento psiquiátrico, foi isso? (.) Olhe! E > E relativamente > Ele > Ele:: > Ele não era pessoa, antes destes episódios, pa sair::, ir ao café, dar um passeio consigo ali pela redondezas? Ou não?
T1
05.02
Nós vivemos ali. De vez em quando, íamos dar umas voltas de bicicleta pela zona::, etcétera, mas:: 0nada assim de:: / 0
DAS
05.08
0E depois? E depois > E depois sic destesic sic episódios? Continuaram a fazer isso, 0a vossa vida normal ou Não?
T1
05.12
0 {sopro} Não!
DAS
05.14
Mas porqu’ é que não continuam a fazer isso?
T1
05.18
{ruídos} Exatamente pelo receio d’ alguma coisa, porque:: eh:: as pessoas > aquilo há lá um café tamém, 0nesse meio / 0
DAS
05.24
00 | Sim, sim | 0
T1
05.25
0 \ e:: as pessoas todas são influenciadas. Uma pessoa nunca sabe o qu’ é que poderá acontecer e, então, retém-se um bocado. Uma pessoa só ia à garagem mesmo quando era preciso irmos p’ algum lado ou assim.
DAS
05.35
Portanto, no fundo, deixaram de poder sair de casa co’ a mesma tranquilidade, c’ a mesma paz, c’ o mesmo sossego com que faziam anteriormente?
T1
05.40
Exato!
DAS
05.41
Deixaram de frequentar o café Por isso?
T1
05.43
Mas :: > já tínhamos deixado há algum tempo, por causa das outras coisas todas passadas (( ))
DAS
05.49
Certo! (.) É tudo, sotor! {dirige-se ao juiz}
X
05.52
(..)
?
05.55
Sotor!
J
05.56
O NOME5 tem algum receio da senhora?
T1
05.59
{riso} eh:: A partir do momento qu’ ameaça o meu pai de morte, com bastante convicção::, passei a ter um bocado.
J
06.06
Um rapaz de dezoito anos > duma > duma velha de > de > de:: / 0
T1
06.10
Ah! Isso:: > Isso quer dizer muito pouco!
J
06.13
(( )) que tem receio o quê? Qu’ ela tenha lá uma caçadeira em casa?
T1
06.16
{riso} Isso não sei.
J
06.18
Ou qu’ ela ponha uma bomba e mande aquilo tudo plos ares?
DA?
06.21
Ó meu Deus! 0 (( )) {riso}
J
06.21
0Não! Estou > Agora estou > Agora estou a ques > estou a questionar! Precisamente porque não percebo com’ é qu’ um rapaz de dezoito anos, numa situação destas, também > também se d > se > se:: > se fica na sombra dos medos do pai!
T1
06.34
{riso} Não é propriamente nos medos do meu pai! 0É os medos / 0
J
06.36
0Então?
T1
06.37
0 \ criados por mim. 0Porque:: / 0
J
06.39
0MEDOS CRIADOS POR SI?
T1
06.40
Exato! Naquela situação > porque:: > é assim, não é preciso 0tamém / 0
J
06.43
0SE SÃO VIZINHOS, JÁ CONHECEM A SENHORA, JÁ CONHECEM A VIDA DELA, JÁ SABEM O QU’ ELA FAZ, QUE TIPO DE PESSOA ELA É, NÃO É? =
T1
06.49
= Sim. =
J
06.49
= Se fosse um > uma pessoa qu’ aparece ali de repente (.) e ninguém conhece de lado nenhum, as pessoas ficam sabe-se lá! (( )) Pode ser uma pessoa doida!
T1
06.56
Sim, mas > 0porque > é assim (( )) / 0
J
06.57
0Agora, são vizinhos, sabem o qu’ a senhora faz, sabem a vida da senhora {folhear de página} , sab > sabem qu’ o > a > as pessoas mandam cá pra fora coisas da boca pra fora que > que saíram e pronto!
T1
07.08
Eu posso explicar que:: (.) > é assim, houve mais acontecimentos p’ além deste. 0Este aqui não / 0
J
07.13
00 | Sim | 0
T1
07.14
0 \ foi um isolado / 0
J
07.15
Sim, mas
T1
07.16
Há mais acontecimentos anteriores a este / 0
J
07.19
Rela > De
T1
07.20
De:: > Tanto a música, que nós não podemos descansar / 0
J
07.23
0 (( )) ISSO ACONTECE EM TODO O LADO!
T1
07.25
0 (( )) (.) invasão de 0propriedade / 0
J
07.26
0 (( )) TEMOS OS VIZINHOS QUE PÕEM MÚSICA ALTA, VIZINHOS QUE FAZEM BAILES, OUTROS QUE FAZEM FESTAS DOS FILHOS E AS PESSOAS QUE ESTÃO POR BAIXO TÊM, NECESSARIAMENTE, QUE AGUENTAR! TODOS ISSO ACONTECE EM TODOS OS LADOS! Já nem > J > O tempo das > qu’ as pessoas viviam em > em:: habitações separadas, já lá vai! Desde que criaram o elevador, passou a haver / 0
T1
07.41
A partir 0 (( )) / 0
J
07.42
00 \ ca > casas com muitos pisos! 0E depois / 0
T1
07.44
00 | Sim | 0
J
07.45
0 \ a > as > deixa > deixa d’ haver construção de qualidade porqu’ eles querem rentabilizar ao máximo e NÃO HÁ SO ISOALIZAÇÃOSIC DOS PRÉDIOS! MAS ISSO ISSO TODA A GENTE SOFRE!
T1
07.52
Eu percebo isso:: eh:: esporadicamente e não constantemente. Sempre, de manhã, bastante cedo. Já pa não falar 0que:: / 0
J
08.00
0Mas já deviam estar habituados! Se sabem qu’ ela faz isso! {riso} 0A PESSOA ENTRA NESSA ROTINA!
T1
08.02
0Ma não fazia! Posso? {ruídos} Ma não fazia! Anteriormente, nós dávamo-nos bem {conversas paralelas} e, a partir do momento qu’ houve uma venda de propriedade, eh:: (.) el > a senhora vendeu-nos uma propriedade e depois, basicamente, dizia que não era nossa > nós não tínhamos dado dinheiro nenhum! Quando tínhamos e:: temos a prova de documento disso / 0
J
08.19
Pronto!
T1
08.19
0 \ eh:: / 0
J
08.20
E as coisas foram-se > foram-se avolumando a partir daí
T1
08.23
Exato!
J
08.24
ENTÃO! Mas vocês sabem que tipo de pessoa ela é! 0Acham qu’ ela é capaz / 0
T1
08.26
0Nem por isso! A partir do momento 0em que nos (( )) / 0
J
08.28
0ACHAM QU’ ELA É CAPAZ DE FAZER ISSO QUE DISSE?
T1
08.30
Eu acho!
J
08.31
Acha?
T1
08.32
Sim! (.) Porque 0 (( )) / 0
J
08.33
0E ela fazia isso como? C’ uma faca e d’ alguidar? Daqu > Daquelas de > de:: > de matar os porcos? =
T1
08.38
= Há homicídios bate- > bastante esquisitos, sic inclusivessic sic com colher! Por isso, a partir 0daí / 0
J
08.42
0Como?
T1
08.43
Pessoas que matam outras pessoas c’ uma colher! Já houve disso! Já aconteceu! Há incidentes disso! 0É > Um > Qualquer objeto pode servir como arma!
J
08.47
0O so > So > O so > O senhor anda a utilizar muito a internet, não?
T1
08.52
Não! É verdade! eh:: (.) Eu não digo que seja em Portugal, mas acontece! {riso} O qu’ eu quero dizer é: qualquer objeto serve como arma.
J
08.59
TÁ BEM! 0Mas > Mas / 0
T1
09.00
0E a partir do momento 0 (( )) / 0
J
09.01
00 \ têm > têm que se situar naquela situação concreta e tirar daí as devidas ilações::! Sabe qu’ uma vizinha > os senhores sabem a rotina da > da vida dela, do dia a dia, que tipo de pessoa ela é, com quem convive (.) Isso não se > Isso não serve?
T1
09.17
A partir do momento que nos dávamos bem e, depois, há uma mudança de atitude repentina, completamente diferente, uma pessoa deixa de saber se realmente conhece ou não. =
J
09.25
= U > Uma coisa é as pessoas cor > cortarem de relações e até:: ficarem chateadas, outra coisa É A PESSOA SER CAPAZ DE PRATICAR DETERMINADOS ATOS! (.) Não está aqui em causa > Não está aqui em causa se este tipo de comportamento dela é suscetível ou não de re > ge > gerar receios. ISSO EVIDENTEMENTE QUE É! NÃO É ISSO QU’ EU ESTOU A DIZER! O que estou a dizer é: eu acho {pigarreio} é que > que o > mais o > o seu pai > ESTÁ A EXPONENCIAR ISTO que não tem, de facto, esse relevo! (..) É isso! É só isso > É só isso 0qu’ eu quero transmitir!
T1
10.02
0Então > Então e uma 0pessoa que fica com medo / 0
J
10.03
0TÁ A SER EXPONENCIADO UM FACTO QUE NÃO TEM ESSE RELEVO!
T1
10.06
Tão uma pessoa que é ameaçada de morte não há de ficar com medo?
J
10.10
Mas eu não disse isso! (..) Eu não disse isso! (.) Estou > Estou a referir-me é àquilo qu’ o seu pai diz que foram as consequências disto! (.) {folhear de página} Está a perceber? (..) {folhear de páginas} A ponto de não passarem pa garagem, essas coi > essas coisas! Doutora (.) Não, sotor! eh:: 0A sotora!
DA
10.32
0Sou eu! (.) Ó > Ó NOME5! Bom dia!
T1
10.36
Bom dia! =
DA
10.36
= Diga-me uma coisa! eh:: Referiu do medo, não sei quê, mas a > a dada altura disse que não teve medo por AQUELE DIA
X
10.43
(..)
?
10.47
Então?
T1
10.48
Eu tou a falar tamém do medo que veio a seguir, tamém! =
DA
10.51
= Mas «naquele» dia! O senhor referiu que não teve medo por aquele dia!
T1
10.56
Não só por aquele dia. 0 (( )) / 0
DA
10.58
0Não! Não > Não teve medo por aquele dia. Foi a expressão (.) usada.
T1
11.03
Não. (..) N > Não! Então > Claramente > Então > (.) (( )) Tipo {suspiro} (..) > Obviamente qu’ há receio daquele dia! (.) Não é? Daquela 0altura!
DA
11.23
0A expressão é sua!
X
11.25
(..)
T1
11.30
Então, eu > eu não sei o qu’ hei de 0dizer (( )) / 0
DA
11.31
0Porqu’ é que não foi com:: > > > Não > Se > S’ houvesse medo, porqu’ é que não acompanhou o seu pai, eh:: quando voltaram pa trás pa ele ir chamar a polícia?
T1
11.41
{ruídos} Não acompanhei? =
DA
11.42
= Sim.
T1
11.43
PORQUE FIQUEI ESTUPEFACTO! C’ O FACTO, DO NADA, I AQUILO ACONTECER!
DA
11.46
Não 0houve nenhuma discussão antes?
T1
11.46
0E ele > E ele (.) > Nenhuma discussão? 0O quê? Entre / 0
DA
11.49
0Entre o seu pai e:: a dona NOME1.
T1
11.53
O quê? Na > Naquele dia? =
DA
11.54
= Sim! =
T1
11.54
= Naquele dia, não! Nós, simplesmente, tínhamos acabado de sair de casa pa ir po treino.
DA
11.59
Olhe! Diga-me uma coisa! Referiu de:: música e não sei quê::
T1
12.03
Sim!
DA
12.03
eh:: Tá-s’ a referir:: do café que lá há? (.) 0 (( )) / 0
T1
12.06
0Não! Não me tou a referir do café! Tou a falar de um rádio que, quando a senhora saía de casa e ia po autocarro, o deixava ligado vinte e quatro 0sete (( )) ) / 0
DA
12.14
0 sic Atãosic sic , mas com’ é que sabia que ela saía para ir apanhar o autocarro?
J
12.16
0Via-a a sair, sotora!
T1
12.16
0Ouvia-se da porta!
DA
17.17
Hã? =
J
12.17
= Via-a a sair, sotora! {riso}
DA
12.19
Via-a a sair (( )) à janela?
J
12.20
CLARO, SOTORA!
DA
12.21
0Ó SOTOR!
J
12.21
0Ou na porta! Ou à varanda!
?
12.23
0Ou à porta!
DA
12.23
0Então eu sei lá se os meus vizinhos saem pa apanhar o autocarro, doutor! {riso}
J
12.25
Viam qu’ ela 0já saiu!
T1
12.26
0Não! Nós ouvimos a porta! A porta bate sempre, 0com bastante estrondo.
DA
12.29
0 (( )) E tinha que ser ela! (( )) {riso}
T1
12.32
ENTÃO! E dá pa ver pela janela! A janela 0virada pa rua!
DA
12.34
0SIM! OLHE! Referiu que costumava dar uma vo::ltas por :: Também deixou d’ andar de bicicleta? (.) 0E de passear
T1
12.41
0Eu não deixei de andar! Mas com menos regularidade.
J
12.45
Não está em causa ele! Só em causa o pai!
DA
12.47
Ó sotor, ele disse que dava umas voltas com > c’ o pai 0quando ia de bicicleta.
J
12.49
0Não! Quando ia c’ o pai!
DAS
12.50
C’ o pai!
DA
12.51
C’ o pai? 0Pois!
DAS
12.52
0C’ o pai. =
DA
12.52
= E agora dá sozinho as voltas de bicicleta?
T1
12.55
EU NÃO DOU SOZINHO! EU NÃO EU NÃO DISSE QUE NÓS DEIXÁMOS D’ DE BICICLETA! Eu disse que deixámos d’ andar mais regularmente. Com’ andávamos!
DA
13.02
Por causa desta situação?
T1
13.03
Sim, também!
X
13.05
(.)
DA
13.07
Assistiu mais alguma vez a alguma discussão entre o seu pai e a dona NOME1?
T1
13.10
Sim! Sempre que nos invadiam a propriedade!
DA
13.12
Pronto! (( )) sic Atãosic sic não foi a:: > já havia > as relações estavam mal entre 0ambos (( ))
T1
13.16
0Já havia antes
J
13.16
0Invasões de propriedade e outros incidentes!
T1
13.19
0Exato!
DA
13.19
0Pronto, sotor! É tudo!
J
13.21
Pode sentar lá atrás! (..) Toda a gente? Tem a palavra o Ministério Público p’ alegações! =
MP
13.30
= Peço Justiça! =
J
13.31
= Assistente
DAS
13.33
Devida vénia, sotor! {ruídos}

Parte 5
DAS
00.00
0 \ o sotor eh:: juiz, (( )) {folhear de páginas} ilustre procuradora do Ministério Público, (( )) ilustre colega, senhora funcionária e os demais presentes! {ruídos} (( )) parece que:: resulta provado desta audiência de > em julgamento que > que > que a arguida NOME1 proferiu sic assic sic expressão eh:: > eh:: que dirigiu, neste caso, ao > ao assistente a > a ameaça agravada. Ptanto, foi aqui dito quer pelo arguido quer > quer pelo assistente sic quersic sic pelo:: > quer pela testemunha que, efetivamente, as expressões foram > foram > foram den > dirigidas, contextualizaram os factos e também a sic assistentesic sic , inicialmente, tentou aqui fazer uma confissão integral e sem reservas, mas eh:: > eh:: tal > tal não sic surtousic sic o > o > o > o devido efeito. Ptanto, relativamente eh:: à > à parte crime, parece-me que resulta provado que, efetivamente, a arguida cometeu os factos que vêm constantes da > do auto d’ acusação pública. No concerne à > ao pedido indemnizatório eh:: (( )) , também foi aqui dito quer pelo > pelo assistente quer pela testemunha que > que > qu’ a > qu’ a senhora proferiu a > as expressões de forma livre, eh:: voluntária e consciente da:: > d > daquilo que estava a fazer. TAMBÉM > Também foi aqui dito quer pelo > pelo > pelo > pelo assistente quer pela > pela testemunha que o senhor teve medo, eh:: perdeu o sono, eh:: perdeu a paz, a tranquilidade, o sossego, ptanto, tudo que eh:: , do nosso ponto de vista, deve ser contabilizado para > para efeitos de > de > do > do pedido indemnizatório. Desta forma, (( )) > (( )) , vossa excelência, a tão acostumada Justiça.
X
01.26
(.) {ruídos}
DA
01.28
Apresento os meus cumprimentos a este Tribunal. (.) Quanto à parte de crime e quanto à > ao facto da > da:: > da expressão ter sido proferida, a arguida assumiu desde logo, mas é obvio qu’ é uma expressão que «surge» num «âmbito» «duma» discussão. Apesar da > da > Uma discussão, não naquele momento, mas de quezílias já anteriores de má > relações de má vizinhança. Evidentemente, sic terãosic sic havido discussões de parte a parte, mas isso não interessa. Saiu, por isso é qu’ arguida diz que não tem consciência de ter dito, porqu’ as > é o calor do momento, eh:: dizem-se coisas (.) sem querer, sem pensar, eh:: (.) terá sido o qu’ ocorreu eh:: > eh:: neste dia! E isso (( )) a arguida assumiu perfeitamente. Quant’ ao pedido eh:: de indenização cível, não ficou minimamente provado que o:: > o arguido > o assistente TENHA ido pa consultas de psiquiatria no ÂMBITO (.) deste:: acontecimento. eh:: (.) Pode-se ter sido > sentido incomodado. Ninguém diz que não! eh:: Agora, MEDO, inquietação:: ou:: «receio» > eh:: não é plausível qu’ um homem de quarenta e três anos eh:: > em DOIS MIL E QUINZE, ele próprio assumiu que tava em perfeitas condições físicas > sentisse MEDO ou receio duma pessoa de setenta anos! Quer dizer, isso não faz o menor sentido! Pronto! Quanto a isso, eh:: (.) o pedido cível deve ser julgado improcedente, por não provado. Quanto à parte criminal, deve ser arguida (( )) pena mínima, porqu’, efetivamente, proferiu a expressão e isso não há dúvida. Consciente ou inconscientemente, (.) mas cometeu.
J
03.13
Pode-se levantar a arguida

Parte 6
J
00.00
Quer dizer mais alguma coisa em sua defesa?
A
00.02
Ó sotor! (..) tudo dito! eh::
J
00.08
Quanto é qu’ a senhora ganha por mês?
A
00.10
Eu? (.) (( )) de:: duzentos e cinquenta duma renda de casa e cento e sessenta do meu falecido marido. (.) É o dinheiro que entra em minha casa. 0 (( )) / 0
J
00.21
0Duzentos e cinquenta mais cento e sessenta
A
00.22
Cento e sessenta. Medicamentos e:: {riso} alimentação, fico co’ a barriga sem comer!
J
00.28
eh:: (...) 0.9 Ptanto, os duzentos e cinquenta de rendas e os cento e sessenta de reforma do falecido marido
A
00.43
Tou a ver.
X
00.44
(..) {anotações do juiz}
J
00.48
Com quem vive?
A
00.50
Vivo só. Vou po pé dos meus filhos, de vez em quando. Ainda agora estive uns:: > quase um ano ao pé da minha filha. (( )) e vinha. E estive uns:: dias 0em casa:: > cheguei a casa, tavasic assim umas coisas assim um bocadinho desorientadas, ma não / 0
J
00.59
0Casa / 0
DA?
01.05
Doutor
J
01.05
Casa própria ou arrendada? (.) 0A sua casa.
A
01.08
0É > É própria. É minha. (.) Tem cinquenta e dois anos!
J
01.12
Casa própria. (.) Que estudos tem a senhora?
A
01.16
Eu tenho a quarta classe. (..) Trabalho desde os treze anos.
X
01.22
(...) 0.8 {anotações do juiz}
J
01.30
Ora:: {folhear de páginas} (...) 0.8 > NOME6, o dia dezasseis é uma quinta, não é? {dirige-se ao Oficial de Justiça}
OJ
01.41
(( )) sotor! Pere aí! (( )) {folhear de páginas} (( )) dezasseis (.) é uma quinta!
J
01.47
0Então / 0
DA
01.47
0Ó sotor, eu tenho leitura às duas e meia! É tamém aqui. {folhear de páginas} Aqui mas no LOCALIDADE2.
J
01.53
Esta é às dezasseis! (.) {riso} Não é por a sotora falar, mas eu leio às dezasseis. {riso} 0 eh:: Portanto / 0
?
02.01
0 (( )) / 0
J
02.02
00 \ dezasseis de março, às dezasseis horas! É a leitura! (.) encerrada a audiência! Bom dia! Podem ir!
A
02.07
Bom dia, sotor! Obrigada!

{ruídos}