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coraudis_08
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ID | enunciado |
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Parte 1 |
J 00.00 |
0 \ no processo NÚMERO, em que é arguida NOME APELIDO1 e vem acusada de um crime (( )) > acusada {ruídos} e pronunciada {passos} por um crime de:: (...) 0.9 ameaça agravada, previsto e punido pelo artigo «cento» e:: > (.) oitenta e seis {folhear de páginas} (..) > cinquenta e três, um, e cento e cinquenta e cinco, um, a), ambos do Código Penal. (..) Quanto às exposições introdutórias, Ministério Público ↑ |
MP 00.43 |
Prescindo. = |
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{ruídos} |
J 00.44 |
= Assistente ↑ |
AS 00.44 |
Prescindo. |
J 00.45 |
Defesa ↑ {subentende-se que DA e DAS prescindem} Passamos à identificação da arguida, à qual é obrigada a responder e com verdade, sob pena // |
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Parte 2 |
J 00.00 |
0 \ (( )) , {folhear de páginas} podendo intervir em qualquer momento da audiência, desde que essa intervenção se refira ao objeto de processo, sem qu’ o silêncio a possa desfavorecer. Nome completo ↑ |
A 00.08 |
NOME APELIDO1. |
J 00.11 |
Estado civil ↑ |
A 00.12 |
Viúva. |
J 00.13 |
Profissão ↑ |
A 00.15 |
Agora estou ausente do:: serviço de comerciante. |
J 00.18 |
E agora está reformada, é? |
A 00.19 |
«Não» estou reformada. Infelizmente, sotor! (.) Vivo do:: > da renda da casa. (..) Da renda do café ↑ |
J 00.28 |
sic Atãosic sic , po > eh:: tá sem atividade ↑ |
A 00.30 |
eh:: Sem atividade! |
X 00.32 |
(..) {folhear de páginas} |
J 00.38 |
«Laboral» (.) > Ora! (..) Data de nascimento ↑ |
A 00.45 |
DATA. |
J 00.48 |
Nome dos pais ↑ |
A 00.49 |
NOME APELIDO2, NOME APELIDO3. |
J 00.53 |
A senhora é natural da freguesia e concelho de ↑ |
A 00.56 |
De FREG > eh:: de FREGUESIA. Distrito de CONCELHO1 > eh:: Distrito do 0DISTRITO / 0 |
J 01.01 |
0Conc > Concelho de CONCELHO1. = |
A 01.02 |
= No concelho de 1. |
J 01.03 |
E onde mora? |
A 01.05 |
LOCALIDADE1, RUA, NÚMERO, ANDAR. |
J 01.09 |
. (.) em CONCELHO2, não é? |
A 01.11 |
Sim, sotor. |
J 01.12 |
Vem acusada de, no dia vinte e dois do nove de dois mil e quinze, pelas dezasseis e quarenta e cinco, em LOCALIDADE1, no:: concelho de CONCELHO2 > de se ter dirigido ao assistente NOME APELIDO4, nos seguintes termos, visando o «passo» a citar: Um dia destes, eu mato-te!. Fim de citação. A arguida agiu livre, deliberada e conscientemente, pretendendo com o comportamento por si perpetrado infundir um fundado (.) > fundir no ofen > eh:: no:: ofendido um fundado receio de qu’ um mau futuro lhe sucederia, nomeadamente à sua própria vida de que logrou, bem sabendo qu’ a sua conduta era proibida e punida por lei. Vem, por isso, acusada de um crime de AMEAÇA agravada. (..) Quer falar sobre isto? |
A 01.57 |
(( )) disse > eu disse isso, realmente, c’ sic ossic sic :: testemunhas disseram, mas eu > foi sem intenção. Foi de:: > de ataque de nervos eh:: (.) > não foi (( )) {riso} > não foi com > com maldade, nem co’ a intenção de fazer mal a ninguém! = |
J 02.09 |
= A senho > A senhora tamém acredita na:: > naquele:: > (.) n’ O Exorcista? (.) Aquele filme, O Erxorc > O Exorcista? |
A 02.17 |
Sotor, eu agora já > a 0gente já acredit > já acreditamos tudo! {riso} |
J 02.18 |
0Num > Num > Num viu? > Num viu? = |
A 02.19 |
= Não! Não vi! {riso} |
J 02.20 |
Era um filme onde havia quem falasse pla própria pessoa, isto é, a > a > a:: > 0a pessoa / 0 |
A 02.25 |
0Infelizmente, 0eu não via TV. Tenho filhos. |
J 02.26 |
00 \ ha > havia > havia alguém que falava pla própria pessoa. E eu pergunto-lhe: certamente, não > não foi o seu 0caso ↑ |
A 02.30 |
0Não. |
J 02.31 |
0A se / 0 |
A 02.31 |
0Não! No meu caso, 0fui eu. |
J 02.32 |
0A senhora, quando proferiu esta expressão // |
A 02.34 |
Foi → {sopro} |
J 02.36 |
Sim! MAS FÊ-LO CONSCIENTE DE QUE ESTAVA A PROFERIR A EXPRESSÃO? |
A 02.40 |
Não sei, sotor. Se realmente estava:: eh:: > eh:: tava com medo qu’ isso fosse alguma coisa de mal > eu f > Foi um desabafo! |
J 02.47 |
0Sim! |
A 02.48 |
0Saiu de cá de dentro! |
J 02.49 |
M > Ace > Ace > Aceito qu’ a senhora o entenda como um desabafo. A verdade é qu’ a outra parte, se calhar, não o entendeu 0como um desabafo! |
A 02.53 |
0Não (( )) |
J 02.54 |
eh:: Podendo ser, eh:: > eh:: nesses termos, a verdade é qu’ a senhora proferiu intencionalmente ↑ (.) {suspiro} Ou não? |
A 03.03 |
Não! = |
J 03.03 |
= Não? = |
A 03.04 |
= Não! = |
J 03.04 |
= Não foi intencionalmente? |
A 03.06 |
Não foi intencional, não > não foi > foi normal e num:: > sem pensar em mal! |
J 03.11 |
{ruído} Uma coisa é dizer intencionalmente > Sabe o qu’ é que significa intencionalmente? {ruídos} |
A 03.17 |
Tenção é tenção de fazer. |
J 03.19 |
Não, não! Com intenção de LHE DIZER AQUILO! = |
A 03.20 |
= De dizer? Não, não, não! Saiu > Saiu-me! |
J 03.23 |
Ó > Ó 1! |
A 03.24 |
0Saiu disparado! |
DA 03.24 |
0 (( )) mas teve consciência4 ↑ |
A 03.26 |
0Mas disse! Mas tenho consciência que disse! Pronto! |
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{ruídos} {riso} |
J 03.30 |
0Ministério Público ↑ |
DA 03.30 |
0 (( )) / 0 |
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{ruídos} |
MP 03.33 |
Não pretendo nada. |
J 03.34 |
Assistente ↑ |
DAS 03.35 |
Não, sotor! |
J 03.36 |
Defesa ↑ |
DA 03.37 |
Ó sotor, só uma pergunta por causa da > da > da confissão! Ó:: dona 0NOME1! |
J 03.41 |
0Eu não posso considerar confissão! Porqu’ ela diz que não foi intencionalmente que lhe saiu! Não posso considerar isto uma confissão! (.) {riso} Por mais esforço qu’ eu fizesse, ela não (( )) > não foi > não chegou lá! Ela diz: Não foi intencionalmente, saiu! = |
A 03.55 |
= Poi! Não foi intenção de lhe > de dizer 0 (( )) / 0 |
DA 03.57 |
0Mas tem consciência que 0o disse? |
A 03.58 |
0Eu disse! Tão, eu já disse! Tenho consciência que o disse! |
J 04.00 |
OLHE! O que > Eu vou-lhe dizer uma coisa que não é intencional! A senhora, com certeza, já esteve numa daquelas situações em que se magoou e sai-lhe um daqueles «palavrões»:: / 0 |
A 04.08 |
0Bem grandes! |
J 04.09 |
Não é? = |
A 04.10 |
= Sem intenção! |
J 04.11 |
Ora, ESSES É QUE NÃO SÃO COM INTENÇÃO! POR ISSO, SAEM! A PESSOA NEM PENSA, MAS AQUILO SAIU-LHE! Não é? Saem-lhe! E a pessoa até fica: Ai que palavrão! eh:: Porquê? Porque f > foi > eh:: foi uma daquelas coisas > uma reação a um facto que > que:: > que > porque nos magoou muito, aquilo > sai aquela coisa. Nós nem PENSAMOS NELA! Mas ela sai! |
A 04.29 |
Sim, sim! |
J 04.30 |
Isso:: > Isso é uma daquelas coisas que se pode dizer que não é inten > que nos sai! eh:: (.) Como muitas outras a > a pessoa pode estar:: eh:: > ter uma reação > tá a tomar banho e, quando dá conta, vem uma daquela água > eh:: vem um:: > um duche de água fria, {riso} quando está:: > quando está co’ a água eh:: qu > quente ou o contrário! = |
A 04.46 |
= Ou o contrário! |
J 04.47 |
Ou o contrário e a pessoa ma > ma > tem um repi > uns arrepios. {ruídos} Isso não tem nada a ver d’ intencional! Não é? (.) Isto pra dizer que NÃO SAI CONSCIENTEMENTE DE NÓS! (.) É um ato de reflexo! = |
A 05.00 |
= É um ato reflexo! |
J 05.01 |
Mas, proferir uma expressão destas, TEM UMA LÓGICA, UMA RAZÃO E UMA FINALIDADE! Não quer dizer {ruídos} que a pessoa tenha a «intenção» de pratica > de praticar estes sic factosic sic ! A maior parte das vezes que as pessoas proferem expressões destas só têm como intenção «intimidar»::! Não têm intenção «fazer»::! Porqu’ isso > Por isso é qu’ isso não é (.) uma «tentativa» d’ homicídio! Porque, senão, era uma tentativa de homicídio! É um > É um crime d’ ameaça! Significa só «uma» ameaça! A pessoa AMEAÇA! (.) Não é? Ameaça! Senão, era outro crime! Por isso é qu’ é uma ameaça! MAS É INTENCIONAL! A senhora > A senhora persiste em dizer que não foi intencional, mas isto é intencional! Mas tá 0bem! {riso} |
A 05.46 |
0Mas > Mas > Mas sei > Eu sei que disse! Eu sei que disse! E confirmo que disse! 0 (( )) / 0 |
J 05.51 |
0Mas d > Mas diz que não foi intencional8! |
DA 05.52 |
0Mas teve consciência de que tava a 0dizer? |
A 05.53 |
0Mas tenho consciência que disse o mal > disse que estava mal:: eh:: > eh:: o qu’ havia (( )) > disse que não havia ter dito, (.) mas eh:: disse. Pronto! (.) Embora não o fosse fazer! |
J 06.04 |
{riso} Mas isso é 0diferente! {riso} |
DA 06.04 |
0Ó dona NOME1! (..) Posso, sotor? |
J 06.07 |
É claro! {riso} |
DA 06.08 |
Ó dona NOME1! Mas confessa livre e integralmente aquilo que tá aqui? = |
A 06.11 |
= Exatamente! |
DA 06.12 |
«Pronto»! 0 (( )) / 0 |
J 06.13 |
0Ó sotora, mas aqui está > tá dito 0que ela / 0 |
DA 06.15 |
0TEM CONSCIÊNCIA! |
J 06.15 |
00 \ que ela agiu de forma livre, deliberada e CONSCIENTEMENTE! |
DA 06.20 |
A dona NOME1 tinha consciência daquilo que estava a dizer? |
A 06.22 |
Não! (.) 0 (( )) consciência (( )) / 0 |
DA 06.24 |
0Ó sotor! {riso} |
X 06.25 |
{juiz e DA riem} (...) 0.10 |
J 06.35 |
Tudo? |
DA 06.36 |
Pois, sotor! |
J 06.37 |
{riso} Nada a fazer! eh:: Venha a primeira {dirige-se ao Oficial de Justiça} > Pode sentar! |
DA 06.41 |
Ó doutor! As minhas testemunhas prescindo! 0Tamém não tá cá / 0 |
J 06.43 |
00 | Ok | 0 |
DA 06.43 |
0 \ ninguém! |
J 06.44 |
Tá! |
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{OJ faz a chamada da testemunha} |
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{conversas paralelas} |
DA 06.58 |
(( )) sotor, pode chegar pra cá! Tá com uma perna de cada lado! {riso} |
DAS 07.02 |
(( )) tudo bem! {riso} |
J 07.05 |
Sotor, veja lá! Que já estiveram aí muitos mais advogados! {riso} |
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{riso coletivo} |
DA 07.09 |
(( )) debaixo (( )) da secretária (( )) cabe! |
J 07.12 |
É isso (( )) ! Mas também não dá pa chegar mais à frente! (.) Que está > Que está na pontinha3! |
? 07.15 |
0 (( )) |
DA 07.16 |
Não! A questão é qu’ o colega tava com uma perna de cada lado! {riso} |
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{riso de DAS} |
J 07.21 |
Ora:: (..) Nome completo ↑ |
AS 07.27 |
NOME APELIDO4. |
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Parte 3 |
J 00.00 |
O NOME4 é o assistente, não é? |
AS 00.02 |
(( )) sim, sim 0 (( )) / 0 |
DAS 00.02 |
0 (( )) consigo! |
J 00.04 |
Nessa qualidade, o senhor não é obrigado a prestar juramento, mas está obrigado ao dever de verdade. O que significa que, s’ o senhor faltar à verdade, comete o crime de falsas declarações. (.) Faz favor de se sentar! Vai responder às perguntas da sotora procuradora adjunta! |
X 00.14 |
(..) {ruídos} |
MP 00.17 |
Ó senhor:: eh:: NOME APELIDO4! O senhor NOME APELIDO4 recorda-se eh:: de > dos motivos pelos quais apresentou queixa relativamente à senhora que está aqui a ser julgada, a dona NOME1? {folhear de páginas} |
AS 00.32 |
Eu recordo, sim, sotora! |
MP 00.34 |
Então o qu’ é que se passou, senhor:: NOME APELIDO4? |
AS 00.37 |
Foi que fui amaçado de morte 0 (( )) / 0 |
MP 00.41 |
0E foi ameaçado como? O qu’ é que lhe foi dito? E de que forma? Quer dizer, eu pretendia saber se > em que contexto é qu’ isso se passou? E porqu’ é que o senhor:: > Eu presumo que o senhor pra ter ido > pra ter ido apresentar denuncia à PSP > porque sentiu (.) 0qu’ isso era verdadeiro, não é? |
AS 00.58 |
0Senti-me ameaçado. Senti-me ameaçado 0 eh:: / 0 |
MP 01.02 |
0O qu’ é que foi dito de concreto, senhor NOME APELIDO4? |
AS 01.02 |
00 \ com (( )) com muita convicção. Portanto, a senhora dirigiu-me eh:: > Portanto, eh:: ameaça de morte. |
MP 01.08 |
Então e qual era o contexto? Os se > Davam-se mal, não davam ↑ Tinha acontecido alguma coisa que justificasse ou que tivesse:: eh:: originado essa situação ↑ O qu’ é que se passou? |
AS 01.18 |
eh:: A senhora já há muito tempo que::, portanto, {ruídos} tem uma relação > ptanto, eh:: e intenta, portanto, eh:: determinadas coisas eh:: > portanto, é a vizinha confinante eh:: , portanto::, faz eh:: > apresenta bastante > portanto::, eh:: ameaça eh:: > Pronto! eh:: Nós deixámos eh:: > deixámos de:: nos falar. Portanto, pura e simplesmente eh:: (.) íamos a passar na rua eh:: > Ptanto, no dia vinte e dois de setembro de dois mil e quinze, às dezasseis e quarenta e cinco > isto foi uma terça-feira > e, qual é o meu espanto, qu’ a senhora sai de dentro de casa eh:: , portanto eh:: , dirigindo eh:: , portanto, eh:: ameaça de morte. (.) eh:: E até teve > até > até eh:: teve a tentativa d’ ir:: atrás de mim, eh:: > de perseguir, com um ar agressivo (.) para > e foi segura por uma:: > por uma:: senhora, qu’ eu acho qu’ é testemunha > por uma:: > por uma vizinha > qu’ acho qu’ até é testemunha do processo > eh:: que a agarrou pra que ela:: eh:: voltasse pa trás. Pronto! 0 eh:: E via-se convictamente / 0 |
MP 02.32 |
0Portanto, ela estava mesmo:: maldisposta e zangada consigo, é isso? |
AS 02.36 |
Sim, mesmo com intenção > com intenção eh:: de tirar a vida. |
MP 02.43 |
Então e diga-me uma coisa! E:: > E:: > Enfim, a d > a > a sô dona NOME APELIDO1 é uma senhora já d’ idade, embora qu’, enfim, ainda > diria eu, que está (.) com > com aspeto de ter uma saúde razoável, não é? Pra > Pra sua idade. O senhor eh:: > Havia algum > Nesse dia, houve algum problema nas sic vossasic sic > O facto de serem vizinhos > Tinha surgido algum:: / 0 |
SA 03.07 |
Nesse dia 0não, sotora. |
MP 03.07 |
00 \ alguma quezília, alguma 0coisa? |
SA 03.09 |
0Não! Nesse dia, não! eh:: Anteriormente, eh:: é qu’ a senhora, portanto, eh:: desde:: > desde:: eh:: invasões de propriedade, desde abertura de respiros pa minha propriedade, eh:: lança uma série de > de::, portanto, d’ ameaças eh:: > portanto, eh:: representa > representa uma série d’ ameaças, que nos levaram a cortar eh:: > por amor, Deus! Assim não dá, não é? > a cortar relações. |
MP 03.36 |
0Olhe! E o senhor:: trabalha? |
AS 03.36 |
0A cortar relações, porque:: / 0 |
MP 03.38 |
Durante o dia está em casa? Não está ↑ |
AS 03.40 |
eh:: Durante o dia, vou:: > vou à hora d’ almoço a casa. Trabalho. |
MP 03.44 |
Mas 0trabalha? |
AS 03.44 |
0Sim, 0trabalho. |
MP 03.45 |
0E a senhora? Está sem ocupação laboral? (.) A dona NOME1? |
AS 03.50 |
eh:: Eu (( )) não sei, sotora! Não 0sei. |
MP 03.52 |
0Não sabe? = |
AS 03.52 |
= Não sei. Desconheço > Desconheço, portanto, a vida particular da senhora. (.) Portanto, eh:: / 0 |
MP 03.58 |
00 | Pois | 0 |
AS 03.58 |
00 \ não sei! Não sei! |
MP 03.59 |
Não sabe a qu’ é qu’ ela se dedica? Se tem alguma atividade laboral, se só está em casa ↑ |
AS 04.03 |
Eu não sei, sotora 0 (( )) / 0 |
MP 04.05 |
0Olhe! Então, senhor:: NOME APELIDO4, o qu’ é que foi dito em sic concretamentesic sic ? (..) Com’ é qu’ ela se dirigiu a si? Nisso que o senhor sentiu que estava a ser ameaçado, o qu’ é qu’ ela disse concretamente? |
AS 04.17 |
Um dia destes, eu mat-te! (.) sic Ouvistessic sic ? Mat-te! Com > Com > Com uma profundeza (( )) {alguém tosse} > Convicção > 0Convicta / 0 |
MP 04.27 |
0Com convicção. O senhor acha que foi dito com convicção ↑ (..) Disso qu’ o senhor 0diz com profundeza / 0 |
AS 04.33 |
0Foi a minha:: / 0 |
MP 04.34 |
0 \ portanto, foi 0uma:: / 0 |
AS 04.35 |
0Claro! |
MP 04.36 |
0 \ não foi assim uma coisa dita de passagem, é o > é o qu’ o senhor quer dizer, é isso? |
AS 04.42 |
Não. |
X 04.43 |
(..) {ruídos} |
MP 04.46 |
Olhe! E o senhor contou que, entretanto, até houve uma senhora que impediu qu’ ela fosse atrás de si, é i > e a 0senhora, a dona NOME1 / 0 |
AS 04.52 |
00 | Sim | 0 |
MP 04.53 |
0 \ levava alguma coisa com ela ↑ Não levava ↑ |
AS 04.55 |
eh:: Que eu me tivesse apercebido, não porque:: eu ia a caminhar, portanto, eh:: ia-me a dirigir pa > pa > pa chamar > pa minha habitação para chamar as autoridades, porque:: estávamos perante uma:: > uma situação bastante anormal e ameaçadora. |
X 05.10 |
(..) {folhear de páginas} |
MP 05.14 |
Não pretendo mais nada! {dirige-se ao juiz} |
AS 05.15 |
Eu > Eu tenho que passar:: eh:: 0normalmente / 0 |
MP 05.17 |
0Diga 0senhor:: / 0 |
AS 05.17 |
00 \ Peço desculpa! eh:: Tenho que passar eh:: junto > portanto, pla frente 0 eh:: / 0 |
MP 05.22 |
0Da casa da dona NOME1 ↑ |
AS 05.23 |
É! Da casa da dona NOME1 pra uma outra propriedade que tenho, a escassos metros, eh:: mas depois dos edifícios da:: > da dona NOME1, eh:: e tenho que passar eh:: pla frente e na qual a senhora dona NOME1 tem um:: estabelecimento, onde:: estão sempre pessoas, também pla frente, eh:: e foi aí que a senhora dona NOME1, portanto, eh:: / 0 |
MP 05.44 |
Proferiu essas express- > 0essa expressão ↑ |
AS 05.46 |
0Com certeza! Sim, sim. |
J 05.49 |
Assistente ↑ |
DAS 05.51 |
Co’ a devida vénia, sotor. (( )) ? (.) Bom dia, senhor NOME4. (.) Já descreveu aqui a fac > a > a factualidade. Parece que não resultam dúvidas. «Relativamente» ao > ao > ao > ao > ao > Com’ é que ficou? Posteriormente a esta situação, com’ é que ficou? |
AS 06.07 |
Sotor, senti que a minha vida foi toda afetada / 0 |
DAS 06.10 |
0 | Sim | 0 |
AS 06.11 |
0 \ portanto, eh:: d’ um modo geral, tanto emocionalmente como:: eh:: , portanto, até materialmente sic houveramsic sic prejuízos porque:: eh:: eu fiquei, portanto, deprimido de tal forma que:: tive que meter baixa médica / 0 |
DAS 06.25 |
0 | Sim | 0 |
AS 06.26 |
0 \ Pronto! eh:: (.) E acontece que, portanto, a minha relação:: eh:: familiar também alterou / 0 |
DAS 06.34 |
Mas porquê? Porquê? Porqu’ é que alterou a sua relação familiar 0 (( )) ↑ |
AS 06.37 |
0 eh:: Portanto, eh:: a partir daí eh:: , portanto, comecei-me a sentir:: com medo / 0 |
DAS 06.43 |
0 | Certo | 0 |
AS 06.44 |
0 \ portanto, alguma tristeza (.) também. eh:: Portanto, eh:: tenho a minha habitação, onde tenho eh:: > portanto, não sinto eh:: qualquer:: culpa disso, portanto, eh:: > E houve uma ameaça, portanto, o facto de:: eh:: diariamente > Portanto, eh:: a nossa habitação é o uso que fazemos > onde vivemos > ter que me dirigir pa minha habitação, depois duma ameaça duma vizinha (.) que tenho na minha parede do lado > eh:: quer dizer, eh:: isto:: eh:: causa > causa medo, causa tristeza, eh:: afeta-me eh:: > portanto, eh:: afetou eh:: a minha vida. eh:: Pronto! eh:: Ainda hoje eh:: não é bem a mesma coisa. O uso dos espaços confinantes eh:: afetou > Afetou! 0 (( )) / 0 |
DAS 07.31 |
0Já não mui > Já não os usa da mesma forma 0que usava anteriormente a isto? |
AS 07.33 |
0Não os uso da mesma > da mesma forma. Claro que não! Porque não sei até que ponto é que::, portanto, a senhora usa a proximidade para eh:: , portanto, efetivar o que:: ameaçou. |
DAS 07.44 |
Certo! E > E o senhor consegue dormir bem ↑ Não consegue ↑ |
AS 07.48 |
eh:: > eh:: Muitos distúrbios eh:: do sono. Através de medicação eh:: > tive medicado! eh:: Ainda eh:: , embora tenha reduzido > Ainda hoje eh:: > eh:: tomo algumas coisas para conseguir descansar. eh:: (.) E > E:: continuo com a minha > portanto, com a minha relação eh:: familiar eh:: > portanto, emocionalmente:: há uma diferença eh:: do que eu era para o que:: fiquei eh:: depois disto. |
DAS 08.19 |
Mas {pigarreio} o senhor era senhor pra > portanto, ali na:: > nas proximidades da sua residência, sair, ir ao café, passear c’ o seu filho, co’ a sua esposa ↑ Era senhor pa fazer isso nessa altura? (( )) ANTES dos factos terem ocorrido, o senhor, com alguma frequência, dava um passeio, ia ao café ↑ 0Ou não ↑ |
AS 08.34 |
0 (( )) Claro, sotor! Claro! |
DAS 08.35 |
Claro o quê? |
AS 08.36 |
Claro! eh:: Sim, saía::. eh:: Era diferente! eh:: Agora:: eh:: , portanto, eh:: evito! eh:: Evito! Por vários motivos! Pra já, sempe que saio eh:: tenho que:: cruzar eh:: > portanto > eh:: E é > E é muito provável eh:: que me tenha que cruzar com a:: > com a pessoa que m’ ameaçou. eh:: (.) E, claro, a > a vida eh:: não é > não é:: > deixa de ser:: eh:: > deixa de ter aquela normalidade. eh:: Deixamos de ter::, no fundo, aquela liberdade eh:: que eu tinha que > quando m’ apetecia sair, eh:: saía. Ora bem, não é a mesma coisa! eh:: Eu vou sair, mas há sempre aquele mas E alguém que m’ ameaçou que:: está no caminho, não é? |
DAS 09.21 |
Olhe! {pigarreio} (( )) perguntar outra coisa. No dia destes episódios, o senhor estava acompanhado por alguém? |
AS 09.27 |
eh:: Estava acompanhado pelo meu filho. |
DAS 09.29 |
0Portanto > Portanto / 0 |
AS 09.30 |
0 eh:: E existiam:: eh:: várias pessoas à frente do estabelecimento. |
DAS 09.33 |
Certo! (( )) Os factos passaram-se, ptanto, à frente do estabelecimento da > da > da:: > da sô dona NOME1? 0Correto? |
AS 09.40 |
0 (( )) sotor! |
DAS 09.42 |
Pronto! E o senhor tava acompanhado plo seu filho? |
AS 09.43 |
Na via pública! Eu ia 0acompanhado pelo meu filho. |
DAS 09.44 |
0E o senhor sentiu-se envergonha::do eh:: > eh:: por terem sido eh:: proferidas > Além do medo que sentiu, sentiu v > vergonha eh:: por > por estas expressões terem sido proferidas à frente do seu filho e sic asic sic demais pessoas ou não? = |
AS 09.56 |
= Perfeitamente, sotor. Foi uma vergonha completa, uma:: eh:: barraca, como se costuma dizer, no meio da rua > qu’ eu fiquei > Eu, primeiro, não estava a acreditar: Mas isto:: afinal é o quê? Pr’ amor, Deus! eh:: Isto não é vida para mim! Eu sou uma pessoa respeitadora, educada! > (( )) desta:: > deste:: conceito eh:: de relações. eh:: E fiquei eh:: estupefacto com esta > com esta atitude. Mesmo! eh:: Pra eh:: > Pra além disso, claro, afetou-me perfeitamente! {folhear de página} |
DAS 10.27 |
O senhor disse aqui que:: {folheia página} > que foi > foi seguido? Foi isso qu’ eu percebi? Foi seguido ali na:: > na psiquiatria foi isso que me disse? 0Foi isso que disse ou não? |
AS 10.34 |
0 eh:: Sim, ainda andei em seguimento::. Sim, andei a fazer acompanhamento e a tomar medicação eh:: , portanto, eh:: > por > motivado por todo este:: portanto, 0 (( )) por este medo! |
DAS 10.44 |
0Por este episódio! |
AS 10.45 |
E ainda hoje:: eh:: continuo sem > sem saber muito bem eh:: > até ao dia que a senhora realmente eh:: > Não sei! 0Se > Tenta / 0 |
DAS 10.53 |
0 (( )) |
AS 10.53 |
0 \ efetivar5 o que ameaçou. |
DAS 10.54 |
0Olhe! E > E já aconteceram mais episódios como este ou não? Isto foi um episódio isolado ou 0 (( )) / 0 |
J 10.59 |
0Sotor, os outros são irrelevantes! |
DAS 11.01 |
Ó sotor! = |
J 11.02 |
= Os outros são «irrelevantes»! |
DAS 11.04 |
(( )) só pa constatar (( )) |
J 11.06 |
Se não eram > Se não eram relevantes, o sotor não pode trazer. Como é evidente! Eu não posso ter em consideração! 0Não faz parte do objeto do processo. |
DAS 11.09 |
0 (( )) Certo! Certo! Claro! Com certeza! eh:: / 0 |
J 11.14 |
S’ houve outros, sotor, ele apresenta a respetiva queixa e é analisado no respetivo processo. {ruídos} |
DAS 11.20 |
eh:: (..) É tudo, sotor! É tudo, sotor! |
X 11.27 |
(..) {ruídos} |
DA 11.32 |
Ó senhor NOME APELIDO4, diga-me uma coisa! (..) O senhor referiu que a dona NOME1 saiu e lhe proferiu esta expressão. (.) {alguém tosse} Mas saiu sem nada? Não houve uma conversa? Não houve uma discussão antes? (.) Entre si e a dona NOME1? |
AS 11.52 |
eh:: Antes eh:: 0a senhora dona NOME1 / 0 |
DA 11.53 |
0No momento! |
AS 11.55 |
0 \ eh:: motivou, portanto, o corte de, portanto, eh:: > de relações. eh:: , portanto, eh:: 0 (( )) / 0 |
DA 12.00 |
0Tou a falar neste 0dia! |
J 12.01 |
0Não é isso qu’ a sotora 0está a dizer! |
DA 12.02 |
0Neste dia! Neste dia! |
AS 12.02 |
0Ah! Nesse dia, não! 0 (( )) / 0 |
J 12.03 |
0Tá a dizer o momento anterior 0a:: / 0 |
AS 12.04 |
0Nesse dia não! 0Não, Não! Nesse dia, não! |
DA 12.04 |
0Ptanto, ela sai > sai da porta pra fora 0e:: (( )) / 0 |
AS 12.07 |
0Correto! |
DA 02.09 |
E o senhor não proferiu nenhuma expressão? Não houve discussão nenhuma? |
AS 12.12 |
Não, sotora! |
DA 12.13 |
A dona NOME1 saiu e disse ↑ |
AS 12.16 |
Sim. = |
DA 12.16 |
= Olhe! Quando é qu’ o senhor começou a ser seguido na psiquiatria? (..) |
X 12.18 |
(..) |
AS 12.21 |
Foi:: eh:: logo, portanto, após > após a isso. Após 0 (( )) / 0 |
DA 12.26 |
0Não sei se > O sotor juntou algum documento? |
DAS 12.28 |
Não! (( )) tem ali > tem ali o texto (( )) Posso ver? Deixe-me ver! |
J 12.34 |
Ó sotor, o documento que juntar hoje:: vai ser su > vai ser sujeito a > a:: / 0 |
DAS 12.38 |
A avaliação! Ainda não vi o documento, sotor! 0É a primeira vez qu’ eu estou > estou / 0 |
J 12.39 |
00 \ a sanção! |
DAS 12.41 |
0 \ é a primeira vez qu’ estou:: / 0 |
DA 12.42 |
0Diga-me uma:: (( )) / 0 |
J 12.42 |
0Ah! Ma não é > não importa quando é qu’ sotor tem conhecimento, sotor! É o sujeito processual! |
DA 12.46 |
Diga-me uma coisa! Com’ é que são as vossas relações de vizinhança? (.) O senhor foi pra lá morar quando? |
AS 12.53 |
Fui pra lá morar:: (( )) nos anos dois mil e:: (..) > e nove > e «oito» → |
DA 13.12 |
Dois mil e oito. Os factos ocorreram em dois mil e quinze. Diga-me uma coisa! Durante sic osic sic dois mil e oito a dois mil e quinze, com’ é que foram as vossas relações de vizinhança? |
X 13.20 |
(..) {ruídos} |
AS 13.24 |
As nossas relações de vizinhança:: eh:: foram boas eh:: até uma determinada data que:: a senhora, portanto, começou eh:: , portanto, a:: > a ter práticas menos > menos boas. |
DA 13.36 |
Práticas menos boas? |
AS 13.38 |
Sim. |
DA 13.39 |
E nunca houve nenhuma discussão entre vocês? |
AS 13.41 |
Nunca houve nenhuma discussão entre nós! |
DA 13.43 |
Antes destes factos 0nunca houve nenhuma / 0 |
AS 13.44 |
0Não! |
DA 13.45 |
0 \ discussão3? |
AS 13.45 |
0Não, senhora doutora! |
DA 13.46 |
Nada? |
AS 13.47 |
Nada! |
DA 13.48 |
Então, a dona NOME1 sai disparada de 0casa / 0 |
J 13.49 |
0Não houve discussão, mas houve quezílias! |
DA 13.52 |
Pelos vistos não, 0sotor! |
J 13.53 |
0Houve! Houve, houve, houve! Ele próprio disse que houve quezílias! |
AS 13.56 |
eh:: (( )) Por parte da senhora! eh:: Várias > Várias agressões, invasão de propriedade::, eh:: > eh:: abertura {vozes} 0de:: > abertura de:: > de fenestrações (( )) / 0 |
DA 14.04 |
0Não! Isso > Isso pr’ aqui não interessa! Eu tou a falar 0em termos de RELAÇÕES (( )) / 0 |
J 14.06 |
0Sotora! Se ele di > Se ele di > Se ele diz que estavam de relações cortadas, com’ é qu’ é possível → |
DA 14.10 |
Ó sotor, mas eu quero ver se existe algum fundamento! Quer dizer, parece que tamos a falar (( )) duma pessoa completamente descompensada que sai de casa e diz à primeira pessoa: Eu mato-te! |
J 14.18 |
Pra ela > Evidentemente, pra ela dizer isto é porque estavam de relações cortadas ou, plo menos, andavam eh:: com animosidade, 0um relativamente a outro. |
DA 14.24 |
0Andavam com animosidade, sim senhora, sotor! Mas, quer dizer, não tem lógica não haver uma discussão «antes»! |
J 14.32 |
A não ser qu’ a arguida fosse esquizofrénica! |
X 14.34 |
(..) {ruídos} |
DA 14.39 |
Houve alguma discussão antes, (.) senhor NOME APELIDO4? |
AS 14.42 |
Não, sotora! |
DA 14.43 |
Não? (.) Olhe! Diga-me uma coisa! eh:: Refere que tava lá eh:: várias pessoas eh:: no café e que foi à frente do café ↑ |
AS 14.51 |
Sim, claro! Estavam várias pessoas à frente do café. |
DA 14.54 |
E:: conhecia alguma delas? |
AS 14.58 |
S > eh:: Não! Não conheço! eh:: Sei que são pessoas lá da povoação. eh:: (.) Não conheço. (.) {ruídos} Não conheço propriamente. (.) Sei que são pessoas que vivem na povoação → |
DA 15.09 |
0Sim. |
J 15.09 |
0Ó doutora, s‘ ela reconheceu que o > que o > 0 (.) que o ameaçou! |
DA 15.11 |
0 sic Atãosic sic , desde dois mil e oito que já lá mora não conhece as > a > a > os vizinhos que estavam lá no café? (.) E qu’ assistiram a tudo ↑ |
AS 15.19 |
eh:: Eu considero que conheço uma pessoa quando convivo eh:: > 0portanto / 0 |
DA 15.23 |
0Ó SENHOR 4, DESCULPE LÁ! Vamos ali na rua, eu sou agredida > eu, quer dizer, no máximo:: indico as outas pessoas que tão ali nem que peça: Olhe, desculpa lá! A senhora viu, não se importa de > d’ ir confirmar isto que foi dito? = |
AS 15.33 |
= Ah! Mas a sotora então não sabe que:: a sô dona NOME1 eh:: ameaçou as pessoas, eh:: dizendo que se fossem dizer alguma 0coisa que iam ver o que lhe sic faziamsic sic ! (.) Pr’ amor, Deus! |
DA 15.39 |
0Ó! Ó SENHOR 4! S’ AMEAÇASSE TAMÉM ESTARIAM AQUI COM COMO O SENHOR ESTÁ! (.) Diga-m’ uma coisa! O senhor tem qu’ idade? |
AS 15.48 |
Quarenta e três, sotora! |
DA 15.50 |
Ptanto, (.) considera-se de boa forma física↑ |
AS 15.55 |
eh:: Ul > Ultimamente nem por isso, sotora! |
DA 15.57 |
O que é ultimamente? EM DOIS MIL E QUINZE! Com’ é qu’ o senhor se sentia em termos de forma física? (.) ATIVO? |
AS 16.06 |
Claro! |
DA 16.07 |
Uma pessoa dinâmica? |
AS 16.08 |
Claro! |
DA 16.09 |
Uma pessoa capaz de fazer face a > a:: > um imprevisto? |
AS 16.13 |
Sim, sotora! |
J 16.14 |
Imprevisto2! {riso} |
DA 16.15 |
0ATÃOsic COM’ É QUE TEVE MEDO? |
AS 16.15 |
0 (( )) sou capaz > sou capaz de > de:: governar a minha vida, não é? = |
DA 16.18 |
= Mas eh:: > eh:: sic atãosic sic explique-me com’ é que sentiu medo duma senhora de > de:: / 0 |
AS 16.24 |
0A sotora:: se for ameaçada de morte / 0 |
DA 16.24 |
00 \ perto de (( )) anos! |
AS 16.26 |
0 \ com’ é que se sente? Com convicção? |
DA 16.29 |
(( )) Se eu for ameaçada, dada a minha idade, por um adolescente, ah pode ter a certeza que não tenho medo! |
AS 16.35 |
Ai só um adolescente é que faz mal? = |
DA 16.37 |
= NÃO! EU TOU A FALAR EM TERMOS DE EM TERMOS D’ IDADE DE / 0 |
AS 16.39 |
0A mim não! |
DA 16.40 |
0 \ DE ASPETO EH FÍSICO // |
J 16.42 |
Ó senhor NOME APELIDO4! O senhor > O senhor acha esse seu comportamento normal? (.) Se calhar, aqui ninguém na sala acha! (..) O senhor está a exponenciar um facto qu’ a generalidade das pessoas, apesar de ter algum temor, não entra em DEPRESSÃO! (.) Está a perceber o > Está a perceber sic asic sic porquê > o porquê das perguntas da sotora? {ruídos} Tem a ver essencialmente co’ isso! O senhor é duma sensibilidade EXTREMA! (.) Tá a perceber? (.) Agora, uma senhora da idade da arguida que, de facto, lhe diz isto porqu’ andam de relações cortadas > S’ os senhores > S’ os senhores se dessem bem e ela lhe dissesse isso, é qu’ o senhor devia ficar prejud > pre > preocupado! (.) Agora, s’ os senhores se davam mal e ela se saiu com isso > Isso, infelizmente, FAZ PARTE DA VIDA! Quando as pessoas se dão mal, CHAMAM-SE S, AMEAÇAM! FAZ PARTE! |
X 17.30 |
(..) |
DA 17.34 |
Ó sotor! Eu até compreendo alguma sensibilidade > não sei, como o senhor doutor diz, em > em termos de coiso. Agora, o senhor dizer que deixou de fazer a sua vida normal, que sentiu efetivamente > NÃO TEM AQUI NENHUM VIZINHO, SÓ TEM O SEU FILHO COMO TESTEMUNHA! (.) Quer dizer! Não > Não HÁ DIZ-ME QUE NÃO HÁ NENHUMA DISCUSSÃO ANTES! (..) {ruídos} Sotor, é só! {dirige-se ao juiz} |
? 17.57 |
Posso, sotor? |
J 17.58 |
Tudo? |
DA 17.59 |
É! |
J 18.00 |
Pode sentar lá atrás! |
? 18.01 |
(( )) |
? 18.03 |
Diga:: (( )) |
? 18.04 |
(( )) só um bocadinho. |
X 18.05 |
{ruídos} |
DAS 18.07 |
Vamos lá tentar cons > con > contextualizar aqui a > a > os factos. = |
J 18.11 |
= Ó DOUTOR, CONTEXTUALIZAR É DIFÍCIL E ESTÁ DEMAIS! |
DAS 18.12 |
0Ó sotor! eh:: > eh:: Parece > Parece que > que resulta aqui, desta audiência (( )) em julgamento, qu’ a senhora foi a primeira vez que proferiu esta expressão. 0Não > Não > Não é verdade! |
J 18.21 |
0Ó sotor! > Ó sotor! Se for > Se há outras ele ti > ele não as 0pode vir buscar todas agora pr’ aqui, sotor! |
DAS 18.25 |
0Mas há > Mas há > Sotor! Mas há queixas-crime apresentadas, 0sotor! |
J 18.26 |
0Ó sotor, isso é outra questão! Isso é outra questão! Se ELE já andava com medo dela relativamente a outras, sotor, sic atãosic sic não é neste pedido que deve fazer esse pedido! Deve dizer é assim: Isto agravou > Que já havia acontecido noutros > noutros casos em que ela já lho tinha FEITO! |
DAS 18.40 |
Certo! |
J 18.41 |
Pronto! 0Então! São coisas diferen::tes! |
DA 18.42 |
0 (( )) mas ele próprio vem dizer que não faz discussões > que não houve discussões! |
DAS 18.42 |
0Mas pa contextualizar, sotor! Desculpe! Pa contextualizar > Pra contextualizar, (( )) , não é situação isolada como > como a:: > a minha ilustre colega quer aqui 0 (( )) transparecer! |
J 18.51 |
Ó sotor, mas ele é que está a dizer! O sic arguidosic sic é que disse que é! |
DAS 18.53 |
0Ó sotor (( )) / 0 |
J 18.53 |
0Porque disse qu’ até nessa al > até essa altura andava muito bem, conforme a sotora disse. Até essa altura andava muito bem e, com esta expressão, esta única expressão, sem nunca terem qualquer confronto direto // |
DAS 19.02 |
Não! Mas isso > isso não corresponde à realidade, sotor! |
DA 19.05 |
0MAS FOI ELE QUE DISSE! |
J 19.05 |
0Ó SOTOR! MAS FOI ELE QUE O DISSE! {riso} Ó SOTOR! {riso} |
DAS 19.07 |
Ó sotor! 0 (( )) / 0 |
J 19.08 |
0FOI ELE QUE O DISSE! |
DA 19.09 |
0Eu perguntei assim: Há > Houve várias discussões? |
AS 19.09 |
0Nunca discutimos! A senhora, por várias vezes, 0 eh:: > a senhora, por várias vezes, (( )) / 0 |
? 19.12 |
0O argui > O > O assistente? |
AS 19.14 |
0 \ que eu entrasse em conflito com ela > em confronto direto. 0E eu é que nunca > Eu não pactuei com isso! |
DA 19.17 |
0EU PERGUNTEI-LHE, SENHOR 4, SE JÁ TINHA HAVIDO DISCUSSÕES ANTES! O SENHOR DISSE-ME: QUEZÍLIAS! Até o sotor 0 (( )) / 0 |
J 19.24 |
0Quezílias fui eu! |
DAS 19.24 |
Quezília / 0 |
DA 19.25 |
0 (( )) quezílias / 0 |
J 19.25 |
0Havia quezílias porqu’ ele tinha dito qu’ ela andava-lh’ a abrir respiradouros e tra-tra-ta-ta! |
DA 19.29 |
Pronto! |
J 19.29 |
Lá na > Quezílias de vizinhança! Próprias da vizinhança! |
DA 19.31 |
(( )) Perguntei s’ havia discussõ::es! 0Se já tinha havido confron::to! |
J 19.33 |
0POIS! E ele disse que não! 0Ele disse que não! |
DA 19.35 |
0Ele disse que não! |
DAS 19.36 |
Ó senhor NOME APELIDO4, vamos aqui esclarecer! O que são pra si quezílias? Diga lá! 0 (( )) / 0 |
J 19.38 |
0Sotor, não é pra ele! {ruídos} Quem falou de quezílias fui eu! (.) 0Porque / 0 |
DAS 19.41 |
0Pronto! Pronto! Mas ó > ó > ó senhor NOME APELIDO4! Contextualize! O qu’ é qu’ aconteceu ANTES destes factos p’ os senhores deixarem de falar? Porque n > o senhor não acordou, certamente, num dia e deixou de falar pa senhora ou a senhora deixou de falar pra si! O qu’ é qu’ aconteceu? = |
AS 19.52 |
= Claro que não! A senhora motivou, portanto, essa:: > esse corte de > de:: 0relações. |
DAS 19.56 |
0Mas o qu’ é qu’ ela fez? O qu’ é qu’ ela 0fez? |
AS 19.57 |
0Portanto, ela eh:: abriu respiros pa minha proprieda0de:: eh:: / 0 |
DAS 19.59 |
00 | Sim | 0 |
AS 20.00 |
0 \ mandou invadir a minha propried > dizendo qu’ a minha propriedade que é de0la:: eh:: / 0 |
DAS 20.03 |
0E mais? |
AS 20.04 |
0 \ eh:: que:: > qu’ aquilo qu’ é tudo dela 0 eh:: / 0 |
DAS 20.06 |
00 | Sim | 0 |
AS 20.07 |
0 \ tem um estabelecimento a funcionar que:: é um incómodo constante, 0 eh:: portanto, não tenho / 0 |
J 20.11 |
0Pois! |
DAS 20.12 |
0Pronto! |
J 20.12 |
0Tudo isso > Tudo isso / 0 |
AS 20.12 |
0Pronto! 0 (( )) / 0 |
DAS 20.14 |
0Foram essas questões 0que (( )) / 0 |
J 20.15 |
0MAS ISSO NÃO TEM A VER DIRETAMENTE COM ISTO! {alguém tosse} |
DAS 20.17 |
Não, mas também > não foi neste episódio qu’ a senhora 0 eh:: / 0 |
J 20.22 |
0Mas é isso que ele cá > faz quando deduz o pedido cível! 0Quer que seja tudo / 0 |
DAS 20.26 |
0 (( )) «relativamente» 0 (( )) / 0 |
J 20.28 |
00 \ metido aqui, no saco azul! |
DAS 20.29 |
0 \ relativamente 0 (( )) / 0 |
J 20.30 |
0Não pode ser! |
DAS 20.31 |
0 (( )) / 0 |
DA 20.31 |
0Olhe! O senhor quando foi morar pra lá, já havia lá o café? |
AS 20.35 |
Quando mudei, já tinha o café. |
DA 20.37 |
Pronto! |
X 20.38 |
(..) |
DAS 20.41 |
Ó senhor NOME APELIDO4! eh:: Só > Só mais uma pergunta. Se > Se me permite. 0 (( )) / 0 |
AS 20.45 |
0Mas não > não funcionava com os horários que:: passou a funcionar. |
X 20.48 |
(..) |
DA 20.52 |
Mas isso é a câmara! |
DAS 20.55 |
Senhor NOME APELIDO4, permita-me! Permita-me! {ruídos} (.) Responda-me:: às minhas questões, por favor! (.) O senhor é uma pessoa sensível? (.) O senhor é uma pessoa sensível? Foi a primeira vez que foi acompanhado na 0psiquiatria (( )) ↑ |
AS 21.09 |
0Não, sotor! Eu apenas > Eu apenas preciso viver na minha casa. |
DAS 21.11 |
Precisa de viver na sua casa. |
AS 21.13 |
É só isso. |
DAS 21.14 |
Não é isso que eu lhe perguntei! S’ é uma pessoa «sensível»? (.) SE 0estas palavras que foram proferidas / 0 |
AS 21.19 |
0Não, sotor! Eu tenho sido altamente resistente. |
DAS 21.21 |
0 \ se estas palavras que foram proferidas pela > pela > pela > pela arguida > se o deixaram num estado de ansiedade, 0de medo, de depressão que preci / 0 |
AS 21.29 |
0Claro, sotor! Claro! |
DAS 21.31 |
0 \ se foi este o 0motivo / 0 |
AS 21.31 |
0Claro! |
DAS 21.32 |
0 \ qu’ o levou 0a recorrer à / 0 |
AS 21.32 |
0Claro! |
DAS 21.33 |
0 \ à psiquiatria7? |
AS 21.33 |
0Claro! |
DAS 21.34 |
Não me responda claro! Pelo amor de Deus! |
J 21.37 |
0Ó sotor, {riso} eu já lhe tinha dito que sim! Só qu’ o qu’ é que nós já vimos? Que não! Que não foi só isso! (.) Não é? Qu’ isto é um «acumular» de situações que já vinham sendo {alguém tosse} {ruídos} eh:: > t > tendo, ptanto, que já vinham acontecendo e que, com isto, acabaram por ser mais uma gota! 0Que contribui para que ele, de facto, se deixasse afetar. Claro! |
DAS 21.57 |
0 (( )) (..) É tudo, sotor! |
J 22.03 |
O des > É evidente qu’ o desgaste do dia a dia de quezílias de viz > de vizinhos eh:: (.) é (.) > é suscetível de gerar intranquilidades nas pessoas e (.) eh:: > e as pessoas andam ali todos os dias a CHATEAR-SE e depois deixam-se DESGASTAR, ficam emocionalmente mais IRRITADAS. Essas coisas todas! |
DAS 22.24 |
0Mais frágeis! |
J 22.26 |
Faz parte, não é? = |
DAS 22.26 |
= Claro! |
J 22.27 |
(( )) isto é a normalidade da vida! (.) Senhor NOME APELIDO4, quanto é qu’ o senhor ganha por mês? |
X 22.31 |
(..) {ruídos} |
AS 22.35 |
Uns quinhentos euros. |
J 22.36 |
Líquidos? (...) 0.8 {anotações do juiz} Com quem vive? |
X 22.44 |
(..) {anotações do juiz} |
AS 22.47 |
eh:: Vivo:: eh:: com o meu filho > com:: > com:: > Com quem vivo, sotor? Com o meu filho eh:: e com a:: > portanto, eh:: a mãe do meu filho. |
J 22.59 |
Sua companheira? |
AS 23.00 |
Sim, sim! |
J 23.02 |
Quanto é qu’ ela ganha? |
X 23.03 |
(..) {anotações do juiz} |
AS 23.06 |
eh:: Anda também em > mais ou menos eh:: pelo meu > pelo meu vencimento. |
J 23.11 |
Quinhentos euros. (..) Qu’ idade tem o seu filho? |
AS 23.17 |
eh:: Tem dezoito. |
X 02.19 |
(..) {anotações do juiz} |
J 23.23 |
Casa própria ou arrendada? |
AS 23.25 |
eh:: Casa:: eh:: > Casa própria. |
J 23.28 |
Paga ao banco ou não? |
AS 23.29 |
Pago ao banco. |
J 23.30 |
Quanto? |
AS 23.32 |
eh:: Cerca duns trezentos euros. |
J 23.37 |
Amortização d’ emp > do empréstimo, não é? |
AS 23.40 |
Amortização d’ empréstimo. |
X 23.41 |
(..) {anotações do juiz} |
J 23.46 |
Trezentos mensais, é? |
AS 23.47 |
Mensais. |
X 23.48 |
(..) |
J 23.52 |
Que estudos tem? |
AS 23.55 |
eh:: Tenho o décimo segundo. |
X 23.57 |
(..) {anotações do juiz} |
J 24.01 |
Agora pode sentar lá atrás. |
AS 24.02 |
(( )) licença! |
X 24.04 |
{ruídos} {OJ faz chamada da próxima testemunha} |
OJ 24.24 |
Aqui nesta cadeira, tá bem? |
T1 24.25 |
Sim. |
? 24.27 |
(( )) {ruídos} |
|
Parte 4 |
T1 00.00 |
NOME APELIDO5. |
X 00.02 |
(..) |
J 00.05 |
O senhor é filho do senhor NOME APELIDO4, não é ↑ |
T1 00.06 |
Sim, sim. |
J 00.07 |
E:: (..) {ruídos} isso impede-o de dizer a verdade? |
T1 00.13 |
Não. |
J 00.14 |
Jura por sua honra dizer toda a verdade e só a verdade? |
T1 00.16 |
Sim! = |
J 00.16 |
= O seu pai diz que tem dezoito anos, é assim? |
T1 00.18 |
Exato! |
J 00.19 |
Sabe que, se faltar à verdade, comete um crime de falso depoimento? |
T1 00.22 |
Sim! |
J 00.22 |
Faz favor de se sentar! Vai responder às perguntas que lhe vai fazer a sotora procurado adjunta! |
X 00.26 |
(..) |
MP 00.30 |
Então! O:: senhor sabe, certamente, o qu’ é que se passou, não é? Pra que o seu pai tivesse apresentado queixa e plo que está aqui a responder a dona NOME APELIDO1, sabe? |
T1 00.40 |
Sei. |
MP 00.41 |
O qu’ é que se passou? Que o senhor tenha assistido e ouvido ↑ |
T1 00.45 |
eh:: Nós estávamos a caminho da nossa garagem e, quando estávamos no caminho, eh:: a senhora dirigiu-se ao meu pai a insultá-lo, (.) eh:: de um modo bastante agressivo, ameaçando-o até de morte. E::, quando o meu pai voltou pa trás, pa ir a casa, pa chamar a polícia, eh:: a senhora continuou a persegui-lo {suspiro} , mais uma vez de modo agressivo, e teve que ser parada por uma das pessoas que tava presente no local. |
MP 01.16 |
E o qu’ é que:: > eh:: Relativamente ao > ao que ela dizia, que o senh > que, portanto, que diz que era em > em termos agressivos e d’ ameaçar, o qu’ é qu’ ela dizia? |
T1 01.27 |
eh:: Chamando-lhe entre vários no::mes, eh:: a dizer que {suspiro} eh:: > qu’ o matava, a fazer gestos, tudo e mais algu > tudo e mais alguma coisa! |
MP 01.39 |
E que tipo de gestos? |
T1 01.41 |
eh:: {riso} Que lhe dava uma pancada. Fazia gestos assim {faz gesto} , atrás dele. E ele, simplesmente, de costas pa:: > pa ir chamar a polícia, a casa. Mais nada. |
MP 01.51 |
Olhe e isso > O seu pai disse alguma coisa antes ↑ Não disse ↑ |
T1 01.55 |
Não! Nós estávamos a caminho da garagem. Eu ia po treino e:: a > a senhora simplesmente 0sai de casa e desata / 0 |
MP 02.00 |
0Portanto, o seu pai ia levá-lo ao treino, é 0isso? |
T1 02.02 |
0Exato! E a nossa garagem tá sic separadosic sic da casa. Nós temos que passar lá à frente. |
MP 02.06 |
Da casa da > da dona NOME1? Têm que passar à frente 0da casa dela ↑ |
T1 02.10 |
0Sim. Exato! |
X 02.11 |
(.) |
MP 02.13 |
Olhe! E ela dizia isso > já disse que em tom eh:: sério, era? |
T1 02.17 |
Sim. 0Ela inclusive até / 0 |
MP 02.18 |
0Tava zangada ↑ |
T1 02.20 |
eh:: Ela, inclusive, teve que ser parada por uma das pessoas que tava lá presente. |
X 02.24 |
(.) |
MP 02.26 |
Não pretendo mais nada. {dirige-se ao juiz} |
J 02.29 |
Assistente ↑ |
DAS 02.30 |
Co’ a devida vénia, sotor! (( )) {pigarreio} (.) Portanto, já descreveu aqui os factos constantes da:: > deste > deste triste episódio, o que lhe quero perguntar é: eh:: sentiu no > no seu pai algum > algum medo? |
T1 02.43 |
Ah! Sim! |
DAS 02.44 |
Sentiu? |
T1 02.45 |
Sim! {riso} Principalmente quand’ ela começou:: a andar atrás dele. |
DAS 02.48 |
Ela andou atrás dele? |
T1 02.49 |
Sim! = |
DAS 02.50 |
= E > E, por acaso, «reparou» se tinha algum:: objeto na mão ↑ Se trazia alguma coisa ↑ |
T1 02.53 |
Não, não! Mas se > fazia gestos, 0mas / 0 |
DAS 02.55 |
0Fazia gestos ↑ |
T1 02.56 |
Sim! = |
DAS 02.56 |
= Com > Com > Com > Portanto, gestos sic esic sic ameaçadores! É isso? |
T1 02.59 |
Exato! |
DAS 03.00 |
Como quem matava, é isso? 0O qu’ é que / 0 |
T1 03.01 |
0Sim. |
DAS 03.02 |
0 \ Que gestos é que sic elesic sic fazia? Consegue 0 (( )) / 0 |
T1 03.04 |
0Ela, basicamente, disse que lhe dava:: {riso} > que dava uma pancada e:: que lhe tirava a vida. |
DAS 03.09 |
Pronto! Proferiu as expressões que > que o matava e, depois, {alguém tosse} fazia gestos no sentido de > como quem fosse executar, é isso? (.) E o > E o > E o NOME5, teve medo? |
T1 03.18 |
{riso} Eu:: > Eu fiquei:: > fiquei onde nós távamos. O meu pai depois decidiu voltar pa trás, eu decidi ficar parado a:: > a assistir, porque eu nem sabia o qu’ é qu’ havia de fazer e:: {riso} > e fiquei preocupado! Nã > Não por aquele dia porque, entretanto, uma pessoa foi lá parar a senhora, mas:: pelo > pelos outros (( )) . 0Obviamente, uma pessoa fica com medo! |
DAS 03.36 |
0 (( )) / 0 |
T1 03.37 |
Exato! |
DAS 03.38 |
Pronto! Isto > Isto foi um episódio isola::do ↑ Já > Já havia quezílias eh:: en > entre o seu pai e a > e a dona NOME1 ou ↑ Isto foi uma > 0Com’ é que explica qu’ isto tenha acontecido? |
T1 03.47 |
0Não! Isto não foi assim algo:: > Isto não foi algo por acaso, isto 0já > já dura há algum tempo / 0 |
DAS 03.50 |
00 | Sim | 0 |
T1 03.52 |
0 \ inclusive, nós estamos em casa e estamos constantemente a ser incomodados. eh:: {riso} Temos pessoas que:: invadem a nossa propriedade, temos música aos altos berros, de manhã cedo, ninguém consegue descansar em casa / 0 |
DAS 04.05 |
0 | Sim | 0 |
T1 04.06 |
0 \ {suspiro} Tudo e mais alguma coisa! |
DAS 04.08 |
Ptanto, os senhores não têm paz, tranquilidade (( )) em casa? |
T1 04.11 |
Não! E:: depois duma ameaça de morte, uma pessoa não fica propriamente descansada. 0Muito menos / 0 |
DAS 04.15 |
0 (( )) / 0 |
T1 04.17 |
0 \ a passar da nossa casa pa garagem que fica exatamente onde a senhora vive. Tava no meio. |
DAS 04.22 |
E > E > E com’ é que se sentiu o seu pai, após este episódio? |
T1 04.26 |
O meu pai? O meu pai, {riso} 0obviamente / 0 |
DAS 04.27 |
0Ele consegue dormir bem? |
T1 04.29 |
Nem por isso! Ele anda sempre preocupado! Ficava até mais tarde acorda::do, caso 0houvesse alguma coisa → |
DAS 04.33 |
0Sim! (.) Olhe! E > E > E:: soube s’ ele, por acaso, recebeu tratamento:: hospitalar ↑ Psiquiátrico ↑ |
T1 04.40 |
Sim, recebeu. |
DAS 04.41 |
Recebeu? |
T1 04.42 |
Sim! |
DAS 04.42 |
sic Derivadosic sic sic asic sic estes factos? |
J 04.44 |
Sotor! Isso só se prova com o documento! |
DAS 04.46 |
Certo, sotor! Exato! (.) Foi isso qu’ aconteceu? O seu pai teve que receber:: eh:: tratamento psiquiátrico, foi isso? (.) Olhe! E > E relativamente > Ele > Ele:: > Ele não era pessoa, antes destes episódios, pa sair::, ir ao café, dar um passeio consigo ali pela redondezas? Ou não? |
T1 05.02 |
Nós vivemos ali. De vez em quando, íamos dar umas voltas de bicicleta pela zona::, etcétera, mas:: 0nada assim de:: / 0 |
DAS 05.08 |
0E depois? E depois > E depois sic destesic sic episódios? Continuaram a fazer isso, 0a vossa vida normal ou ↑ Não? |
T1 05.12 |
0 {sopro} Não! |
DAS 05.14 |
Mas porqu’ é que não continuam a fazer isso? |
T1 05.18 |
{ruídos} Exatamente pelo receio d’ alguma coisa, porque:: eh:: as pessoas > aquilo há lá um café tamém, 0nesse meio / 0 |
DAS 05.24 |
00 | Sim, sim | 0 |
T1 05.25 |
0 \ e:: as pessoas todas são influenciadas. Uma pessoa nunca sabe o qu’ é que poderá acontecer e, então, retém-se um bocado. Uma pessoa só ia à garagem mesmo quando era preciso irmos p’ algum lado ou assim. |
DAS 05.35 |
Portanto, no fundo, deixaram de poder sair de casa co’ a mesma tranquilidade, c’ a mesma paz, c’ o mesmo sossego com que faziam anteriormente? |
T1 05.40 |
Exato! |
DAS 05.41 |
Deixaram de frequentar o café ↑ Por isso? |
T1 05.43 |
Mas já:: > já tínhamos deixado há algum tempo, por causa das outras coisas todas passadas (( )) |
DAS 05.49 |
Certo! (.) É tudo, sotor! {dirige-se ao juiz} |
X 05.52 |
(..) |
? 05.55 |
Sotor! |
J 05.56 |
O NOME5 tem algum receio da senhora? |
T1 05.59 |
{riso} eh:: A partir do momento qu’ ameaça o meu pai de morte, com bastante convicção::, passei a ter um bocado. |
J 06.06 |
Um rapaz de dezoito anos > duma > duma velha de > de > de:: / 0 |
T1 06.10 |
Ah! Isso:: > Isso quer dizer muito pouco! |
J 06.13 |
(( )) que tem receio o quê? Qu’ ela tenha lá uma caçadeira em casa? |
T1 06.16 |
{riso} Isso não sei. |
J 06.18 |
Ou qu’ ela ponha uma bomba e mande aquilo tudo plos ares? |
DA? 06.21 |
Ó meu Deus! 0 (( )) {riso} |
J 06.21 |
0Não! Estou > Agora estou > Agora estou a ques > estou a questionar! Precisamente porque não percebo com’ é qu’ um rapaz de dezoito anos, numa situação destas, também > também se d > se > se:: > se fica na sombra dos medos do pai! |
T1 06.34 |
{riso} Não é propriamente nos medos do meu pai! 0É os medos / 0 |
J 06.36 |
0Então? |
T1 06.37 |
0 \ criados por mim. 0Porque:: / 0 |
J 06.39 |
0MEDOS CRIADOS POR SI? |
T1 06.40 |
Exato! Naquela situação > porque:: > é assim, não é preciso 0tamém / 0 |
J 06.43 |
0SE SÃO VIZINHOS, JÁ CONHECEM A SENHORA, JÁ CONHECEM A VIDA DELA, JÁ SABEM O QU’ ELA FAZ, QUE TIPO DE PESSOA ELA É, NÃO É? = |
T1 06.49 |
= Sim. = |
J 06.49 |
= Se fosse um > uma pessoa qu’ aparece ali de repente (.) e ninguém conhece de lado nenhum, as pessoas ficam sabe-se lá! (( )) Pode ser uma pessoa doida! |
T1 06.56 |
Sim, mas > 0porque > é assim (( )) / 0 |
J 06.57 |
0Agora, são vizinhos, sabem o qu’ a senhora faz, sabem a vida da senhora {folhear de página} , sab > sabem qu’ o > a > as pessoas mandam cá pra fora coisas da boca pra fora que > que saíram e pronto! |
T1 07.08 |
Eu posso explicar que:: (.) > é assim, houve mais acontecimentos p’ além deste. 0Este aqui não / 0 |
J 07.13 |
00 | Sim | 0 |
T1 07.14 |
0 \ foi um isolado / 0 |
J 07.15 |
Sim, mas ↑ |
T1 07.16 |
Há mais acontecimentos anteriores a este / 0 |
J 07.19 |
Rela > De ↑ |
T1 07.20 |
De:: > Tanto a música, que nós não podemos descansar / 0 |
J 07.23 |
0 (( )) ISSO ACONTECE EM TODO O LADO! |
T1 07.25 |
0 (( )) (.) invasão de 0propriedade / 0 |
J 07.26 |
0 (( )) TEMOS OS VIZINHOS QUE PÕEM MÚSICA ALTA, VIZINHOS QUE FAZEM BAILES, OUTROS QUE FAZEM FESTAS DOS FILHOS E AS PESSOAS QUE ESTÃO POR BAIXO TÊM, NECESSARIAMENTE, QUE AGUENTAR! TODOS ISSO ACONTECE EM TODOS OS LADOS! Já nem > J > O tempo das > qu’ as pessoas viviam em > em:: habitações separadas, já lá vai! Desde que criaram o elevador, passou a haver / 0 |
T1 07.41 |
A partir 0 (( )) / 0 |
J 07.42 |
00 \ ca > casas com muitos pisos! 0E depois / 0 |
T1 07.44 |
00 | Sim | 0 |
J 07.45 |
0 \ a > as > deixa > deixa d’ haver construção de qualidade porqu’ eles querem rentabilizar ao máximo e NÃO HÁ SO ISOALIZAÇÃOSIC DOS PRÉDIOS! MAS ISSO ISSO TODA A GENTE SOFRE! |
T1 07.52 |
Eu percebo isso:: eh:: esporadicamente e não constantemente. Sempre, de manhã, bastante cedo. Já pa não falar 0que:: / 0 |
J 08.00 |
0Mas já deviam estar habituados! Se sabem qu’ ela faz isso! {riso} 0A PESSOA ENTRA NESSA ROTINA! |
T1 08.02 |
0Ma não fazia! Posso? {ruídos} Ma não fazia! Anteriormente, nós dávamo-nos bem {conversas paralelas} e, a partir do momento qu’ houve uma venda de propriedade, eh:: (.) el > a senhora vendeu-nos uma propriedade e depois, basicamente, dizia que não era nossa > nós não tínhamos dado dinheiro nenhum! Quando tínhamos e:: temos a prova de documento disso / 0 |
J 08.19 |
Pronto! |
T1 08.19 |
0 \ eh:: / 0 |
J 08.20 |
E as coisas foram-se > foram-se avolumando a partir daí ↑ |
T1 08.23 |
Exato! |
J 08.24 |
ENTÃO! Mas vocês sabem que tipo de pessoa ela é! 0Acham qu’ ela é capaz / 0 |
T1 08.26 |
0Nem por isso! A partir do momento 0em que nos (( )) / 0 |
J 08.28 |
0ACHAM QU’ ELA É CAPAZ DE FAZER ISSO QUE DISSE? |
T1 08.30 |
Eu acho! |
J 08.31 |
Acha? |
T1 08.32 |
Sim! (.) Porque 0 (( )) / 0 |
J 08.33 |
0E ela fazia isso como? C’ uma faca e d’ alguidar? Daqu > Daquelas de > de:: > de matar os porcos? = |
T1 08.38 |
= Há homicídios bate- > bastante esquisitos, sic inclusivessic sic com colher! Por isso, a partir 0daí / 0 |
J 08.42 |
0Como? |
T1 08.43 |
Pessoas que matam outras pessoas c’ uma colher! Já houve disso! Já aconteceu! Há incidentes disso! 0É > Um > Qualquer objeto pode servir como arma! |
J 08.47 |
0O so > So > O so > O senhor anda a utilizar muito a internet, não? |
T1 08.52 |
Não! É verdade! eh:: (.) Eu não digo que seja em Portugal, mas acontece! {riso} O qu’ eu quero dizer é: qualquer objeto serve como arma. |
J 08.59 |
TÁ BEM! 0Mas > Mas / 0 |
T1 09.00 |
0E a partir do momento 0 (( )) / 0 |
J 09.01 |
00 \ têm > têm que se situar naquela situação concreta e tirar daí as devidas ilações::! Sabe qu’ uma vizinha > os senhores sabem a rotina da > da vida dela, do dia a dia, que tipo de pessoa ela é, com quem convive → (.) Isso não se > Isso não serve? |
T1 09.17 |
A partir do momento que nos dávamos bem e, depois, há uma mudança de atitude repentina, completamente diferente, uma pessoa deixa de saber se realmente conhece ou não. = |
J 09.25 |
= U > Uma coisa é as pessoas cor > cortarem de relações e até:: ficarem chateadas, outra coisa É A PESSOA SER CAPAZ DE PRATICAR DETERMINADOS ATOS! (.) Não está aqui em causa > Não está aqui em causa se este tipo de comportamento dela é suscetível ou não de re > ge > gerar receios. ISSO EVIDENTEMENTE QUE É! NÃO É ISSO QU’ EU ESTOU A DIZER! O que estou a dizer é: eu acho {pigarreio} é que > que o > mais o > o seu pai > ESTÁ A EXPONENCIAR ISTO que não tem, de facto, esse relevo! (..) É isso! É só isso > É só isso 0qu’ eu quero transmitir! |
T1 10.02 |
0Então > Então e uma 0pessoa que fica com medo / 0 |
J 10.03 |
0TÁ A SER EXPONENCIADO UM FACTO QUE NÃO TEM ESSE RELEVO! |
T1 10.06 |
Tão uma pessoa que é ameaçada de morte não há de ficar com medo? |
J 10.10 |
Mas eu não disse isso! (..) Eu não disse isso! (.) Estou > Estou a referir-me é àquilo qu’ o seu pai diz que foram as consequências disto! (.) {folhear de página} Está a perceber? (..) {folhear de páginas} A ponto de não passarem pa garagem, essas coi > essas coisas! Doutora ↑ (.) Não, sotor! eh:: 0A sotora! |
DA 10.32 |
0Sou eu! (.) Ó > Ó NOME5! Bom dia! |
T1 10.36 |
Bom dia! = |
DA 10.36 |
= Diga-me uma coisa! eh:: Referiu do medo, não sei quê, mas a > a dada altura disse que não teve medo por AQUELE DIA ↑ |
X 10.43 |
(..) |
? 10.47 |
Então? |
T1 10.48 |
Eu tou a falar tamém do medo que veio a seguir, tamém! = |
DA 10.51 |
= Mas «naquele» dia! O senhor referiu que não teve medo por aquele dia! |
T1 10.56 |
Não só por aquele dia. 0 (( )) / 0 |
DA 10.58 |
0Não! Não > Não teve medo por aquele dia. Foi a expressão (.) usada. |
T1 11.03 |
Não. (..) N > Não! Então > Claramente > Então > (.) (( )) Tipo {suspiro} (..) > Obviamente qu’ há receio daquele dia! (.) Não é? Daquela 0altura! |
DA 11.23 |
0A expressão é sua! |
X 11.25 |
(..) |
T1 11.30 |
Então, eu > eu não sei o qu’ hei de 0dizer (( )) / 0 |
DA 11.31 |
0Porqu’ é que não foi com:: > Nã > Nã > Não > Se > S’ houvesse medo, porqu’ é que não acompanhou o seu pai, eh:: quando voltaram pa trás pa ele ir chamar a polícia? |
T1 11.41 |
{ruídos} Não acompanhei? = |
DA 11.42 |
= Sim. |
T1 11.43 |
PORQUE FIQUEI ESTUPEFACTO! C’ O FACTO, DO NADA, I AQUILO ACONTECER! |
DA 11.46 |
Não 0houve nenhuma discussão antes? |
T1 11.46 |
0E ele > E ele (.) > Nenhuma discussão? 0O quê? Entre / 0 |
DA 11.49 |
0Entre o seu pai e:: a dona NOME1. |
T1 11.53 |
O quê? Na > Naquele dia? = |
DA 11.54 |
= Sim! = |
T1 11.54 |
= Naquele dia, não! Nós, simplesmente, tínhamos acabado de sair de casa pa ir po treino. |
DA 11.59 |
Olhe! Diga-me uma coisa! Referiu de:: música e não sei quê:: ↑ |
T1 12.03 |
Sim! |
DA 12.03 |
eh:: Tá-s’ a referir:: do café que lá há? (.) 0 (( )) / 0 |
T1 12.06 |
0Não! Não me tou a referir do café! Tou a falar de um rádio que, quando a senhora saía de casa e ia po autocarro, o deixava ligado vinte e quatro 0sete (( )) ) / 0 |
DA 12.14 |
0 sic Atãosic sic , mas com’ é que sabia que ela saía para ir apanhar o autocarro? |
J 12.16 |
0Via-a a sair, sotora! |
T1 12.16 |
0Ouvia-se da porta! |
DA 17.17 |
Hã? = |
J 12.17 |
= Via-a a sair, sotora! {riso} |
DA 12.19 |
Via-a a sair (( )) à janela? |
J 12.20 |
CLARO, SOTORA! |
DA 12.21 |
0Ó SOTOR! |
J 12.21 |
0Ou na porta! Ou à varanda! |
? 12.23 |
0Ou à porta! |
DA 12.23 |
0Então eu sei lá se os meus vizinhos saem pa apanhar o autocarro, doutor! {riso} |
J 12.25 |
Viam qu’ ela 0já saiu! |
T1 12.26 |
0Não! Nós ouvimos a porta! A porta bate sempre, 0com bastante estrondo. |
DA 12.29 |
0 (( )) E tinha que ser ela! (( )) {riso} |
T1 12.32 |
ENTÃO! E dá pa ver pela janela! A janela tá 0virada pa rua! |
DA 12.34 |
0SIM! OLHE! Referiu que costumava dar uma vo::ltas por lá:: ↑ Também deixou d’ andar de bicicleta? (.) 0E de passear ↑ |
T1 12.41 |
0Eu não deixei de andar! Mas com menos regularidade. |
J 12.45 |
Não está em causa ele! Só tá em causa o pai! |
DA 12.47 |
Ó sotor, ele disse que dava umas voltas com > c’ o pai 0quando ia de bicicleta. |
J 12.49 |
0Não! Quando ia c’ o pai! |
DAS 12.50 |
C’ o pai! |
DA 12.51 |
C’ o pai? 0Pois! |
DAS 12.52 |
0C’ o pai. = |
DA 12.52 |
= E agora dá sozinho as voltas de bicicleta? |
T1 12.55 |
EU NÃO DOU SOZINHO! EU NÃO EU NÃO DISSE QUE NÓS DEIXÁMOS D’ DE BICICLETA! Eu disse que deixámos d’ andar mais regularmente. Com’ andávamos! |
DA 13.02 |
Por causa desta situação? |
T1 13.03 |
Sim, também! |
X 13.05 |
(.) |
DA 13.07 |
Assistiu mais alguma vez a alguma discussão entre o seu pai e a dona NOME1? |
T1 13.10 |
Sim! Sempre que nos invadiam a propriedade! |
DA 13.12 |
Pronto! (( )) sic Atãosic sic não foi a:: > já havia > as relações estavam mal entre 0ambos (( )) ↑ |
T1 13.16 |
0Já havia antes → |
J 13.16 |
0Invasões de propriedade e outros incidentes! |
T1 13.19 |
0Exato! |
DA 13.19 |
0Pronto, sotor! É tudo! |
J 13.21 |
Pode sentar lá atrás! (..) Toda a gente? Tem a palavra o Ministério Público p’ alegações! = |
MP 13.30 |
= Peço Justiça! = |
J 13.31 |
= Assistente ↑ |
DAS 13.33 |
Devida vénia, sotor! {ruídos} |
|
Parte 5 |
DAS 00.00 |
0 \ o sotor eh:: juiz, (( )) {folhear de páginas} ilustre procuradora do Ministério Público, (( )) ilustre colega, senhora funcionária e os demais presentes! {ruídos} (( )) parece que:: resulta provado desta audiência de > em julgamento que > que > que a arguida NOME1 proferiu sic assic sic expressão eh:: > eh:: que dirigiu, neste caso, ao > ao assistente a > a ameaça agravada. Ptanto, foi aqui dito quer pelo arguido quer > quer pelo assistente sic quersic sic pelo:: > quer pela testemunha que, efetivamente, as expressões foram > foram > foram den > dirigidas, contextualizaram os factos e também a sic assistentesic sic , inicialmente, tentou aqui fazer uma confissão integral e sem reservas, mas eh:: > eh:: tal > tal não sic surtousic sic o > o > o > o devido efeito. Ptanto, relativamente eh:: à > à parte crime, parece-me que resulta provado que, efetivamente, a arguida cometeu os factos que vêm constantes da > do auto d’ acusação pública. No concerne à > ao pedido indemnizatório eh:: (( )) , também foi aqui dito quer pelo > pelo assistente quer pela testemunha que > que > qu’ a > qu’ a senhora proferiu a > as expressões de forma livre, eh:: voluntária e consciente da:: > d > daquilo que estava a fazer. TAMBÉM > Também foi aqui dito quer pelo > pelo > pelo > pelo assistente quer pela > pela testemunha que o senhor teve medo, eh:: perdeu o sono, eh:: perdeu a paz, a tranquilidade, o sossego, ptanto, tudo que eh:: , do nosso ponto de vista, deve ser contabilizado para > para efeitos de > de > do > do pedido indemnizatório. Desta forma, (( )) > (( )) , vossa excelência, a tão acostumada Justiça. |
X 01.26 |
(.) {ruídos} |
DA 01.28 |
Apresento os meus cumprimentos a este Tribunal. (.) Quanto à parte de crime e quanto à > ao facto da > da:: > da expressão ter sido proferida, a arguida assumiu desde logo, mas é obvio qu’ é uma expressão que «surge» num «âmbito» «duma» discussão. Apesar da > da > Uma discussão, não naquele momento, mas de quezílias já anteriores de má > relações de má vizinhança. Evidentemente, sic terãosic sic havido discussões de parte a parte, mas isso não interessa. Saiu, por isso é qu’ arguida diz que não tem consciência de ter dito, porqu’ as > é o calor do momento, eh:: dizem-se coisas (.) sem querer, sem pensar, eh:: (.) terá sido o qu’ ocorreu eh:: > eh:: neste dia! E isso (( )) a arguida assumiu perfeitamente. Quant’ ao pedido eh:: de indenização cível, não ficou minimamente provado que o:: > o arguido > o assistente TENHA ido pa consultas de psiquiatria no ÂMBITO (.) deste:: acontecimento. eh:: (.) Pode-se ter sido > sentido incomodado. Ninguém diz que não! eh:: Agora, MEDO, inquietação:: ou:: «receio» > eh:: não é plausível qu’ um homem de quarenta e três anos eh:: > em DOIS MIL E QUINZE, ele próprio assumiu que tava em perfeitas condições físicas > sentisse MEDO ou receio duma pessoa de setenta anos! Quer dizer, isso não faz o menor sentido! Pronto! Quanto a isso, eh:: (.) o pedido cível deve ser julgado improcedente, por não provado. Quanto à parte criminal, deve ser arguida (( )) pena mínima, porqu’, efetivamente, proferiu a expressão e isso não há dúvida. Consciente ou inconscientemente, (.) mas cometeu. |
J 03.13 |
Pode-se levantar a arguida ↑ |
|
Parte 6 |
J 00.00 |
Quer dizer mais alguma coisa em sua defesa? |
A 00.02 |
Ó sotor! (..) Tá tudo dito! eh:: |
J 00.08 |
Quanto é qu’ a senhora ganha por mês? |
A 00.10 |
Eu? (.) (( )) de:: duzentos e cinquenta duma renda de casa e cento e sessenta do meu falecido marido. (.) É o dinheiro que entra em minha casa. 0 (( )) / 0 |
J 00.21 |
0Duzentos e cinquenta mais cento e sessenta ↑ |
A 00.22 |
Cento e sessenta. Medicamentos e:: {riso} alimentação, fico co’ a barriga sem comer! |
J 00.28 |
eh:: (...) 0.9 Ptanto, os duzentos e cinquenta de rendas e os cento e sessenta de reforma do falecido marido ↑ |
A 00.43 |
Tou a ver. |
X 00.44 |
(..) {anotações do juiz} |
J 00.48 |
Com quem vive? |
A 00.50 |
Vivo só. Vou po pé dos meus filhos, de vez em quando. Ainda agora estive uns:: > quase um ano ao pé da minha filha. (( )) e vinha. E estive uns:: dias 0em casa:: > cheguei a casa, tavasic assim umas coisas assim um bocadinho desorientadas, ma não / 0 |
J 00.59 |
0Casa / 0 |
DA? 01.05 |
Doutor ↑ |
J 01.05 |
Casa própria ou arrendada? (.) 0A sua casa. |
A 01.08 |
0É > É própria. É minha. (.) Tem cinquenta e dois anos! |
J 01.12 |
Casa própria. (.) Que estudos tem a senhora? |
A 01.16 |
Eu tenho a quarta classe. (..) Trabalho desde os treze anos. |
X 01.22 |
(...) 0.8 {anotações do juiz} |
J 01.30 |
Ora:: {folhear de páginas} (...) 0.8 > NOME6, o dia dezasseis é uma quinta, não é? {dirige-se ao Oficial de Justiça} |
OJ 01.41 |
(( )) sotor! Pere aí! (( )) {folhear de páginas} (( )) dezasseis (.) é uma quinta! |
J 01.47 |
0Então / 0 |
DA 01.47 |
0Ó sotor, eu tenho leitura às duas e meia! É tamém aqui. {folhear de páginas} Aqui mas no LOCALIDADE2. |
J 01.53 |
Esta é às dezasseis! (.) {riso} Não é por a sotora falar, mas eu leio às dezasseis. {riso} 0 eh:: Portanto / 0 |
? 02.01 |
0 (( )) / 0 |
J 02.02 |
00 \ dezasseis de março, às dezasseis horas! É a leitura! (.) Tá encerrada a audiência! Bom dia! Podem ir! |
A 02.07 |
Bom dia, sotor! Obrigada! |
|
{ruídos} |