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coraudis_10
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ID | enunciado |
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Parte 1 |
J 00.00 |
Ptanto, o > a testemunha requereu que fosse inquirido (.) na ausência do arguido, uma vez que se sente in > que se sente intimidado co’ a sua presença. Senhor procurador, 0alguma coisa / 0 |
MP 00.09 |
0Não senhor! (( )) , de > deferir. (.) Na minha perspetiva. |
J 00.13 |
Senhor doutor, alguma coisa a opor? {conversas paralelas} |
DA 00.14 |
Só qu’ a diligência contribui pa a descoberta da verdade material, sotora! |
J 00.17 |
Muito bem! Ao abrigo do disposto {conversas paralelas} no trezentos e cinquenta e dois, número um, alínea a), do Código de Processo Penal, defere-se o requerido e, portanto, vou ouvir a testemunha (.) sem a presença do arguido. {dirige-se a T1} Vai esperar só mais um bocadinho // |
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Parte 2 |
X 00.00 |
(.) {ruídos} |
J 00.02 |
{dirige-se ao Oficial de Justiça} Já está, NOME1? |
OJ 00.03 |
Já, 0sotora! (( )) / 0 |
J 00.03 |
0Ah! eh:: Peço desculpa! Eu é que > que não me tinha apercebido. Bom dia! |
T1 00.06 |
Bom dia! = |
J 00.06 |
= O nome completo ↑ |
T1 00.07 |
NOME APELIDO2. |
J 00.09 |
O estado civil ↑ |
T1 00.10 |
Solteiro. |
J 00.11 |
Profissão ↑ |
T1 00.12 |
Estudante. |
J 00.13 |
E a sua morada ↑ |
T1 00.14 |
RUA, NÚMERO, ANDAR. |
J 00.18 |
Muito bem! Conhece o sô NOME APELIDO3? |
T1 00.21 |
Não! |
J 00.22 |
Não conhece. Jura que vai dizer a verdade, 0só a verdade? |
T1 00.24 |
0Sim, sim! |
J 00.25 |
Se faltar à verdade, incorre na prática de um crime. Faça favor de se sentar! Senhor procurador, tem a palavra! |
X 00.29 |
(...) 0.7 {ruídos} |
MP 00.36 |
(( )) hoje, não é? = |
T1 00.39 |
= Sim, sim! = |
MP 00.39 |
= (( )) relate-nos, por palavras suas, eh:: de forma mais circunstanciada possível, eh:: (.) com’ é que aconteceram estes factos. E que me diga > comece pelo princípio. |
T1 00.52 |
00 | hum-hum | 0 |
MP 00.52 |
0 {riso} eh:: Tente-nos fazer a reportagem 0o mais fidedigna / 0 |
T1 00.55 |
0Do acontecimento. |
MP 00.56 |
0 \ o mais (( )) possível. E embora, depois, tenhamos que lhe perguntar uma ou outra situação eh:: específica, mas faça-nos o relato da ocorrência. |
T1 01.03 |
Tou > eh:: N’ altura, eu ia c’ a minha namorada, a sair de casa, e:: > n’ altura da:: > da EVENTO ACADÉMICO / 0 |
MP 01.09 |
Olhe! Quando fala da:: > da sua namorada, fala da:: ↑ |
T1 01.11 |
Da NOME APELIDO4. |
MP 01.12 |
Sim! |
T1 01.13 |
eh:: Íamos a sair do prédio em direção a:: > eh:: íamos a subir a rua, a RUA, (.) e:: tinha reparado no:: arguido a:: > a descer a rua / 0 |
MP 01.25 |
0 | Sim | 0 |
T1 01.26 |
0 \ como no:: > uma coisa simples! Não é? U > Uma pessoa a passar pla outra, nada de especial! E::, no momento de:: > eh:: em que nós nos cruzamos com o arguido, eh:: passou-se o que tá relatado, que:: (.) > que ele tem > apontou a arma à minha > eh:: nesse caso, à NOME4 e:: começou a agarrar a carteira. No simples eh:: momento em qu’ isso aconteceu, eu me sic previsic sic e:: tirei a arma ao arguido (.) que n > nessa caiu no chão > (.) {ruídos} foi:: > eu chutei-a de > para o lado:: esquerdo da rua. (.) Tinha > Andei um pouco à:: > (.) à pancada com:: o arguido e, entretanto, eh:: ele se estava a dirigir à arma e, eu próprio, fui agarrá-la (.) e:: que lha apontei. (.) Depois dessa:: confusão toda > eh:: N’ altura, a NOME4 tava a ligar à:: > à polícia (.) para se dirigir ao local (.) e:: c > o arguido conseguiu me tirar a arma e me mandar dois tiros, na zona do tronco. Aqui assim, de lado! (.) eh:: E, entretanto, para fugir, deu-me mais uma última pancada, com um tiro, aqui na:: zona lateral, a esquerda da cabeça, (.) eh:: conseguindo, assim, fugir e::, depois, até agarrar a mala da NOME APELIDO4. |
MP 02.43 |
Ah! Pronto! eh:: Eu não interrompi. eh:: > eh:: Tirando, eh:: enfim, aquela situação inicial. eh:: > Ó sor NOME2, vamos agora em pormenores! Olhe! eh:: > eh:: (.) Já falou a RUA. Ond’ é qu’ isso fica? |
T1 02.55 |
LOCALIDADE1, 0CONCELHO. |
MP 02.56 |
0Em LOCALIDADE1. eh:: Relativamente à data em qu’ isto ocorreu, consegue-nos precisar s’ havia algum:: > algum evento na cidade ou alguma coisa que:: > eh:: que fosse coincidente 0co’ esse ~timing~. |
T1 03.06 |
0SIM! N’ altura, era a EVENTO ACADÉMICO, em CONCELHO. = |
MP 03.09 |
= Era a EVENTO ACADÉMICO. eh:: / 0 |
T1 03.10 |
Que > eh:: Eu esqueci-me de referir 0que na > n’ altura / 0 |
MP 03.13 |
0POIS! 0 (( )) / 0 {riso} |
T1 03.14 |
0Sim! |
MP 03.15 |
0 \ eh:: Depois conta essa situação. Olhe! eh:: > eh:: Consegue-nos precisar o ano em qu’ isto foi? {folhear de páginas} |
T1 03.19 |
Dois mil e catorze. |
MP 03.20 |
Catorze. Muito bem! (.) {ruídos} Não conhecia, à data, já disse > eh:: e > eh:: o arguido de lado nenhum ↑ |
T1 03.26 |
Não, não, não! = |
MP 03.26 |
= Olhe! ANTES DE MAIS! eh:: Já que estamos a falar em arguido! Ó eh:: > eh:: > Ó senhor NOME2! (.) {folhear de páginas} eh:: O senhor já fez um auto de reconhecimento, mas perante o > e > e > este tribunal, independentemente daquilo que se passou, pode-nos dizer, (.) de forma perentória, (.) que foi co’ este senhor que saiu agora (.) qu’ o senhor esteve envolvido? Foi este senhor que vos abordou? |
T1 03.46 |
Sim! |
MP 03.47 |
Não tem dúvidas disso? |
T1 03.48 |
Não tenho! |
MP 03.50 |
Olhe! 0 (( )) / 0 |
T1 03.50 |
0Tem to > Posso só referir que tem:: > as feições são as mesmas. N’ altura em que:: houve o acontecimento, tava com:: > tava muito mais magro. E isso posso:: referir. |
MP 04.01 |
Sim. Olhe! eh:: Outra coisa! eh:: (.) Portanto, já referiu eh:: > eh:: > diz que:: viu-o com uma arma a apontar à NOME4. Foi assim? |
T1 04.12 |
Sim, sim! = |
MP 04.12 |
= eh:: Portanto, mas eh:: viu-o sacar da arma ou quando:: s’ apercebeu já tinha a arma na mão? |
T1 04.16 |
Não. Ele tinha a arma dentro de:: > (.) da ~sweatshirt~ qu’ ele tinha > (.) em que tinha a arma dentro da:: > da camisola. N’ altura que se cruzou, aí sim, apontou a arma. |
MP 04.28 |
Ptanto, aí tirou a arma e > e > e vi > ainda viu esse gesto 0de > de tirar a arma e apontar a arma ↑ |
T1 04.31 |
0Sim, sim, sim, sim, sim! |
MP 04.32 |
E dirigiu-se logo eh:: à:: na > à sua namorada? |
T1 04.35 |
Sim, sim! |
MP 04.36 |
Ptanto, o objetivo > e:: diz que lhe puxou a carteira? 0Ptanto, o objetivo seria tirar-lhe a carteira é? Era (( )) / 0 |
T1 04.38 |
0Sim, sim. (.) Sim, sim, sim, sim! |
MP 04.41 |
0 \ Era esse o objetivo o objetivo 0dele? |
T1 04.42 |
0Sim, sim! |
MP 04.43 |
eh:: A NOME5 não deixou ↑ Reagiu ↑ Foi assim? E o senhor tamém interveio? |
T1 04.47 |
Sim! |
MP 04.48 |
eh:: (..) Sacode a arma, andam ali à pancada um ao outro, eh:: o senhor chegou a ter a arma:: consigo e chegou, inclusive > nesse ato em qu’ o senhor chegou a ter a arma consigo, não disse nada ao arguido? 0 eh:: > eh:: (( )) sair dali ↑ |
T1 05.02 |
0Sim! |
MP 05.03 |
eh:: Recorda-se que expressão é que utilizou? |
T1 05.05 |
Eu disse-lhe pa ele:: ir embora! {alguém tosse} Pra:: > N’ altura, acho qu’ até tinha eh:: dito bazar, pa ele 0s’ ir embora. |
MP 05.10 |
0 (( )) interessa 0 (( )) / 0 |
T1 05.12 |
0Sim, sim, sim! |
MP 05.13 |
0 \ recorda qu’ usou o termo baza, foi 0assim? |
T1 05.14 |
0Sim, sim, sim, sim! |
MP 05.15 |
eh:: Que é, no fundo, o sinónimo de:: > de sai daqui pra fora!, vai-t’ embora!. eh:: (.) E, então, acaba por recuperar a arma e há ali uns disparos. MAS, OLHE! eh:: Isso vei > Isto veio a propósito da > da:: > da > das características da respetiva arma > eh:: esses disparos, (( )) o senhor, foram mesmo encostados a si? |
T1 05.34 |
Sim, sim! = |
MP 05.34 |
= E o senhor não foi atingido por 0bala nenhuma, pois não? |
T1 05.35 |
0Não, não! |
MP 05.37 |
Pronto! eh:: (.) {alguém tosse} Na sua perceção, o senhor percebe alguma coisa d’ armas? Tem alguma perceção d’ armas? |
T1 05.42 |
N’ altura, plo menos do:: > do que > qu’ eu falei com o inspetor → |
MP 05.47 |
Não, eu 0 (( )) / 0 |
T1 05.47 |
0 eh:: Sim! Percebo > Perce0bo:: pouca coisa / 0 |
MP 05.48 |
00 | Sim | 0 |
T1 05.49 |
0 \ Não > N > 0Não muito. |
MP 05.50 |
0Não percebe nada! Mas, olhe! eh:: A sua perceção é s’ aquilo eh:: tivesse balas verdadeiras, o senhor seria atingido? 0 (( )) / 0 |
T1 05.55 |
0Sim! |
MP 05.56 |
eh:: Foi a perceção com que ficou? |
T1 05.57 |
Sim! |
MP 05.59 |
eh:: (.) Sim senhor! Até que, depois, o senhor diz qu’ acaba por levar > não percebi com’ é que foi > com o tiro ou foi com a arma qu’ ele deu? |
T1 06.05 |
N’ altura que me deu a pancada, ao mesmo tempo a disparar / 0 |
MP 06.08 |
Ah! 0Pronto! |
T1 06.09 |
00 \ aqui 0na > na zona / 0 |
MP 06.09 |
0Foi uma pancada e disparou um tiro nessa altura que deu a pancada, 0foi assim? |
T1 06.12 |
0Sim, sim! |
MP 06.13 |
Sim senhor! (.) {folhear de páginas} eh:: (.) > eh:: E, entretanto, eh:: enquanto isto tudo aconteceu, a NOME5 (( )) ain > ainda 0tinha:: / 0 |
T1 06.20 |
0NOME4 > NOME4! {riso} |
MP 06.21 |
NOME4, sim! {riso} Não me (( )) > Não me (( )) há pouco e me ter saído a NOME5! {riso} A NOME4 ainda tinha a carteira co’ ela, qu’ ele lhe tirou, então, só depois? |
T1 06.28 |
Sim! = |
MP 06.28 |
= Só depois de, então > de:: > 0de ter (( )) à pancada / 0 |
T1 06.29 |
0Quand’ ia a fugir, sim. |
MP 06.31 |
E com’ é qu’ ele fez? O senhor tem presente isso? |
T1 06.33 |
eh:: > eh:: Eu na > Eu ia a correr atrás dele, ele já ia a descer a rua / 0 |
MP 06.37 |
0 | Sim | 0 |
T1 06.37 |
0 \ e com’ a NOME4 estava do > eh:: em frente, mais ou menos, ao prédio de:: > de residência, tinha:: a mala e o telefone 0de:: > na mão esquerda. |
MP 06.46 |
0Sim! E a mala na mão! E ele s > 0 eh:: com’ é que fez? |
T1 06.47 |
0E ele, a passar, a::garrou na mala. 0E fugiu. |
MP 06.50 |
0Agarrou na mala e:: > e 0 (( )) / 0 |
T1 06.51 |
0E fugiu. |
MP 06.51 |
00 \ Foi assim? |
T1 06.52 |
Sim! = |
MP 06.52 |
= Olhe! eh:: Já aqui foi dito qu’ o senhor, nessa sequência, entretanto desmaiou. Perdeu os sentidos ou teve uma reação3 de cair:: ↑ |
T1 06.57 |
0Sim, sim! |
MP 06.58 |
eh:: Isso aconteceu, na verdade? |
T1 07.00 |
Sim, sim! = |
MP 07.00 |
= O senhor chegou a perder eh:: > eh:: os sentidos 0mesmo, não foi? |
T1 07.02 |
0Sim! |
MP 07.03 |
Ptanto, em «concreto», não sabe depois com’ é que o:: > o arguido saiu dali? (.) Em concreto! |
T1 07.09 |
Consegui! N’ altura em qu’ eu ia a descer, vi qu’ estava um carro eh:: à espera dele. Num:: > Não 0consegu / 0 |
MP 07.14 |
0 (( )) viu que estava um carro eh:: ao fundo da rua, é 0isso? |
T1 07.16 |
0Sim, sim! À espera dele! 0Porque:: |
MP 07.18 |
0 (( )) porqu’ é qu’ o senhor diz que estava à espera dele? |
T1 07.20 |
Porqu’ eu reparei qu’ ele se dirigia mesmo àquele carro específico, para entrar dentro do carro. |
MP 07.24 |
Pronto! eh:: Só qu’, entretanto, chegou a entrar e não > o senhor diz que acaba po > po depois não 0 (( )) / 0 |
T1 07.28 |
0Sim, sim! Depois 0não:: / 0 |
MP 07.29 |
00 \ (( )) Muito bem! OLHE! eh:: Tem «presente» eh:: > (.) eh:: o:: > o qu’ é que (( )) > Ela já aqui foi ouvida e melhor que ninguém > {pigarreio} Mas pronto! > eh:: (.) Mas tem presente:: > Levou-lhe a carteira > Se:: > O qu’ é qu’ ela > Se teria alguma coisa:: de especial na carteira ou não ↑ E se > Em concreto, o qu’ é qu’ ela > eh:: o qu’ é qu’ ela tinha na carteira e se > Pronto! Ela já aqui foi ouvida! 0Não vale a pena! |
T1 07.51 |
00 | Sim, sim | 0 = |
MP 07.52 |
= Mais, nada sotora! {dirige-se à juíza} |
J 07.53 |
Senhor doutor ↑ {folhear de páginas} |
DA 07.54 |
(( )) , muito bem! (( )) {folhear de páginas} senhor NOME2. Ora, aquilo qu’ eu começava po perguntar, «esquecendo» o visionamento que você poderá ter tido hoje / 0 |
T1 08.03 |
0 | hum-hum | 0 |
DA 08.04 |
0 \ do:: > do:: > do arguido, neste caso > eh:: aquilo qu’ eu sic lesic sic queria perguntar é que você > {ruídos} com o pormenor que se «lembrasse» > você traçasse as características da pessoa que vos terá abordado, {ruídos} em termos d’ altura, cor de pele, eh:: sotaque, eh:: forma como tinha o cabelo → O que você se consiga lembrar dessa noite. |
T1 08.23 |
De:: > Naquela 0noite? |
DA 08.24 |
0Sim, 0exatamente! |
T1 08.25 |
0Como ele se re > 0retratava? |
DA 08.26 |
0Sim! |
T1 08.27 |
eh:: Naquela noite, ele tinha u::mas tranças > eh:: não sei se > s’ é considerado tranças ou:: rastas, acho t > que tem diferenças > (.) eh:: em feições, ele tava muito mais magro, eh:: > eh:: (.) tem > é um pouco mais alto que eu > eu n > eh:: (.) eu meço um metro e setenta e ele tem um metro e setenta e cinco, (.) por volta disso. (.) Não > Só um pouco mais alto. (.) eh:: Da vestimenta qu’ ele tinha, tinha uma:: > uma ~sweat~ vermelha, (.) eh:: n’ altura ele tava até com o capuz colocado. (.) eh:: Em termos de:: > de calças e sapatilhas, eu num:: / 0 |
DA 09.04 |
Não! Isso não vale a pena. |
T1 09.05 |
0 \ num consigo referir. |
DA 09.09 |
Diga-me só uma coisa! O senhor > Depois, foram a um reconhecimento na:: > na polícia judiciária? |
T1 09.13 |
0 | hum-hum | 0 |
DA 09.14 |
eh:: Comparativamente a ele, as outras pessoas que estariam ao lado > e uma vez que não há fotografias dele > você tamém consegue traçar as características dessas pessoas que tavam ao lado? |
X 09.25 |
(.) |
T1 09.27 |
Especificamente, não! Consigo (.) identificar como (( )) pessoas > eram > tavam mais gordas, comparado à pessoa qu’ ele é. eh:: Relativamente aos olhos, notava que > ser um pouco mais bicudos que os outos. eh:: 0E o facto / 0 |
DA 09.40 |
0Em termos d’ alturas ↑ |
T1 09.41 |
eh:: > eh:: Tinham (.) relativamente o mesmo. (.) Acho qu’ havia só um que sic sendosic sic mais alto que o outro. |
DA 09.50 |
Não quero mai nada, sotora! {dirige-se à juíza} Ah! Só > Só uma outra questão! eh:: Relativamente:: > O senhor apresentou alguma queixa contra o arguido? |
T1 09.57 |
Não! Só o facto da PJ se ter adicera > direcionado à:: / 0 |
DA 10.02 |
Mas não apresentou queixa? = |
T1 10.03 |
= Não, não! |
DA 10.04 |
Pronto! Não tenho mai nada, sotora! {dirige-se à juíza} |
J 10.06 |
Já agora! {dirige-se ao J2} Queres fazer tu? (( )) {riso} |
J2 10.10 |
O outos senhores que tavam na linha > na linha de reconhecimento eram da me > eram de raça negra? |
T1 10.16 |
Os que tavam dentro da > da sala de:: ↑ |
J2 10.18 |
De reconhecimento9. |
T1 10.19 |
0Sim, sim, sim! |
J 10.20 |
Pronto! (( )) assim uma coisa muito óbvia! {riso} Bom! 0Olhe! Diga-me só uma coisa! {riso} |
? 10.24 |
0 (( )) {riso} |
J 10.26 |
eh:: (..) O arguido, como o senhor diz, eh:: (.) só no fim é que levou a carteira:: da > da NOME4? |
T1 10.36 |
Sim, sim! |
J 10.37 |
Antes isso não aconteceu? |
T1 10.39 |
Ele chegou a tar com:: ela na mão, mas não:: > não 0a conseguiu levar. |
J 10.43 |
0Ele > Tavam ali num:: > Pois! eh:: / 0 |
T1 10.46 |
Tava 0num impasse de:: / 0 |
J 10.46 |
00 \ Qu’ ela resis > eh:: resistiu! Foi 0isso? |
T1 10.48 |
0Sim, sim! |
J 10.49 |
(( )) |
? 10.51 |
(( )) = |
J 10.51 |
= Pois! É só o > o segundo pra mão. (.) eh:: (...) 0.9 {conversas paralelas} Pronto! Acho qu’ é tudo! (..) {ruídos} Pronto! Muito obrigada! 0Pode ir à sua vida! Bom dia! |
T1 11.13 |
0Ok! Obri // |
|
Parte 3 |
J 00.00 |
Bom dia! |
T2 00.01 |
Bom dia! |
J 00.02 |
O seu nome, se faz favor ↑ |
T2 00.03 |
NOME APELIDO6. |
J 00.05 |
Estado civil ↑ |
T2 00.06 |
Solteira. = |
J 00.06 |
= Profissão ↑ |
T2 00.08 |
Nesse momento, desempregada. |
J 00.09 |
E a sua morada ↑ |
T2 00.11 |
É:: LOCA > Ah! LOCALIDADE2 → (.) Toda? |
J 00.16 |
eh:: (( )) > Olhe! eh:: A senhora conhece este senhor que tá a ser julgado, o senhor NOME APELIDO3? |
T2 00.23 |
Não! = |
J 00.23 |
= Não conhece? |
T2 00.24 |
Não! = |
J 00.24 |
= Jura que vai dizer a verdade, só a verdade? |
T2 00.26 |
Só a verdade! {riso} |
J 00.27 |
(( )) bem! (.) {passos} {ruídos} Senhor procurador ↑ |
X 00.31 |
(.) {ruídos} |
MP 00.33 |
Olhe::! eh:: Dona NOME6! E conhece:: (.) este > este jovem, o NOME eh:: (.) {ruídos} APELIDO2 e a NOME APELIDO4? (.) Conhece algum deles? |
T2 00.44 |
Pelos nomes, não! Mas se é pelo motivo pelo qual estou, eu vi algo que se sucedeu com duas pessoas. |
MP 00.52 |
Com duas pessoas! eh:: > eh:: Já as viu, certamente! Plo menos, ali o:: eh:: > o eh:: > o > o senhor:: NOME2. E (( )) está aqui presente, (( )) acabou agora de sair. eh:: Uma dessas pessoas eh:: era esta pessoa que sa > acabou de sair ↑ |
T2 01.03 |
Eu creio que sim! |
MP 01.04 |
Crê que sim! Olhe! eh:: Já agora, então relate-nos lá! A senhora, na altura, residia na zona de:: > em qu’ os factos ocorreram, não foi? |
T2 01.10 |
Sim! |
MP 01.11 |
Conte-nos lá como é que > o qu’ é que lhe chamou a atenção? Com’ é qu’ a senhora:: foi despertada, digamos assim, para este acontecimento? |
T2 01.17 |
Sim, sim! eh:: Eu estava na cama, estava a ver um filme (.) e eu ouvi disparos (.) de tiro. |
MP 01.23 |
0 | Sim | 0 |
T2 01.24 |
eh:: (.) Eu abri o sic estorosic sic (.) da minha janela (.) e vi eh:: duas pessoas, um rapaz e uma rapariga, (.) eh:: brigando, por assim dizer, com uma outra pessoa. Eu julguei, na altura, que fosse um assalto. eh:: Prestei um pouco mais de atenção, eh:: mas, como eu lhe disse, eu não conheço sic osic sic nomes deles / 0 |
MP 01.45 |
0 | Sim | 0 |
T2 01.46 |
0 \ e isso já aconteceu muito tempo atrás. |
MP 01.48 |
0 | Sim | 0 = |
T2 01.48 |
= eh:: Eu não vi o rosto da pessoa que estava a fazer mal a eles, que eu julgo que estava a tentar roubá-los, eu apenas vi o indivíduo a correr (.) eh:: e ir numa direção. (.) Quando ele chegou ao cimo um pouquinho dessa rua > a subir essa rua, que ficava mesmo em frente ao meu prédio, eu, então, vi um carro que acendeu as luzes e arrancou imediatamente, assim que ele foi pra dentro do carro. |
MP 02.18 |
0 | Sim | 0 = |
T2 02.18 |
= eh:: Na altura, eu não liguei pro carro, porque::, como eu disse, eu tava focada no que estava acontecendo ali e, depois, era uma rua onde muitos carros estacionavam. |
MP 02.28 |
Pronto! Exato! 0 eh:: |
T2 02.29 |
0Logo, não > só dei conta depois, quando o carro arrancou, quando o indivíduo entrou dentro do 0carro! |
MP 02.33 |
0Sim senhora! Portanto, mas não tem dúvidas que:: > e ele acabou por entrar > essa pessoa acabou por entrar num carro e que:: 0 eh:: foi esse carro qu’ o > que o levou dali ↑ |
T2 02.38 |
0Qu’ arrancou! (.) Sim! |
MP 02.40 |
Olhe! eh:: (.) Apesar de:: e > enfim, eh:: d > eh:: > eh:: dizer que:: (.) não conseguirá bem identificar as pessoas, eh:: > eh:: face ao local ond’ estava exatamente, enfim, eh:: mas «pode-nos» dar alguma descrição «física» eh:: do:: > da > da tal pessoa que:: a:: dona NOME6 identifica como sendo a pessoa que estaria a tentar assaltar os outros? eh:: Pode-nos dar alguma descrição eh:: dessa pessoa ou não consegue? |
T2 03.08 |
Não consigo de todo! Porque já era uma altura de inverno, acho que era até na altura da EVENTO ACADÉMICO, 0se não me engano / 0 |
MP 03.13 |
00 | Sim | 0 |
T2 03.15 |
0 \ eh:: as pessoas tavam todas encasacadas. eh:: (.) Eu, sinceramente, não prestei atenção4 na pessoa pa identificá-la. |
MP 03.20 |
0Pronto! Mas, quer dizer, na > não nos consegue dar uma descrição n > nem de se tão-pouco eh:: > eh:: enfim, as pessoas eh:: eram brancas ou s’ havia algum de:: > de:: > eh:: que não era:: ↑ 0Não nos consegue d > dizer nada relativamente a isso ↑ |
T2 03.31 |
0Não consigo lhe dizer! (.) 0Não! Quanto a isso, não! |
MP 03.33 |
0Sim senhor! (.) eh:: (.) Olhe! eh:: (.) Tanto, quando eh:: > quando:: eh:: diz que já foi > eh:: foi alertada {alguém tosse} pro > para os «disparos» eh:: e quando sai cá fora apena > eh:: ainda viu as pessoas envolvidas ou apenas viu já:: {conversas paralelas} o:: > enfim, uma pessoa a correr que:: identifica como sendo o a > digamos assim, o agressor > esta si > eh:: > eh:: desta situação > apenas já o viu a correr na direção do carro? O qu’ é que nos pode dizer? |
T2 03.58 |
Sim, eh:: eu quando prestei atenção propriamente eh:: na pessoa {alguém tosse} foi quando ela começou a fugir desses dois > dessas duas pessoas eh:: e entrou pro carro. 0 eh:: / 0 |
MP 04.10 |
0Olhe! eh:: > eh:: > eh:: (.) Ele eh:: > Notou s’ ele levaria eh:: > Viu s’ ele tirou alguma coisa eh:: a algum eh:: > eh:: a al > a alguma dessas outras duas pessoas qu’ eram um casal? eh:: Viu > Viu se > se sic lhesic sic tirou alguma coisa::? eh:: Presenciou algum ato que 0 eh:: (( )) alguma coisa ↑ |
T2 04.26 |
0É assim, eh:: se a minha memória não me falha, eh:: eu acho que sim. Ele chegou a levar uma bolsa. (.) 0Mas não:: / 0 |
MP 04.32 |
0 (( )) / 0 |
T2 04.33 |
0 \ não > não tenho certeza. 0Agora, lhe dizendo, não tenho. |
MP 04.34 |
0Mas não tem a certeza. (.) Mas, eh:: quer dizer, tem noção que:: > que:: eh:: > e ele eh:: chegou a levar uma bolsa? eh:: 0Fi / 0 |
T2 04.40 |
0Penso que sim! |
MP 04.41 |
E porqu’ é que ficou co’ essa sensação? Por (( )) ter visto co’ ela na mão::? |
T2 04.43 |
Sim! eh:: Pela sensação que me dá agora eh:: (.) de me lembrar dos sic fatossic sic , dava a sensação de ter visto carregar algo na mão. (.) 0 (( )) / 0 |
MP 04.52 |
0Com alguma coisa na > na mão. E, depois, mais tarde, certamente soube que desapareceu a bolsa e está a associar (.) a situação desse algo com a bolsa. 0 (( )) / 0 |
T2 04.58 |
0 eh:: Se calhar! Eu só tive depois eh:: (.) qualquer conhecimento, quando fui a p > a > presencialmente na PJ, 0pra poder relatar os sic fatossic sic . |
MP 05.06 |
0Sim. (.) Pronto! E agora é qu’ está, se calhar, a associar essa coisa que foi na mão do > da > dessa pessoa que fugia à > 0 (( )) sido levado, é isso? |
T2 05.12 |
0Pode ter sido. (.) Sim, 0se calhar! |
MP 05.14 |
0Muito bem! (.) {dirige-se à juíza} Pronto! Mais nada! |
J 05.17 |
Senhor doutor ↑ |
DA 05.18 |
Ora, co’ a devida vénia! Antes de mais, muito bom dia! eh:: Só uma questão! {ruídos} A senhora referiu, aí, que viu duas pessoas a lutar com outra? |
T2 05.25 |
0 | hum-hum | 0 |
DA 05.26 |
E:: > E dessa pessoa qu’ a senhora viu a fugir, refere que não sic lesic sic viu o rosto, mas consegue:: ter algum «traço» de fisionomia ou altura? Não tem imagem nenhuma? |
T2 05.37 |
Não! Eu vou-lhe dizer porquê. Porque as coisas aconteceram na rua e a rua é um pouco subida. (.) eh:: (.) O meu prédio era mais um pouco abaixo. (.) eh:: Logo, quando a pessoa estava a correr, pra entrar, então, depois no veículo, que só depois me apercebi que era pra entrar no veículo, eh:: a pessoa estava de cabeça pra baixo. (.) Né? Olhando > eh:: Porque a correr > Logo, eu nunca vi o rosto da pessoa. |
DA 06.03 |
Sim, mas o > isso do rosto eu já tinha chegado. Eu queria era saber 0se conseguia ter visto tipo altura / 0 |
T2 06.06 |
00 | hum | 0 |
DA 06.07 |
0 \ ou se conseguia:: 0 (( )) / 0 |
T2 06.08 |
0Uma pessoa ligeiramente alta! |
DA 06.12 |
Mais ou menos quanto? |
T2 06.13 |
Mais alta que eu! {riso} |
DA 06.14 |
Sim, sim! Mas a senhora tem 0quanto? |
T2 06.15 |
0Eu tenho um metro e sessenta. Se calhar, um metro e setenta. eh:: (.) Não sei! |
DA 06.21 |
Não consegue > Não tem mai nenhum outro traço de fisionomia dessa pessoa? |
T2 06.23 |
Não! Como eu já disse, na altura, na 0PJ, eu não / 0 |
DA 06.25 |
00 | hum | 0 |
T2 06.26 |
0 \ consigo:: eh:: identificar a pessoa. 0A única coisa / 0 |
DA 06.28 |
0 (( )) / 0 |
T2 06.29 |
0 \ qu’ eu consigo dizer é qu’ ela entrou num carro branco, (.) quatro portas. Foi a única coisa que vi. Nem matrícula vi, nem nada! |
DA 06.36 |
Não tenho mai nada! {dirige-se à juíza} |
J 06.38 |
(( )) nada? (.) Muito obrigada! Pode ir à sua vida! Bom dia! |
T2 06.41 |
Bom dia! {ruídos} |
|
Parte 4 |
DA 00.00 |
0 \ (( )) antes > eu pa provar que o arguido, naquela altura, não usava rastas, que já tinha sic osic sic sic mesmosic sic fisionomia que tem agora. |
? 00.06 |
(( )) |
DA 00.08 |
Sim, mas este senhor depois > No âmbito, tiraram e o próprio > o último disse qu’ ele que usava rastas. |
J 00.14 |
0 | hum-hum | 0 0 (( )) / 0 |
MP 00.14 |
0 (( )) |
DA 00.15 |
Só pa juntar → |
MP 00.16 |
0 (( )) deste ano (( )) {ruídos} |
J 00.16 |
0 (( )) |
DA 00.19 |
Por julgar (.) {conversas paralelas} {ruídos} que poderá ser pertinente pa descoberta da verdade material, junta-se cópia do cartão de cidadão do arguido, com data de validade até DATA, ou seja, efetuando o desconto dos cinco anos, com uma fotografia que terá sido retirada em janeiro de dois mil e catorze. Ou seja, sensivelmente próxima da data dos factos. eh:: É comprovável pla mesma que o mesmo > o:: > a fisionomia que ado > que adotava não tinha qualquer tipo de rastas e poderá, sim, colocar em c > em causa o depoimento do ofendido. {ruídos} |
|
Parte 5 |
? 00.00 |
(( )) |
X 00.01 |
(...) 0.18 {ruídos} {folhear de páginas} |
J 00.18 |
(( )) (..) {ruídos} (( )) |
MP 00.28 |
{riso} Não! Eu tava só a ver aqui ou > outra coisa! |
J 00.32 |
Tá! {ruídos} |
|
Parte 6 |
DA 00.00 |
0 \ e:: a sic folhassic sic dezasseis, penso eu! Não tinha era a fotografia! |
J 00.03 |
(( )) |
X 00.05 |
(.) {ruídos} |
DA 00.07 |
Sim! Mas tamém há uma testemunha que diz um metro e oitenta! {riso} |
J 00.11 |
(( )) |
X 00.13 |
(.) {ruídos} {conversas paralelas} |
|
Parte 7 |
MP 00.00 |
0 \ tirando > tirando os > 0o:: / 0 |
J 00.01 |
0Alguma coisa a opor, senhor doutor? = |
MP 00.02 |
= Não, sotora! |
J 00.03 |
(( )) |
DA 00.06 |
Isto é dois mil e dezanove ou dois mil e dezoito? |
|
Parte 8 |
MP 00.00 |
Senhores juízes, eh:: eu começo exatamente por aí. Aqui > Aqui > Há qui esta > A questão:: eh:: que, necessariamente, eh:: > qu’ o tribunal tem qu’ apreciar:: (( )) ) eh:: sobre a autoria eh:: destes factos {folhear de páginas} , até porqu’ o arguido eh:: os NEGA. eh:: E > M > Mas > Todavia, eh:: enfim, eh:: tanto os ofendidos eh:: são perentórios > ou foram logo > eh:: nos autos de reconhecimento que efetuaram eh:: oportunamente e::, enfim > e que estão devidamente (( )) nos autos > mas, não só os próprios ofendidos eh:: como também uma das testemunhas presenciais, a:: > a testemunha NOME APELIDO7 eh:: já n’ al > da > eh:: à data, eh:: embora com dúvidas, eh:: acabou por reconhecer o arguido. E > E, aliás, enfim, e a eh:: > e a própria eh:: posição qu’ ele tomou aqui eh:: na audiência foi > foi também eh:: idêntica e isto. Enfim, passando-se os anos, (( )) muito:: > pode ter sido, enfim, t > eh:: mas acabou, no fundo, por indicar o eh:: > eh:: também o arguido como, eh:: enfim > com alguma referência, relativamente à autoria destes factos. eh:: Ah! Esta j > junção, enfim, o facto de se dizer qu’ o arguido, n’ altura, usava tranças ou rastas, eh:: ó senhores juízes, é evidente que só pela fotografia não chegamos a lado nenhum! eh:: Pra já, em princípio, essas fotografias são digitais, são tiradas n’ altura eh:: d > da emissão dos bilhetes de identidade. Agora são! eh:: (( )) do cartão de cidadão > dantes, nós não sic sabemossic sic eh:: quando é que eram tiradas, eh:: todavia eh:: > eh:: também não resulta que > enfim, esse cabelo até parece que tem um > um (( )) que não tivesse qualquer coisa por trás da cabeça. Não sabemos se tem, se não tem! E também > E daí não se > podemos extrair a ilação que, eh:: no momento em qu’ os factos ocorreram, eh:: > e ele não tivesse tranças ou rastas, enfim, eh:: que não as usasse eh:: > eh:: {ruídos} nem que, enfim, eh:: por mero adorno fossem eh:: > que, n’ altura, não as tivesse. BOM! Certo é que eh:: o reconhecimento > o foi de forma feito > de forma (( )) na:: > eh:: no decurso da eh:: > da investigação dos factos, no tal reconhecimento efetuado perante a polícia. Nem em sede de audiência > Ambos os ofendidos não têm a mínima dúvida de indicar eh:: > eh:: com > como o autor dos factos, eh:: pelo que, eh:: na perspetiva da acusação, e penso qu’ o tribunal também assim concluirá > que se dá como assente que foi o au > o arguido eh:: {ruídos} o autor dos factos. Senhores juízes, eh:: que factos? Os factos descritos na acusação! Embora com eh:: algumas relevâncias eh:: qu’ eu não posso deixar eh:: de evidenciar. eh:: Foram eh:: reproduzidos, em sede de audiência, eh:: na íntegra, embora eh:: a > a FORMA DA SUA OCORRÊNCIA é que tem aqui, eh:: enfim, eh:: > eh:: > eh:: algumas alterações, (.) face à prova produzida. E:: > e essa > e essa forma d’ ocorrência, necessariamente, é relevante, até porque, depois, eh:: > eh:: no âmbito da > da imputação, eh:: > eh:: do > enfim > da > desta factualidade e da su > sua sucessão criminal > eh:: até porque ao arguido eh:: vem sic imputadasic sic , pa além do crime de roubo, {folhear de páginas} eh:: um crime de violência após apropriação e, face à prova produzida, eh:: efetivamente concluo qu’ este segundo crime eh:: não eh:: irá PROCEDER, eh:: porque, de facto, eh:: enfim, eh:: o ~timing~ descrito da apropriação da carteira na (( )) é diferente do ~timing~ eh:: > eh:: que resulta da produção de prova em sede de audiência. Enquanto a acusação nos diz que eh:: o arguido, quando abordou a::, enfim, o > a > a ofendida com a arma e lhe retirou a carteira e que > carteira essa que, depois, eh:: foi de novo recuperada eh:: > a prova produzida em sede de audiência acaba por eh:: não confirmar isto. Antes pelo contrário, a própria eh:: ofendida nos diz que nunca largou a carteira, mesmo sic sobresic sic a ameaça da arma e d’ ele a tentar tirar, sempre a agarrou, nunca a largou eh:: e que:: > que foi nessa sequência que quando, eh:: enfim, eh:: o:: > o seu companheiro, igualmente > também interveniente e ofendido, intervém na:: > eh:: enfim, no confronto físico com o arguido, eh:: qu’ ela tira o telemóvel te > estava:: > eh:: chegou a > a ligar à polícia e é > e foi exatamente na > só > no > QUANDO TERMINOU O CONFRONTO ENTRE OS DOIS HOMENS INTERVENIENTES, {risos} digamos assim, eh:: e > e quando, de novo, se dirige a ela é que lhe retirou a:: > a carteira qu’ ela tinha na mão > n’ altura, segurava na mão > mas que lhe deu um puxão e qu’ a levou e que se afastou do local a correr, enfim, eh:: > e aqui já foi referenciado > na direção de um carro eh:: que, depois, eh:: o arguido > eh:: no qual entrou e do (( )) se afastou. Temos, assim, eh:: portanto, que:: não há aqui nenhuma violência depois da apropriação, {folhear de páginas} eh:: que todos os atos de violência {alguém tosse} eh:: foram (( )) no âmbito da execução da > da intencionalidade do arguido, que era, precisamente, a > a apropriação eh:: dos bens que:: aquelas pessoas tivessem com eles. E acabou por se apropriar daqueles que estão discriminados na acusação e eh:: > eh:: > e pela forma eh:: > eh:: > eh:: > eh:: > eh:: ali descrita, embora, eh:: digamos assim, com estas alterações qu’ acabei agora de evidenciar. Neste âmbito, eh:: necessariamente, na perspetiva da acusação > eh:: terá eh:: que o arguido ser condenado eh:: pela comissão eh:: do crime de roubo, eh:: > (.) eh:: claudicará a > a violência após apropriação. E, no âmbito da pena que:: deverá ser aplicada a este arguido, senhores juízes, eh:: eu não posso deixar de evidenciar que, efetivamente, eh:: o arguido tem várias penalizações por crimes desta natureza, eh:: inclusive por crimes de roubo. eh:: Cumpre u > u > uma pena de prisão > eh:: e perdoem-me se estou a incorrer sic osic sic lapso > mas penso que será neste processo aqui deste tribunal do sub juízo eh:: d > eh:: o > onde > onde cumprirá eh:: o > o eh:: > eh:: uma pena de prisão de:: > de dois anos e seis meses, eh:: pela comissão também de dois crimes de roubo, eh:: > eh:: curiosamente cometidos em dois mil e doze. Portanto, enfim, eh:: embora anteriores a estes, mas eh:: serão por crimes desta natureza que já cumpre penas de prisão e é evidente que eh:: (( )) eh:: o > o tribunal:: terá, necessariamente, que condenar o arguido eh:: numa pena efetiva (( )) de prisão eh:: adequada ao caso em apreço, eh:: ponderando sempre todos estes antecedentes criminais. Peço Justiça! |
J 06.05 |
Senhor doutor ↑ |
DA 06.06 |
Ora! Antes de mais, os meus mais respeitosos cumprimentos a Vossas Excelências, aos meritíssimos juízes, ao digníssimo representante do Ministério Público // |
|
Parte 9 |
DA 00.00 |
0 \ aos profissionais todos, à minha ilustre colega que tá lá ao fundo, a todos os demais presentes. Ora! Eu:: estarei em profundo desacordo com a > as alegações do Ministério Público! E começarei, perante > perante Vossas Excelências, por expor::, em traços gerais, quais as circunstâncias em que conheci aqui o senhor NOME3. Eu talvez tenha sido o «primeiro» advogado que lhe terá sido nomeado defensor, no âmbito dum processo de LOCALIDADE3. Uma coisa simples! Que nada tinha que ver com esta complexidade. E:: > E, a partir daí, quase > não > não é quase todos os meses, mas sempe fui mantendo alguma convivência com ele e > e q > e uma coisa é certa: «nunca» tive motivo nenhum pra suspeitar nem das pessoas com quem ele se movimentava > o seu núcleo d’ amigos e de conhecidos > que ele se dedicasse à prática de qualquer crime, mediante armas de fogo. De facto, ele não tem no seu registo criminal. «Nunca» usou armas de fogo. A única situação em que ele esteve envolvido foi quando ele próprio foi vítima numa situação da > qu’ aco > ocorreu na PRAÇA, tal e qual aqui foi referido pla pessoa que o acompanhava – o seu técnico NOME APELIDO8. Ora, eh:: e, por isso, desde logo, quando::, n’ altura, ele me contactou > e eu sei que o senhor não tem condições económicas, mas faço isto unicamente em nome da estima > e > e > e > não é amizade, mas da estima que tenho por ele. eh:: Sempe > Quando lá fui, sempe foi essa a questão que > que me deixou logo perplexo: como é que sic lesic sic pode s > imputar a prática de um crime plo:: > pla arma de fogo? E ISSO SERIA FÁCIL O ARGUIDO LEMBRAR-SE! Porque se a > se > se alguém al > algum dia usou uma arma de fogo é f > poderá ter dúvidas se terá sido nesta data ou não! Agora, QUEM AFIRMA que NUNCA pegou em nenhuma arma de fogo, obviamente tem que > nega os factos. É fácil! Não há outra data possível! Nem se foi em maio de dois mil e catorze, nem se terá sido em dois mil e doze, sic nemsic sic em que outra data terá sido! E isso sempe foi aquilo que o sor NOME APELIDO3 sempe me disse! (.) Em > E mesmo em conversa c’ o próprio > c’ o próprio irmão, tamém cheguei a essa conclusão. O senhor > Todos os crimes que ele tem de roubo são roubos por esticão. E, se formos a ver, no âmbito deste processo, (.) já > o senhor procurador já teve oportunidade de referir isso > a própria versão que, agora aqui, é trazida esbarra na própria versão da acusação! E, desde logo, cairá esse crime de violência depois da subtração. MAS agora tivemos ainda um outro pormenor! A própria testemunha NOME6 acaba por afirmar que, já depois de ser alertada plos tiros, aquilo que vê sic ésic sic três pessoas! Duas pessoas (.) a brigar com uma outra! Ora, na versão dos ofendidos, nunca tal aconteceu! (.) Nunca tal aconteceu, porque ou estiveram > o > o o > o ofendido NOME2 a brigar com a suposta pessoa que lá estava > c’ o agressor > e a ofendida terá > ter-se-á deslocado logo pra junto da habitação, onde até estaria a tentar > ao > ao telemóvel. Esta versão agora acaba por ser diferente! E, aí, é mais uma nebulosa que se coloca sobre a própria acusação! Como se já não bastasse, o senhor procurador fez alusão ao testemunho da de > ao depoimento da testemunha NOME APELIDO7! Mas atentemos! O qu’ é qu’ a testemunha diz? Uma pessoa de trinta, trinta anos e picos e com forte compleição física! Ora, olhemos po arguido! Onde é que está a compleição física? Aliás, até os próprios ofendidos dizem qu’ ele está mais > qu’ ele estará mais gordo! O s > técnico da re > de:: > que o acompanhava diz qu’ ele está mais magro! Temos, assim, ob > objetiva e manifestamente, que não se pode tratar da mesma pessoa. Uma coisa não pode ser aquilo que é e o seu contrário! Tivemos tamém, aqui, o depoimento do inspetor da polícia judiciária que disse que, ness’ altura, o arguido, momentos antes, tinha sido intersetado > tinha sido avistado aqui na baixa de CONCELHO. Ora, da baixa de CONCELHO até ao sítio ond’ o > onde os factos ocorreram é uma distância muito > muito grande! E aquilo que eu acho é que o tribunal não se pode deixar cegar pla compaixão que os ofendidos merecem! Ora, se é certo qu’ eles poderão ter sido alvo da prática deste crime, o problema é qu’ o tribunal não poderá, em nome sic dessesic sic suposta prática, condenar a única pessoa > o único suspeito que aqui está a ser julgado pla prática desse crime! Temos, ainda, uma declaração da ofendida NOME4 que acaba por ser paradigmática! Ela diz que reconheceu o arguido plos olhos! E QUE, DEPOIS, O RECONHECEU DE COSTAS, QUANDO ELE SAI! Ora, a menos qu’ o arguido se > tivesse olhado pa trás, não é crível que alguém sic reconhecesic sic uma pessoa plo olhar e, pois o > se aperceba que é ele porqu’ o viu de costas! (.) Depois, a própria testemunha NOME APELIDO8 tamém referiu que o arguido não era uma pessoa violenta. Temos, tamém, as circunstâncias em qu’ sic osic sic reconhecimentos foram feitos e nisso > aí eu sempe fui um pouco crítico da norma que não permite que haja fotografias das pessoas que, n’ altura > que lá se mostram eh:: > eh:: ao lado do arguido. E é certo que o tribunal não esteve presente, não teve forma de ver, mas tem aqui uma declaração da testemunha NOME4 que diz o seguinte: Eles eram diferentes e até poderia ser pa nos confundir!. Ora, ela própria admitiu isto! Ora, aquilo que diz a lei não é nada disso! O que diz a lei é que se devem procurar pessoas que sejam o mais próximas > parecidas com o arguido! É claro que é fácil > Até o próprio depoimento do ofendido > ele chega > quando chegou aqui, disse: Íamos e víamos o arguido a descer!. NUNCA PROCUROU REFERIR QUEM FOI! A p > Outra própria tamém disse: Vimos o NOME3!. Mas nem conhecia o NOME3! E, depois, diz: Ah! Foi o sor procurador que disse! Ora, temos aqui que é óbvio que as pessoas chegam aqui, têm consciência que há um crime, só veem um > uma pessoa a ser julgada, têm que sic lesic sic imputar a responsabilidade a ele! É normal que assim seja! Agora, o que não é normal é que alguém seja condenado, perante tantas dúvidas e perante > por tantas nebulosas que existem neste > neste processo. (.) Por isso, eh:: e acreditando eu como acredito na palavra do senhor NOME3, se fosse um outro > um outo tipo de crime, se não co > co > envolvesse armas, eu, se calhar, era o primeiro a dizer que poderia ter sido ele. Agora, utilizando armas e co’ este ~modus operandi~, eu não acredito! Todavia, há sempre uma outra questão {alguém tosse} que é, quando o crime de roubo é consumado, ninguém faz alusão a que já tenha sido (.) > a que o crime seja consumado diante d’ arma alguma! A arma foi utilizada antes! E NÃO HÁ DÚVIDAS QU’ A ARMA FOI UTILIZADA! Porqu’ há testemunhas que referem os > os disparos! Agora, QUANDO O CRIME É CONSUMADO, (.) aí, sim, já não! Já é só por esticão. E, por isso, é que este > este:: > e se calhar é má sina minha, relativamente a estes crimes de violência e depois subtração > mas acaba por ter MAIS uma curiosidade e MAIS uma pertinência ao nível da subsunção jurídica. É óbvio que cá estará o tribunal pa doutamente, como sempre, decidir. Todavia, terminando tal e qual comecei, fazendo um > um juízo sobre a pessoa do arguido do conhecimento que eu tenho, de depoimentos que eu tenho até sic dosic sic própria pessoa que deu o título de campeão da Europa a Portugal: o NOME9. Foi co > Foi colega do sor NOME3. (.) Pessoa que sempre abonou a:: (.) > o:: > o passado dele. É óbvio que tem conhecimento dos factos a qu’ ele se poderá ter dedicado, mas nunca referiu > nunca ninguém referiu qu’ ele fosse uma pessoa capaz d’ usar armas. Por isso, eu pugno pla absolvição do arguido. |
X 07.15 |
(.) {ruídos} |
J 07.17 |
(( )) // |
|
Parte 10 |
J 00.00 |
(( )) , tem mais alguma coisa a dizer em sua defesa? {ruídos} |
A 00.04 |
Não! 0Mai nada! |
J 00.05 |
0 (( )) // |