Há dois anos fui a trabalhar para as Highlands, na Escócia. Lá estive dez semanas numa casa afastada de tudo no meio das montanhas e tive a oportunidade de conhecer a Escócia profunda pois vivia só com escoceses e velhos que não tinham saído da aldeia.
Ao princípio não conseguia perceber o sotaque fechado nem a forma, as vezes ruda, de comportar-se deles.
Trabalhar para os caçadores fez a situação ainda mais difícil para mim porque lá, a caça é um desporto da élite e tratavão-me como se eu fosse uma escrava.
Adorei, embora, o carácter dos meus companheiros, pois fazia-me lembrar ao dos meus amigos, sempre tão bem dispostos e prontos para ajudar-me.
A coisa que produziu-me mais choque cultural foi o a socialmente aceitado que está o álcool; achei que era a ‘cultura da bebedeira’ e foi um bocado complicado seguir o ritmo de chefes e companheiros bêbados as noites todas pois o ambiente tornáva-se chato.
Gostei muito da cultura celta, dos seus jogos e danças e além disso, a vontade dos meus companheiros de mostrá mostrar-me e compartilhar a sua cultura.
Foi uma experiência bonita e enriquecedora na que conheci outras maneiras de viver e também um bocado mais a mim própria.