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coraudis_12
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ID | enunciado |
---|---|
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Parte 1 |
J 00.00 |
0Não! Eu ando sempe com / 0 |
OJ 00.00 |
0 (( )) / 0 |
J 00.03 |
0Qual é? |
OJ 00.03 |
0 (( )) cursos técnicos. Daqueles cursos técnicos. |
J 00.05 |
Do quê? Do:: / 0 |
MP 00.05 |
Da ESCOLA PROFISSIONAL 0 (( )) / 0 |
J 00.06 |
0ESCOLA PROFISSIONAL? |
? 00.08 |
ESCOLA PROFISSIONAL. |
J 00.10 |
ESCOLA PROFISSIONAL, né? sic Proissic sic ! É que, normalmente, vêm eh:: > nós temos sempre dois. Temos as ESCOLA PROFISSIONAL e, depois, temos tamém sic osic sic cursos de Direito qu’ às vezes vêm cá. (.) E só quero dizer que podiam aqui ser (.) alunos do Direito, né? E:: que, por isso, → Então vamos > eh:: Só pros senhores tamém compreenderem, nós vamos fazer um julgamento de:: > de incêndio florestal, (.) onde se coloca aqui a questão s’ a pessoa é ou não é > eh:: tem capacidade para > para se auto::determinar pa discernir o qu’ é:: > o que é licito e o qu’ é ilícito. (.) É nesse sentido que nós estávamos aqui a conversar co’ a:: ilustre mandatária do > do arguido. (.) Ora, vamos! Senhor NOME APELIDO1! Faça favor de se levantar! (..) {ruídos} Sotores! Exposições (( )) ? Prescindem, 0não prescindem? |
MP 00.49 |
0Sim. |
DA 00.50 |
Sim, sim. Prescindo. |
J 00.51 |
Então, vamos começar o julgamento. (.) {ruídos} (( )) (..) {ruídos} Ora, senhor NOME1! (.) O sor diri > diz-me o seu nome? |
A 01.03 |
NOME APELIDO1. |
J 01.06 |
Quero adverti-lo que estas perguntas qu’ eu lhe fizer sobe a sua identificação pessoal > estas > têm a > tem a obrigação de falar e c > e falar com verdade! Depois é os factos, que fala na medida em que quiser falar e o tribunal não o pode obrigar a falar. Aqui é que tem de falar e com verdade. Compreendeu senhor:: NOME1? |
A 01.20 |
Sim, sim. |
J 01.22 |
O seu nome completo já disse. eh:: Estado civil? |
A 01.25 |
Solteiro. |
J 01.26 |
Profissão? |
A 01.28 |
eh:: Cultura biológica. |
J 01.30 |
Sim, agricultor. Não é? |
A 01.31 |
Sim! = |
J 01.31 |
= Tá aqui agricultor! (.) O nome do seu pai e de sua mãe? |
A 01.36 |
eh:: A minha mãe, NOME APELIDO2. |
J 01.40 |
E o seu pai? |
A 01.41 |
NOME3. |
J 01.42 |
NOME APELIDO3, 0né? |
A 01.43 |
0Sim! |
J 01.45 |
O senhor está:: eh:: atualmente detido, em prisão preventiva, no estabelecimento prisional d’ LOCALIDADE1, não é? |
A 01.50 |
Sim! |
J 01.52 |
Antes, residia no BECO, NÚMERO, LOCALIDADE2. Não é isso? = |
A 01.56 |
= Sim! |
J 01.58 |
Sor NOME1, sabe porqu’ é que está cá hoje a ser julgado? |
A 02.01 |
sic Prosic sic sic casosic sic do problema qu’ eu tive dum incêndio. {riso} |
J 02.03 |
Do incêndio do isqueiro? |
A 02.05 |
0Sim. |
J 02.05 |
0Não preciso de ler a acusação, poi não? (.) O sor tem conhecimento dos factos ou não? |
A 02.08 |
Sim, sim! |
J 02.09 |
Quer qu’ eu sic lesic sic leia ou:: > ou não preciso? |
A 02.11 |
Não é preciso! |
J 02.12 |
Não é preciso? (..) {ruídos} sic Prontossic sic ! O senhor vem aqui ac / 0 |
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Parte 2 |
J 00.00 |
0 \ de incêndio agravado, (.) em síntese, (.) por ter, {folhear de páginas} no > no dia v > doze d’ agosto de dois mil e dezasseis, ateado um fogo, com um isqueiro MARCA, (.) lá numa zona de eucaliptal e pinhal (.) e, pois, até saiu > foi o senhor > e até pois > até foi o senhor > diz aqui a acusação que foi senhor qu’ até avisou um indivíduo, qu’ ia a passar, que havia um incêndio (.) e que eh:: este incêndio eh:: foi um incêndio eh:: > eh:: com perigo de alastrar porque tava muito calor, tavam trinta e cinco graus de temperatura, a humidade rondava trinta por cento e:: > e:: essa:: > e > e > e essa situação levou logo a > a que as > e tamém havia vento, na altura > se direcionasse pras:: > (.) pas explorações agrícolas qu’ havia ali perto, designadamente do NOME APELIDO4 e do NOME APELIDO5. (.) O senhor sabia que estava a atear o fogo naquela zona e que isso, necessariamente, iria criar esse perigo pra essas > pra essas:: eh:: (.) {folhear de páginas} explorações agrícolas e po que > e pa > e para tamém > pra a > (.) a floresta que estava > que estava a circundar aquela zona (.) de eucaliptal > designadamente, euca > eucaliptal. (.) Isto foi, pois, apagado co’ a intervenção dos bombeiros, cerca de duas horas e catorze (.) depois, apoia > apoiado por ci > cam > camiões-cisternas e:: > e meios aéreos. Tamém houve aqui meios aéreos a trabalhar. (...) 0.8 {ruídos} Sor:: NOME1, quer falar sobre isto? (.) {folhear de páginas} Ist’ é verdade o que tá aqui? |
A 01.35 |
É, sim! |
J 01.36 |
Porqu’ é qu’ o sor fez isto? (..) Hum? Tava chateado ↑ Não tava chateado ↑ (.) Hum? {folhear de páginas} |
A 01.45 |
Não! |
J 01.47 |
Diga? |
A 01.48 |
Não! |
J 01.49 |
Tão, mas o senhor chegou naquele di > neste dia > eh:: O senhor mora lá perto, não mora? (.) 0Ou não? |
A 01.53 |
0Um bocado. |
J 01.54 |
Hum? = |
A 01.54 |
= Um bocado. |
J 01.56 |
Então, o senhor chegou lá:: > eh:: Que horas eram, mais ou menos, sabia? É > Diz-se aqui qu’ era pa > perto da hora do almoço. {alguém tosse} É verdade? = |
A 02.01 |
= Foi, sim! |
J 02.03 |
E o sor chegou lá c’ o isqueiro MARCA (.) e:: {folhear de páginas} ateou o fogo, (.) lá àquela zona! Mas aquilo:: > naquele dia tava calor! (.) O senhor sabia que > qu’ eu > ali até havia ex > explorações agrícolas. Mais longe, mas havia! E havia eucaliptal! (.) Se nada > ninguém fizesse nada, co’ aquele calor, co’ aquela humidade que era reduzida a trinta graus e com o vento que havia na > nesse > aquilo era capaz de > de se ter ali um problema → Que f > Que foi um problema! Mas podia ser muito pior do que > do que foi! (.) O senhor não:: > (.) Gosta de ver o fogo? Qual é o > Qual era a:: > Qual era a sua intenção? (.) Era > Tinha sido a primeira > Foi a primeira vez qu’ o sor fez isto? |
A 02.40 |
Foi, sim. = |
J 02.41 |
= Então, porqu’ é que lhe deu na cabeça, naquele dia, Olha! Agora vou:: atear aqui um fogo!? Queria ir ver os > os bombeiros a irem lá apagar::? eh:: Nunca tinha incendiado alguma coisa e queria ver com’ é que era o incêndio a progredir? Co > eh:: Veja lá se > se explica ao tribunal o porqu’ é que fez aquilo! (.) Hum? |
A 03.00 |
Não perguntas. |
J 03.02 |
Passou-lhe > Passou-lhe pela cabeça? Mas o sor sabia que estava a fazer mal? |
A 03.05 |
Sim. |
J 03.07 |
E sabia qu’ aquilo podia ter, ali, problemas pas outras pessoas? Podia ter sido uma coisa grave! Podia (( )) > O sor sabia qu’ havia ali explorações agrícolas? Ou não sabia? (.) Ali do:: > do NOME APELIDO4 e do NOME5! Sabia? |
A 03.17 |
Sim, sim. |
J 03.19 |
E se ninguém tivesse feito nada > é o s > o fogo co’ aquele > co’ aquele vento e co’ aquele:: calor e co’ aquela humidade, era capaz de chegar lá sem problemas, não era? |
A 03.28 |
0Sim. |
J 03.28 |
0E o eucaliptal tamém ardia rapidamente! O eucaliptal é coisa pa arder bem! Havia lá eucaliptal, não havia? = |
A 03.33 |
= Havia. |
J 03.34 |
E o sor até pôs nessa zona, não foi? 0De eucaliptal e de pinhal? |
A 03.36 |
0Sim. |
J 03.37 |
{folhear de páginas} E, depois, o senhor até f > foi-se embora de bicicleta? |
A 03.41 |
Sim, sim. |
J 03.42 |
E, a dada altura, (.) eh:: (.) o senhor ainda ficou lá um bocadinho pa ver s’ aquilo:: não s’ apagava! E, depois, só quando aquilo tava já forte é que foi-se embora, né? O sor até ficou ali:: um bocadinho à espera ↑ Podia ter sido > Podia ser qu’ o fogo apagasse por si:: e o sor não queria isso! Ficou lá um bocadinho! Só quando o fogo já estava robusto, é qu’ o senhor foi-se embora, é isso? (.) É? |
A 04.02 |
Sim! |
J 04.03 |
E quando o senhor até ia:: > eh:: > eh:: de regresso, até:: se cruzou com uma pessoa e que lhe disse: Olhe! Tá:: > Tá a haver ali um incêndio!. Foi o senhor que disse a essa pessoa, não foi? |
A 04.11 |
Sim. |
J 04.14 |
E depois foi pra casa? (..) E foi essa pessoa que, diz-se aqui > que foi alertar os bombeiros qu’ havia o incêndio. Ou seja, o senhor até alertou essa pessoa, dizendo: Olha! Há > Há ali um incêndio!. Depois, foi pra casa à von > (.) calmamente e foi essa pessoa qu’ alertou os bombeiros. (..) {folhear de páginas} E, pois, o senhor nem nunca mais apareceu lá perto? (.) Nem sabe o qu’ é qu’ aconteceu e não aconteceu depois? Depois, aí, já não quis saber, né? (..) Sim «senhora»! (...) 0.7 {folhear de páginas} Ó sotores! Eu:: > O tribunal entende qu’ aqui há > há confissão integral e sem reserva dos factos, RESSALVANDO, necessariamente > porqu’ isso tem que ser ressalvado, não é? > a avaliação, à posteriori, que se possa fazer da sua capacidade ou:: > ou incapacidade de > de > de:: / 0 |
MP? 05.02 |
Claro! |
J 05.03 |
0 \ discernir o > o ilícito, 0né? |
DA 05.04 |
0Exatamente! |
J 05.05 |
eh:: Eu ponho esta sa > essa salvaguarda porqu’ hoje ainda não sabemos. 0Se ele tiver essa capacidade / 0 |
DA 05.07 |
0Claro! |
J 05.08 |
0 \ é confissão integral e sem reservas / 0 |
DA 05.10 |
Claro! |
J 05.10 |
0 \ se não tiver, eh:: esta in > esta:: > esta confissão é:: dos o > dos factos objetivos, 0não é? |
DA 05.15 |
0Exatamente! |
J 05.16 |
0Se bem que o senhor percebe o qu’ é que estava a fazer. Tava a fazer mal! Mas isso (.) {conversas paralelas} já é uma avaliação (.) que:: > que nos transcende. {pigarreio} S > Sô procuradora, (.) alguma questão? = |
MP 05.25 |
= É só a questão do > do:: > (.) do:: > do sic esqueirosic sic ! 0 (( )) / 0 |
J 05.29 |
0Tá! Faça favor, sotora! 0Diretamente! |
MP 05.30 |
00 \ com o:: > Foi c’ um sic esqueirosic sic 0não foi? |
A 05.32 |
0Sim, sim! = |
MP 05.32 |
= E o qu’ é que fez, depois, ao sic esqueirosic sic ? |
A 05.35 |
Joguei-o fora! |
MP 05.36 |
Na > Na zo > No:: > Na zona onde ateou? {ruídos} 0Na própria zona / 0 |
A 05.39 |
0Sim. |
MP 05.40 |
0 \ onde ateou, dei > deitou pra lá o sic esqueirosic sic ? |
A 05.42 |
Sim, sim. |
MP 05.43 |
É? (.) Olhe! O senhor tinha telemóvel consigo? |
A 05.46 |
Não. |
MP 05.47 |
Não. Na altura, não tinha. = |
A 05.48 |
= Tava em:: casa. (.) O > Os dois até! Desligados. (.) Que tinha acabado bateria de manhã e > e:: deixei-os a > pa carregar e > e até esqueci-me e > e > dizer ao meu irmão pa pô-lo à carga. |
MP 06.00 |
E o senhor percebeu, na altura, s’ o outro senhor, com quem se cruzou > se ele estava a telefonar:: a avisar do incêndio ou não se apercebeu disso? 0Não > Não sabe? |
A 06.06 |
0Não percebi. 0Não, não! |
MP 06.08 |
0Não s’ apercebeu, na altura. (..) E o sor conhecia bem aquela zona, não era? |
A 06.13 |
Sim! (.) eh:: Eu passava lá dantes, (.) sempre de bicicleta, pra ir lá pa vacaria da minha > quinta da minha prima. |
MP 06.23 |
Olhe! E o senhor escolheu aquele sítio por algum motivo em particular:: ↑ Onde foi atear fogo:: ↑ |
A 06.29 |
Não, não! |
MP 06.30 |
Não? (..) {ruídos} (( )) (.) Mas sabia o qu’ é que havia ali à volta, não é? |
A 06.37 |
Sim. = |
MP 06.37 |
= As vacari::as, as ca::sas ↑ (..) Não quero mai nada, sotor! |
J 06.44 |
{dirige-se a DA} Sotora, alguma questão? |
DA 06.45 |
Pra já, nada, sotor! = |
J 06.46 |
= Nada? (.) É! {dirige-se ao OJ} Nós tamém não temos o relatório, né? Os relatórios > O relatório social? = |
OJ 06.50 |
= Sim, sim! |
J 06.50 |
Já > Já 0apareceu? |
MP 06.51 |
0Já, já chegou3! |
J 06.52 |
0Hoje? = |
OJ 06.52 |
= Tá aqui! = |
J 06.52 |
= Ah! É qu’ ele ontem ainda não tinha chegado! |
OJ 06.53 |
0Não chegou. |
MP 06.53 |
0Não chegou. |
J 06.54 |
Ah! É qu’ eu ontem > eu tava a ver isto. Ó sotores, eu, se calhar, tendo em atenção a > a admissão do > do arguido, há aqui dois aspetos que:: > que, talvez, tamém rapidamente se > possamos fazer essa questão, porqu’ o arguido não tem, necessariamente, conhecimento disso. sic Umasic sic é os valores daquelas duas explorações {folhear de páginas} agrícolas do NOME4 e do NOME5 / 0 |
DA 07.11 |
0 | hum-hum | 0 |
J 07.12 |
0 \ porqu’ aqui diz, na acusação, que tem um valor:: (( )) e o arguido pode admitir qu’ assim seja, ma não sabe, não é? 0E, pois, se há alguém que:: / 0 |
MP 07.14 |
0 (( )) / 0 |
J 07.21 |
0 \ tenha conhecimentos de que > a forma de progressão daquele:: fogo > o qu’ é que poderia → |
MP 07.26 |
Se resolvermos isso com > com > com a > co’ a inquirição do NOME4 / 0 |
J 07.30 |
00 | Sim | 0 |
MP 07.30 |
00 \ não é preciso 0mai ninguém. Se não, ou > ou a seis a sete. |
J 07.31 |
0 (( )) (.) E temos aqui o NOME5? |
OJ 07.34 |
(( )) = |
J 07.35 |
= Então, te > temos o NOME4 e o NOME5, né? (.) Então, vamos começar 0pelo NOME4. |
OJ 07.39 |
0Temos o G > 0o GNR (( )) / 0 |
MP 07.39 |
0 (( )) |
J 07.41 |
Quem é o GNR? |
OJ 07.41 |
O GNR é o NOME6 0 (( )) / 0 |
J 07.43 |
0 (( )) / 0 |
MP 07.43 |
0 (( )) saber com’ é que correm estas 0 (( )) / 0 |
J 07.45 |
0 sic Atãosic sic , vamos ao NOME4, primeiro, e ao NOME5. Diga às pessoas que, primeiro, vamos ouvir o NOME4 e o:: NOME5 e, pois, pode até ser:: > serem sic necessáriosic sic > não serem mais necessários. (.) {ruídos} O NOME APELIDO7 é que, se calhar, não é necessário já, poi não? (.) 0 (( )) / 0 |
DA 07.57 |
0Não! (( )) cruzou com ele (( )) {ruídos} o arguido 0 (( )) / 0 |
J 07.59 |
0Já admitiu isso! Então, o > o NOME7 pode ir já embora! |
MP 08.02 |
Eu prescindo desde já! Esse prescindo desde já! 0 (( )) / 0 |
J 08.04 |
0O NOME8? Quem é o NOME8? |
MP 08.05 |
É > Tamém é proprietário! |
J 08.07 |
É? |
MP 08.08 |
Ali da zona! = |
J 08.08 |
= Tão, vá! sic Atãosic sic , vamos ao NOME4! |
OJ 08.11 |
(( )) à testemunha? 0 (( )) / 0 |
MP 08.13 |
0Ah! Essa também > também > Sim! 0Essa também:: eh:: prescindo! |
J 08.14 |
0Sim! (.) Sim! (.) Pode prescindir 0já! |
MP 08.17 |
0Porqu’ a senhora tá 0 (( )) ! |
J 08.18 |
0Sim! (.) Vamos começar c’ o NOME4 rapidamente e ele diz-nos! {ruídos} |
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Parte 3 |
J 00.00 |
(( )) muito:: boa tarde! O sor como se chama? |
T1 00.03 |
eh:: Eu chamo-me NOME APELIDO4. |
J 00.05 |
NOME 43, é isso? |
T1 00.07 |
0APELIDO4. Exatamente! |
J 00.08 |
Sor NOME4, o sor está aqui como testemunha. Está obrigado a dizer a verdade. Jura dizer a verdade? |
T1 00.12 |
Juro! |
J 00.13 |
Faça favor de se sentar! (.) Senhor NOME4, o:: > (.) {ruídos} (( )) explicar porqu’ é que vai ser tamém inquirido de pouca coisa! O arguido admitiu os factos todos. Só que nós, na acusação, «temos» a indicação qu’ o senhor tinha lá uma exploração:: agrícola perto ↑ |
T1 00.29 |
eh:: É verdade3! |
J 00.30 |
0É verdade! E o arguido necessá > Nós temos aqui um «valor» de qual seria a sua exploração. O qu’ é que tinha lá? S’ ardesse tudo, qual era o seu prejuízo? (.) E:: havia um risco, (.) ou não, de > disso acontecer. O arguido não sabe qual era o valor. E, por isso, nós tamos aqui a pre > o que nós só queremos saber (.) é:: relativamente ao:: > (.) à sua exploração. A sua exploração estava perto do incêndio? |
T1 00.50 |
Tava sic asic sic relativamente perto, sim. = |
J 00.51 |
= Se não tivesse sido apagado o incêndio, a sua exploração era consumida? |
T1 00.55 |
eh:: / 0 |
J 00.56 |
Havia risco? Ou não? |
T1 00.57 |
Havia pouco. Eu já fiz um > 0um / 0 |
J 00.58 |
00 | hum | 0 |
T1 00.59 |
0 / 0já fiz uma exposição por escrito. |
J 01.00 |
0 | Sim | 0 |
T1 01.01 |
É assim! eh:: Eu::, todos os anos, acautelo sempre. Tanto, tinha uma zona bastante 0grande de tampão / 0 |
J 01.05 |
0Ah! De > De > De segurança? |
T1 01.07 |
0 \ de seguran::ça, tinha uma cisterna cheia d’ água, já pra acudir ao fogo, tinha poucos animais, na altura, porqu’ os meus pais estão a ficar velhos e eu estava a ajudá-los. Portanto, o risco:: > eu fiz > tá > tá escrito! 0Tá > Tá:: / 0 |
J 01.17 |
00 | hum-hum | 0 |
T1 01.18 |
0 \ T > Eu apresentei isso por escrito. Portanto, o risco era pequeno! Considerando s’ a mata fosse muito densa, que houvesse grandes gases que pudessem 0intoxicá-los / 0 |
J 01.25 |
0 (( )) nesse dia havia vento, não havia? 0 (( )) / 0 |
T1 01.28 |
0Não! Nesse dia, não 0havia vento. |
J 01.29 |
0Não? Mas dizia-se aqui > havia aqui a indicação do vento! |
T1 01.33 |
À hora qu’ sic acorreusic sic o fogo não havia grande vento. |
J 01.37 |
eh:: aqui (( )) sentido do vento que se fazia sentir. Nós temos aqui {folhear de páginas} a indicação do vento. (..) {folhear de páginas} O senhor acha que, então::, eh:: dificilmente a sua exploração seria > seria:: (.) {folhear de páginas} 0prejudicada, digamos, seria atingida? |
T1 01.49 |
0 (( )) Sim! Eu > Tal como escrevi::, é > eh:: em último extremo, se fosse uma mata muito densa, (( )) eventualmente, os animais podiam morrer intoxicados, porque aquilo 0é alvenaria / 0 |
J 01.58 |
0Ah! Sim, sim! Claro! |
T1 02.00 |
0 \ o telhado é de:: > é de zinco, o > eu > 0todas / 0 |
J 02.03 |
0Se (( )) fizesse muito calor, eles podiam tamém s::entir nisso? É isso? = |
T1 02.06 |
= Sim! 0Mas / 0 |
J 02.07 |
0E o > E o fogo? |
T1 02.08 |
0 \ Mas isso hipoteticamente, porque 0nós (( )) / 0 |
J 02.09 |
0E a sua exploração, nessa altura e nesse dia / 0 |
T1 02.11 |
0 | Sim | 0 |
J 02.12 |
0 \ qual era o valar da:: > eh:: sendo certo qu’ o senhor diz que podia pôr em causa era os animais, não tanto a:: / 0 |
T1 02.18 |
Sim, sim! |
J 02.18 |
0 \ o:: > o próprio imóvel > a (( )) própria exploração / 0 |
MP 02.21 |
(( )) máquinas 0 (( )) / 0 |
J 02.21 |
00 \ as ma > as máquinas! Essas coisas não seriam postas em causa, é isso? 0Dificilmente? |
T1 02.25 |
0Não, porque nós deslocamo-las pra sítios > sic Prontossic sic ! Nó > Nós, todos os verões > Já > Já são 0várias vezes que vivemos essa situação. |
J 02.30 |
0Trocam isso de sítio! Claro! |
T1 02.32 |
sic Prontossic sic ! 0Nós estamos cercados por mata / 0 |
J 02.32 |
0E naquela altura? |
T1 02.33 |
0 \ mas temos uma zona > porque, eh:: à volta da quinta, é:: > são terras de cultivo. |
J 02.38 |
0 | hum-hum | 0 = |
T1 02.38 |
= Pronto! E é assim: na:: > (.) {suspiro} as máquinas tavam mais ou menos acauteladas. Claro que nunca se sabe o que é um > um fogo, não é? Mas, em princípio, não:: / 0 |
J 02.48 |
Então, (.) aquilo que podia ser afetado na sua exploração agrícola, qual era o valor? (.) O sor > D > Mai > O > O máximo dos máximos que podia ser exp > eh:: ser afetado era a > era os animais? 0Podiam sofrer alguma coisa ↑ |
T1 02.56 |
0Sim, no máximo dos máximos, era os animais. Eu tinha:: um > uns dez vitelos e tinha, no máximo, dezoito vacas, se não me engano, na altura. Portanto::, a exploração estava em baixo. |
J 03.07 |
0 | Sim | 0 |
T1 03.07 |
0Pronto! |
J 03.07 |
0Seria quanto? Esse valor seria quanto, no máximo2? |
T1 03.09 |
0Ó Sotor! Não:: > {suspiro} É tão difícil que / 0 |
J 03.11 |
Um valor:: > Um valor máximo! Ou seja, nunca seria mais qu’ aquele valor! Pa nós percebermos, (.) aquele valor daquelas > daqueles animais > se acontecesse alguma coisa àqueles animais, no máximo dos máximos, o senhor tinha que prejuízo? |
T1 03.23 |
Sotor, eu > eu escrevi, na altura. Fiz a pesquisa no mercado, tá escrito! (( )) 0depoimento qu’ eu prestei. eh:: / 0 |
J 03.28 |
0Sim, sim! Eu sei! Eu sei! {riso} |
T1 03.29 |
0 \ Mas pronto! É assim! Os animais > 0 eh:: Só quem > Só > Só quem {riso} trabalha co’ animais é que sabe! |
MP 03.31 |
0 (( )) / 0 |
J 03.32 |
0 (( )) / 0 |
MP 03.33 |
00 \ (( )) diga-me uma coisa! O senhor aqui refere, {folhear de páginas} ne > no tal documento / 0 |
T1 03.37 |
0 | hum-hum | 0 |
MP 03.37 |
0 \ que::, (.) {ruídos} muito provavelmente, não > não (( )) qualquer prejuízo. MAS, numa «tentativa» d’ avaliar os danos da «perda» total dos animais e de máquinas, julgamos que os prejuízos rondariam, no máximo, trinta mil euros. |
T1 03.52 |
Sim, mas é > é > na > eh:: pronto! Lá está! eh:: Hipoteticamente13, se ardesse tudo / 0 |
MP 03.56 |
0Exatamente! Se ardesse 0tudo / 0 |
T1 03.59 |
00 \ tudo. 0Mas, pra arder tudo, tinha mesmo que ter / 0 |
MP 04.00 |
00 \ (( )) máquinas e aos animais ↑ |
T1 04.02 |
Pois! {ruídos} Seria esse o 0valor:: / 0 |
MP 04.04 |
0Seria o valor máximo4, não é? |
T1 04.04 |
00 \ máximo! Máximo! Máximo! Mas tinha qu’ arder mesmo 0tudo! |
MP 04.08 |
0Tudo! 0Si::m! |
T1 04.09 |
0E tendo em atenção que há muitas máquinas que estão todas ferrosas que em princípio > Prontos! > Acabaria por não:: → (.) Isto foi > É qu’ eu fui confrontado com o ter qu’ avaliar uma 0situação > qu’ eu estou ajudar os meus pais! |
MP 04.17 |
0Pois! 0 (( )) / 0 |
J 04.18 |
0É difícil, mas podia acontecer! |
T1 04.20 |
A quinta não é minha! É dos meus pais! E eu estou lá, porqu’ o meu pai teve um AVC! eh:: E sic prontossic sic ! Fui > F::ui obrigado a:: fazer uma avaliação de perfil empírica. Não:: > sic Prontossic sic ! Mas é {riso} 0só pa responder. |
J 04.29 |
0Pois! (( )) a calamidade qu’ o sor:: > dificilmente até aconteceria, dad’ às situaçõ > 0 eh:: dad’ à > os cuidados que teve. |
T1 04.34 |
0Sim, sim, sim! Porque nós acautelamos! Sim, sim! 0Portanto, nós acautelamos e eu tentei deixar isso bem expresso no documento! |
MP 04.36 |
0 (( )) / 0 |
J 04.38 |
0Sim, sotora! Faça favor! |
MP 04.40 |
Olhe! (( )) diga-me uma coisa! O > O > O senhor conhe > conhece a zona? Conhece bem a zona? |
T1 04.44 |
É assim, eu conheço a zona, sim! Eu vivo em LOCALIDADE3 e, claro, ultimamente tenho ido trabalhar pra zona, sim! |
MP 04.50 |
O senhor apercebeu-se, na altura, ond’ é que começou o incêndio? {ruídos} |
T1 04.53 |
É assim, não! 0Não m’ apercebi / 0 |
? 04.54 |
0Não? |
T1 04.55 |
0 \ porqu’ é assim: eu estava nu::ma > numa várzea (.) eh:: e durante o:: > essa semana tinha havido vários focos de incêndio à volta. E:: eh:: vê-se as colunas de fumo, mas é muito 0difícil (.) de > Pronto! |
MP 05.05 |
0Não s’ apercebeu eh:: ↑ |
T1 05.07 |
Eu estava a trabalhar e apercebo-me de ver uma coluna fininha de f > de > de 0fogo / 0 |
MP 05.11 |
00 | Sim | 0 |
T1 05.12 |
0 \ e disse ao meu pai: Olha! É pos nossos lados, mas não é > não é percetível!. Não temos a noção de:: > de exatamente qual é 0a distância. |
MP 05.18 |
0Olhe! E diga-me uma coisa! O senhor sabe ond’ é que é o terreno duma senhora que se chama NOME 95? |
T1 05.24 |
0Ah! Não! |
MP 05.25 |
Não sabe ↑ |
T1 05.26 |
Não! É assim, eu tive dois tumores. Estive afastado do campo durante:: vinte e muitos 0anos. eh:: Portanto / 0 |
MP 05.21 |
0 (( )) / 0 |
T1 05.33 |
0 \ agora sou um turista que vive na cidade e vou trabalhar ao campo. {riso} E não:: > não conheço! |
J 05.39 |
Mai nada, sotora? |
MP 05.40 |
Mai nada, sotor! = |
J 05.40 |
= Sotora, alguma questão? |
DA 05.41 |
Sim, sô 0doutor! |
J 05.42 |
0Faça favor, 0sotora! |
DA 05.42 |
0Não tem nada a ver c’ os prejuízos, mas:: > eh:: Conhece o NOME1? |
T1 05.45 |
Conheço, sim 0senhora! |
DA 05.46 |
0 eh:: No > Nos primei > No primeiro depoimento que fez, folhas noventa e seis a noventa e oito, disse que desconhecia quem tinha provocado o incêndio, eh:: mas que, se fosse o NOME1, teria sido de forma inocente, porqu’ ele não mede as consequências. O qu’ é que queria dizer com isto? |
T1 05.59 |
eh:: É assim, eh:: (.) isso também foi daquelas perguntas que se > no > nos colocam, 0não é? |
DA 06.03 |
0Claro! |
T1 06.04 |
eh:: Que nos colocam assim e uma pessoa, na altura, diz! eh:: > eh:: Eu > É assim, nã > nã > não posso dizer > sic quesic sic maneira nenhuma > não assisti qu’ o NOME1 tenha posto o incêndio. O NOME1 teve num programa de inserção com os meus pais, quando eu estive com:: > (.) quand’ eu tive com os tumores, eh:: a trabalhar na quinta e:: é um amigo da:: > da família! Ou seja, ele aparece por lá, eh:: é um excelente contador de histórias, mas nunca (( )) lhe vi maldade::, no sentido de prejudicar, de roubar fosse o que fosse. Portanto, 0eu / 0 |
DA 06.33 |
0Ptanto, se o provocou, não foi com intenção 0de:: > de vos prejudicar ↑ |
T1 06.35 |
0 sic Prontossic sic ! Eu ao dizer se foi o NOME1 > eh:: > eh:: e, ao dizer, é me > é o meu juízo pessoal dos valores dele! (( )) ele, se o fez, foi talvez (.) por > por alguma coisa, mas não com o > de maneira nenhuma, porque a aflição com qu’ ele chegou pa nos ajudar a apagar o fogo, eh:: é d’ alguém que, realmente, estava preocupado. |
DA 06.53 |
Mas ele chegou > Ah! E, portanto, ele chegou junto a vós, quand’ inda estava:: o:: > 0o:: / 0 |
T1 06.57 |
0Pronto! E foi ele que nos foi chamar! Ele e o NOME APELIDO7. Foram os dois que nos foram chamar à terra, pa virmos tamém ajudar:: a:: combater o:: > o fo > o incêndio e salvaguardar o nosso espaço! |
DA 07.08 |
Muito bem! Mais nada, sotor! |
J 07.11 |
eh:: S > Diga-me uma coisa! Então, na > Só pra concretizar! Aqui dizia-se que:: era a sua residência habitual. Não era! Não era a > Num:: > Num habitava lá, 0naquela altura? |
T1 07.18 |
0Não, não! Não, 0não! |
J 07.20 |
0Nem o senhor, nem a sua esposa, nem a sua sogra (.) que se encontrava acamada? (.) Aqui dizia-se isso! Não sei se foi o senhor que disse, na altura ↑ |
T1 07.26 |
eh:: Não! É assim, eh:: os meus pais têm casa na aldeia, (.) eh:: mas gostam pouco de estar lá e passam muitas horas > eles, às vezes, até > às > às vezes, pernoitam até na própria quinta, mas não é a 0residência / 0 |
J 07.37 |
0Sim! Mas, nesta altura, não era a residência habitada por si, pela sua esposa e pela sua sogra que se encontra 0acamada? |
T1 07.42 |
0Não! Eu e a minha esposa residimos em LOCALIDADE3. |
J 07.45 |
sic Prontossic sic ! = |
T1 07.45 |
= 0Os meus pais > Os meus pais e a minha «avó» / 0 |
J 07.45 |
0 (( )) é > é que é / 0 |
T1 07.48 |
0 \ não é a minha sogra, é a minha «avó»! 0É que > É > Tão > Tão > Tão em casa / 0 |
J 07.50 |
0 (( )) ) casa (( )) (.) Pronto! |
T1 07.52 |
0 \ na > na > e vão à quinta e:: sic elesic sic costumam levar a minha avó p’ ela não ficar 0sozinha. |
J 07.55 |
0E, nessa altura, não tavam? |
T1 07.57 |
«Estavam»! Nessa altura, estava a minha mãe e a minha avó na «quinta». E estava eu e o meu pai, a:: procedermos à rega, 0no campo. |
J 08.03 |
0Sim! Mas ficariam lá se > se:: > a dormir ou não? Não era / 0 |
T1 08.08 |
É assim, eh:: 0um:: dia por outro! Conforme se despacham ou não despacham. Pronto! Não:: > Não é:: → |
J 08.09 |
0É:: conforme se dava! (( )) Ok! Percebi! Sim senhor! {dirige-se a DA} Mai nada, poi não? |
DA 08.15 |
Mais nada, sotor! |
J 08.16 |
Muito obrigado por sua comparência! Pode sair! Pode ir embora! 0Muito obrigado! |
T1 08.19 |
0Tá! Muito obrigado, sot // |
|
Parte 4 |
J 00.00 |
Ora, muito:: boa tarde! O senhor como se chama3? |
T2 00.02 |
0Boa tarde! |
J 00.04 |
Como se chama? |
T2 00.05 |
NOME APELIDO8. |
X 00.07 |
(.) {ruídos} |
J 00.09 |
Senhor:: NOME8, o sor conhece a pessoa que tá aqui a ser julgada? O senhor NOME1? |
T2 00.13 |
CONHEÇO OS PAIS, MAS ELE NUM CONHECIA! |
J 00.15 |
Não? = |
T2 00.16 |
= Não! |
J 00.17 |
Mas é de lá da zona, não é? |
T2 00.18 |
Sou lá da zona, sim! |
J 00.19 |
E os pais tamém? Os pais dele! (.) OS PAIS DO DO 1! = |
T2 00.24 |
= Eu desde sempe os conheci dali! Ai! A mãe é de LOCALIDADE4! |
J 00.27 |
Sim, sim. (.) O sor não tem nada contra ele, pois não? = |
T2 00.30 |
= NÃO! Não tenho nada! |
J 00.31 |
JURA DIZER A VERDADE? JURA DIZER A VERDADE, SENHOR 8? |
T2 00.34 |
0JURO! JURO, JURO! |
J 00.36 |
Ó sor NOME8, diga-me só uma coisa! O senhor:: > O senhor:: (.) {alguém tosse} lembra-se, lá, dum incêndio que houve > lá na > perto da sua:: > lá na sua terra? (.) Lembra-se? {alguém tosse} |
T2 00.47 |
EU PASSADO UNS DIAS! |
J 00.49 |
O senhor não tava lá? |
T2 00.50 |
Eu não estava lá, não! |
J 00.52 |
Mas o senhor não tem lá uma exploração agríco > Uma exploração agrícola! > Não tem lá uns terrenos? |
T2 00.57 |
Tenho lá um terreno, mas «depois» (.) da > eh:: > eh:: > eh:: > eh:: > eh:: depois d’ eu saber qu’ havi > qu’ houve lá um fogo, fui «ver» o meu terreno e:: > e o terre > e o fogo foi numa ponta e ele foi noutra > (.) e eu > e eu estou noutra! = |
J 01.11 |
= E o senhor tinha um terreno de quê? O qu’ é que tinha lá 0no terreno? |
T2 01.13 |
0Eucaliptos! É igual àquele! Qu’ é da mema > da me > do mesmo! |
J 01.17 |
Mas o qu’ é que tem lá? |
? 01.18 |
Eucaliptos. = |
J 01.19 |
= Eucaliptos? = |
T2 01.19 |
= Eucaliptos::! |
J 01.22 |
Mas o fogo acabou antes de chegar lá aos seus, né? 0Tava na ponta / 0 |
T2 01.24 |
0MUITO ANTES! MUITO ANTES! |
J 01.26 |
0Sim! (.) Sim senhor! (( )) um terreno (( )) (.) Quant’ é que:: vale o seu terreno lá o:: > c’ os eucaliptos? Já agora, pa nós percebermos! |
T2 01.36 |
EU CORTEI-O HÁ QUATRO ANOS! AQUILO VALE POUCO! |
J 01.40 |
Onde estava eh:: com > c’ o:: > (.) com o:: > (.) o desenvolvimento qu’ o eucalipto tinha à data, não é? Porque o desenv > não sei qual era a > a > a:: > a (( )) dele! Mas qual era o valor da > da:: > (.) daquele > daqueles eucaliptos todos? |
T2 01.55 |
OLHE, Ó SO SOTOR! EU NÃO POSSO DIZER ISSO! ENTÃO! |
J 01.57 |
0Quant’ é qu’ o sor lhe:: > A última vez que cortou, quant’ é que lhe deu aquilo? |
T2 02.01 |
Deu-me setecentos euros! |
J 02.03 |
Então seria, mais ou menos, (.) por volta > no mínimo seria isso, né? (.) E cortou tudo, na altura? |
T2 02.10 |
Talvez já há quatro anos que cortei aquilo! |
X 02.12 |
(..) {ruídos} |
J 02.16 |
Setecentos euros. (.) E quand’ o sor cortou::, os eucaliptos estavam mai > eh:: tavam > tavam maiores do qu’ agora? (.) Quanto tempo é 0que > (( )) o senhor cortou com quanto tempo? |
T2 02.23 |
0Tudo maior! Estava > (.) Estavam a (( )) eh:: tinham uns oito anos! |
J 02.27 |
Ah! Tá bem! Tinham o dobro! Então, tinha metade da > da:: > pelo menos:: > Sim senhor! (.) Então, valeria muito menos! (.) Sim senhor! (.) Sotora, faça favor! |
MP 02.36 |
O > O > Obrigada! Ó > Ó senhor NOME8, o > esse seu terreno é no luga::r que se > conhecido por LOCALIDADE5, 0não é? |
T2 02.43 |
0LOCALIDA > LOCALIDADE5, sim! = |
MP 02.44 |
= LOCALIDADE5. LOCALIDADE6 ↑ |
T2 02.46 |
LOCALIDADE6! = |
MP 02.46 |
= É! Olhe! E o senhor conhece, lá perto do seu, um terreno duma senhora:: NOME APELIDO9? = |
T2 02.53 |
= É minha prima! = |
MP 02.54 |
= É sua 0prima? |
T2 02.54 |
0É d > É da > É > Foi o > A > sic Daquilosic sic FOI DIVIDIDO POR SETE! |
MP 02.59 |
Então, o terreno desta NOME APELIDO9, que se fa > que se fala aqui, eh:: é ao lado do seu? |
T2 03.06 |
É na «ponta»! É numa 0ponta! |
MP 03.07 |
0Numa 0ponta! |
T2 03.07 |
0E eu é, mais ou menos, no meio! |
MP 03.09 |
E o seu mais o > Ptanto, é uma ÁREA / 0 |
T2 03.11 |
Uma 0área! |
MP 03.11 |
00 \ que foi dividida em SETE ↑ |
T2 03.13 |
0Isso! |
MP 03.13 |
0 (( )) (.) Olhe! E o > E o terreno desta NOME APELIDO9 também:: é > é:: d’ eucalip > é com eucaliptos? Tem eucaliptos? (.) {folhear de páginas} 0Não sabe? |
T2 03.21 |
0Os eucaliptos eram, mais ou menos, idênticos aos 0meus! (.) (( )) / 0 |
MP 03.23 |
0Idênticos aos seus. Ptanto, o valor seria mais ou menos > Sabe s’ ela > s’ e ela os cortou há pouco tempo? Se tão maiores qu’ os seus? |
T2 03.31 |
eh:: O > Os eucaliptos não eram sic melhoressic sic qu’ os meus, 0não! |
MP 03.32 |
0Não? |
T2 03.33 |
Não! |
MP 03.34 |
Portanto, o valor seria mais ou menos:: / 0 |
T2 03.36 |
0 | Sim | 0 |
MP 03.36 |
0 \ parecido. É 0isso? |
T2 03.37 |
0Mais ou menos. |
MP 03.37 |
0Mas o dela > sabe s’ o dela chegou a arder também? Ou não? |
T2 03.41 |
Eu fui lá ver e ardeu um «cantito»! |
MP 03.43 |
Ai, o > na > nel > no dela ardeu um bocadito, 0foi isso? |
T2 03.45 |
0Um bocadinho! |
X 03.46 |
(.) {ruídos} |
MP 03.48 |
Tá:: bem! (..) Mas no seu não ardeu nada? |
T2 03.53 |
NADA! Nada, de todo! Nem sequer lá chegou! = |
J 03.56 |
= Mas, ó > ó > ó senhor:: NOME8! Mas diga uma coisa! Quando ardeu > Os eucaliptos da > da > 0da:: / 0 |
MP 04.01 |
09. |
J 04.02 |
0 \ da NOME APE / 0 |
MP 04.04 |
95! |
J 04.04 |
00 \ APELIDO9 tinham tamém sido cortados? Tamém tinham só quatro anitos ou > ou já eram:: eucaliptos mais > mais velhos? Os dela! Na altura qu’ aquilo ardeu! {ruídos} |
T2 04.14 |
Eles eram eucaliptos assim pequeninos, {ruídos} sic prontossic sic ! Tamém! Eu fui lá ver e eram > 0eram:: / 0 |
J 04.18 |
0Tinham, mais ou menos, o mesmo tempo 0d’ ida > Tinham a mesma idade que:: os seus? |
T2 04.20 |
0O mesmo tempo dos > O mesmo dos meus! |
J 04.23 |
Ainda não eram > Ainda não estavam feitos po corte? = |
T2 04.24 |
= NÃO, NÃO, NÃO! Nem lá > Nem lá perto! |
J 04.27 |
Nem lá perto. Pois! Se fosse para > pros oito anos também iam (( )) ! (.) Sim senhor! (.) {dirige-se a DA} Sotora? |
DA 04.32 |
0Nada! |
J 04.32 |
0Nada? Senhor NOME8, muito obrigado por sua comparência! Pode sair! Pode ir embora! Muito obrigado! |
|
Parte 5 |
J 00.00 |
Ora, (.) muito:: boa tarde! O sor como se 0chama? |
T3 00.03 |
0 eh:: NOME APELIDO5. = |
J 00.05 |
= Sor NOME APELIDO5, o sor conhece aqui o sor NOME1 que tá a ser julgado? |
T3 00.09 |
Não, não! |
J 00.10 |
Não. (.) O sor NOME5 tem uma exploração agrícola, não tem? Numa zona onde houve um incêndio ↑ |
T3 00.15 |
Sim! = |
J 00.15 |
= Nós estamos a tratar desse incêndio. O sor não:: > (.) {folhear de páginas} está obrigado a dizer a verdade. Jura dizer a verdade? |
T3 00.21 |
Sim! |
J 00.22 |
Faça favor de se sentar! (..) eh:: (..) Sô procuradora, faça favor! = |
MP 00.33 |
= (( )) (.) eh:: sor NOME5, o senhor soube:: deste incêndio quando? |
T3 00.39 |
Lá, o encarregado da exploração telefonou-me > qu’ andava lá o fogo lá perto, mas 0 (( )) / 0 |
MP 00.42 |
0O senhor não estava lá, na altura? = |
T3 00.43 |
= Nã::o, não, não, não! Eu não sou de cá. |
MP 00.45 |
Mas costuma lá estar ou não? = |
T3 00.47 |
= Nã::o, não, não, não! (.) Vou lá uma vez por semana ou de quinze em quinze dias, por aí. |
MP 00.52 |
eh:: (.) sic Refeusic sic > O > O > O senhor::, (.) na altura, (.) referiu à polícia > eh:: da > deu um determinado valor ↑ |
T3 01.02 |
Sim! = |
MP 01.02 |
= Da sua exploração ↑ |
T3 01.03 |
Exatamente3! |
MP 01.04 |
0Ptanto, o fogo não a atingiu? |
T3 01.05 |
Nã::o, não, 0não, não! |
MP 01.06 |
0O fogo não a atingiu. (.) eh:: Daquilo qu’ o senhor s’ apercebeu > O sor foi lá, na altura? |
T3 01.11 |
Nã::o, não, não, 0não! |
MP 01.11 |
0Não foi? = |
T3 01.12 |
= Não! = |
MP 01.12 |
= Foi depois. (.) Depois, quando lá foi, conseguiu «aperceber-se» (.) se a sua exploração esteve em risco? |
T3 01.20 |
Na faço ideia! |
MP 01.21 |
Não faz ideia4 ↑ |
T3 01.21 |
0Não! |
MP 01.22 |
Olhe! Então, o:: > foi o senhor que:: eh:: deu o valor de > de:: > da exploração? O valor > O:: prejuízo que poderia / 0 |
T3 01.29 |
Sim, sim, sim, 0sim, sim! |
MP 01.30 |
00 \ ocorrer, se tivesse sido:: (.) atingida ↑ (.) 0 (( )) |
T3 01.35 |
0Eu, na altura, disse que tinha seguro. sic Prontossic sic ! E disse, mais ou menos, 0os valores / 0 |
MP 01.37 |
0 | Sim | 0 |
T3 01.38 |
0 \ de > mais ou menos dos animais e sic prontossic sic ! eh:: (( )) valores (( )) / 0 |
MP 01.41 |
Chegou-se aqui a um > a um valor total de dois milhões trezentos e cinquenta mil euros ↑ |
T3 01.46 |
Sim, sim! = |
MP 01.46 |
= E isto incluía o quê? |
T3 01.49 |
Os animais todos e:: a exploração! Os equipamentos da 0exploração! |
MP 01.52 |
0Os equipamentos, o imó0vel:: / 0 |
T3 01.54 |
0Sim, o imóvel da exploração! |
MP 01.56 |
Tudo isso. (.) {conversas paralelas} Ptanto, o sor confirma este:: > 0este:: / 0 |
T3 02.00 |
0Sim, sim, sim! |
MP 02.01 |
0 \ valor, ma não nos sabe esclarecer se:: esteve em perigo ou 0não? |
T3 02.04 |
0Não faço 0ideia! |
MP 02.05 |
0Não sabe. Tá bem! {dirige-se ao juiz} Não quero mai nada, sotor! |
J 02.08 |
{dirige-se a DA} Ó:: sotora, alguma questão? = |
DA 02.09 |
= Nada, sotor! |
J 02.10 |
Mas diga uma coisa! O sor > Era > Era uma:: > (.) Aquilo era uma suinicultura, né? |
T3 02.15 |
É uma suinicultura! |
J 02.16 |
E é > Mas estava a ex > a ser explo > tava a ser explorada por si ou:: > porque tava > eh:: diz-se aqui: (.) habitada por pessoas de nacionalidade ucraniana ↑ |
T3 02.26 |
Não! |
J 02.27 |
Hum? |
T3 02.28 |
Simplesmente sic trabalhamsic sic lá:: (.) u::ma rapariga que é ucraniana! O resto é tudo pessoas portuguesas que lá trabalham! |
J 02.34 |
Mas vive lá tamém na > na ex > perto da exploração? |
T3 02.36 |
Eu? Não, não! 0Eu vivo em LOCALIDA / 0 |
J 02.37 |
0Não! Não! Essa:: > Essa > Essa senhora ucraniana? = |
T3 02.40 |
= Vive lá:: uma rapariga e:: > (.) uma rapariga com dois filhos e mais outo funcionário. Que é lá funcionária essa ucraniana. |
J 02.49 |
Ela e os filhos? |
T3 02.50 |
Sim, 0sim! |
J 02.50 |
0E esse funcionário! (.) Que vive mesmo na exploração? |
T3 02.53 |
0Vive, vive, vive! |
J 02.53 |
0É lá 0 (( )) / 0 |
T3 02.54 |
0À entrada da exploração! Tem lá uma > uma > uma casa, mesmo à entrada 0da exploração! |
J 02.57 |
0Uma casa. Sim senhor! E por isso > e > e o > o sor > a sua exploração eh:: tinha lá > é este o valor que dá por tudo? Mesmo tamém com essa questão 0da casa (( )) ↑ |
T3 03.05 |
0Sim, sim, sim, sim! E os eucaliptos e isso tudo! |
J 03.08 |
E::xatamente! Sim senhora! Muito obrigado pla sua comparência! Pode sair! Pode ir embora! Muito obrigado! |
T3 03.12 |
Tá // |
|
Parte 6 |
J 00.00 |
Como se chama? |
T4 00.01 |
NOME APELIDO10. |
J 00.04 |
Sor NOME APELIDO10, qu > a sua profissão? |
T4 00.06 |
eh:: Militar da GNR. |
J 00.08 |
Cabo da GNR, né? 0O seu posto ↑ |
T4 00.09 |
0Cabo. {ruídos} |
J 00.10 |
eh:: O sor lembra-se > eh:: > eh:: conhece aqui o arguido::, o > o NOME1? |
T4 00.14 |
Conheço daquele dia. |
J 00.15 |
Daquele dia. (.) O > O senhor:: eh:: nada tem contra esta pessoa, poi não? = |
T4 00.19 |
= Não! = |
J 00.19 |
= Jura dizer a verdade? |
T4 00.20 |
Juro! |
J 00.21 |
Sor NOME APELIDO10, pode-se sentar! |
T4 00.22 |
Com 0licença! |
J 00.23 |
0Diga-me só uma coisa! O senhor > Foi o senhor que:: tomou conta da ocorrência, foi? (.) 0Pode sentar! |
T4 00.27 |
0 (( )) inicialmente, sim! |
X 00.29 |
(.) {ruídos} |
J 00.31 |
Diga-me só, antes de passar po (( )) , só pa nós percebermos, quando chegou lá, ainda o incêndio estava a ser:: combatido ou já estava 0 (( )) ↑ |
T4 00.37 |
0Não! Já estava extinto e não estava lá:: nem sequer os bombeiros. Já:: não estava lá ninguém! |
J 00.41 |
(( )) Sô procuradora (( )) ↑ |
MP 00.43 |
Obrigada, sotor! Diga-me uma coisa! O senhor (.) foi ao local, conseguiu aperceber-se > (.) conseguiu aperceber-se eh:: (.) da zona envolvente > 0o qu’ é que existia / 0 |
T4 00.56 |
0S / 0 |
MP 00.57 |
0 \ na zona envolvente (.) eh:: do sítio onde > onde deflagrou o incêndio ↑ {ruídos} Até onde é qu’ ele foi > Até onde é que s’ alastrou ↑ (.) E, caso não tivesse tido intervenção (.) dos bombeiros no momento em que ocorreu, (.) o qu’ é que poderia ter ardido mais? (.) Consegue dar-nos 0 (( )) / 0 |
T4 01.16 |
0Vários hectares (.) 0de pinhei / 0 |
MP 01.19 |
0Vários hectares5 ↑ |
T4 01.20 |
0De pinheiro e eucalipto. |
MP 01.23 |
E diga uma coisa! O incêndio:: eh:: su > eh:: ficou:: «circunscrito» à área só de > de:: eh:: pinheiro e de eucalipto? |
T4 01.33 |
Sim. Naquela área, sim. |
MP 01.35 |
Naquela área, sim. Mas havia ali, na zona, umas explorações agrícolas ↑ |
T4 01.39 |
Sim, logo > logo a seguir. A cerca de duzentos metros. = |
MP 01.41 |
= A cerca de duzentos metros. E sabe qual é qu’ é > qual delas é a cerca de duzentos metros? Se é a do senhor NOME APELIDO4 ou do senhor NOME APELIDO5? |
T4 01.50 |
Penso que:: > Eu, há pouco, tive a ver isso > eh:: Volta de cento e oitenta metros, cento e noventa é do senhor NOME4. (.) 0Do (( )) / 0 |
MP 01.58 |
0 (( )) senhor NOME4? |
T4 01.59 |
Sim! |
J 02.00 |
E a su > suinicultura? |
MP 02.02 |
O out > 0A outra! |
T4 02.03 |
0 (( )) deve ser um pouco mais > Penso qu’ é mais afastado. |
J 02.06 |
Mas é > tem 0contíguo / 0 |
T4 02.07 |
0 eh:: > eh:: Tem 0s / 0 |
J 02.08 |
00 \ eucaliptal e pinhal até chegar lá? Ou seja, entre:: o início do:: > do fogo, podia haver ali o > o:: > ligação por eucaliptos, por:: pinhai > eh:: pinheiros até lá? |
T4 02.18 |
0Sim. Sim. |
J 02.18 |
0Ou não havia:: / 0 |
T4 02.19 |
Podia, mas, como estava naquele dia o vento, ele progrediu para:: > para oeste. |
J 02.24 |
Sentido contrário? |
T4 02.25 |
0Sim! |
J 02.25 |
0Às explorações? = |
T4 02.26 |
= À exploração de > dos suínos. {conversas paralelas} |
J 02.28 |
Hum? = |
T4 02.28 |
= Dos suínos! {conversas paralelas} Ia bater:: > eh:: > eh:: Ia bater c’ a vacaria e > e outras coisas 0qu’ há lá mais atrás. |
MP 02.34 |
0Ou seja, (( )) progrediu PO LADO DA DO SENHOR 4? |
T4 02.37 |
Exatamente5! |
J 02.37 |
0Sim! Mas se, entretanto, o vento mudasse, 0como é muito (( )) > é muito frequente / 0 |
T4 02.39 |
0Sim! Podia haver qualquer projeção:: / 0 |
J 02.42 |
0 \ na > na > na altura do verão que mude vento. eh:: Havia capacidade de chegar 0à eh:: / 0 |
T4 02.46 |
0Sim, sim! Basta > Bastava o 0incêndio ter / 0 |
J 02.48 |
0Porqu’ havia muito terreno com 0 eh:: (( )) muito eucaliptal e muito pinhal ali! Era contíguo? Ou seja, não havia / 0 |
T4 02.49 |
00 \ Bastava > (.) Bast > Sim! Sim, sim! Bastava o:: incêndio:: estar um bocado mais forte (.) e co’ as colunas de convecção criar:: 0ali / 0 |
J 02.59 |
0Pois, exatamente! |
MP 03.00 |
E voltar 0po:: / 0 |
T4 03.00 |
00 \ projeções po > pa vários lados! |
MP 03.03 |
{ruídos} E diga uma coisa! Ali:: > Ali:: (.) perto havia alguma casa d’ habitação? |
T4 03.11 |
{suspiro} Não me recordo. |
MP 03.12 |
Não se recorda. |
T4 03.13 |
Penso que > Penso que não. |
MP 03.15 |
eh:: (.) Pronto! Mas > eh:: Ptanto, daquilo qu’ o senhor s’ apercebeu e, atendendo às caraterísticas da > da zona, ptanto, de pinhal e eucaliptal, (.) eh:: (.) era possível, como o senhor diz, eh:: centenas d’ hectares? (.) Alastrar-se! |
T4 03.32 |
Sim. Várias! Não digo centenas, mas várias! |
MP 03.35 |
0Alastrar-se / 0 |
T4 03.35 |
0E, depois, tem a estrada > (.) tem a estrada que separa a outa do outo lado. Mas, po lado:: > po lado norte, é > é mui > é contínuo. É uma mancha muito grande! |
MP 03.43 |
É uma mancha muito grande po lado norte ↑ (.) Ptanto, se pra um lado tem a estra0da:: / 0 |
T4 03.48 |
0E po lado oeste tamém! Só que tem a estrada a delimitar. |
MP 03.51 |
Pronto! Portanto, é uma mancha grande, sobretudo po lado norte, sem descontinuidade ↑ |
T4 03.55 |
Exatamente8! |
MP 03.56 |
0É isso que quer 0dizer? |
T4 03.56 |
0Exatamente! |
X 03.58 |
(..) {ruídos} |
J 04.02 |
Já tá, sotora? = |
MP 04.02 |
= Já! |
J 04.03 |
Sotora, alguma questão? = |
DA 04.03 |
= Sim! (( )) uma questãozita! eh:: Quando chegou ao local, estava por lá o NOME1? |
T4 04.08 |
Nós chegámos ao local, não sabíamos ond’ é que tinha sido. E perguntámos a um senhor que passava de trator::, que:: > qu’ era o senhor NOME4, (.) que, por coincidência ou não, disse que:: > eh:: que:: > qu’ o senhor que nós suspeitávamos trabalhava > fazia alguns serviços pra ele. E (( )) já não me recordo s’ ele disse que estaria lá ou não, mas nós fomos lá ver e ele estava lá. (.) E, a partir daí, (( )) ele foi-nos levar, foi na sua sic bicicletesic sic , pelo caminho, (.) a::té lá 0 (( )) / 0 |
DA 04.35 |
0Portanto, colaborou desde o início? = |
T4 04.36 |
= Sim, sim! E depois, lá::, a gente: Ó NOME1, (.) a gente sabe de pessoas que suspeitam de:: > foste tu! (( )) foste tu ou não foste?. Ele confessou logo. 0Foi muito convincente / 0 |
DA 04.44 |
0Confessou ↑ |
T4 04.46 |
0 \ e, a partir daí, chamei a Polícia Judiciária d’ LOCALIDADE1. |
DA 04.48 |
Mais nada, sotor! |
MP 04.50 |
Ó sotor! Só > Só 0uma questão! |
J 04.51 |
0 (( )) = |
MP 04.51 |
= Ptanto, a > eh:: o:: sor chamou a > a > a > a Polícia Judiciária d’ LOCALIDADE1. Ou seja, eh:: > eh:: os sores inspetores só foram lá, se calhar, no dia seguinte? Ou não? 0Ou não / 0 |
T4 05.01 |
0Não! Foram pa0ssa > Não sei a que horas é que chegaram (( )) / 0 |
MP 05.02 |
00 \ Ainda foram no > Mas ainda foram 0no mesmo dia? |
T4 05.04 |
00 \ foi depois das duas horas, de certeza! = |
MP 05.05 |
= Pronto! {ruídos} Mas j > já lá não estavam bombei::ros, 0já (( )) / 0 |
T4 05.08 |
0Não, não, não! 0Não! |
MP 05.09 |
0Quand’ o senhor chegou, tamém já não 0estavam, não é? |
T4 05.10 |
0Eu penso q’ a hora inicial do (( )) terá sido por volta de:: > das doze horas 0e qualquer coisa. |
MP 05.13 |
0Pronto! Tá bem! Tá bem! Obrigada! |
J 05.15 |
Mas, ali::, ainda houve necessidade de utilizarem meio > o meio aéreo? |
T4 05.19 |
{suspiro} Não me reco > eh:: É assim! 0Eu não:: > não v > não sei! Só vendo no registo! |
J 05.21 |
0Não sabe? Não tem ideia? (( )) Nós temos aqui a indicação de que sim! Que (( )) foi utilizado um meio aéreo, (.) eh:: (.) porqu’ havia sempre o risco de propagar-se. Porqu’ aquilo > havia co > eh:: um terreno contíguo! Aquilo, propagando-se, era contíguo3? Não havia ali (.) eh:: / 0 |
T4 05.34 |
0Sim, sim! |
MP 05.36 |
Sobretudo {conversas paralelas} a norte, como 0diz a testemunha! |
J 05.37 |
0Sim! S > Não havia capacidade de:: estancar o fogo naturalmente. Tanto, um fogo daquela dimensão. |
DA 05.42 |
(( )) |
T4 05.43 |
Naturalmente, como::? (.) C’ os bombeiros só? |
J 05.47 |
Não! Se 0na > Se > Se não HOUVESSE O COMBATE! |
MP 05.48 |
0Não, não! Se não (( )) / 0 |
T4 05.50 |
0Ah! Não! |
J 05.50 |
0Ou seja, se não houvesse > se não houvesse combate, ele não ia morrer por ele 0próprio! |
T4 05.52 |
0Ah! Pois não! Isso não! |
J 05.54 |
Não! É qu’, às vezes, há terrenos e há > e há circunstâncias do terreno que nós dizemos assim: Ele só chega até àquele ponto, porque, depois, não tem mais por onde progredir! Vai morrer ali!. (.) Naquele caso, com’ a f > a > a > a:: > aquilo era contíguo, iria sempre progredir, aumentando, aumentando! |
T4 06.06 |
Exatamente! = |
J 06.07 |
= Pronto! É nesse sentido que nós estamos a falar! {ruídos} 0Sim senhor! |
T4 06.09 |
0Poderia apenas diminuir quando chegasse à autoestrada! Mas, até 0lá:: → |
J 06.12 |
0Pois! Mas até à autoestrada, facilmente poderia saltar pa 0outo lado, né? |
T4 06.15 |
0Sim, sim, 0sim! |
J 06.16 |
0A autoestrada 0não é suficiente! |
T4 06.16 |
0Depois de ganhar uma grande dimensão, as > as colunas de convecção fazem projeções a quilómetros! |
J 06.20 |
Sim, sim, 0sim! (( )) / 0 |
T4 06.21 |
0 (( )) ia pra VÁRIOS LADOS! |
J 06.22 |
Sim! A partir duma dimensão, eles próprios criam um micro > um:: microclima, ali, não é? O próprio fogo cria o seu microclima. (.) Muito obrigado por sua comparência! Pode sair! Pode ir embora! Muito obrigado! 0Então, temos ago // |
T4 06.32 |
0 (( )) // |
|
Parte 7 |
J 00.00 |
Ora! (( )) {conversas paralelas} > Ora::, (.) muito:: (.) boa tarde! O sor como se chama? |
T5 00.09 |
Boa tarde! NOME APELIDO11. |
J 00.14 |
NOME11 ↑ |
T5 00.15 |
«11». |
J 00.18 |
Sor NOME11, conhece aqui o:: > o > o sor NOME1? |
T5 00.21 |
Conheço! |
J 00.22 |
Tem alguma relação familiar co’ ele? |
T5 00.24 |
Não, não! Familiar, não. |
J 00.26 |
Conhece os pais ↑ Conhece-o a ele ↑ É isso? = |
T5 00.27 |
= Exato! |
J 00.29 |
E:: é > é (.) {ruídos} conhecido ↑ Amigo ↑ 0 (( )) / 0 |
T5 00.31 |
0Era vizinho 0do:: / 0 |
J 00.32 |
0Vizinho! |
T5 00.33 |
0 \ dos meus pais e:: foi:: criado por ali. Ia lá muitas vezes 0a casa! |
J 00.36 |
0 (( )) conhece-se. Sim senhor! (.) O sor está obrigado a dizer a verdade. Jura dizer a verdade? |
T5 00.41 |
Exatamente. Sim! |
J 00.42 |
Faça favor de se sentar e responder às perguntas da ilustre mandatária. Sotora, faça favor! |
DA 00.45 |
Co’ a devida vénia, sotor! (..) {ruídos} {pigarreio} Boa tarde! Já disse que conhecia o NOME1 e 0a família / 0 |
T5 00.51 |
0Boa tarde! |
DA 00.52 |
0 \ eh:: Em primeiro lugar, eh:: os > o NOME1 vivia c’ os pais? |
T5 00.56 |
Sim! = |
DA 00.56 |
= Até à data dos fac0tos::? |
T5 00.57 |
0Exato! Exato! |
DA 00.59 |
Os pais alguma vez foram emigrantes? |
T5 01.00 |
NÃO! |
DA 01.01 |
PAÍS ↑ |
T5 01.01 |
Não, não! |
DA 01.02 |
0 eh:: / 0 |
T5 01.02 |
0Os pais nunca saíram penso que do distrito de LOCALIDADE3, se sic calhassesic sic ! {riso} |
DA 01.06 |
0 \ eh:: Ex > Foram, alguma vez, proprietários duma vacaria? |
T5 01.09 |
Não! = |
DA 01.09 |
= Também não. eh:: E o NO > a mãe do NOME1, atualmente, está na > nalgum lar::? |
T5 01.14 |
Não! 0NÃO! |
DA 01.14 |
0Também não. eh:: (.) Relativamente:: à vida do NOME1, com’ é que foi a vida do NOME1 até:: aos últimos tempos? |
T5 01.24 |
Ah! > Ah! É um miúdo até dócil::, (.) na > na maneira > na maneira de trato. Se > Só que:: um indivíduo que:: > acho que é:: muito sic efabuladorsic sic ! Gosta de fazer histórias! Inventa histórias e:: conta aquilo como se fosse sic realidadessic sic . Pronto! É a realidade dele::! Eu num / 0 |
DA 01.41 |
Tem o seu mundo? |
T5 01.42 |
Exato! É um mundo muito à > muito:: > muito à parte do nosso. Mas também está connosco muitas das vezes! Não é? Mas só que, de vez em quando → |
DA 01.50 |
eh:: Conhece-o desde pequeno? = |
T5 01.51 |
= Sim! |
DA 01.52 |
Acha que é uma pessoa perfeitamente normal ou tem algumas limitações? Na convivência que tem com > com o NO > 0com o NOME1 ↑ |
T5 01.57 |
0 (( )) Ora, bem! Eu num:: > num sou:: propriamente técnico pra poder av > fazer essa sic avaliãosic sic , mas > a::valiação, mas dá-me a impressão qu’ ele que:: terá::, provavelmente, um défice sic desic sic cognitivo bastante:: acentuado 0 (( )) / 0 |
DA 02.12 |
0Sabe s’ ele estudou::? {ruídos} |
T5 02.14 |
Ele andou na escola::! |
DA 02.16 |
Mas não sabe a escolaridade? |
T5 02.17 |
Mas o qu’ é qu’ ele fez tamém não sei! eh:: / 0 |
DA 02.19 |
Muito bem! {ruídos} eh:: Lá, na terra, costuma haver queixas do NOME1? D’ alguns comportamentos:: 0menos corretos / 0 |
T5 02.26 |
0Não! Acho que não! Não! 0Não! |
DA 02.27 |
00 \ at > até acontecer o qu’ aconteceu e, por isso mesmo, é qu’ ele tá a 0ser julgado ↑ |
T5 02.30 |
0Não! Não! Porqu’ ele até:: > ele era:: muito voluntarioso! Se visse alguma pessoa:: a:: precisar d’ ajuda, ele:: > ele voluntariava-se para ajudar:: e:: ia com:: > com qualquer pessoa fazer qualquer coisa! Inclusivamente, comigo! Sempre que lá > qu’ eu lá aparecia, ele perguntava se podia ir comigo pra > pr’ aqui ou pr’ ali. Ia de carro::, vinha-o trazer e ele andava satisfeito! |
DA 02.50 |
Muito bem! Mais nada, sotor! (.) 0É só! |
J 02.52 |
0Sotora, alguma questão? = |
MP 02.53 |
= Não! = |
J 02.54 |
= Nada? Muito obrigado por sua comparência! Pode sair! {ruídos} {conversas paralelas} 0Agora, nós temos (( )) // |
T5 02.57 |
0Boa tarde! |
|
Parte 8 |
J 00.00 |
0 \ (( )) boa tarde! Como se chama? |
T6 00.02 |
NOME APELIDO12. |
J 00.04 |
Sor NOME APELIDO12, o sor conhece aqui a pessoa que está a ser julgada? O senhor NOME1? |
T6 00.08 |
Sim, senhor doutor juiz! |
J 00.10 |
eh:: É da família? |
T6 00.12 |
Não, não, não! |
J 00.13 |
É lá da:: > da zona? |
T6 00.14 |
Sim. Sou da:: terra vizinha! |
J 00.16 |
Sim senhor! E, por isso, conhece-o desde > 0desde jo / 0 |
T6 00.18 |
0Sim, sim! Desde pequenino. |
J 00.19 |
0 \ desde jovem, né? (.) eh:: Nada o impede de dizer a verdade? Jura dizer a verdade? |
T6 00.23 |
Certo! = |
J 00.23 |
= Faça favor de se sentar, então, e responder às perguntas da:: ilustre mandatária do senhor NOME1! |
DA 00.27 |
{ruídos} Co’ a devida vénia! (.) Boa tarde! |
T6 00.30 |
Boa 0tarde! |
DA 00.30 |
0 eh:: Já disse que conhece o arguido. eh:: (..) Em termos de família, eh:: conhece as condições ond’ ele habita, a família ↑ O qu’ é que sabe sobre isso? |
T6 00.42 |
Sim, pronto! eh:: (.) {pigarreio} Desde pequenino qu’ eu conheço a família. Eu:: sou duma terra vizinha, onde nós sic sesic sic damos todos muito bem. (.) É > É uma família, pá, pobre! Digamos que vive > (.) {ruídos} que vive numas condições:: (.) {ruídos} de vida um bocadinho reduzidas. eh:: {pigarreio} Habita muita gente numa casa muito pequena. eh:: (.) Pronto! E:: têm uma criança que pro > provavelmente, não! > de certeza tem alguma > tem alguns problemas (.) eh:: do foro:: mental e que de > não foi acompanhada desde sic pequeninosic sic , sic devidamentesic sic às condições qu’ eles apresentam. |
DA 01.17 |
eh:: Portanto, eh:: na sua convivência, acha qu’ há uma limitação (.) 0 eh:: do NOME1? |
T6 01.21 |
0Sim! Eu acho que:: > Eu, no meu entender, é:: > é notório! eh:: (.) Como tamém pertenço lá ao:: executivo da:: > da junta de freguesia, nós, de vez em quando, temos que passar certos documentos, nomeadamente para a família, e nota-se qu’ a própria família é, toda ela, eh:: limitada. (.) eh:: E:: > E ele, (.) quando:: > quando nasceu, já vinha com alguma > ó pá! > algum:: > sei lá! > algum problema:: (.) de foro mental, como eu digo, e > que devia ter sido acompanhado, ptanto, por uma família2 que tivesse algumas posses / 0 |
J 01.51 |
0E a limitação foi agravando-se! A limitação foi-se agravando, não foi desenvolvido 0as capacidades / 0 |
T6 01.56 |
0Como > Como as próprias instituições deviam ter:: acompanhado, tamém, a > a pessoa em causa! |
DA 02.01 |
Muito bem! Relativamente:: só aqui a três aspetos, eh:: (.) os pais alguma vez eh:: foram emigrantes? Sabe? |
T6 02.07 |
Não! Nunca foram emigrantes! 0 (( )) / 0 |
DA 02.09 |
0E proprietários duma vacaria? Também:: sabe se foram? 0Ago::ra ou no passado ↑ |
T6 02.13 |
0 eh:: «Não»! |
DA 02.14 |
Não. Muito bem! Mais nada, sotor! |
J 02.17 |
{dirige-se ao MP} Nada, sotora? {dirige-se a T6} Muito obrigado por sua comparência! Pode sair! Pode ir embora! |
|
Parte 9 |
J 00.00 |
{ruídos} Ora, mui::to boa tarde! 0O sor como se chama? |
T7 00.01 |
0Boa t > NOME APELIDO13. |
J 00.03 |
Senhor NOME APELIDO13, o sor conhece aqui o sor NOME1 que está a ser julgado? |
T7 00.07 |
Sim, conheço! |
J 00.08 |
É da família? |
T7 00.09 |
Não, não, não! |
J 00.10 |
Mas é lá:: > conhece-o lá da terra? |
T7 00.11 |
Sim! |
J 00.12 |
É amigo:: dele, dos pais ↑ |
T7 00.14 |
Dos pais! = |
J 00.14 |
= Dos pais. O senhor está obrigado a dizer a verdade. Jura dizer a verdade, senhor NOME APELIDO13? = |
T7 00.18 |
= Sim! = |
J 00.18 |
= Faça favor de se sentar (.) e responder às perguntas da ilustre mandatária! 0Faça favor, sotora! |
DA 00.22 |
0Co’ a devida > Co’ a devida vénia! {ruídos} (( )) , senhor NOME13! eh:: Muito rapidamente! eh:: Conhece a família? = |
T7 00.29 |
= Sim! 0Conheço a família (( )) / 0 |
DA 00.29 |
0 eh:: (.) Com’ é que é o > o > digamos, o ambiente familiar eh:: do NOME1? |
T7 00.36 |
Eh pá::! O ambiente dele > (.) Ele, em geral, era raro estar em casa. Andava pra uns e pra outros. eh:: Eh pá! (.) 0E era / 0 |
DA 00.43 |
0Mas eh:: é uma família:: com origens humildes:: eh:: ↑ |
T7 00.47 |
Sim, sim! Não tem > Num:: > Nunca andaram em conflitos com ninguém. |
DA 00.51 |
eh:: Os pais alguma vez foram emigrantes::? = |
T7 00.54 |
= Não! = |
DA 00.54 |
= PAÍS ↑ Alguma vez tiveram no PAÍS? E alguma vez foram proprietários duma vacaria? = |
T7 00.58 |
= Não senhor! = |
DA 00.59 |
= E a mãe, atualmente, está nalgum lar::? |
T7 01.01 |
Não! 0 (( )) / 0 |
DA 01.02 |
0Não. (.) Muito bem! eh:: Na sua convivência com o NOME1, eh:: acha qu’ ele é uma pessoa normal ou que tem, aqui, al > algumas limitações? |
T7 01.10 |
Tem limitações. De vez em quando > Eh pá! Pronto::! O > O > (.) Talvez a maneira d’ ele:: > do ambiente de CASA ou:: (.) pra > Pronto! De vez > Quando mudava de tom, às vezes até a falar pas pessoas e:: > Eh pá! |
DA 01.23 |
eh:: Até estes factos, pelos quais ele está a ser hoje:: eh:: julgado::, eh:: havia queixas lá pela terra2? |
T7 01.29 |
0Não! 0Não (( )) nada. |
DA 01.30 |
0Tinha comportamentos menos corretos? = |
T7 01.32 |
= Eh pá! Mas, nessa parte, eu penso que não! |
DA 01.34 |
Foi a primeira vez? = |
T7 01.35 |
= Foi a primeira vez. |
DA 01.37 |
Sotor, mais nada! |
J 01.38 |
{dirige-se ao MP} Sotora, nada? (.) {ruídos} Muito obrigado, senhor NOME APELI // |
|
Parte 10 |
X 00.00 |
(..) {ruídos} |
J 00.05 |
Tendo em atenção (.) que, não obstante existir, nos autos, relatório sobre (.) as capacidades intelectuais do arguido, (.) {ruídos} a verdade é que o mesmo, confrontado c’ o elemento ora junto pela ilustre mandatária do arguido > (.) relatório médico elaborado plo HOSPITAL, (.) no âmbito (.) do processo NÚMERO DE PROCESSO, ONDE (.) {folhear de páginas} se conclui (.) que o mesmo deve ser considerado inimputável para os factos em análise. E sendo certo que os factos aqui referidos e que estiveram no > na > na base deste relatório não são exatamente os mesm > da mema natureza que os que estão aqui em > em j > julgamento, entende, todavia, o tribunal, uma vez que estamos perante dois relatórios médicos com valor:: eh:: {alguém tosse} (.) idêntico ou, pelo menos, valor que:: {folhear de páginas} carece de ser:: eh:: {folhear de páginas} confrontado > (.) entende o tribunal ser necessário qu’ o Instituto de Medicina Legal (.) faça a reponderação do seu relatório (.) com:: este novo elemento, a fim de saber, designadamente, se o arguido, para o crime em apreço, e estamos a falar dum crime de incêndio fl > florestal, pode ser ou não considerado inimputável. Sendo considerado inimputável, se o mesmo é ou não perigoso pa efeitos de aplicação da medida de segurança adequada. (.) Tendo em atenção que estamos perante um arguido que está em > co’ a medida de coação de prisão preventiva e tendo-se iniciado o julgamento, (.) solicito tal revisão (.) e reponderação com caráter d’ urgência, designando-se para continuação de julgamento > Ó sotor! Dia três:: > (..) {conversas paralelas} eh:: (.) Dia três de:: (.) {ruídos} abril! Pode ser, sotores? |
DA 02.00 |
0Pode 0ser! |
J 02.01 |
0Para o mês:: > (.) Ora::, {suspiro} {folhear de páginas} v::amos só aqui ver uma coisa! |
DA? 02.06 |
0 (( )) / 0 |
J 02.07 |
0Não, isso é pa outro! |
MP? 02.09 |
Mas é melhor mandar cópia deste / 0 |
J 02.10 |
Sim, sim! (.) eh:: Sim! {dirige-se ao OJ} Ó::! (.) Mande cópia! (..) Faça-me um favor! Ó! {dirige-se a DA} Dia três pode ser, não pode sotora? |
DA 02.20 |
0Sim, sim, sotor! |
J 02.22 |
Então, fa > ficará > eh:: > eh:: Três é > É três, não é? Três d’ abril é uma > é uma segunda. |
? 02.26 |
Segunda-feira! |
DA 02.27 |
0Segunda-feira! |
J 02.27 |
0É uma segunda-feira! sic Prontossic sic ! (.) À uma e meia? Pode ser, sotora? |
DA 02.30 |
Pode ser, sotor! |
J 02.33 |
Treze e trinta. (.) (( )) (.) {dirige-se ao OJ} Ó NOME14, faça-me um favor! Envie (.) cópia do relatório > de todos os relatórios médicos que > eh:: deles, do In > Instituto de Medicina Legal, do relató > da acusação > (.) qu’ eles devem ter lá, porqu’ eles têm lá o processo, mas sic prontossic sic ! > da acusa > desta acusação, do relatório qu’ a sotora juntou E, TAMÉM, eh:: da «sentença» > (.) da sentença proferida > este processo já foi:: julgado, não já? |
DA 03.00 |
A:: sentença é na:: > na próxima quinta-feira {conversas paralelas} > é agora na terça-feira, 0desculpe! |
J 03.03 |
0Ah! Então, da acusação! É suficiente! |
DA 03.05 |
Sim, 0sim! |
J 03.05 |
0Não! É pa eles perceberem qual é::, 0porqu’ eles podem dizer assim / 0 |
DA 03.07 |
0Claro! |
J 03.08 |
0 \ “pra este tipo de > de crime, ele é imputável / 0 |
DA 03.10 |
Exatamente5! |
J 03.11 |
00 \ pr’ aquele não seria” / 0 |
DA 03.12 |
Exatamente5! |
J 03.12 |
00 \ porque > porque tem a ver com questões > Ah! Este aqui tem mais a ver c’ o quê, sotora? Tem a ver com:: > com questões 0de:: / 0 |
DA 03.18 |
0 eh:: Foi um:: > Foi um furto que, entretanto, 0foi arquivado. |
J 03.20 |
00 | Pois | 0 |
DA 03.21 |
A::gora, é só por habilitação > eh:: por con > por condução sem 0habilitação legal. |
J 03.25 |
0AH! sic Prontossic sic ! |
DA 03.25 |
É! = |
J 03.26 |
= sic Prontossic sic ! Pode ser aí sic u::mosic sic > pode isso:: ter > fazer re > eh:: fazer alguma:: / 0 |
DA 03.30 |
Diferença7! |
J 03.30 |
00 \ diferença, né? (..) {conversas paralelas} eh:: / 0 |
MP 03.35 |
(( )) |
J 03.38 |
Sim! De acusação! A acusação > o > proferida na > neste processo! Tá bem? (.) Sim, mas ele > eles > eles vêm dizer que > que tá > a natureza deste crime é inimputável. É > eh:: A natureza é este! 0Condução sem habilitação legal! |
MP 03.48 |
0 (( )) / 0 |
J 03.50 |
0Pois! Por isso, ponham a acusação deste:: > deste:: > deste processo! Tá bem? (..) E ficamos po dia três do > E:: ponha lá com:: > (.) com sic ~bolt~sic sic : caráter d’ urgência, três do qua > três d’ abril para continuação. SENHOR 1! > (.) Ora, última revisão > Ah! Não! Próxima revisão é dia dezanove. Tamém não há problema! > (.) SOR 1! NÓS NÃO ACABAMOS HOJE O JULGAMENTO, PORQUE VAMOS PEDIR AO INSTITUTO SU AO INSTITUTO DE MEDICINA LEGAL QUE AVALIE SE, EFETIVAMENTE, o sor, pra este incêndio > o sor na > na > na condução sem carta, eh:: > eh:: o relatório médico foi > foi junto, considera qu’ o senhor não tem capacidade pa perceber qu’ aquilo era > era ilícito, ou seja, qu’ aquilo era contrário à lei. (.) Mas é condução sem carta! É uma coisa! O que nós vamos perguntar é se, pra o incêndio, o sor tamém tem essa > tem ou não tem essa capacidade de perceber qu’ aquilo era contrário à lei. (.) O TRIBUNAL, HOJE, AO FALAR CONSIGO, PARECE-ME QU’ O SENHOR TEM A MÍNIMA CAPACIDADE DE PERCEBER ISSO! (.) Mas o tribunal, e a lei assim o obriga > a que estas > estes > esta valoração não seja feita pelo tribunal! Seja feita por um médico ou por um > um grupo de médicos que têm essas capacidades e essas valências pa avaliar! E eles vão fazer! O sor já teve > Até, no âmbito deste processo, já foi f > sujeito a > já foi lá ao Instituto de Medicina Legal, não já? Fazer uns:: > uns:: tes0tes:: ↑ |
A 05.05 |
0Sim, sim! 0Já > Já la fui duas vezes. |
J 05.05 |
0 sic Prontossic sic ! (.) Pois! Por isso, isto é > vai ser muito {ruídos} rápido porqu’ eles já fizeram os testes todos! {conversas paralelas} Digamos que, aí, eh:: nós só vamos obrigá-los / 0 |
DA 05.14 |
0Claro! |
J 05.14 |
00 \ a dizer, efetivamente, s’ ele é capaz ou incapaz, {conversas paralelas} s’ é diminuído ou não é diminuído, pra eles não terem problemas. Por isso, no dia três d’ abril, o senhor virá cá! É memo pa alegações e::, depois::, marcamos o:: > a leitura do acórdão. Tá bem? |
A 05.26 |
Sim senhor! = |
J 05.27 |
= Tá encerrada a sessão! {ruídos} |